Mundo Corporativo: Vetusa Pereira, da Heineken, afirma que diversidade não é moda, é negócio

Foto: divulgação

“Diversidade e inclusão não são custo nem moda; são estratégia de negócio que traz resultado financeiro para as empresas.”

Vetusa Pereira, Heineken

O Brasil avança com estratégias efetivas de diversidade e inclusão no ambiente corporativo, enquanto assistimos a movimentos contrários ganhando espaço internacionalmente, como mostram os recuos nos Estados Unidos de Donald Trump. No entanto, para que o país se proteja dessa onda de retrocesso é preciso entender como essas iniciativas afirmativas podem ser transformadas em resultados práticos. Nesse sentido, o Mundo Corporativo entrevistou Vetusa Pereira, gerente de Diversidade, Equidade e Inclusão do Grupo Heineken.

Segundo Vetusa, é fundamental desmistificar a ideia de que diversidade é um gasto sem retorno ou apenas um modismo passageiro. “Se as pessoas realmente se debruçarem sobre os estudos, esse mito cai rapidamente”, afirmou.

Inclusão com resultado

A experiência do Grupo Heineken no Brasil ilustra bem a possibilidade de crescimento por meio de políticas claras de diversidade. Vetusa destaca que, nos últimos anos, a representatividade feminina na liderança da empresa saltou de pouco mais de 20% para 44%, com meta de alcançar 50% até 2026. Já na questão racial, a companhia atingiu quase 37% de lideranças negras, com um objetivo declarado de chegar a 40% até 2030.

Esses resultados, segundo ela, só foram possíveis graças a uma análise detalhada da realidade interna e externa da empresa, estabelecendo ações específicas como programas de aceleração de carreira, treinamentos corporativos e apoio no desenvolvimento profissional e pessoal dos colaboradores.

Vetusa enfatiza que diversidade e inclusão geram uma conexão real com os consumidores, contribuindo diretamente para os resultados financeiros das empresas. “Se queremos chegar ao coração e ao copo de todos os brasileiros, precisamos falar uma linguagem diversa e inclusiva”, destacou.

Meritocracia e equidade

Sobre o debate envolvendo meritocracia e ações afirmativas, Vetusa esclarece que ambas são compatíveis desde que aplicadas corretamente. Ela explica que as políticas internas são desenhadas para oferecer ferramentas adequadas de desenvolvimento, garantindo que todos possam competir em igualdade de condições. “Ninguém vai promover alguém só por ser mulher ou pessoa negra. Precisa haver repertório de conhecimento”, pontuou.

Outro aspecto abordado por Vetusa foi o papel da comunicação, descrita por ela como fundamental no avanço das iniciativas de diversidade. A Heineken investe em treinamentos específicos que ensinam lideranças e colaboradores a comunicarem suas demandas e necessidades sem cair em extremismos ou receio de “cancelamento”. Segundo ela, “o objetivo não é policiar, mas letrar e educar com empatia e diálogo”.

Ouça o Mundo Corporativo

O Mundo Corporativo pode ser assistido, ao vivo, às quartas-feiras, 11 horas da manhã, pelo canal da CBN no YouTube. O programa vai ao ar aos sábados, no Jornal da CBN, e aos domingos, às 10 da noite, em horário alternativo. Você pode ouvir também em podcast. Colaboram com o Mundo Corporativo: Carlos Grecco, Rafael Furugen, Débora Gonçalves e Letícia Valente.

Avós: novos tempos, novas regras

Martin Henkel

CEO da SeniorLab e Professor de Marketing 60+ na FGV

A imagem da avó dedicada integralmente aos netos, um arquétipo arraigado no imaginário popular, está sendo drasticamente reformulada. Um estudo da SeniorLab Mercado e Consumo 60+, com base em dados de 18.604 homens e mulheres 60+ de todo o Brasil cadastrados na Maturi, revela que “cuidar dos netos” ocupa apenas a 18ª posição na lista de hobbies preferidos das mulheres dessa faixa etária. Essa descoberta não apenas desafia estereótipos, mas também sinaliza uma mudança crucial no comportamento do consumidor sênior, com implicações significativas para o mercado. O mito da avó totalmente dedicada à família obscureceu por muito tempo a individualidade e os desejos das mulheres 60+. A pesquisa evidencia uma mudança de paradigma: essa persona está se transformando em um consumidor com novas demandas, aspirações, foco no seu cuidado e limites.

