Mundo Corporativo: Fernando Leira, da Landor, apresenta as marcas mais ágeis do mundo

 

 

Samsung, Android, Wikipedia, Google, Dyson, Apple, YouTube, Microsoft, Ikea e Disney são as marcas mais ágeis do mundo de acordo com estudo realizado pela Landor, agência global de branding. A pesquisa foi realizada em quatro etapas e contou com a participação de 80 mil consumidores e análise de mais de 5.200 marcas. Em entrevista ao jornalista Mílton Jung, no Mundo Corporativo, da rádio CBN, Fernando Leira, gerente-geral da Landor, diz que são consideradas marcas ágeis as que permanecem fiéis à própria essência, mas se adaptam e reagem positivamente às transformações do mercado.

 

O Mundo Corporativo vai ao ar às quartas-feiras, 11 horas da manhã, no site cbn.com.br. O quadro é reproduzido aos sábados, no Jornal da CBN, e tem a colaboração do Paulo Rodolfo, do Douglas Matos e da Debora Gonçalves.

Mundo Corporativo: Rodolfo Araújo, da Edelman, mostra resultado de pesquisa global sobre inovação

 

 

A relação das pessoas com inovação está muito ligada a solução de problemas contemporâneos, então é para isso que as empresas precisam prestar atenção. A constatação é de Rodolfo Araújo, líder de conhecimento e pesquisa da Edelman Significa, agência que realizou pesquisa com 10 mil pessoas em 10 países, inclusive o Brasil, para entender a cabeça do consumidor diante do tema inovação. O resultado deste trabalho você encontra na entrevista ao jornalista Mílton Jung, no Mundo Corporativo, da rádio CBN. Araújo disse que,apesar de algumas empresas serem inovadoras não são boas divulgadoras, pois os investimentos na transformação de produtos e serviços não são percebidas pelo público.

 

O Mundo Corporativo pode ser ser assistido ao vivo, às quartas-feiras, 11 horas, no site http://www.cbn.com.br. O quadro é reproduzido aos sábados, no Jornal da CBN, e tem a colaboração de Paulo Rodolfo, Douglas Matos e Debora Gonçalves.

Cuidado, seu escritório pode estar cheio de “formigas” que não fazem coisa nenhuma

 

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Crescemos ouvindo a fábula da formiga e da cigarra contada por Jean de La Fontaine, inspirada no Esopo, e fomos ensinados, por nossos pais e professores, que o trabalho dignifica o homem. Aquele exército de formiga que circulava incansavelmente de lá para cá, sem que a gente entendesse bem de onde vinha e para onde ia, esteve na analogia de dez em cada dez palestras motivacionais apresentadas nas reuniões da firma. Na minha infância, apenas meu avô reclamava delas pois atacavam suas roseiras.

 

Até hoje dizem que fazemos um trabalho de formiguinha quando querem explicar a ação muitas vezes pequena e paciente que cada um realiza em benefício do coletivo. O tal inseto admirado por muitos consultores é sempre apresentado como prático, objetivo e obcecado por suas tarefas. Um operário-padrão (cruz-credo)!

 

Pobre da cigarra! A ela restava o papel de bon vivant, mau exemplo para os colaboradores da organização por preferir o ócio a labuta, que, no fim das contas ou da fábula, pagaria caro por suas escolhas. Teria de pedir favor à formiga para sobreviver ao rigor do inverno – aliás, outra analogia cruel pois esta estação do ano pode ser bastante elegante, romântica e lucrativa.

 

A hora da vingança chegou: pesquisadores do Laboratório de Insetos Sociais da Universidade de Tucson, no Arizona, após observação minuciosa da ação dentro de um formigueiro, flagraram metade das formigas sem fazer absolutamente nada, limitando-se a andar de lá para cá, informa reportagem que li no jornal O Estado de São Paulo.

 

Bem verdade que alguns dos cientistas, incrédulos com a própria descoberta, ainda levantam a suspeita de que as formigas-preguiçosas possam ser uma espécie de reserva de mão de obra que entraria em ação na ausência das colegas, ou se o formigueiro fosse atacado por inimigos, ou como entreposto de comida para outras formigas, alimentando-as com o seu vômito – o que convenhamos pode ser nobre, mas é nojento.

