Mundo Corporativo: empresas estão preocupadas com a saúde mental de seus colaboradores, diz Gustavo Tavares

 

“Isso mostra também o caminho que as empresas estão levando agora no século XXI. Não é só o desempenho a qualquer custo, não é só o resultado e depois a gente vê o que acontece. É, também, garantir que essa jornada seja uma jornada caminhada com todo mundo da melhor maneira possível, o tempo todo” — Gustavo Tavares, Top Employers Institute

Com os riscos impostos pela pandemia, com as crises humanitária, sanitária e econômica, a pressão sobre os colaboradores das empresas aumenta. Muitos de nós estamos trabalhando em cenários diferentes, tivemos de migrar para o home office e nos adaptar muito rapidamente a novos modelos de trabalho e negócio. O impacto na saúde metal dos colaboradores foi intenso e as empresas precisam estar atentas a essas mudanças.

 

De acordo com Gustavo Tavares, gerente-geral do Top Employers Institute para as Américas, já é possível identificar situações de estresse, esgotamento mental, ansiedade e até mesmo consumo mais frequente de bebida e cigarro. Em alguns momentos até mesmo de aumento da violência doméstica. Diante disso, empresas têm adotado uma série de ações preocupadas com a saúde mental de seus colaboradores. Segundo Gustavo, 62% das empresas brasileiras certificadas pelo instituto disponibilizavam aos seus profissionais algum tipo de suporte psicoterapêutico com níveis crônicos de estresse, no início deste ano:

“O que mudou agora é que os modelos que tinham sido adotados (de home office) não eram para essa situação de hoje. As empresas tinham estruturas preparadas mas não para todo mundo ao mesmo tempo nem os cinco dias da semana. Sobre esgotamento mental tratavam muito mais da pressão do trabalho diferente desta que se soma a pressão social e familiar”

Em entrevista ao jornalista Mílton Jung, no programa Mundo Corporativo, da rádio CBN, Gustavo chamou atenção para o fato de que a produtividade no home office chega a ser 44% maior do que no escritório. Em casa, o profissional perde a interação com os outros colegas, reduz o tempo de almoço e esquece de fazer pausas durante o trabalho. Um conjunto de fatores que vai impactar na saúde do colaborador, com disparos de ansiedade e estresse.

 

Algumas empresas têm produzido manuais de conduta e alertas eletrônicos para lembrar o colaborador a parar a tarefa, beber água, caminhar um pouco e respeitar a hora do almoço. Além disso, têm investido na interação com seus profissionais:

“Não tenha medo de comunicar, garanta que todas as informações que precisam ser passadas para os seus colaboradores estejam sendo passadas. E é importante a gente garantir isso para que todo mundo esteja na mesma página, e todo mundo esteja absolutamente confortável na relação com a empresa neste momento tão específicos que estamos vivendo na nossa vida”

O Mundo Corporativo vai ao ar aos sábados, no Jornal da CBN, e domingos, às 10 da noite, em horário alternativo. O programa tem a colaboração de Juliana Prado, Guilherme Dogo, Rafael Furugen, Débora Gonçalves e Alan Martins.

Cinco dicas para as suas vendas não ficarem escondidas atrás da máscara

 

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Foto: Pixabay

 

Sorriso, o primeiro passo para um atendimento de excelência, não mais será possível. Com os novos protocolos para o comércio físico, o uso da máscara impede a tradicional ferramenta de abertura do processo de venda, que é um natural sorriso ao recepcionar um cliente potencial.

 

Essa, dentre outras mudanças, são desafios apresentados às equipes de vendas, justamente no momento em que as características do atendimento presencial precisam se distinguir do virtual para poder encantar o cliente.

 

Com essa percepção, a SKS CX Customer & Checker Software analisou e desenvolveu algumas recomendações para adaptar o atendimento às circunstancias da Covid-19 -a partir da expertise de Avaliação de Satisfação que possui, iniciada em 1988, pela sua CEO, Stella Kochen.

 

Chamando-as de “dicas”, Stella elaborou cinco premissas, cuja primeira é a questão do sorriso pelo olhar.