A longevidade crescente e a melhoria da qualidade de vida criaram um novo segmento de consumo: mulheres 60+ que buscam autonomia e realização pessoal. A aposentadoria, antes vista como um declínio, agora é percebida como uma oportunidade para investir em experiências e atividades que proporcionem bem-estar e prazer. A atividade física lidera o ranking de hobbies, seguida por viagens, culinária e atividades sociais. Esse perfil de consumo busca produtos e serviços que promovam saúde, bem-estar e experiências enriquecedoras onde a tecnologia desempenha um papel fundamental na vida das mulheres 60+, conectando-as ao mundo e abrindo novas oportunidades de consumo. A internet e as redes sociais são canais essenciais para alcançar esse público, oferecendo informações, produtos e serviços personalizados.

A mudança de prioridades das avós exige uma revisão das estratégias de marketing quando o ponto de interesse é a família. O foco não deve ser apenas nos produtos e serviços para netos, mas também nas necessidades e desejos das avós como consumidoras independentes. O mercado de produtos e serviços para o envelhecimento ativo e saudável está em franca expansão. As mulheres 60+ são um público-alvo promissor para empresas que oferecem soluções para saúde, bem-estar, lazer e educação. O novo Luxo da Consumidora 60+ é oautocuidado e o bem-estar. As empresas que oferecem produtos e serviços que promovam a autoestima, a saúde mental e a beleza têm um grande potencial de crescimento nesse mercado.

As marcas que desejam se conectar com o público 60+ precisam quebrar estereótipos e adotar uma nova narrativa, que valorize a autonomia, a individualidade e a diversidade das mulheres nessa faixa etária. A maturidade feminina é diversa e multifacetada. As empresas precisam adotar estratégias de marketing personalizadas, que primeiramente entendam e depois atendam às necessidades e desejos específicos de cada segmento. A mídia e o marketing têm um papel fundamental na reafirmação e consolidação de novas narrativas sobre a maturidade feminina. É preciso dar voz às mulheres 60+, mostrando suas histórias, seus desafios e suas conquistas.

As empresas que desejam se destacar no mercado 60+ precisam adotar uma postura de responsabilidade social e inclusão, oferecendo produtos e serviços acessíveis e adaptados às necessidades desse público. O futuro do mercado 60+ é gigante e trilionário, com um grande potencial de inovação e oportunidades. As empresas que forem bem orientadas e aprenderem a compreender as necessidades e desejos desse público estarão à frente da concorrência. Ao adotar práticas inclusivas e valorizar a diversidade, as empresas contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa.

O conceito de “Aging in Market” emerge como um pilar fundamental neste momento de redefinição estratégica para o mercado 60+. À medida que a sociedade evolui e os estereótipos tradicionais se desfazem, torna-se imperativo ajustar bússolas, narrativas e mensagens para refletir a realidade multifacetada desse público. Não se trata apenas de reconhecer o envelhecimento populacional como um fato, mas de compreender as nuances desse processo e como ele molda o comportamento do consumidor sênior e o quanto a indústria criativa ainda se baseia em preconceitos disfarçados de percepções. Ao adotar uma abordagem centrada no Marketing 60+ as empresas podem aperfeiçoar criar produtos, serviços e campanhas de marketing que ressoem autenticamente com o público 60+, construindo relacionamentos duradouros e impulsionando o crescimento.

Sua Marca Vai Ser Um Sucesso: a lição da Osesp e o maestro das marcas

Uma orquestra sem maestro pode se tornar um caos sonoro. No mundo das marcas, o risco é o mesmo quando a comunicação não tem direção. Esse foi o tema do comentário desta semana no quadro Sua Marca Vai Ser Um Sucesso, apresentado por Jaime Troiano e Cecília Russo no Jornal da CBN.

A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP) serviu de metáfora para a construção e gestão de marcas. Segundo Jaime Troiano, assim como os músicos precisam seguir a regência para alcançar a harmonia, as empresas precisam de um maestro para integrar os diversos canais de comunicação. “Cada instrumento tem um papel, uma partitura que precisa obedecer à regência do maestro”, afirmou. Sem essa coordenação, o resultado pode ser o mesmo dos momentos iniciais de uma apresentação, quando os instrumentos ainda estão sendo afinados.

