Mundo Corporativo: Mara Leme Martins, do BNI, ensina empresários a construir relacionamentos antes de fechar negócios

Photo by fauxels on Pexels.com

“Eu costumo dizer que o networking é uma maratona não é uma corrida de 100 metros” 

Mara Leme Martins, BNI Brasil

Há muito tempo que a construção de relacionamentos profissionais e de negócios vão além da troca de cartões de visita. Não que essa prática tenha sido deixada de lado, haja vista o surgimento de novos modelos de cartões que surgiram no mercado permitindo que  troca de contatos possa ser feita por meios eletrônicos, com o uso de QR code, por exemplo. O fato é que ainda existem pessoas que resumem sua estratégia de networking a esse hábito que provavelmente foi criado pelos chineses no século XV — eles desenvolveram cartões telefônicos e entregavam às pessoas que tinham a intenção de visitar.

Diante da complexidade dos relacionamentos e da diversidade de contatos que se tem à disposição, ficou evidente que a prática de networking precisa ser planejada e repensada, a começar por se afastar a ideia de que o negócio é só fechar negócio — com o perdão do jogo de palavras. No Mundo Corporativo, da CBN, Mara Leme Martins, vice-presidente do BNI Brasil — Business Networking International mostra a executivos que a missão que têm é muito maior:

“Acho que um grande erro é focar só na parte do business, na parte de negócios; ou seja, fez um negócio: “próximo, por favor, próximo, porque  eu preciso vender mais, enfim, eu tenho metas”. Isso é pobre para o ser humano, isso não satisfaz”.

O BNI se dedica a criar oportunidade para que empresários façam networking, compartilhem contatos e referências de negócios, a partir de encontros presenciais e implantação de metodologia própria. Além disso, oferece cursos e treinamentos com o objetivo de ajudar a desenvolver habilidades relacionais e confiança. Essa, aliás, é palavra-chave, segundo Mara:

“Sobre relacionamento, eu poderia falar várias coisas, mas eu vou pontuar na confiança. Os relacionamentos se formam de maneira ocasional, os relacionamentos de trabalho, etc, mas ele se firmam na questão da confiança”.

Para que a confiança surja, a recomendação é que não se entre diretamente no modo de vendas, pulando etapas importantes como a da criação de visibilidade e credibilidade. É preciso considerar ainda o que Mara chama de “efeito borboleta”: a possibilidade de um contato —- sem interesse comercial — levar a outros que podem se transformar no fim das contas em um grande negócio. Ter consciência de que a velocidade com que as coisas acontecem atualmente não pode ser justificativa para a criação de relações fugazes também é importante:

“Nós somos agricultores, não somos caçadores. A confiança, traçando um paralelo, se faz através de uma agricultura … o agricultor vai cultivando, vai cuidando da terra. Tem o tempo de espera”.

De acordo com vice-presidente do BNI Brasil, jamais devemos perder a perspectiva de que, a despeito de os empresário representarem empresas, a negociação é entre pessoas: 

“Os princípios do ser humano — lealdade, afetividade, solidariedade — é isso que, daqui a algum tempo, vai sobrar”

Para entender as estratégias que podem ser usadas para a construção de relacionamentos confiáveis, assista à entrevista completa de Mara Leme Martins, no programa Mundo Corporativo, da CBN.

O Mundo Corporativo tem as participações de Renato Barcellos, Bruno Teixeira, Priscilla Gubiotti e Rafael Furugen.

Mundo Corporativo: relacionamento profissional é determinante para quem busca emprego, diz Guilherme Fernandes

 

 

“Vá atrás de promover o seu conhecimento, adquirir maiores conhecimentos através de networking, as pessoas são imprescindíveis para isso, não existe inteligência artificial que substitua” —- Guilherme Fernandes, Alexander Hughes

Setenta por cento das contratações de altos executivos são resultado da rede de relacionamento profissional que deve ser construída ao longo da carreira e não apenas no momento em que se busca a transição para outro cargo. A informação é de Guilherme Fernandes, sócio e CEO da Alexander Hughes, especializada em recrutamento de executivos, que foi entrevistado pelo jornalista Mílton Jung, no programa Mundo Corporativo da CBN.

“Essas vagas tem de ser prospectadas pelos executivos, e isso é através de networking, conversas, apresentações, simpósios, feiras, e todo o tipo de evento onde a pessoa possa se mostrar, perder a vergonha, partir para o ataque e mostrar quem ele é e onde ele pode ajudar as empresas”

Fernandes conta a experiência de um profissional que usava o saguão do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, para se relacionar com outras pessoas e investia em uma estratégia muito mais simples e barata do que se poderia imaginar: puxava conversa com todos aqueles que sentavam ao lado dele, sempre atento as oportunidades que aquele novo contato poderia gerar.

