Faltava um minuto para as 11 da manhã quando o candidato Moacyr Franco chegou ao estúdio da CBN. A entrevista estava marcada para as 10 e 45. E, portanto, conforme regras acordadas com todos os partidos, o candidato ao Senado pelo PSL perdia a oportunidade de conversar por 15 minutos com os ouvintes-internautas. É muito, mas muito mais do que os 35 segundos que lhe serão reservados no horário eleitoral.
Resignado, sentou-se ao meu lado no estúdio, bem mais magro do que quando lhe conheci na televisão, mãos trêmulas, ar de cansado, mas com feições aparentando ser mais jovem do que os 74 anos que a biografia oficial informa. “É um partideco”, disse fora do ar, me surpreendendo pela crítica ao Partido Social Liberal que havia se comprometido a lhe levar de carro da Granja Viana, na região metropolitana, onde mora, até a sede da CBN, no bairro de Santa Cecília, no centro da capital.
Mesmo sem a possibilidade de ir ao ar, Moacyr Franco ficou ali acompanhando o programa e contou algumas curiosidades da campanha, como o inusitado pedido ao eleitor para que não vote nele: “Não peço que vote em mim, só que me escute”. E se o convite for aceito garante que fala apenas em defesa do meio-ambiente “porque esse Planeta vai acabar”.
Agarrou meu braço com força para descrever a conversa que teve em caminhada que fez na cidade de Guarulhos com um eleitor que disse que votaria nele: “Não vota em mim, eu não sou seu candidato, sou candidato das lagartixas e das capivaras”, disse.
Puxei assunto sobre a coligação do PSL com o PSB, de Paulo Skaf: “Não nos ajudam em nada, hoje vamos até lá para ver se eles dão uma força para a gente”.
Falei dos shows e ele disse que alguns estão sendo desmarcados porque os políticos locais com medo da concorrência pressionam os organizadores.
Lembrei que ele havia sido deputado federal pelo PTB: “Foi entre 83 e 87, mas eu era muito ruim, não tinha experiência”.
Das perguntas enviadas antes da entrevista, lamento não ter conseguido fazer um aem especial, assinada pela ouvinte-internauta Fabiana Parra:
“Como sou grande fã, acompanho sua carreira e suas entrevistas há muito tempo. Por isso sei que você declarou, após a experiência de ser Deputado Federal, que não voltaria ao mundo da política, pois esse mundo não é para você. Minha pergunta é: o que aconteceu para você mudar de ideia?