Cecília Russo destacou o equilíbrio necessário entre virtuosidade e humildade, tanto na música quanto na gestão de marcas. “A contribuição de cada instrumento está a serviço do protagonismo de uma coisa maior, da obra que está sendo executada como um todo”, explicou. No universo das marcas, isso significa que cada ponto de contato com o público – da fachada de uma loja ao post no Instagram – precisa estar alinhado a uma comunicação integrada e coesa.

A marca do Sua Marca

A lição desta edição foi clara: no branding, não basta se encantar com um único instrumento de comunicação, mas sim com a sinergia do conjunto. Marcas bem-sucedidas funcionam como uma orquestra: cada peça tem seu momento, mas é a harmonia que constrói a identidade forte e duradoura.

Ouça o Sua Marca Vai Ser Um Sucesso

O Sua Marca Vai Ser Um Sucesso vai ao ar aos sábados, logo após as 7h50 da manhã, no Jornal da CBN. A apresentação é de Jaime Troiano e Cecília Russo.

Sua Marca Vai Ser Um Sucesso: o crescimento das marcas próprias no Brasil

Photo by Dario Solano on Pexels.com

As marcas próprias das redes varejistas estão se consolidando como estratégias de negócio cada vez mais relevantes no Brasil. Criadas e comercializadas por supermercados, farmácias e lojas de diversos segmentos, essas marcas oferecem alternativas de custo-benefício e fidelizam consumidores. Esse é o tema do comentário de Jaime Troiano e Cecília Russo no quadro Sua Marca Vai Ser Um Sucesso.

“O que se busca com essas iniciativas é trazer um custo-benefício ao consumidor, oferecendo uma proposta de valor diferenciada das opções tradicionais”, explica Cecília Russo. Em alguns casos, a marca própria leva o nome da rede varejista; em outros, é criada uma identidade independente, com logotipo e visual descolados da empresa-mãe. No exterior, essa prática é ainda mais desenvolvida: “Redes na Europa chegam a faturar mais de 60% do total das vendas com produtos de suas próprias marcas”, destaca Cecília.

O mercado brasileiro, ainda em estágio de maturidade inferior ao de Estados Unidos e Europa, tem expandido a adoção dessas estratégias por três principais motivos: “Elas são uma arma de negociação contra marcas mais fortes, ampliam a lucratividade e fortalecem a fidelização dos clientes”, diz Cecília. “Se a marca própria é boa, o consumidor volta para comprá-la e acaba adquirindo outros produtos na mesma loja.”

Jaime Troiano complementa com exemplos concretos. “O Grupo Koch, maior rede de supermercados de Santa Catarina e décima maior do Brasil, tem a marca BonTraz, que abrange diversas categorias de produtos, de pão de queijo a papel toalha”, afirma. Ele também cita experiências passadas: “Trabalhamos com Taeq, do Pão de Açúcar, e criamos as marcas Go New e All 4 One para a Netshoes”. Nos Estados Unidos, o exemplo mais expressivo é o atacadista Costco, cuja marca própria faturou 56 bilhões de dólares em 2023, superando marcas globais como Nike e Coca-Cola.

A marca do Sua Marca

A expansão das marcas próprias é uma oportunidade para varejistas, mas também um desafio. “Qualidade deve ser sempre uma condição essencial. Afinal, é a própria marca do varejo que está em jogo”, alerta Cecília. Criar uma marca própria exige uma mentalidade diferente da simples comercialização de produtos de terceiros. “Aquilo que pode ser vantajoso também pode se tornar uma armadilha”, conclui.

Ouça o Sua Marca Vai Ser Um Sucesso

O Sua Marca Vai Ser Um Sucesso vai ao ar aos sábados, logo após as 7h50 da manhã, no Jornal da CBN. A apresentação é de Jaime Troiano e Cecília Russo

Mundo Corporativo: Carlos Humberto, da Diaspora.Black, discute afroturismo e inclusão

“Quando você vai a um lugar, come uma determinada comida, esse sabor jamais sai da sua memória. Esse lugar jamais sai de dentro de você.” 

Carlos Humberto, Diaspora.Black

O turismo é mais do que uma viagem de lazer. É uma ferramenta pedagógica capaz de transformar percepções, enriquecer repertórios culturais e romper barreiras sociais. Foi a partir dessa ideia que Carlos Humberto, CEO da Diaspora.Black, decidiu criar uma startup de impacto social que conecta a história e a memória da população negra ao desenvolvimento de negócios. O tema foi discutido na entrevista concedida ao programa Mundo Corporativo, apresentado por Mílton Jung.

