O petróleo é nosso, o vazamento é deles

 

Por Carlos Magno Gibrail

Ontem foi estancado o vazamento de petróleo ocasionado pela Chevron, empresa petrolífera autorizada a operar no Campo de Frade na bacia de Campos.

O IBAMA aplicou 50 milhões de reais em multa, que poderá chegar a um total de 150 milhões, segundo estimativas de órgãos federais. A empresa é acusada de negligência em relação à segurança e de omitir e falsear informações a respeito. Além de não possuir equipamento e tecnologia de segurança exigida.

O desastre ecológico chegou afetar ,segundo dados da ANP , 160km2 de área através de visão via satélite nos dias 12 e 14. No dia 18, por observação, estava com 11,8km2 de área poluída.

Neste campo, já cimentado, a Chevron não operará mais. E poderá também ficar fora da continuidade das operações futuras, inclusive do Pré-Sal.

Certeza apenas quanto aos danos causados ao meio ambiente. E incertezas sobre os novos rumos da exploração e divisão das riquezas do petróleo nacional.

Alerta essencial para a segurança das gigantescas condições exigidas para as atividades no Pré-Sal. Sinalizando que a preocupação e a preservação do meio ambiente é algo que precisa ser controlado competentemente.

A falha da Chevron levanta também a questão dos municípios e estados produtores afetados por estes desastres. E poderá contribuir para uma solução mais equilibrada na proposta do deputado Ibsen Pinheiro, vetada por Lula e, agora em outubro através do substitutivo Vital do Rêgo, aprovado no senado. Que deverá ser recusada por Dilma, apesar da unanimidade dos governadores dos estados não produtores.

Na hora de usufruir dos royalties da exploração do petróleo do estado produtor, todos os estados solicitam a equânime divisão. E neste momento de desastre como dividir os prejuízos?
Equanimamente?

Tira-se mais de 11% da receita do Rio, equivalentes a quase 8 bilhões de reais e deixa-se a conta do prejuízo por lá? Isto sem falar no Espírito Santo e São Paulo.

O petróleo é nosso, mas a despesa é somente dos municípios e estados produtores?

Carlos Magno Gibrail é doutor em marketing de moda e escreve, às quartas-feiras, no Blog do Mílton Jung

Crise da água será mais grave do que a do petróleo

 

A crise global da água – que já está em curso – será mais grave e difícil de ser enfrentada do que a do petróleo, na opinião do comentarista de meio ambiente da CBN Osvaldo Stella. Ele lembrou que há possibilidade de se buscar fontes de energia alternativas, mas a água é insubstituível.

Aqui no Brasil, segundo ele, uma das preocupações é com a devastação das florestas que atinge também o abastecimento de água pois torna a sua extração mais difícil. Ele explicou que sem a mata é necessário buscar o recurso em solos cada mais profundos, exigindo maiores infra-estrutura e investimento

Ouça a entrevista de Osvaldo Stella, no CBN SP