“A equipe de vendas tem que aprender a sorrir com os olhos. Parece impossível ou maluquice? Longe disso. Com as máscaras – essenciais para a proteção – é necessário encontrar outras formas de expressar nossa cordialidade, solidariedade e vontade de atender com excelência o consumidor. Olhar nos olhos do cliente é a chave desse processo. E digo que esse é um comportamento que deveria se consolidar mesmo após a Covid-19”

A segunda dica da Stella é começar o atendimento com uma frase não comercial. Muito menos falando do vírus.

“O momento da compra é, muitas vezes, o momento da descontração; de dar um presente (a nós e aos outros), de ter um pequeno luxo. Com a pandemia esse momento fica truncado e comprometido. É aí que o atendente entra: trazendo um pouco de leveza e delicadeza que esse momento pede”.

A agilidade como sinônimo de segurança é a terceira premissa. Mas é preciso tomar cuidado para não ser ríspido.

“É necessário identificar a necessidade do consumidor e ‘ler’ qual é o grau de urgência que ele tem … Estoque organizado e memorizado pode ser fundamental”.

A quarta dica é a venda adicional em outros canais e, convenhamos, já é hora de assimilar que o omnichannel é uma realidade. Não há ameaça e sim conexão convergente.

“Aproveite e informe que há outros canais disponíveis para aquisição de outros itens. Muitos clientes não vão querer ficar muito tempo dentro da loja”.

A quinta dica é administrar a espera do cliente. A loja pode estar com fila de espera

“Mantenha sempre um profissional informando qual é o ‘status’ do tempo de espera; providencie água e café (com o rigor sanitário); agradeça a paciência. Esse é o momento de fidelizar esse cliente com profunda empatia”.

Essas premissas certamente contribuirão para a eficácia do atendimento. É importante ressaltar que os custos de forma geral estarão aumentando acentuadamente, gerados pelas condições protocolares de prevenção.

 

Há e haverá necessidade de metas fortes de produtividade de todos os agentes econômicos. As equipes de vendas terão que se envolver com índices de Conversão, de Peças por Atendimento, e de Tíquete Médio, como nunca.

 

É melhor aprender a sorrir com os olhos.

 

Carlos Magno Gibrail é consultor, autor do livro “Arquitetura do Varejo”, mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Mílton Jung.

Antes de ir à farmácia comprar dexametasona para tratar Covid-19, ouça isso (e não vá)

 

 

Se estiver com pressa, não leia o texto; só clique no primeiro arquivo de áudio
 

 

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Foto: Pixabay


 

 

O ministro da Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, comemorou. O primeiro-ministro Boris Johnson, vibrou. E para a felicidade geral da nação, os cientistas da Universidade de Oxford estudaram os benefícios da primeira droga que, comprovadamente, reduz a mortalidade pela Covid-19 em pacientes graves. Doentes em situação grave, já internados e submetidos ao uso de ventiladores, ressalte-se, receberam o corticoide dexametasona: um em cada oito deles se salvou.
 

 

Corticoide é cortisona. E a gente já ouviu falar dele faz tempo. Minha avó com reumatismo, usava. A sua tia, também — possivelmente. É um potente anti-inflamatório e imunossupressor, resultado de um hormônio produzido pelo corpo humano nas glândulas suprarrenais que foi sintetizado em 1950. Ajuda no reumatismo e em mais um monte de outras doenças —- pelas notícias que chegam da Inglaterra ajuda até no combate à Covid-19.
 

 

Ah, é bom lembrar, que o uso da cortisona, ou do corticoide, ou do dexametasona — ou seja lá o nome que você quiser dar a essa droga —- pode causar atrofia da pele, diabete, osteoporose, glaucoma, hipertensão, ganho de peso, etc, etc, etc …
 

 

Ou seja, se usado na hora errada, na dose errada, no paciente errado ou prescrito por gente errada é claro que vai dar muito errado. Tão errado que o paciente vai morrer. E essa é a informação mais importante que você tem de colocar na cabeça neste momento em que estamos todos em busca de um milagre que nos permita voltar a viver com alguma liberdade e segurança.
 

 

A notícia que veio do Reino Unido não chega a ser novidade em hospitais brasileiros. O dexametasona, barato e acessível, já é diagnosticado por médicos no tratamento da Covid-19 nos casos mais graves —- e nunca esqueça disso, só nos casos mais graves. Porque se você acha que usando de forma preventiva vai se livrar do vírus, esqueça. Se acha que nos primeiros sintomas é só pegar a caixinha do remédio no armário da vó, não caia nesta tentação.
 