 

Assim que me deparei com a reportagem visualizei a cigarra esfregando suas mãos e pensando em voz alta: “bem feito suas metidas”. E, também, lembrei-me de imagem menos fantasiosa que muitas vezes registramos nos escritórios que a profissão me leva a visitar. São dezenas de trabalhadores circulando pelos corredores ou teclando de cabeça baixa em suas baias. Uma gente que entra e sai pela porta e surge de todos os lados fazendo sei lá o quê. Muito parecido com um formigueiro. Aliás, bem mais parecido com o formigueiro agora que os pesquisadores destruíram com a reputação das formigas.

 

Não é o caso de uma revisão na fábula. Agora já é tarde, o mal já foi feito! Mas ao menos devemos refletir sobre o tema, pois é bem possível que aí na sua empresa muitos funcionários ajam como as formigas-preguiçosas não por serem preguiçosos, mas por falta de orientação.

 

Será que os líderes dos grupos de trabalho que compõem sua organização foram capazes de transmitir as mensagens necessárias para que cada um saiba a função que tem de cumprir dentro do formigueiro, ops, perdão, do escritório? A comunicação entre os departamentos tem sido eficiente? O que o comando da empresa prega é o que os profissionais fazem? A propósito, o comando da empresa sabe o que quer?

 

Ajustar as mensagens, definir funções, estimular discussões, trocar mais informações, permitir que os departamentos se falem e incentivar o surgimento de líderes dentro do grupo de liderados são algumas ações possíveis para impedir este desperdício de dinheiro e talento.

 

Aproveite e passe a valorizar mais a cigarra que está no seu escritório, aquele funcionário que pode até não parecer tão empenhado nas funções impostas, mas por ter uma cabeça arejada e olhar criativo sobre as coisas pode se transformar em uma grande fonte de inovação.

Como você ouve rádio?

 

Foi no Meio e Mensagem, programa que vai ao ar, às 9h20, dentro do Jornal da CBN, que ouvi, pela primeira vez, os último dados publicados pelo Ibope Media sobre o consumo de rádio no Brasil. Logo me chamaram a atenção pela expressividade do veículo diante do público em momento no qual muitos questionam o papel das mídias consideradas tradicionais. Soube depois que o instituto produziu um infográfico com base nos dados do Target Group Index, da Pesquisa Regular de Rádio e do Monitor Evolution, que permite se ter ideia ainda mais clara do perfil do ouvinte e dos hábitos de consumo do rádio. É este infográfico que compartilho com você:

 

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Para aumentar a taxa de ocitocina dos nossos cães. E a nossa, também!

 

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Foi a ciência que nos inspirou a tratar do assunto, mas foi o coração que falou mais alto.

 

Carlos Heitor Cony e Artur Xexéo dividiram com os ouvintes do Liberdade de Expressão, quadro do Jornal da CBN, a experiência de ambos com seus animais de estimação. Foram provocados pelo estudo de pesquisadores japoneses que dizem ter encontrado em um hormônio, a ocitocina, a resposta para a ligação forte entre humanos e cães.

 

Deixando os dados científicos de lado, Xexéo já se apresentou como “cachorreiro” e daquele tipo que, ao ver um dos seus morrer, jura que nunca mais terá outro, para, em seguida, repetir a experiência. Olha ele aí com Arya:

 

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Cony foi mais longe, lembrou-se de Mila, uma cadela que, segundo o próprio, o escolheu e foi personagem de crônica escrita no jornal Folha de SP, em 1975. Até hoje, nosso cronista recebe recados de leitores querendo saber um pouco mais da “moça” que, infelizmente, já se foi.

 


Ouça aqui a nossa conversa no Liberdade de Expressão.

 

Nosso bate-papo não havia se encerrado e no meu Twitter já surgiam as imagens de dezenas de animais de estimação amados por seus donos, cada um com seu olhar e nome especiais. Foi uma sequência de lembranças e juras de amor. Coisa de chamar a atenção.

