Conte Sua História de São Paulo: estive lá no dia em que o metrô foi inaugurado

Clênio Caldas

Ouvinte da CBN

Photo by sergio souza on Pexels.com

Na manhã de sábado, 14 de setembro de 1974, tudo apontava para um acontecimento aguardado há tempos pela população de São Paulo: o início da operação comercial do Metropolitano de São Paulo!

Desde 1968, quando as obras de construção do novo sistema de transporte coletivo começaram, ali no bairro do Jabaquara, confluência das avenidas Fagundes Filho e Jabaquara, numerosas ruas, avenidas, praças, sofreram severa intervenção de máquinas, caminhões e operários que rasgaram o solo e aprofundaram escavações para implantar o corredor Norte-Sul do metrô da cidade.

O povo paulistano suportou com paciência os transtornos de interdições, alteração de itinerários de linhas de ônibus e alternativas diversas para o trânsito caótico da capital paulistana. 

O serviço de bondes, tradicional e histórico na cidade, fora definitivamente encerrado em abril daquele ano. Era preciso dar lugar à moderna tecnologia. Paulatinamente, a obra foi seguindo o curso da linha pioneira que ligaria o bairro do Jabaquara, na zona sul, à outra extremidade, no bairro de Santana, zona norte. A extensão para além de Santana, para o bairro do Tucuruvi, ocorreu somente anos mais tarde.

Dois anos antes, em 6 de setembro de 1972, como parte das celebrações do Sesquicentenário da Independência do Brasil, fora inaugurado o pátio de manobras do metrô no Jabaquara, com as presenças do governador Laudo Natel e do prefeito José Carlos de Figueiredo Ferraz. Ali estávamos prestigiando o grande evento e cumprimentando as autoridades. 

Nos fizemos presentes, também, na viagem inaugural da operação comercial, mantendo até hoje o bilhete, picotado por fiscais. Embarcamos na composição que rumou da estação Jabaquara para a estação Vila Mariana, percorrendo apenas as estações Conceição, São Judas, Saúde, Praça da Árvore, Santa Cruz, até alcançar a estação terminal provisória, Vila Mariana. Daí em diante, outros trechos foram sendo liberados gradativamente à medida que as obras eram concluídas.  

Mais de cinquenta anos decorridos daquela radiosa manhã! O sistema metroviário foi ampliado gigantescamente: além da Linha 1-Azul, vieram as Linhas 2-Verde, 3-Vermelha, 4-Amarela e 5-Lilás; foram acrescentadas a Linha 15-Prata do monotrilho e a integração com as linhas da CPTM, formando um extenso complexo metroferroviário na Grande São Paulo

Dentro de algum tempo, a linha 6-Laranja passará a integrar essa rede. 

Nestas cinco décadas minha admiração pelo Metrô de São Paulo não esmoreceu, pelo contrário, se converteu em orgulho genuíno por esse transporte, a ponto de traçar comparações com outros sistemas visitados nas cidades de Chicago, Boston, Nova Iorque, Washington, Toronto e Santiago do Chile. 

A todas nosso metrô se destaca e se sobrepõe! Declarei isto em visita monitorada ao CCO, a convite da Direção do Metrô, anos passados, dirigindo palavras a funcionários reunidos no anfiteatro local. 

Este é o meu testemunho de brasileiro, residente há 70 anos nesta megalópole, e ainda na expectativa de participar de outras inaugurações do melhor e mais elogiável sistema de transporte sobre trilhos, o Metrô da Cidade de São Paulo!!!

Ouça o Conte Sua História de São Paulo

Clênio Falcão Lins Caldas é personagem do Conte Sua História de São Paulo. A sonorização é do Cláudio Antonio. Conte você também mais um capítulo da nossa cidade: escreva seu texto e envie para contesuahistoria@cbn.com.br. Para ouvir outras histórias, visite meu blog miltonjung.com.br e o podcast do Conte Sua História de São Paulo.

Avalanche Tricolor: Kannemann voltou!

Grêmio 1×1 Inter
Brasileiro – Arena do Grêmio, Porto Alegre (RS)

Foto: Lucas Uebel/GrêmioFPBA

Seis meses após ser submetido a uma nova cirurgia no quadril, Kannemann voltou. E voltou em grande estilo: no Gre-Nal deste Sábado de Aleluia, substituiu Wagner Leonardo aos 29 minutos do primeiro tempo. Foi ovacionado pelo torcedor e aplaudido a cada bola interceptada na defesa.