 

Hoje, no Jornal da CBN, o doutor Paulo Lotufo que assim como eu, você e toda a torcida brasileira, está a espera de que apareça uma solução efetiva para esta doença, fez um alerta importantíssimo seja para os riscos que o cidadão corre ao ouvir a palavra de políticos, populistas e desesperados, seja para aquele que ouve uma notícia é já sai correndo para a farmácia.
 

 

Antes de fazer isso, ouça (ou leia) o que ele nos disse. E não vá à farmácia:
 

 

“Eu sou obrigado a fazer uma advertência antes. A forma como foi feito pelo ministro da Saúde e pelo primeiro-ministro da Inglaterra tem um componente extremamente político interno. Foi uma das coisas mais lamentáveis que aconteceu na pandemia, que o país que é a pátria da saúde pública, que o Reino Unido —- só para ter uma ideia, a vacina surgiu no Reino Unido, a penicilina surgiu no Reino Unido, a ideia de saneamento básico é do Reino Unido, a contagem de mortes é no Reino Unido —- , lá eles bobearam, cometeram muitos erros e tiveram muitos casos e mortes em excesso. E agora eles estão pegando algumas notícias e dando a elas um destaque que para nós médicos não representa uma grande novidade.
 

 

O uso da dexametasona ou qualquer corticoide em casos graves é uma coisa que a gente já tem familiaridade há muito tempo, há décadas. O que ficou bom neste caso, nesta notícia, foi … e eu estou falando notícia … foi que está comprovado aparentemente para a Covid funciona e tem uma boa ação. Agora, eu falei notícia. Eles não liberaram ainda o artigo científico para que a gente faça uma análise mais detalhada.
 

 

Então, esse é um problema que nós temos hoje. Nós tivemos no início coisas terríveis como o presidente Trump lançando um remédio como se ele fosse um médico ou um cientista. E agora nós temos também o outro lado: algumas pessoas que pegam um dado científico e estão usando para melhorar a sua imagem perante o seu público.
 

 

Para a população, para o ouvintes, eu posso dizer o seguinte: para as pessoas que estão internadas e estado grave, esse medicamento auxilia e eu sei que em parte, parte dos médicos já estava utilizando ele fora das recomendações por causa do nosso conhecimento anterior. Agora, em termos práticos de quem está em casa, de quem está com um caso simples de Covid, em isolamento, não há porque usar o corticoide. O corticoide é um ótimo remédio na mão do médico. Saindo da mão do médico ele é muito ruim. Eu lembro os antigos devem lembrar do termo cortisona, que incha, que leva a diabetes, que leva a hipertensão. É disso que nós estamos falando. Estamos falando da cortisona. Ela é excelente no tratamento de algumas doenças mas utilizado sem controle, é muito ruim”.

Diante da seriedade do tema, também fomos escutar nosso especialista de plantão: o Dr Luis Fernando Correia, em Saúde em Foco — Especial Coronavírus. Ele disse que o dexametasona “só deve ser utilizado dentro do hospital”.
 

 

Ouça o comentário dele antes de ir à farmácia. E fique em casa:
 

 

Vai passar e pessoas sempre serão essenciais

 

Por Christian Müller Jung

 

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Foto: Pixabay

 


Texto escrito originalmente para o site Coletiva.net

 

Quando a notícia sobre a pandemia da COVID-19 chegou ao Brasil, escrevi artigo sobre os impactos no mercado de eventos — foquei o olhar na área em que mais atuo: o cerimonial público. Refleti sobre a mudança do comportamento nas solenidades e o emprego do protocolo respiratório.

 

Não tinha a mínima ideia, naquele momento, assim como a maioria da população, o quanto essa pandemia impactaria não apenas o meu setor, mas toda a nossa vida —- e, provavelmente, toda a dinâmica da sociedade no futuro.

 

A Covid-19 é um mistério para os médicos e cientistas. Sua influência no comportamento humano é uma dúvida para todos nós. Ao mesmo tempo em que priorizamos a saúde e a sobrevivência diante dos riscos que o vírus nos impõe, um vazio se apresenta no horizonte.