 

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No meu e-mail, recebi a mensagem do Elmano Baroncelli, do Rio de Janeiro:

 

Da indiferença à paixão. É como podemos chamar a emocionante narrativa do Cony sobre o olhar dos cachorros. Deu pra sentir vc ali no programa com agonia do tempo restrito  correndo e  sem “coragem” de interromper narrativa tão interessante e de uma pessoa que muitos esperavam frio com esse tipo de sentimento. Vivi deve ter cedido, discretamente, seu tempo para se deleitar e também se emocionar com o que estava escutando. Deu pra “ver” a cadela pedindo para voltar com ele no Karman-Ghia e não ser devolvida; deu pra sentir o carinho que ele foi adquirindo por ela. No final, até livro dedicado ela ganhou! Onde vemos a utilização muito engraçada desse “olhar sedutor” dos animais é no filme Gato de Botas com a voz do Antonio Banderas. Quando aquele gato esperto quer alguma coisa lança um olhar irresistível de coitadinho e sempre consegue o que quer! Sou daqueles caras, como disse bem o Xexéo, que quando perde o cão que estimava diz que não vai ter mais nenhum outro, mas que acaba tendo.  Estou na fase do “não quero ter mais nenhum outro”.  Se tiver – e acho que é o que vai acabar acontendo – vai ser uma cadela como a outra que perdi e vai se chamar MILA. Com certeza.

 

Com tantos interessados, na conversa, resolvi buscar nos arquivos da Folha, a coluna escrita pelo Cony. Vale a leitura:

 

Mila Cony

 

Depois de ler em voz alta, aqui em casa, Eros e Ramazzotti, meus cães de estimação, me olharam com aquele olho de quem pede uma crônica igual. Pobres coitados! Posso me comprometer em cuidar muito bem deles, mas escrever como o Cony, ninguém será capaz. Resta-me seduzi-los publicando a foto dos dois aqui no blog. Espero que ao verem este post, a dose de ocitocina aumente:

 

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Mundo Corporativo: Conrado Schlochauer da Affero Lab fala da importância da educação corporativa

 

 

Ao ouvir quatro mil jovens que assumiam pela primeira vez a função de liderança dentro de uma empresa, a consultoria Affero Lab identificou que 85% deles estavam despreparados para o cargo e para desenvolver seus liderados. Percebeu, também, que o autoconhecimento, fundamental para quem pretende comandar equipes não está entre os principais desafios considerados por esses novos líderes. O problema é que o autoconhecimento é a chave para você desenvolver todas as demais habilidades que permitirão seu crescimento profissional, ressalta Conrado Schlochauer, em entrevista ao jornalista Mílton Jung, no programa Mundo Corporativo, da rádio CBN. Schlochauer apresenta estratégias de educação corporativa que vão ajudar trabalhadores a crescer na carreira e as empresas a apresentarem melhores resultados.

 

O Mundo Corporativo vai ao ar, às quartas-feiras, 11 horas da manhã, no site da rádio CBN (www.cbn.com.br) e o programa é reproduzido, aos sábados, no Jornal da CBN. A participação é do Paulo Rodolfo, Carlos Mesquita e Ernesto Foschi.

Pesquisa mostra que marcas de luxo melhoram a experiência digital de seus clientes

 

Por Ricardo Ojeda Marins

 

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Já falamos algumas vezes, aqui no Blog do Mílton Jung, da presença de marcas do mercado do luxo no mundo online e da importância de atuarem neste setor, levando em consideração as demandas destes exigentes e selecionados clientes. Agora, fica-se sabendo que essas empresas melhoraram a experiência digital que oferecem aos seus consumidores em 8%, no último trimestre de 2014, de acordo com pesquisa divulgada, há alguns dias, pela ContactLab e Exane BNP Paribas.

 

De acordo com o estudo, a italiana Gucci teve melhor desempenho em termos de experiência do cliente digital, levando em conta a experiência de compra online, a navegação Web e como uma marca é experimentada em diferentes canais digitais. Em seguida, aparecem no ranking Louis Vuitton, Tiffany&Co., Cartier e Ralph Lauren.

 

Quanto a estratégia de e-commerce foi a britânica Burberry que ficou no topo da pesquisa, sendo analisados fatores como o alcance geográfico, os idiomas dos sites, e quantidade de produtos vendidos pelas marcas. Seguindo a Burberry, vem as grifes Armani, Brunello Cucinelli, Balenciaga, Moncler e Valentino.