Uma jornada que começa na infância

Carlos Humberto compartilhou que sua primeira experiência empreendedora ocorreu aos 11 anos, organizando excursões para a praia na Baixada Fluminense. “Eu fui um dos organizadores do movimento dos farofeiros, mesmo sem perceber que isso já era empreender”, afirmou. Décadas depois, a vivência se conectaria a uma nova oportunidade: transformar episódios de racismo enfrentados em viagens e na própria casa em um modelo de negócios voltado ao afroturismo.

A Diaspora.Black promove experiências que vão desde caminhadas em comunidades quilombolas até pacotes turísticos em capitais africanas e brasileiras, como Salvador. “A falta de representação da história e cultura negra no mercado de turismo é um vazio que decidimos preencher”, explicou. A iniciativa também abrange treinamentos corporativos para fomentar diversidade e inclusão. Segundo Carlos, “não basta ter uma ideia ou conhecimento de negócios, é preciso saber exatamente o que se quer trabalhar”.

Educação como ponte para a inclusão

Além do turismo, a Diaspora.Black desenvolve certificações corporativas que utilizam ferramentas tecnológicas, como gamificação, para promover aprendizado. A metodologia é composta por vídeo-aulas curtas, quizzes e certificações que ajudam a medir mudanças no comportamento dos participantes. “É possível mensurar como as pessoas mudam sua visão, atitude e comportamento a partir do aprendizado adquirido”, ressaltou.

Carlos também destacou que preconceitos muitas vezes são fruto da falta de informação. “A sociedade bugou nos anos 2000, mas as novas gerações já trazem um repertório mais diverso e exigem que as empresas atualizem seu software”, disse, ao enfatizar a necessidade de combater preconceitos por meio de conhecimento e educação.

Assista ao Mundo Corporativo

Mundo Corporativo pode ser assistido, ao vivo, às quartas-feiras, 11 horas da manhã, pelo canal da CBN no YouTube. O programa vai ao ar aos sábados, no Jornal da CBN, e aos domingos, às 10 da noite, em horário alternativo. Você pode ouvir, também, em podcast.

Colaboram com o Mundo Corporativo: Carlos Grecco, Rafael Furugen, Débora Gonçalves e Letícia Valente.

Sua Marca Vai Ser Um Sucesso: a influência das marcas italianas no Brasil

Valentino é uma das marcas de expressão na moda italiana

A relação histórica entre Brasil e Itália vai além dos laços de sangue e cultura; ela também se reflete fortemente nas marcas que moldam os hábitos de consumo dos brasileiros. Esse foi o tema central do Sua Marca Vai Ser Um Sucesso, apresentado por Jaime Troiano e Cecília Russo, no Jornal da CBN.

No comentário, Jaime e Cecília destacaram como as marcas italianas deixaram sua marca no Brasil, tanto no comércio quanto na identidade cultural. “A Itália tem um papel enorme nas marcas, nos nossos padrões de consumo e na nossa identidade de consumo”, afirmou Cecília. Jaime completou: “Algumas dessas marcas são tão próximas a nós que parece que já são brasileiras porque vivem aqui entre nós há muito tempo.”

O programa abordou segmentos como alimentação, automóveis, moda e bebidas, onde marcas italianas têm presença expressiva. Na alimentação, o destaque foi para a Barilla, empresa que não apenas exporta para o Brasil, mas também possui produção local. No setor automotivo, ícones como Ferrari e Fiat ilustram extremos de público e vocação, enquanto clubes de futebol como Palmeiras e Juventus reforçam a herança italiana nos campos brasileiros.

Na moda, nomes como Prada, Valentino e Armani surgem como símbolos de um design único e de atenção aos detalhes. “Essas marcas ensinam muito sobre cuidado com os ingredientes, a matéria-prima e o design”, pontuou Cecília. Jaime ainda lembrou de marcas clássicas como Ferrero Rocher, produtora da famosa Nutella e dos Kinder Ovos, e Pirelli, sinônimo de pneus no imaginário popular. “Você passa perto da Ferrero e sente o cheiro de avelã no ar”, comentou.