 

Com esse exemplo, o CEO da Alexander Hughes ressalta que os profissionais que estão em transição de carreira têm de ter planejamento, proatividade e dedicar muitas horas do seu dia na busca de um novo posto, cumprindo horário e tarefas como fazia na época em que ocupava um cargo de liderança na empresa.

 

Uma palavra de ânimo aos executivos que perderam o emprego após os 50 anos: é preciso entender que o momento é diferente assim como a realidade salarial, mas que as empresas têm interesse na sua experiência.

 

O Mundo Corporativo pode ser assistido ao vivo, às quartas-feiras, 11 horas, no Twitter (@CBNoficial) e na página da CBN no Facebook. O programa é reproduzido aos sábados, às 8h10 da manhã, aos domingos, 10 da noite, em horário alternativo, ou a qualquer momento em podcast e no canal da CBN no You Tube. Colaboram com o programa Guilherme Dogo, Ricardo Gouveia, Bianca Vendramini e Débora Gonçalves.

CBN Professional – podcast: “a gente é as relações que a gente constrói”, diz Ana Moisés, do Linkedin

 

b63589d0-b71e-4040-b315-e59fa50b2d42.png.640x360_q75_box-0,38,1280,759_crop_detail

 

O algoritmo pauta negócios e relações. Programado, acelera decisões e torna boa parte das tarefas mais fáceis. Tem sido usado em diversas áreas e com funções que variam conforme a criatividade e conhecimento de cada setor. Dele, partimos para a inteligência artificial já aplicada em alguns mercados e prometendo revolucionar o que quer que você pense, pois, dizem, essa tecnologia poderá pensar ainda melhor.

 

É um avalanche de inovação que causa medo e provoca dilemas éticos, como escreveu Yuval Harari, nos livros Sapiens e Homo Deus, que estão em destaque na vitrine das livrarias da cidade. Mesmo sem desconsiderar essas verdades, Ana Moisés, executiva do Linkedin, recomenda, porém, que se continue investindo nos relacionamentos pessoais:

 

“Uma coisa que a nova geração deveria saber é que relacionamento é tudo nessa vida; as relações pessoais que você constrói na sua vida são a única coisa que realmente têm um valor que ultrapassa o tempo, e isso a gente deveria trazer para o profissional, também”

 

Ana tem 45 anos, um filho, é diretora de vendas para a América Latina, no setor de Marketing Solution do Linkedin, plataforma de networking que se transformou em fonte de conhecimento. Tive a oportunidade de conhecê-la na entrevista que fizemos por cerca de uma hora para o segundo episódio da série de podcast CBN Professional, parceria da CBN com a HSM Educação Executiva, com produção (e entrevistas) do Thiago Barbosa. Com o tema “Construindo carreiras contra a maré da automação”, ela falou do Linkedin, de sua carreira, das preocupações e dos desafios que tem pela frente:

 

pod2png_610x340

 

Ouça a entrevista completa no podcast da Rádio CBN.

 

 

A tecnologia, que pode fulminar o emprego e o negócio de qualquer um de nós, dependendo de onde e como estivermos colocados neste momento, não chega a causar sustos na executiva do Linkedin – até porque, vamos lembrar, essa é base do trabalho realizado pela empresa que conecta profissionais e negócios. Curiosamente, Ana tem medo é de perder o emprego:

 

“Toda às vezes que tenho minha discussão de carreira, eu digo que a única preocupação que eu tenho é que eu gostaria de garantir que eu pudesse ter emprego até pelo menos os 70 anos. A única coisa que tenho medo é ficar sem trabalhar, sem emprego, porque eu acho que deve ser muito frustrante você ser uma pessoa produtiva, ter muita coisa para oferecer e não ter oportunidade de trabalho”.

 

O medo não a paralisa. A faz buscar mais conhecimento, pois entende que este será o diferencial do profissional do futuro. Diz que todas as escolhas profissionais que faz têm como objetivo continuar aprendendo para que “aos 70 anos, eu ainda seja uma pessoa interessante, disputada e desejada por uma empresa”.

 

Por isso, recomenda: amplie seu repertório e isso deve ser feito, também, a partir dos relacionamentos que você construir na sua carreira, aprendendo com todas as pessoas, independentemente do cargo que ocupam e da situação que vivem:

“Em um mundo que é tudo etéreo, tudo desaparece muito rápido, as pessoas precisam cultivar relações de longo prazo e mais profundas … a gente é as relações que a gente constrói ao longo da vida”.