 

Os meios online, e não apenas de vendas (loja virtual), mas espaços como página no Facebook e perfil no Instagram, são novas vitrines da marca e permitem a seu consumidor interagir e, também, estar a par de novidades da empresa. É essencial, claro, que as marcas de luxo otimizem esses canais de forma compatível com sua gestão offline, ou seja, com uma política de comunicação eficaz, seletiva e padronizada. A plataforma digital de marcas de luxo, hoje com o mundo globalizado, é importantíssima para a construção de um relacionamento de longo prazo. Cada experiência de compra, seja online ou offline, é um ponto de contato que deve ser aproveitado a fim de construir a lealdade do cliente.

 

Ricardo Ojeda Marins é Professional & Self Coach, Administrador de Empresas pela FMU-SP e possui MBA em Marketing pela PUC-SP. Possui MBA em Gestão do Luxo na FAAP, é autor do Blog Infinite Luxury e escreve às sextas-feiras no Blog do Mílton Jung.

Pesquisa eleitoral: você confia?

 

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A virada de Aécio no último dia, colocando-o no segundo turno, foi um dos temas preferidos nas discussões pós-eleições. Onde se destacaram as críticas sobre as prévias realizadas pelos institutos de pesquisa.

 

No geral, o uso de pesquisa como técnica e ferramenta para uma boa prática de gestão, embora essencial, não é uma unanimidade. A difusão é pequena. Restrita a grandes corporações e entidades, e normalmente com resultados positivos.

 

Na política, e principalmente nas eleições, é bem difundida e aplicada com razoáveis resultados. Observação que neste momento é contestada, pois apenas as tendências foram detectadas. Como ocorreu na disputa à presidência, que sinalizou a progressão de crescimento de Aécio Neves, mas não o apresentou seguramente como segundo colocado.

 

Sob o ponto de vista técnico, que é como se deve analisar uma técnica, as pesquisas têm demonstrado que:

 

– Desde 1989 as pesquisas sempre acertaram os presidentes eleitos.
– A pesquisa tão somente fotografa o momento, de forma que daí até a hora da cabine eletrônica poderá ocorrer mudança do eleitor. Gerada por cognição ou por fatos políticos novos.
– Os levantamentos pesquisam de 2000 a 4000 pessoas para obter o quadro de votação de 143 milhões, isto significa que conhecer eleitores pesquisados não é tarefa fácil.
– Os votos brancos, nulos e a abstenção atrapalham as pesquisas. Segundo o Blog do Milton Jung, em SP e no RJ a abstenção foi de 20%, e dentro dos votantes os brancos e nulos somaram também 20%.

 

Dentre as abordagens técnicas consistentes, matéria da VEJA desta semana, atribui confiança nas pesquisas nacionais e informa o resultado do estudo com 800 pesquisas presidenciais em 37 países, feito pelo instituto francês IPSOS, que apresentou média de erro de 3,2 pontos. A média brasileira variou de 0,9 em 1989 a 1,9 em 2010, para 3,9 pontos agora.

 

Caberá aos institutos de pesquisa neste segundo turno dirimir a questão da confiança ou desconfiança. Estou confiante. E, você?

 

Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Milton Jung, às quartas-feiras.

 

A foto que ilustra este post é do álbum de Duda Arraes, no Flickr, publicada conforme licença creative commons

A margem de erro de pesquisas eleitorais

 


Por Julio Tannus

 

As pesquisas eleitorais assumem importância fundamental no processo de eleições. Não somente balizam os candidatos para orientarem seus trabalhos de convencimento de eleitores, mas também podem orientar e influenciar o eleitor durante o processo eleitoral. São instrumentos de prospecção e de condução do processo. Por isso, as autoridades que ordenam o processo de eleições fazem exigências como o registro de pesquisas, a nomeação de um responsável técnico e a declaração da margem de erro. Sendo assim, na apresentação do resultado de pesquisas de intenção de voto, as empresas de pesquisa declaram que a margem de erro é tantos por cento, para cima ou para baixo, com tal porcentagem de confiança.

 

Isto posto, afirmamos que:

 

1. a amostragem conduzida pelo IBOPE/Datafolha/outras empresas não é probabilística, ela se baseia no esquema de cotas, ou seja, nem todo eleitor tem a probabilidade de responder a pesquisa, como ocorre na amostra probabilística;

 

2. o esquema de cotas é usado, em que pese o reconhecimento das “vantagens” de um esquema probabilístico, por questões de tempo de execução e pela dificuldade de uma amostra probabilística nos tempos atuais;

 

3. somente o uso correto de amostragem probabilística possibilita a determinação e uso da margem de erro.