 

A empresária Luiza Trajano, do Magazine Luiza, que liderou a transformação digital da empresa nos últimos anos, iniciativa que permitiu que a sua rede de varejo sobrevivesse à crise e fortalecesse parceiros de negócios, micro e pequena empresários, é uma das primeiras a alertar: “ninguém sabe o que realmente vai acontecer no pós-Covid-19. Quem disser quer sabe, escreva um livro porque se acertar, vai ganhar muito dinheiro”.

 

No setor em que atuo, assistimos ao cancelamento de todos os eventos presenciais, esvaziando a agenda de trabalho da maior parte dos profissionais — a minha, inclusive —-, e atingindo nossa principal fonte de renda. Em poucos dias, o caos estava estabelecido.

 

A necessidade de se reinventar transformou-se em questão de sobrevivência tanto quanto uma barreira para muitos de nós que atuamos há anos nesse segmento. Uns não sabiam fazer além do que já faziam; outros não desenvolveram as habilidade exigidas nesse novo cenário; e todos —- ou quase todos —-, mesmo aqueles que acreditavam estarem prontos para as mudanças, não encontrávamos oportunidade de trabalho.

Agenda sem evento é como cabeça vazia: oficina do diabo. Na mesma velocidade em que o vírus contaminava as pessoas, uma avalanche de informações predizendo o futuro se espalhava entre profissionais do setor de cerimonial. Muitos apontando para o fim das atividades presenciais —- mensagem que potencializava a sensação de medo que a pandemia por si só já provocava em cada um de nós pelos riscos à saúde.

A previsão de que a função exercida por vários dos profissionais que conheço estava em extinção colocava em xeque tudo que se aprendeu até hoje —- a percepção é de que a experiência acumulada ao longo da jornada teria perdido seu valor.

 

Uma onda de novas formas digitais para realização de eventos nos atingiu. Além de exigir investimento pesado em infra-estrutura tecnológica —- computador de ponta, placa de vídeo poderosa, câmera e microfone de qualidade, espaço em casa adequado e sinal de internet eficiente e estável —, o profissional acostumado às solenidades analógicas, trocou o calor proporcionado pela presença do público por uma sala fria e distante; e o olhar antes voltado às pessoas na plateia e no palco, fixou-se em uma câmera à sua frente.

 

Como uma cura para uma doença, ainda que fosse um propósito para um novo mercado de trabalho, a quantidade de informações reescrevendo o futuro, muitas delas repetitivas e sem consistência e outras tantas apenas para preencher o conteúdo vazio de uma live, criaram um cenário apocalíptico. E quanto mais informações e previsões, mais excluídos parecíamos deste novo mundo dos eventos.

 

Com que autoridade deram um ponto final à nossa história —- e profissão?

Quem é capaz de acreditar na ideia de que pessoas não mais precisarão de outras pessoas? Que eventos presenciais deixarão de existir? Que estamos dispostos a abrir mão da troca de experiência, conhecimento e networking proporcionados por seminários? Que ninguém mais deseja celebrar com seus pares uma formatura ou a conclusão de um período da vida? Você realmente acredita que a política só se fará no palanque eletrônico?

Sinceramente, a despeito da mudança de comportamento que teremos, especialmente em relação a proteção à saúde, não me ocorre que deixaremos de ter uma vida presencial e os eventos, na forma como tínhamos até o início deste ano, nunca mais se realizarão. Creio que, a partir do momento em que os países se estabilizarem e tivermos acesso a uma vacina ou alguma outra forma efetiva de controle da doença, o mercado voltará à ativa.

 

Pode demorar, precisaremos ser resistentes e ter fôlego para suportar essa passagem. Da mesma maneira que precisaremos nos adaptar como já fizemos tantas outras vezes na história da humanidade. Atente-se para o tanto que você aprendeu em tão pouco tempo isolado dentro de casa. E o quanto se descobriu produtivo em atividades às quais talvez jamais se imaginou capaz de realizar.

 

Podemos, sim, realizar eventos conectados com o mundo! Nossa experiência e o conteúdo desenvolvido até aqui serão necessários para este novo momento —- seja ele qual for. A bagagem acumulada nessa viagem não será um peso no caminho que teremos de percorrer. Nela está a riqueza do repertório que nos trouxe até aqui.