A Marca do Sua Marca

O comentário deixou como marca principal a lição que as marcas italianas transmitiram ao mercado brasileiro: a importância do cuidado com os detalhes, a seleção criteriosa de matérias-primas e a força de um design bem elaborado. Essa combinação é um dos legados culturais e comerciais da Itália no Brasil.

Ouça o Sua Marca Vai Ser Um Sucesso

O Sua Marca Vai Ser Um Sucesso vai ao ar aos sábados, logo após às 7h50 da manhã, no Jornal da CBN. A apresentação é de Jaime Troiano e Cecília Russo.

Mundo Corporativo: José Renato Gonçalves e o desafio de liderar localmente uma empresa global

José Renato da NEC no estúdio do Mundo Corporativo Foto: Priscila Gubiotti

“A comunicação e a relação com as pessoas são o que realmente importam no final do dia.”

José Renato Gonçalves, NEC

No mundo corporativo globalizado, encontrar o equilíbrio entre autonomia local e diretrizes globais é um desafio que exige habilidade e estratégia. Essa realidade é vivida diariamente por José Renato Gonçalves, presidente da NEC no Brasil, que lidera uma empresa com mais de 125 anos de história e presença em diferentes continentes. Ele conversou sobre o tema no programa Mundo Corporativo.

“A globalização está muito ligada à competitividade”, afirmou José Renato. Ele explicou que operar globalmente permite maior escala e alcance, mas a integração de processos e decisões entre os países requer um “jogo de cintura”. Essa necessidade de adaptação é parte do cotidiano da NEC, que busca alinhar eficiência global com a capacidade de atender às demandas locais.

Tecnologia, inteligência artificial e cidades inteligentes

Sob a liderança de José Renato, a NEC tem avançado em dois grandes blocos de atuação: infraestrutura de tecnologia e soluções para cidades inteligentes. No Brasil, a empresa é responsável por projetos como redes 5G e sistemas automatizados de manutenção. “Hoje, usamos inteligência artificial para automatizar processos e prever falhas, o que traz eficiência para as redes e garante estabilidade.”

Nas cidades inteligentes, as soluções desenvolvidas incluem monitoramento de segurança pública, iluminação pública eficiente e sistemas integrados para gestão urbana. Ele destacou um exemplo relevante: “Nosso software orquestrador conecta diferentes sistemas municipais, como defesa civil, segurança pública e serviços de saúde, permitindo respostas rápidas e integradas.”

Vacinas em 100 dias: a meta da NEC com inteligência artificial

Além das inovações em infraestrutura e cidades inteligentes, a NEC tem apostado na inteligência artificial para transformar a área da saúde. Um dos projetos mais ambiciosos da empresa é o desenvolvimento de vacinas em parceria com grandes laboratórios japoneses. “Nosso objetivo é criar novas vacinas em apenas 100 dias, reduzindo drasticamente o tempo de resposta a uma nova pandemia”, revelou José Renato. Ele explicou que a tecnologia permite não apenas acelerar os processos, mas também personalizar tratamentos com base em características individuais. “Estamos avançando para um futuro em que será possível criar medicamentos sob medida, como remédios que atendam a dosagens específicas para cada paciente.”

Gestão humanizada em um ambiente global

Além da tecnologia, José Renato reforçou a importância de uma liderança focada em pessoas. Para ele, o relacionamento com equipes, clientes e parceiros é essencial. “Romper barreiras hierárquicas, escutar as pessoas e entender suas necessidades é o que permite uma gestão mais eficiente.”

Ele também abordou o impacto de operar em uma estrutura globalizada, onde decisões locais são submetidas a diretrizes internacionais. “Precisamos mostrar a importância de adaptar o que é necessário para atender nossos objetivos locais, mesmo em uma estrutura centralizada.”

Ouça o Mundo Corporativo

O Mundo Corporativo pode ser assistido, ao vivo, às quartas-feiras, 11 horas da manhã, pelo canal da CBN no YouTube. O programa vai ao ar aos sábados, no Jornal da CBN, e aos domingos, às 10 da noite, em horário alternativo. Você pode ouvir, também, em podcast.

Colaboram com o Mundo Corporativo: Carlos Grecco, Rafael Furugen, Débora Gonçalves e Letícia Valente.

