Por Carlos Magno Gibrail

As alianças políticas sempre fizeram parte do nosso sistema. Da época do Império quando os políticos se curvavam aos escravagistas, até os mais recentes episódios, protagonizados, por exemplo, por FHC e ACM, Serra e Kassab, Lula e Sarney, Lula e Collor. Entretanto, nunca antes com a repercussão do aperto de mão nos jardins da casa de Maluf.
De um lado a vantagem de 1 minuto e trinta segundos de TV, de outro um invejável currículo presidencial, evidenciava uma troca desigual. Acentuada pela ultima reserva de um partido que ainda guardava os resíduos de possuir um programa. Cuja antítese Maluf era o símbolo maior.
E, para confirmar o espanto geral daí advindo, perante a reação dos principais veículos de comunicação e dos mais importantes jornalistas, Lula empunha o velho chavão: “Não importa o que falem, importa que falem de Haddad”.
À luz da ação política, Luíza Erundina não perdeu tempo, usou o método de Jânio. Foi ao ataque e foi o destaque ao renunciar.
À luz da ciência política uma preocupação, muito bem colocada por Roberto Romano, professor de Filosofia da Unicamp: “Como o estado é o terreno da política, com seu enfraquecimento, somem a causa e a razão de qualquer doutrina. Na crise, o primeiro signo letal é a perda de substância programática nos partidos”.
Diante destes fatos, mais uma vez a cidade de São Paulo irá pagar a fatura. Para a eleição que se aproxima, não há vestígio concreto de algum programa partidário que aborde conceitual e tecnicamente os grandes problemas da metrópole. Além de correr o risco de novas alianças entre políticos e forças empresariais objetivando adensar ainda mais o solo paulistano. É hora de acionar o alarme do voto.
Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos, e escreve às quartas-feiras, no Blog do Mílton Jung
