Marta quer Constituinte exclusiva para reforma política

 

Marta Suplicy PTCalma e caldo de galinha não faz mal a ninguém. Doses de Trimedal, também não. É o que a candidata ao Senado Marta Suplicy está tomando nesta campanha em que o nome dela aparece como favorita a uma das duas vagas de São Paulo para o Senado. O remédio é para combater a gripe que a “derrubou” – conforme ela própria comentou antes de entrar no ar. O resto é para conter o otimismo.
 
Os próprios adversários parecem certos de que a primeira vaga é dela, tanto que pregam o segundo voto: “eu continuo trabalhando como se tivesse em último”, falou para em seguida disparar uma série de locais que visitaria nessa sexta. Ouvidos mais apurados diriam que apesar deste cuidado ela se traiu ao dizer mais a frente que já se “sente Senadora” – mas poderia ser apenas uma referência ao fato de ser candidata a Senadora.

No ar fez questão de afirmar que não pretende ser ministra se Dilma Roussef vencer a eleição para presidente: “já avisei lá”. Para Dilma ? Não, lá onde interessa. Entendi, para o presidente Lula.

Fora do ar fez outra confidência. A prefeitura é uma página virada, apesar de algumas vezes pensar como é bom comandar a cidade de São Paulo: CEU, corredor de ônibus, bilhete único, citou entre algumas realizações.

Puxando o traço, se eleita será Senadora por São Paulo, até provem o contrário.

Como prioridade, reforma política e tributária.

Na primeira, gostaria de mudar o tamanho das bancadas estaduais na Câmara dos Deputados e acabar com esta história de suplente de senador ser eleito sem voto.

Sobre a segunda, comentou da possibilidade de rever a distribuição de verbas federais para o estado de São Paulo que gera a maior parte dos impostos.

Para as duas, uma Constituinte exclusiva poderia ser a solução – foi o que defendeu.

Foi preparada para o programa. Com o registro do TRE e a cópia da movimentação financeira da campanha em mãos, sequer deixou eu terminar a pergunta sobre ela não estar cadastrada no site do Ficha Limpa: “não vou me cadastrar” e “vou cumprir a lei eleitoral”. Ou seja, não vai dar ao eleitor o direito de saber antes da votação quem são os doadores da campanha dela.

Marta ensaiou uma explicação: as empresas é que pediriam para o nome delas não ser divulgado agora pois temem que haja fila de candidatos e partido com o pires na mão. Assim, como a maioria dos candidatos ao Senado, prefere manter o compromisso com os doadores da campanha.

Aos que defendem a transparência absoluta nas contas da campanha, resta esperar mudanças na lei eleitoral. Enquanto estas não veem, a receita é a mesma da candidata: calma e caldo de galinha. O Trimedal deixa que eu tomo.

Cassação de Kassab faria Marta prefeita

 

adoteNo Twitter, por e-mail e telefone, ouvintes-internautas da CBN tem perguntado quem assumiria a prefeitura de São Paulo caso fosse confirmada a cassação do prefeito Gilberto Kassab (DEM) e da vice-prefeita Alda Marco Antonio (PMDB). Os dois foram beneficiados pelo efeito suspensivo, poderão permanecer no cargo, mas não vão escapar do julgamento do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo. Ambos ainda correm o risco de serem considerados culpados na denúncia feita pelo Ministério Público que entende que a campanha deles foi financiada por empresas e instituições impedidas pela legislação eleitoral de fazerem doação a partidos e candidatos, em 2008, .

Não sou incrédulo nem crente. Não me iludo nem me preocupo. Assisto da arquibancada os movimentos políticos e jurídicos em torno desta questão que talvez sirva para ao menos constranger o abuso de poder econômico e a influência que as grandes corporações exercem nas eleições – mesmo que nenhuma irregularidade seja comprovada. Mas fui saber a resposta para a dúvida de muitos ouvintes-internautas.

Conversei por e-mail com o colega de blog, o advogado especializado em Direito Eleitoral, Antonio Augusto Meyer dos Santos, que toma como base a decisão do Tribunal Superior Eleitoral no caso Jackson Lago (PDT), que era governador do Maranhão até o ano passado quando perdeu o cargo por abuso de poder político durante a campanha de 2006. Na oportunidade, o TSE decidiu que Roseana Sarney (PMDB), segunda colocada na eleição, assumiria o Governo do Maranhão – o que realmente ocorreu.

“A prevelacer a decisão do TSE no caso Jackson Lago – Maranhão, a localização da infração retroage no tempo ao primeiro turno e, verificada a não-anulação de mais da metade dos votos, diploma-se a segunda colocada”, explicou Antonio Augusto. Portanto, disse o advogado usando jargão futebolístico: “Marta Suplicy (PT) poderia ir para o aquecimento”. A ex-prefeita encerrou o primeiro turno em segundo lugar com 2.088 mil votos, 50 mil a menos do que Kassab.

Mas isto ocorreria só se o prefeito for cassado.

Sugestão: entenda o processo contra Kassab no gráfico preparado pelo site do Estadão

Kassab culpa o passado, não assume erro do presente

 

Bueiro jorra água

Um dia após a enchente que parou a cidade e matou duas crianças, o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (DEM) em vez de assumir a responsabilidade pelos problemas que ocorreram prefere atacar seus antecessores – entre os quais, ressalta, não está o governador José Serra (PSDB), que faz parte da gestão iniciada há cinco anos. Usou números de 2008 para comparar com investimentos da gestão Marta Suplicy (PT) e reclamou da falta de ação no combate as enchentes nos últimos 50 anos. Sendo assim, sobrou até para o ex-governador Mário Covas (PSDB) que foi prefeito na capital paulista entre 1983 e 1985.

Kassab disse que nunca antes se fez tantos investimentos nesta área como no governo dele, usando de estragégia que ganhou popularidade na boca do presidente Lula (PT). Não admite que o corte de 20% no valor pago às empresas que fazem a varrição de rua seja um dos motivos que tenham causado tanto transtorno ao paulistano. Repetiu a “excelência” da sua administração na limpeza de bocas de lobo, galerias de águas pluviais, córregos etecetera e tal.

Ouça o que o prefeito Gilberto Kassab disse à repórter Luciana Marinho