De verdade, Kannemann já estava em campo antes mesmo de ele entrar. O zagueiro, que é símbolo maior de raça e determinação, lembrança dos maiores títulos que conquistamos nos últimos anos, esteve presente no espírito do time que entrou na Arena para o seu quarto clássico regional do ano.

Desde os primeiros minutos, era possível perceber uma postura diferente por parte dos jogadores escalados pelo interino James Freitas. De novidade, apenas Marlon na lateral esquerda e mais duas mudanças na escalação dos últimos jogos: Dodi e Monsalve entraram como  titulares. Todos os demais vinham jogando nas partidas anteriores, mas o comportamento em campo era completamente outro.

Jamais saberei explicar que fenômeno é esse que a demissão de um treinador provoca nos brios dos atletas. O fato é que o time apático das rodadas anteriores se transformou: impôs marcação forte na saída do adversário, soube jogar de maneira mais compacta e ofereceu menos espaço para o toque de bola. Não havia dividida perdida nem jogada desperdiçada. Quando partia para o ataque, colocava a bola no chão e explorava especialmente o talento de Cristian Oliveira. Houve até troca de passes no meio-campo como alternativa aos lançamentos longos.

Era como se o espírito de Kannemann tivesse sido incorporado pelos onze titulares antes mesmo de ele entrar em campo. Por isso, não surpreendeu a ninguém (a não ser alguns repórteres de campo) o fato de, ainda ao lado do gramado, enquanto esperava a autorização para substituição, Villasanti já haver passado a braçadeira de capitão ao nosso maior zagueiro. O time sabe o que ele representa e o poder de sua liderança.

Em campo, Kannemann voltou a brilhar com a nossa camisa e encheu de esperança o torcedor que, justificadamente, estava acabrunhado com o que vinha assistindo nestes primeiros meses da temporada. Infelizmente, o retorno não foi ainda mais marcante porque, mais uma vez, fomos claramente prejudicados pelo árbitro da partida (alguém sabe me dizer se, nas mudanças das regras, existe alguma proibição de marcar pênalti a favor do Grêmio?). Mas até nesse momento, foi Kannemann quem nos representou, reclamando da injustiça cometida.

Sim, caro e cada vez mais raro leitor desta Avalanche, Kannemann está de volta. Que o Grêmio e a sua história voltem aos gramados também neste ano de 2025.

Avalanche Tricolor: com esforço, vitória e liderança

Grêmio 2×0 Atlético Grau

Sul-Americana – Arena do Grêmio, Porto Alegre (RS)

Foto: Lucas Uebel/ GrêmioFBPA

Copa é para ganhar. O Grêmio e os gremistas sabem bem disso. Já conquistamos muitas copas superando todo tipo de obstáculo, às vezes, até nossas próprias limitações. Portanto, antes que alguém queira discutir aspectos técnicos, posicionamento tático, esquemas de jogo ou desempenhos individuais, o que realmente importa nesta Copa Sul-Americana, hoje, é que o Grêmio venceu as duas partidas disputadas até aqui.

Na partida desta noite, diante de poucos torcedores na Arena e muitos desconfiados em frente à televisão, o time entrou em campo decidido a mostrar que esforço não faltará. Mesmo os jogadores mais contestados lutaram muito para acertar e corrigir erros anteriores. Por isso, atrevo-me a dizer que boa parte das vaias direcionadas a Cristian Pavón foi injusta, decorrente mais do conjunto de sua temporada do que propriamente da atuação nesta partida. Foi dele a assistência para o gol de cabeça marcado por Arezo, o primeiro e providencial gol, em um momento em que a impaciência da torcida já era evidente.

A defesa, que recentemente tem sofrido muitos gols, desta vez evitou problemas maiores aos trancos e barrancos. Ficou claro que a dupla formada por Rodrigo Ely e Wagner Leonardo é, atualmente, nossa melhor opção para o miolo da zaga – ainda que sem criar grandes ilusões. Villasanti, que vinha irregular nos últimos jogos, finalmente assumiu o controle do meio de campo. Cristaldo, por sua vez, mostrou claramente que o time necessita, sim, de um articulador criativo. Foram dele os dribles em meio à marcação acirrada do adversário, iniciando a jogada que resultou no primeiro gol.