Os tropeços diante do microfone, o sistema de som falhando, o vídeo que não roda, os textos modificados em cima da hora, o roteiro sendo adaptado às circunstâncias e a plateia nem sempre disposta a ouvir o conteúdo preparado pela organização. Tudo isso foram desafios que você já venceu. E motivos para encorajá-lo a seguir em frente sem medo de ser engolido por essa garganta gigante que se chama evolução.

Sinceramente meus amigos que tão bem representam o nosso setor de eventos, por mais que o mundo virtual seja uma ferramenta produtiva de multiplicação da informação, nunca substituirá por completo o real. Em diversas outras atividades já vimos que esses dois mundos se complementam.

 

Nesses meses de pressão psicológica com bombardeio de mensagens negativas, não nos deixemos contaminar por prognósticos que — convenhamos —- se baseiam em suposições, sem nenhuma garantia do que nos aguarda ali na esquina ou no próximo evento. A incerteza que nos cerca não dá a ninguém a autoridade para decretar o fim de uma atividade.

 

Vamos aproveitar este momento para aprender um pouco mais, desenvolver habilidades que se não nos ajudarem profissionalmente nos elevem como seres humanos. Lembre-se: se tem uma coisa que jamais vai mudar no mundo dos eventos é que ele continuará sendo feito por pessoas.

 

Christian Jung é publicitário, locutor e mestre de cerimônias

Sua marca: a etnografia digital ajuda a entender o comportamento do consumidor, durante a pandemia

 

“Se você quer mesmo que sua marca seja um sucesso, não deixe de acompanhar seus clientes e consumidores, mesmo nesta nova fase com as restrições da pandemia” — Jaime Troiano

O distanciamento entre marcas e clientes provocado pela pandemia da Covid-19 não deve ser uma barreira na avaliação do comportamento do consumidor. Mesmo que à primeira vista o efeito seja muito ruim, é preciso aprender com a necessidade imposta pela crise sanitária. Explorar as informações que circulam nas redes sociais e investir em tecnologia são dois dos caminhos possíveis de serem explorados neste momento, segundo Cecília Russo e Jaime Troiano. Em conversa com Mílton Jung, no quadro Sua Marca Vai Ser Um Sucesso, eles falaram sobre o uso da etnografia digital.

“Através do MOBE — uma ferramenta que leva este nome porque une o MOBILE e o ETHNOGRAPHY —, a gente dialoga com o consumidor durante alguns dias, troca informações e pede para que ele grave vídeos falando de suas mais diversas situações, o que nos ajuda na análise de comportamento.” — Cecília Russo

A plataforma que permite ao gestor avaliar seu cliente já vinha sendo usada antes da pandemia, e ganhou maior relevância diante das restrições atuais. Segundo Jaime Troiano, o MOBE tem um amparo conceitual e metodológico que o sustenta e, portanto, mesmo após a pandemia seguirá sendo usado:

“Bem, nós já tínhamos começado a fazer isso antes. A pandemia apenas acelerou. É um conceito novo de observação que vai continuar sendo muito útil. Agora, não vamos dispensar a convivência e as observações de caráter pessoal: ambientes de compra, fuçando na casa do consumidor, ouvindo conversas alheias nos lugares públicos”.

O Sua Marca Vai Ser Um Sucesso vai ao ar aos sábados, às 7h55, no Jornal da CBN.

Mundo Corporativo: Luiza Trajano fala da transformação digital e do varejo pós-Covid

 

 

“A gente nunca acreditou que a loja física ia morrer, o que a gente acredita é que ela muda de papel” — Luiza Trajano, Mundo Corporativo

Agilidade na busca de solução, assistência aos colaboradores, compartilhamento de conhecimento com os parceiros de negócio e solidariedade a micros, pequenos e médios empreendedores. Esse é um resumo das ações adotadas pelo Grupo Magazine Luiza diante das dificuldades impostas pela pandemia, a necessidade de manter fechadas 1.100 lojas em todo o Brasil, colocar toda equipe administrativa em home office e perceber que a transformação digital seria a única saída para o varejo.