Sua Marca Vai Ser Um Sucesso: a reinvenção que resgata marcas históricas

Imagem: divulgação Lego

Muitas marcas desaparecem do mercado por falta de adaptação, enquanto outras conseguem o raro feito de se reinventarem e manterem relevância. Em “Sua Marca Vai Ser Um Sucesso”, Jaime Troiano e Cecília Russo abordaram exemplos de marcas que superaram o risco do esquecimento e reconquistaram um espaço significativo no imaginário dos consumidores, identificando as estratégias desenvolvidas para que alcançassem esse feito.

Cecília Russo destacou como várias marcas falharam ao não oferecer mais “uma proposta de valor relevante”. Ela lembrou de exemplos como Blockbuster, Varig e Gurgel, empresas icônicas que sucumbiram por falta de atualização. Em contraste, trouxe casos de sucesso, como o da marca de cosméticos Granado, que, desde 1870, soube se renovar sem perder sua essência, tornando-se “uma marca desejada” e presente em shoppings do país.

Jaime Troiano reforçou o exemplo da LEGO, que “sempre preservou o essencial na busca do novo”, expandindo seu portfólio e conquistando um público ainda mais amplo por meio de associações com personagens de cinema e jogos digitais. Outro caso discutido foi o Catupiry, que ampliou sua linha de produtos ao longo dos anos sem abandonar sua identidade original, mantendo-se reconhecível e fiel à sua tradição.

Três pilares para a reinvenção da marca

Jaime e Cecília apontam três elementos fundamentais para que uma marca se mantenha viva e relevante:

  • Compreensão das forças da marca: Definir com clareza a essência da marca e usá-la estrategicamente.
  • Conexão com o público: Entender profundamente o que os consumidores buscam e criar uma conexão genuína.
  • Inovação autêntica: Pensar fora da caixa, evitando copiar modelos de concorrentes, para criar diferenciação e relevância no mercado.

Esses três ingredientes são as bases comuns das marcas que conseguem se reinventar e prosperar ao longo do tempo.

A marca do Sua Marca

No centro da discussão está a importância de preservar a essência ao inovar. “Preservar o essencial na busca do novo”, como destacou Cecília Russo, é o diferencial das marcas que se revitalizam com êxito, equilibrando inovação e tradição para se manterem fortes mesmo em um mercado em constante mudança.

Ouça o Sua Marca Vai Ser Um Sucesso


O Sua Marca Vai Ser Um Sucesso vai ao ar aos sábados, logo após às 7h50 da manhã, no Jornal da CBN. A apresentação é de Jaime Troiano e Cecília Russo

Mundo Corporativo: com tecnologia de identidade racial, a Diversidade.io gera oportunidades a afroempreendedores, diz Marcelo Arruda

Marcelo Arruda nos bastidores do Mundo Corporativo. Foto: Letícia Valente

“A gente tem que falar a verdade, que vai ser mais difícil e isso faz parte da resiliência para quebrar padrões, para quebrar muros, mas é possível. E eu tenho certeza que o talento no final vai achar o seu espaço.”

Marcelo Arruda

Imagine um cenário onde 15 milhões de empresas de afroempreendedores representam uma massa de 60 milhões de brasileiros com uma demanda reprimida. Este é o mercado que a Diversidade.io, plataforma criada por Marcelo Arruda, busca explorar e conectar com grandes empresas interessadas em investir na diversidade e inclusão. 

Em entrevista ao Mundo Corporativo, Marcelo falou dos desafios que enfrentou em sua carreira como executivo e de como essas experiências o levaram a encontrar soluções que tornasse o mercado de trabalho mais acessível a diversos públicos.

“Para as pessoas que são de qualquer recorte da diversidade e que hoje às vezes podem se limitar, achando que por pertencer a um recorte, eles não vão ter oportunidades, eles vão sim”, afirmou Marcelo.

Diversidade como oportunidade de negócio

O executivo destacou que as empresas estão percebendo a diversidade não como um ato de caridade ou filantropia, mas como uma oportunidade de negócio. “Investindo em quem tem potencial, as empresas podem crescer suas vendas e suas margens,” explicou ele. Essa perspectiva reforça a importância de criar um ambiente de negócios inclusivo e diversificado, onde todos têm a oportunidade de prosperar.

Para isso, a Diversidade.io utiliza tecnologia avançada para conectar afroempreendedores a grandes empresas, facilitando o processo de inclusão e promovendo a equidade. A plataforma oferece uma solução escalonável que pode ser aplicada tanto em nível nacional quanto internacional, identificando fornecedores pela atividade que exercem e pelo local onde estão.