No ataque, Arezo é uma peça importante como substituto de Braithwaite, mas o destaque principal vai mesmo para Cristian Olivera, provavelmente a melhor contratação feita pelo Grêmio nesta temporada. O segundo gol, que confirmou a vitória sobre os peruanos, nasceu justamente do talento e precisão de Olivera no drible e na finalização. Ele já havia sido decisivo em outros momentos complicados do ano e voltou a marcar quando o time mais precisava.

Ninguém saiu da Arena empolgado com a atuação apresentada, é verdade. Mas o Grêmio conquistou a vitória e a liderança de seu grupo – e, no fim das contas, isso é o mais importante neste momento. Até que Gustavo Quinteros consiga encontrar o equilíbrio e a formação ideal, vencer partidas como a de hoje é fundamental para o nosso objetivo maior: ganhar a Copa.

Conte Sua História de São Paulo: comecei como office boy e passava pelas lojas da cidade

Por Marcos Antonio Afoloti

Ouvinte da CBN

No Conte Sua História de São Paulo, o ouvinte da CBN Marcos Antonio Afoloti, entre outras lembranças, destaca as lojas inovadoras da cidade: 

Nasci em 5 de setembro de 1952, no bairro Vila Munhoz, Vila Maria. Em 1959, comecei o curso primário nas Escolas Agrupadas de Vista Alegre, pertinho de casa. Ia a pé pelas ruas sem asfalto, mas com muito segura. Após quatro anos, para ingressar no ginasial, precisei fazer o exame de admissão, semelhante ao vestibular. Estudei na Escola Estadual José Maria Reys, referência em ensino público.

Em 1963, acompanhava minha mãe para um tratamento no Hospital Padre Bento, em Guarulhos, viajando no trem da Cantareira, que partia da estação Pauliceia, passando por Jaçanã e Vila Galvão. Entre 1964 e 1965, nas férias de julho, íamos a São Carlos no trem da Companhia Paulista de Estrada de Ferro, saindo da Estação da Luz. As paisagens rurais, com os laranjais de Limeira, são lembranças inesquecíveis.

De 1966 a 1968, nossa diversão era assistir, em casa, com os vizinhos à novela Redenção, da TV Excelsior, em um moderno aparelho Telefunken.

Em 1968, comecei a trabalhar como office boy, com registro em carteira profissional de menor, no edifício Rio Branco, na Barão de Itapetininga. Andava por todos os cantos entregando correspondências. Passava em frente a loja Pitter, a Mesbla e a Clipper, que inventou o Dia dos Namorados.

Já adulto, fui convocado a trabalhar como mesário e cheguei a presidente de mesa nas eleições da década de 70, quando os votos ainda eram em cédulas de papel. No fim do pleito, era minha responsabilidade entregar as urnas no Acre Clube, no Tucuruvi, encerrando mais um marco da cidadania paulistana.

Ouça o Conte Sua História de São Paulo

Marcos Antonio Afoloti é personagem do Conte Sua História de São Paulo. A sonorização é do Cláudio Antonio. Escreva seu texto agora e envie para contesuahistoria@cbn.com.br. Para ouvir outros capítulos da nossa cidade, visite meu blog miltonjung.com.br ou o podcast do Conte Sua História de São Paulo.

(os textos originais, enviados pelos ouvintes, são adaptados para leitura no rádio sem que se perca a essência da história)

Avalanche Tricolor: choque de realidade na hora certa

Juventude 2×0 Grêmio

Gaúcho – Alfredo Jaconi, Caxias do Sul RS

Arezo em tentativa de ataque é destaque em foto de Lucas Uebel/GrêmioFBPA

Jogar às dez da noite pelo Campeonato Gaúcho é proibitivo. Protesto feito, vamos ao que interessa: a desinteressante performance gremista contra o primeiro time da Série A que enfrentou na temporada.

Chegamos à partida na Serra Gaúcha após uma sequência de vitórias, goleadas e novidades na forma do time se movimentar em campo. Havia entusiasmo nas arquibancadas, especialmente pelas mudanças de comportamento de alguns jogadores sob novo comando.