 

 

Para definir a intensidade da mudança provocada pela Covid-19 nos negócios e na vida das pessoas, a empresária Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho Administrativo do Magazine Luiza, disse que é como se o grupo tivesse vivido 50 semanas em cinco dias. Em entrevista ao jornalista Mílton Jung, no programa Mundo Corporativo, da CBN, Trajano falou de como encarou este desafio:

“O que eu estou tentando fazer é aprender cada dia e viver cada momento. Porque ninguém sabe … E tentar diminuir o desemprego, tentar fazer as empresas sobreviverem; porque saúde é o que importa, mas o emprego dá dignidade para as pessoas e diminui o desnível social”

Como o comércio eletrônico, através da plataforma Magalu, já estava consolidado, o fechamento das lojas físicas pela quarentena imposta nas cidades brasileiras foi mais facilmente absorvido pelo grupo de varejo. Luiza Trajano disse que a preocupação foi tornar a plataforma também acessível a outros varejistas que não tinham operações digitais —- especialmente autônomos, pequenos e médios empresários. Segundo ela, uma série de medidas foi adotada permitindo a entrada de 160 mil pessoas que puderam vender seus produtos e cerca de 30 mil que se tornaram vendedores dos produtos da Magalu. Além disso, todos tiveram oportunidade de receber treinamento e se preparar para se adaptar para as mudanças.

” … mas o que eu estou falando para os pequenos e para os grandes, é que o digital é uma plataforma; procura a associação da sua cidade, procura o marketplace, ele não vai atrapalhar a loja física, mas era difícil porque as pessoas têm medo, as pessoas não acreditam, as pessoas estão muito bem no físico, e acham que isso não é verdade, mas a pandemia fez isso, né, em 10 dias todo mundo teve de entrar no digital”

Sobre o futuro dos shoppings e das lojas físicas, Luiza Trajano mantém a ideia que defende desde o início de sua carreira como varejista: acredita de que as lojas continuarão tendo seu espaço e necessidade, apenas com funções diferentes. Hoje, por exemplo, as lojas da Magazine Luiza também são centro de distribuição que tornam mais ágil a venda eletrônica.

“Se você não tiver o físico, você não forma a cultura”

No Mundo Corporativo, Luiza Trajano comentou das campanhas que o grupo desenvolve em defesa da mulher, uma missão assumida por ela não apenas na empresa que lidera, mas à frente do “Mulheres pelo Brasil”, que já atua em todo o país.

 

 
A entrevista completa você assiste no canal da CBN no You Tube e pode ouvir em podcast. O programa vai ao ar aos sábados no Jornal da CBN, e domingo às 10 da noite, em horário alternativo. Colaboram com o programa Juliana Prado, Guilherme Dogo, Rafael Furugen, Alan Martins e Débora Gonçalves.

Sua Marca: é preciso entender as dificuldades e medos dos clientes

 

“De tudo fica um pouco, fica um pouco do teu queixo no queixo de sua filha…” Carlos Drummond de Andrade

 

Como na mensagem de Drummond, extraída do poema Resíduos, empresas e marcas deixam lembranças em seus consumidores, que são o resultado da forma como se relacionam, se comunicam e prestam serviço. Em Sua Marca Vai Ser Um Sucesso, Jaime Troiano e Cecília Russo falaram dos efeitos dessas ações, especialmente em momentos de dificuldades como as impostas pela pandemia.

“Das tantas memórias e resíduos, talvez a gente tenha exemplos ruins, mas quem fez a lição de casa, de forma legítima, verdadeira e autêntica deixou um saldo bem positivo”, disse Cecília Russo

Do pequeno mercado que passou a entregar produtos na casa do consumidor ao serviço de aplicativo que cria programas para premiar o seu usuário, cada um de sua maneira e dentro de suas possibilidades está fortalecendo sua marca — e essas ações não serão esquecidas pelos clientes. Vão se destacar, nesta pandemia, as marcas que entenderam as dificuldades e os medos que as pessoas têm vivenciado

“O resíduo que vai ficar para muitas marcas é um crescimento da fidelidade do consumidor. Como um sinal de retribuição a quem nos tem ajudado a atravessar esses momentos de tristeza”, comentou Jaime Troiano

Para Jaime e Cecília, as boas marcas são aquelas que, testadas, em situações difíceis, como estas, ficam ainda mais fortes e respeitadas.