Tecnologia e reconhecimento racial

Um dos desafios mencionados por Marcelo é garantir que os processos de inclusão sejam justos e efetivos. Para enfrentar essa questão, a Diversidade.io desenvolveu uma ferramenta de machine learning para reconhecimento, que ajuda a validar a identidade racial dos empreendedores. “Nossa ferramenta trabalha com uma base de 70 mil fotos e oferece uma segurança na informação que passamos para quem nos contrata,” explicou Marcelo.

Essa inovação foi apresentada em Nova York e recebeu elogios por sua capacidade de garantir a diversidade real entre os fornecedores. “Estamos preparando um ambiente seguro para que o empreendedor da diversidade possa florescer,” acrescentou ele.

Ouça o Mundo Corporativo

O Mundo Corporativo pode ser assistido, ao vivo, às quartas-feiras, 11 horas da manhã pelo canal da CBN no YouTube. O programa vai ao ar aos sábados, no Jornal da CBN e aos domingos, às 10 da noite, em horário alternativo. Você pode ouvir, também, em podcast. Colaboram com o Mundo Corporativo: Carlos Grecco, Rafael Furugen, Débora Gonçalves e Letícia Valente.

Mundo Corporativo: Leandro Jasiocha, da Electrolux, propõe uma transformação centrada no consumidor

Jasiocha é entrevistado pelo Mundo Corporativo. Foto: Letícia Valente

“Colocar o consumidor no centro é baixar os muros que existem dentro de uma empresa e passar a olhar as soluções sem a visão de departamento.”

Leandro Jasiocha, Electrolux

A transformação no relacionamento entre empresas e consumidores é um processo contínuo e sem fim, segundo Leandro Jasiocha, CEO da Electrolux para a América Latina. Em entrevista ao Mundo Corporativo, ele destaca que a chave para esse processo é colocar o consumidor no centro de todas as decisões da organização. 

Leandro falou sobre a necessidade de uma mudança de mentalidade dentro das empresas para atender às novas demandas dos consumidores: “é um processo de transformação bastante grande que tem que começar obviamente do topo da organização e é um processo que toma tempo e não tem fim”. O discurso em favor da mudança constantes e da inovação chama ainda mais atenção por ter com mensageira uma fabricante de eletrodoméstico que está prestes a completar 100 anos no Brasil. Fundada na Suécia, chegou ao país em 2026 e, atualmente, tem quatro fábricas, duas delas em Curitiba, onde a marca mantém um centro de tecnologia e inovação.

A liderança Inclusiva e a sustentabilidade

Durante a entrevista, Leandro enfatizou a importância de uma liderança que considera todos os colaboradores. “Nós estamos num processo de transformação de liderança muito grande, fazendo com que os nossos líderes sejam cada vez mais inclusivos e tenham um olhar para todos da empresa,” disse ele. 

Outro ponto crucial abordado foi a sustentabilidade. Leandro mencionou que, na América Latina, a sustentabilidade é um tema relevante e os consumidores já estão dispostos a pagar um pouco mais por soluções sustentáveis. “O consumidor está cada vez mais consciente para o tema da sustentabilidade e isso se reflete na disposição de pagar mais por produtos que tenham esse compromisso,” explicou.

A jornada do consumidor

A jornada do consumidor foi outro tópico destacado por Leandro Jasiocha. Ele descreveu essa jornada como não linear e complexa, o que requer flexibilidade por parte das empresas para atender às diversas formas de interação dos consumidores.

A Electrolux, de acordo com seu principal executivo na América Latina, tem investido em diversas frentes para melhorar a experiência do consumidor, incluindo o uso de inteligência artificial. Um exemplo prático é o uso dessa tecnologia em refrigeradores, que aprendem a rotina de uso do consumidor e ajustam o funcionamento para otimizar a eficiência energética e prolongar a vida dos alimentos.

Ouça o Mundo Corporativo

O Mundo Corporativo pode ser assistido, ao vivo, às quartas-feiras, 11 horas da manhã pelo canal da CBN no YouTube. O programa vai ao ar aos sábados, no Jornal da CBN e aos domingos, às 10 da noite, em horário alternativo. Você pode ouvir, também, em podcast. Colaboram com o Mundo Corporativo: Carlos Grecco, Rafael Furugen, Débora Gonçalves e Letícia Valente.