Avalanche Tricolor: A Imortalidade contamina

 

Millionarios 3 x 1 Grêmio
Sul-Americana – Bogotá (COL)

 

Há um espírito que cerca nossa camisa, que nos capacita a superar os mais incríveis desafios e nos fez entrar para a história. Vencemos partidas inimagináveis e conquistamos campeonatos que poucos acreditavam ser possível. Muitas vezes, entramos em campo desacreditados e fomos avaliados com desprezo. Nossa garra era confundida com violência, nosso desejo de ser campeão visto com maus olhos. No entanto, fomos muito maior do que todos estes e fomos além. Foi assim nos campeonatos estaduais, nas Copas do Brasil, no Brasileiro. Em todas as competições internacionais das quais participamos. Muitos lembrarão aqui a inacreditável Batalha dos Aflitos e eu não esqueço a forma como chegamos ao título Mundial.

 

Esta força que consagrou nossa Imortalidade, às vezes, emana de nossa alma para contaminar clubes e seleções em outros rincões. Nosso autor preferido, por gremista alucinado que é, Eduardo Bueno, lembra bem da façanha tricolor travestida de Uruguai, na final da Copa de 50, entre tantas outras descritas no livro “Nada Pode Ser Maior”, que deveria ser leitura obrigatória para cada atleta que se atrevesse vestir nossa camisa. Nesta noite de quinta-feira não foi diferente. A Imortalidade estava em campo, de azul, também, lutando pelo impossível. Pena que do outro lado.

Avalanche Tricolor: frio e calculista

 

Grêmio 1 x 0 Millionários
Sul-Americana – Olímpico Monumental

30OCT12_GremioxMillonarios_100

 

A bola para entrar no gol foi ajeitada com a cabeça pelo meio campo Marco Antonio que precisou se agachar para garantir que o caminho dela seria o fundo do poço (como diria o locutor esportivo lá de casa). Fez um movimento que mais parecia cumprimentá-la respeitosamente. Na volta do intervalo, a fala do volante Fernando deixava claro o objetivo tricolor na partida da noite de terça-feira pela Copa Sul-Americana. Com o regulamento embaixo do braço (como dizem outros locutores esportivos que não têm o mesmo cuidado com a originalidade), o Grêmio cadenciou o toque de bola, não deixou de tentar o segundo gol, mas cuidou-se muito mais para não levar um do adversário, até porque, como dizem erroneamente, este valeria dois. O comentarista do Canal Fox Mário Sérgio, campeão Mundial e da Libertadores pelo Grêmio, insistiu, durante todo o segundo tempo, que o placar estava de bom tamanho e o desastre seria o Millionários marcar; e, apesar de alguns pequenos sustos, foram raras as oportunidades de isto acontecer. Aliás, deixemos registrado, que bela partida fez o zagueiro Naldo, tomando a frente em todas as jogadas – qualidade que, a propósito, foi ressaltada antes de começar o jogo pelo próprio Mário Sérgio. Com tantos cuidados em campo e ressalvas fora dele, e depois de sequência de empates no Brasileiro, convenhamos, o 1 a 0 até pareceu goleada. Para este que lhe escreve, que sempre entendeu que em casa é que matamos o jogo e ganhamos a classificação, resta avaliar que o time ontem foi “frio e calculista”. Frio e calculista de mais para o meu gosto.