 

O Sua Marca Vai Ser Um Sucesso é apresentado por Mílton Jung e vai ao ar aos sábados, às 7h55 da manhã, no Jornal da CBN.

Mundo Corporativo: é hora de refletir nosso conceito de sucesso, diz Dario Neto do Capitalismo Consciente

 

“A gente está vivendo um momento da história onde é importante ser mais, fazer melhor e ter menos” — Dario Neto

A Covid-19 é a pior crise já vivida neste século e levou empresas a acelerarem transformações que estavam em curso, não apenas da digitalização dos canais de venda, mas também das agendas de consciência dos negócios. A opinião é de Dario Neto, diretor geral do Instituto Capitalismo Consciente Brasil, que falou sobre os impactos que as crises humanitária, sanitária e econômica, vividas a partir do aparecimento do novo coronavírus, terão na forma de se liderar organizações e se pensar as empresas.

“A melhor maneira de fazer o bem é fazendo o bem. Então, nesse momento, compaixão e empatia, por mais que pareçam um contraponto às necessidades e à escassez que nos ronda, é aquilo que vai diferenciar os negócios, que vai prosperar mais ou menos depois desse momento”

Em entrevista ao jornalista Mílton Jung, no programa Mundo Corporativo, da CBN, Dario Neto explicou que o conceito do capitalismo consciente surge a partir da indignação do professor indiano Raj Sisodia que assistia a empresas americanas investirem mais em publicidade e marketing do que o PIB da Índia.

 

Sisodia se juntou a Jaf Shereth e David Wolf — e mais tarde recebeu o apoio de John Mackey, CEO da Whole Foods —- em estudo acadêmico que identificou que era possível manter alta reputação e fidelidade dos clientes investindo menos em marketing e lucrando a partir de quatro pilares: propósito maior, cultura consciente, liderança consciente e orientação para stakeholders.

 

O Instituto faz o mapeamento de boas práticas que estão sendo desenvolvidas pelas empresas e analisa projetos para a retomada das atividades e a recuperação econômica após a pandemia. Há organizações, por exemplo, que decidiram proteger seus fornecedores e toda a cadeia produtiva estendendo os prazos de pagamento. Com o mesmo objetivo, manter empresas e empregos, o próprio Instituto tem procurado investidores e empresários para ajudarem na sustentabilidade de uma linha de crédito — CoVida-20 — que facilita o financiamento de empresas, especialmente àquelas que não têm as garantias exigidas pelo sistema bancário, com juros de até 0,5% ao mês.

“Criamos um fundo de socorro, já ligado aos pilares do capitalismo consciente e a demanda foi de quase R$ 30 milhões … O desafio é muito grande … O protagonismo através da economia solidária pode ajudar muita gente”

A despeito da sensação de medo e escassez que impera, Dario Neto lembra que estudos mostram que empresas que revelavam “amor e cuidado em toda sua cadeia de valor, decolaram”, após a crise de 2008. Segundo ele, das 500 maiores empresas, listadas pela Fortune, 57% nasceram em períodos de exceção.

“É um processo que vai levar anos. É uma oportunidade muito especial que nós estamos tendo para refletir o que é sucesso para a gente e para a sociedade. Com um PIB projetado que vai retrair talvez 5, 7 pontos, a gente tem um caminho que é talvez pensar de como é que a gente volta a como é que as coisas eram antes o mais rápido possível — e isso vai deixar a gente angustiado — ou a gente tem um caminho que é o de ter a clareza de que o jeito que a gente viveu e consumia, estava levando o planeta para o fim … se sucesso para a gente continuar sendo consumir então a gente não vai mudar esse jogo, né”

O Mundo Corporativo vai ao ar aos sábados no Jornal da CBN e tem a colaboração de Juliana Prado, Guilherme Dogo, Natacha Mazzaro, Priscila Gubioti e Débora Gonçalves.

Lojistas de Shopping pedem mais técnica e menos discriminação

 

Por Carlos Magno Gibrail

 

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Escada rolante de shopping com alerta de distância (Reprodução TV Globo)

 

Uma jornada de trabalho de quatro horas numa cidade como São Paulo, onde a caminhada ao posto de trabalho exige tempo considerável, em conduções e condições extremas, não condiz com as boas práticas operacionais.