Na última edição desta Avalanche, alertei o caro e cada vez mais raro leitor, citando minha mãe, Dona Ruth: “Devagar com o andor que o santo é de barro”. A temporada estava apenas no início, e os adversários eram, em sua maioria, de divisões inferiores – constatação feita sem desrespeito, apenas baseada na posição deles no ranking nacional. A superioridade gremista era evidente e justificável.

Diante disso, o confronto desta quarta-feira trouxe um choque de realidade. Mesmo sem o time titular, o Grêmio enfrentou uma equipe mais bem organizada, que marcou a saída de bola, jogou com velocidade e mostrou talento. O resultado? O time tricolor foi inferior e incapaz de resistir à pressão, apesar de ter desperdiçado algumas boas oportunidades no primeiro tempo. Sofreu seus dois primeiros gols na competição, fruto de falhas na marcação que passaram despercebidas nos jogos anteriores muito mais pela fragilidade dos adversários do que por méritos defensivos do Grêmio.

Essa foi uma dura realidade para o Grêmio – e não deve ser ignorada. A boa notícia é que veio na hora certa. Quinteros, diante do que assistiu, poderá ajustar a equipe para o Gre-Nal, que, afinal, é o que realmente importa.

Avalanche Tricolor: Grêmio joga leve, vence bem e até o cusco dá show

Grêmio 3×0 Monsoon
Gaúcho – Estádio do Vale, Novo Hamburgo (RS)

Foto de Lucas Uebel/GrêmioFBPA

Antes de mais nada, meu protesto: jogo do Campeonato Gaúcho às dez da noite de uma quarta-feira deveria ser proibido — especialmente se esse jogo é sempre do seu time.

Ainda bem que o Grêmio tornou menos árdua a tarefa de assistir à partida até depois da meia-noite. E o fez jogando um futebol leve, com boa movimentação no ataque, troca de passes eficiente e uma defesa segura. Até chegou a assustar o torcedor nos primeiros segundos, com a falha de marcação do estreante Cuéllar, mas o gol não saiu porque o atacante adversário estava impedido.

A partir daquele instante, o Grêmio colocou a bola no chão e, mesmo com um time bastante modificado em relação à partida anterior, esboçou o estilo de jogo que Gustavo Quinteros busca nesse começo de trabalho. Sem cair na ilusão típica de início de temporada, arrisco dizer que nosso técnico está moldando um time mais bonito e produtivo do que no ano passado, mesmo com um elenco aparentemente mais enxuto.

É cedo para uma análise definitiva — especialmente vinda de mim, mais torcedor do que entendedor. Sabemos que o time precisa de reforços, principalmente na defesa. Também falta enfrentar adversários mais qualificados para um teste real. Mas o fato é que, até aqui, o Grêmio tem entregado bons resultados com bom futebol.

Arezo marcou seus dois primeiros gols com a camisa tricolor; Monsalve mostrou qualidade no toque de bola no meio de campo; Edmilson jogou intensamente; Aravena se movimentou bem, apesar de desperdiçar algumas chances; André Henrique deu sinais de que pode ser um jogador importante para o grupo e ainda deixou o dele. E teve também Gabriel Mec, estreando no time principal aos 16 anos.

Tudo isso faz valer a pena dormir apenas quatro horas antes de encarar a quinta-feira de trabalho.

Ah, e não podemos esquecer: três jogos sem sofrer gols e, de quebra, a diversão de ver um cusco driblando jogadores e gandulas ao invadir o campo no primeiro tempo.

Sua Marca Vai Ser Um Sucesso: São Paulo, uma marca de contrastes e pluralidade

São Paulo não é apenas uma cidade; é uma marca que representa diversidade, cultura e resiliência. Essa foi a reflexão central do comentário de Jaime Troiano e Cecília Russo no quadro Sua Marca Vai Ser Um Sucesso, que foi ao ar no Jornal da CBN. Aproveitando os 471 anos da capital paulista, os comentaristas analisaram como cidades podem ser percebidas como marcas, destacando a singularidade de São Paulo.

Cecília Russo lembrou que a construção de uma marca vai além de cores e símbolos. “São Paulo tem uma identidade que comunica coisas para as pessoas”, afirmou, destacando a pluralidade como uma das principais características da cidade. Para ela, São Paulo é um mosaico de contrastes: “Casas baixas e prédios altos, riqueza e pobreza, avenidas largas e vielas que nos levam de volta no tempo.”