 

A amostragem por cotas, largamente usada em pesquisas de opinião e em pesquisas de mercado, não pode ser considerada alternativa válida à amostragem probabilística se considerada a inclusão da margem de erro. Problemas de presteza na execução e de orçamento não servem como justificativa.

 

As margens de erro declaradas, como afirmam o IBOPE/Datafolha/outras empresas, são baseadas em fórmulas de amostragem aleatória simples. Mas as margens de erro não se aplicam à amostragem por cotas ou a qualquer método de amostragem não probabilística.

 

Não há uma justificativa matemática, logicamente correta. Infelizmente, somos obrigados a dizer que as justificativas apresentadas são, em si mesmas, falsas, pois não tem anteparo técnico.

 

Outro aspecto à consideração diz respeito à questão do acerto e erro das prévias eleitorais. Já citei, em outros momentos, o texto escrito, em 1896 (século XIX) por Gustave LeBon “The Crowd” – que dizia algo assim: :

sejam quais forem os indivíduos componentes, sejam ou não semelhantes seu modo de vida, suas ocupações, seu caráter ou sua inteligência, o fato de terem sido transformados em multidão confere-lhes a posse de uma espécie de cérebro coletivo, que os faz sentir, pensar e agir de modo completamente diverso do que cada um dos indivíduos sentiria, pensaria ou agiria em um estado de isolamento. Há certas ideias e sentimentos que não surgem e não se transformam em atos exceto no caso de indivíduos formarem uma multidão…

O fenômeno multidão aqui considerado por LeBon refere-se a situação de aglomeração com a presença física dos indivíduos. Assim, o ato de sair à rua, como ocorre nos dias de eleição, efetivamente introduz um caráter de multidão. É esse caráter que descarta a ideia absoluta de prévia na pesquisa eleitoral, pois não se pode contar com algo que ainda não se constituiu.

 

Fica evidente a função da pesquisa eleitoral não como uma ação que visa antecipar resultados, mas sim como balizamento para a Opinião Pública, permitindo o acompanhamento do processo eleitoral pelo seu principal ator: o cidadão.

 

Ou seja, as prévias eleitorais não acertam ou erram, mas sim são tecnicamente bem feitas ou mal feitas.

 

Julio Tannus é consultor em Estudos e Pesquisa Aplicada e co-autor do livro “Teoria e Prática da Pesquisa Aplicada” (Editora Elsevier)

SP: moradores com carro são conservadores

 

Por Carlos Magno Gibrail

 

 

A pesquisa Datafolha sobre o uso dos carros, publicada segunda-feira, mostra posição radical contra mudanças por parte dos proprietários de veículos. O pedágio urbano, uma das soluções apontadas por especialistas é a alternativa mais rechaçada. 80% são contra, embora apenas 5% tenham certeza que não haverá melhoria. Como se sabe é uma opção adotada por várias cidades com resultados satisfatórios. Ressalvando, contudo, que em condições de transporte público mais favorável que a nossa.

 

A extensão do atual sistema de rodízio para dois dias tem 65% dos usuários de carro contrários. E 56% da população em geral, com renda acima de 10 salários mínimos. Enquanto apenas 40% dos de baixa renda a desaprovam. Quanto maior o poder aquisitivo mais acentuada a reação. O rodízio estendido em um dia da semana é reprovado por 57% dos usuários de carros. É aprovado por 49% da população em geral.

 

Essas avaliações indicam conservadorismo dos paulistanos usuários de carro. Comportamento que deixa São Paulo atrás de grandes cidades da América. A Cidade do México, Santiago e Bogotá já possuem sistemas mais restritivos que os de São Paulo. Todas com dois dias de rodízio estendido. E, pelo que consta, não houve nenhuma revolta da população.

 

Ao que tudo indica aquela máxima de que o cidadão brasileiro se transfigura ao volante em personalidade e comportamento está se estendendo até aos momentos imaginários ou opinativos. É difícil entender esta posição, conservadora e imatura, tendo em vista que São Paulo já parou por várias vezes. Se o poder público, foi o responsável pelo desequilíbrio viário de hoje, todos temos a responsabilidade. O voto e o modus vivendi trouxeram as consequências de agora. É hora de encarar e não de refugar. Ou, parar.

 

Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Milton Jung, às quartas-feiras.