 

É o que o protocolo da Prefeitura a ser cumprido pelos Shopping Centers da cidade de São Paulo pelo covid19, incorre, segundo os lojistas que operam nestes locais. É uma falha técnica. Além de certa discriminação, em comparação com o tratamento dado a outros segmentos.

 

Nabil Sayuon, presidente da ALSHOP Associação Brasileira dos Lojistas de Shopping, entrevistado no Bom Dia SP da TV Globo, ressaltou que ao espremer a jornada em tão pouco tempo, haverá congestionamento e o resultado será inverso ao que se procurou.

 

Um outro aspecto abordado por Sayuon foi a questão dos custos e dos cuidados sanitários envolvidos no cumprimento das minúcias de higienização, comparáveis a instalações hospitalares, enquanto outros setores, como o da construção civil, não teve o mesmo detalhamento nas exigências.

 

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Rodrido Bocardi entrevista Nail Sayoun (repordução TV Globo

 

Rodrigo Bocardi, o âncora do programa, usou a figura da ilha isolada para a metáfora com o Shopping Center para chamar a atenção pelo fato de os funcionários para chegarem a local de trabalho tão preciosamente higienizado terem que se subordinar a transportes congestionados.

 

Assista à reportagem completa do Bom Dia São Paulo

 

Até certo ponto poder-se-ia entender como consequência do maior aprimoramento dos equipamentos de Shopping Centers e respectivas lojas que se exigisse mais de ambos. Afinal, os Shoppings são formatos bem resolvidos e competentes, como peças comerciais e de lazer.

 

Entretanto, só pode estar havendo um especifico exagero no protocolo de um lado, e de outro; um descaso com a técnica na abordagem operacional. Não é admissível escapar à análise que não compensa economicamente incidir em todos os custos de um equipamento de Shopping Center para manter a operação disponível em apenas 1/3 do padrão de abertura.

 

É uma opção que insatisfaz o lojista, o shopping, o trabalhador e o consumidor. Ou seja, pior que isso é isso.

 

Esperemos que a reunião citada por Nabil Sayuon, já agendada com a Prefeitura, resulte em decisão técnica como boa prática operacional.

 

Carlos Magno Gibrail é consultor, autor do livro “Arquitetura do Varejo”, mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Mílton Jung.

Sua Marca: cinco necessidades para a vida entre quatro paredes

 


 

“As marcas estão tendo uma oportunidade de prestar um serviço importante para a sociedade” —- Cecília Russo

Com as pessoas obrigadas a permanecerem em casa para reduzir o risco de contaminação do novo coronavírus, novas necessidades surgiram e algumas marcas souberam atuar de maneira eficiente. Um relatório criado pela Ikea, marca sueca de produtos para casa, identificou cinco necessidades para a vida “Entre 4 paredes”:

 

  • Segurança
  • Pertencimento
  • Conforto
  • Privacidade
  • Propriedade

 

Com base nessa lista, Jaime Troiano e Cecília Russo, em Sua Marca Vai Ser Um Sucesso, identificaram algumas ações de empresas e serviços que entenderam esse momento e estão atuando de forma empática. É o caso de uma academia que decidiu alugar seus equipamentos para os clientes, a medida que suas unidades estão fechadas. Ou de um aplicativo que se atualizou para permitir a compra à distância de remédios controlados que exigem receita médica. Ou do jovem, estudante de medicina, que viu os pais terem de fechar a loja de flores, criou uma conta no WhatsApp e tornou os produtos acessíveis aos clientes deles.

 

Existem, ainda, as grandes marcas do cenário digital como Rappi, iFood e Uber Eats que facilitaram a entrega de alimentos, mantendo a relação entre os restaurantes e seus clientes, oferecendo as sensações de pertencimento, conforto e segurança —- três das necessidades identificadas no trabalho da Ikea.

 

A tecnologia de informação através de marcas como Zoom, Weber, Microsoft Teams e Google Meet, trouxe o escritório para dentro de casa, oferecendo conforto e segurança.

“O momento é de ajudar as pessoas a ficar em casa e as marcas têm uma chance única de estar ao lado da sociedade neste momento” —- Jaime Troiano

O Sua Marca Vai Ser Um Sucesso vai ao ar aos sábados, às 7h55 da manhã, no Jornal da CBN.