Jaime Troiano ressaltou o papel da cultura como um traço marcante da identidade paulistana. “Quem nunca se encantou com a Virada Cultural ou se surpreendeu com a variedade de eventos, shows e exposições que acontecem aqui?”, questionou. Ele também destacou o lema presente no brasão da cidade, Non ducor, duco (não sou conduzido, conduzo), como símbolo da liderança e iniciativa características de São Paulo. “Aqui, as coisas fervilham, acontecem.”

A marca do Sua Marca

O comentário destacou que uma cidade, assim como uma marca, é construída coletivamente. “A gestão dessa identidade cabe à prefeitura, mas também a todos nós, cidadãos e cidadãs de São Paulo”, concluiu Cecília. O legado cultural, a diversidade e a capacidade de acolher pessoas de diferentes origens são as marcas que fazem São Paulo ser o que é: um lugar único que pulsa com vida e significado.

Ouça o Sua Marca Vai Ser Um Sucesso

O quadro vai ao ar aos sábados, logo após às 7h50 da manhã, no Jornal da CBN. A apresentação é de Jaime Troiano e Cecília Russo. A sonorização é do Paschoal Júnior.

O agitado calendário do rádio ganha uma data oficial

O rádio brasileiro tem agora uma data oficial a celebrar. Com a nova lei assinada pelo presidente Lula, o 25 de setembro passa a ser o Dia Nacional do Rádio. A decisão ratifica uma escolha feita pela ABERT — que reúne emissoras de rádio e TV — em 1966, ao simbolicamente adotar a data. O motivo? Foi em 25 de setembro de 1884 que nasceu Edgar Roquette-Pinto, pioneiro da radiodifusão no Brasil e fundador da primeira emissora brasileira, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Roquette-Pinto transformou o rádio em um meio poderoso de educação e cultura.

Mas não pense que essa é a única data no calendário do rádio. Além do 25 de setembro, temos o 13 de fevereiro, Dia Mundial do Rádio, criado pela UNESCO para lembrar a primeira transmissão da Rádio das Nações Unidas, em 1946. E, ao olhar a folhinha pendurada na geladeira, você ainda vai deparar com o Dia do Radialista. Sim, duas vezes! A data oficial é 7 de novembro, em homenagem ao aniversário de Ary Barroso. Mas há também o 21 de setembro, vinculado à regulamentação profissional da categoria no governo Vargas.

E, para complicar um pouco mais esse calendário já agitado, que tal incluir mais uma data? Proponho o 21 de janeiro, aniversário do padre Roberto Landell de Moura. Esse padre brasileiro e gaúcho foi o responsável pela primeira transmissão de voz por ondas de rádio no mundo, em 1899 — antes mesmo do italiano Guglielmo Marconi. Apesar de injustiçado e pouco reconhecido, Landell merece nosso aplauso, talvez com um “Dia Nacional da Invenção do Rádio.”

Brincadeiras à parte, para quem apresenta um programa radiofônico, como eu, todos os dias são uma celebração ao rádio. Cada transmissão é uma oportunidade de fazer o melhor trabalho possível para homenagear quem realmente importa: o ouvinte.

Afinal, mais do que datas, o que define o rádio é o seu impacto diário nas nossas vidas, unindo informação, cultura e emoção com a mesma sintonia.

Sua Marca Vai Ser Um Sucesso: um jeito de olhar para o Natal

Decoração natalina na av. Paulista (Foto: Luis F. Gallo)

“Será que a troca de presentes, o amigo secreto, ocultam as relações de amor, de integração humana, de carinho que são o sentimento mais poderoso nessa época do ano?”

Jaime Troiano

O Natal é mais do que uma oportunidade de consumo; ele é um momento de encontro, afeto e tradição. Essa foi a mensagem central do comentário de Jaime Troiano e Cecília Russo no quadro Sua Marca Vai Ser Um Sucesso, no Jornal da CBN. A dupla destacou que, apesar da força comercial da data, as marcas têm a responsabilidade de ir além da lógica mercadológica para resgatar os valores humanos e sociais desse período tão simbólico.

Troiano refletiu sobre o tom promocional das campanhas natalinas e o impacto emocional que elas podem gerar: “O que eu, como consumidor, gostaria de ver e ouvir neste Natal é um tom de voz muito menos promocional, muito menos agressivo e muito mais humano.” Ele apontou que a troca de presentes e as relações afetivas podem coexistir, mas o foco deveria estar nos laços que fortalecem a sociedade.

Cecília Russo complementou a discussão ao destacar um movimento crescente entre famílias, que buscam reduzir o consumo em nome de causas mais significativas: “Ano que vem, as pessoas vão se lembrar muito mais do conteúdo humano que as mensagens de Natal das marcas trouxeram do que apenas dos presentes.” Ela também ressaltou o poder dos jingles natalinos como símbolos de uma comunicação autêntica e emocional.

A marca do Sua Marca

A principal marca do comentário foi o convite para que empresas sejam mais humanas e empáticas em suas mensagens de Natal. A autenticidade, como ressaltado por Cecília, é o elemento que fará as marcas permanecerem na memória dos consumidores, enquanto os produtos serão apenas souvenirs de um momento mais significativo.

Ouça o Sua Marca Vai Ser Um Sucesso

O Sua Marca Vai Ser Um Sucesso vai ao ar aos sábados, logo após às 7h50 da manhã, no Jornal da CBN. A apresentação é de Jaime Troiano e Cecília Russo.

Mundo Corporativo: Helen Moraes, da HB Brasil, transforma o mercado imobiliário com impacto social e representatividade

Reprodução de gravação do Mundo Corporativo com Helen Moraes

“Eu quero deixar um legado para que mulheres pretas e homens pretos possam saber que é possível chegar lá.”

Helen Moraes, HB Brasil

De quase despejada com sua família a CEO de uma das principais incorporadoras sociais do país, Helen Moraes transformou as dificuldades da vida em força para mudar realidades. À frente da HB Brasil Incorporadora e Construtora e da Habita Reurb, ela alia negócios e impacto social com projetos de moradias dignas e acessíveis, uma proposta que desafia as regras tradicionais do mercado imobiliário e inspira novas formas de empreender. A história dela é tema da entrevista ao programa Mundo Corporativo, da CBN.

O lucro no atacado e a dignidade na construção

Helen Moraes conduz seus negócios com uma visão clara: lucrar no atacado para viabilizar moradias que garantam dignidade. “Eu pergunto qual é a minha margem de lucro. É tanto? Então você vai tirar um pouco dessa margem e entregar o que eu quero. Eu não vivo o lucro em um só empreendimento, vivo o lucro no atacado”, explica Helen, justificando sua escolha por semi-mobiliar os imóveis destinados a populações de baixa renda.

A inspiração para esse modelo veio de viagens internacionais, onde viu incorporadoras que entregavam imóveis já equipados. Ao trazer essa prática para o Brasil, Helen busca oferecer mais do que moradia: “Eu quero entregar um lar digno.”

Além do Brasil: os desafios da internacionalização

Os projetos de Helen Moraes ultrapassaram fronteiras. Ela está em negociação para levar o modelo de habitação digna ao Senegal e a outros países. Segundo Helen, a internacionalização não é apenas uma expansão de negócios, mas uma troca de aprendizados: “As tecnologias e práticas sustentáveis que vi em Dubai e Boston nos ensinam a fazer melhor aqui no Brasil. Obras limpas, responsabilidade ambiental e eficiência são inspirações que adotamos.”

Educação e representatividade como pilares

O compromisso de Helen vai além da construção civil. Ela vê a própria trajetória como um exemplo de representatividade: “Quero que pessoas pretas saibam que podem chegar lá.” Essa visão é moldada por sua história de vida. Filha de uma mãe que priorizou a educação sobre os luxos materiais, Helen valoriza o impacto transformador da escolaridade e da ação afirmativa.

Ela também enfrenta desafios constantes relacionados ao preconceito racial. “O racismo estrutural é real e se manifesta até nas altas esferas. Já ouvi que eu não teria capacidade financeira para executar grandes projetos. Quero mudar isso, ser uma referência e abrir caminhos para que outros também cheguem lá.”

Ouça o Mundo Corporativo

O Mundo Corporativo pode ser assistido, ao vivo, às quartas-feiras, 11 horas da manhã, pelo canal da CBN no YouTube. O programa vai ao ar aos sábados, no Jornal da CBN, e aos domingos, às 10 da noite, em horário alternativo. Você pode ouvir, também, em podcast.

Colaboram com o Mundo Corporativo: Carlos Grecco, Rafael Furugen, Débora Gonçalves e Letícia Valente.