Laurete Godoy
Ouvinte da CBN
Excelente ideia! Adorei isso de poder contar uma pequena história sobre São Paulo! Além da minha história eu quero apresentar também para você uma homenagem rimada que eu fiz mas não sei se ela vai corresponder ao que você deseja.
(leia e ouça a poesia na voz da autora no pé deste post)
Sou santista e, assim que eu obtive o diploma de professora primária, vim para São Paulo em 1958, para estudar educação física na USP. Fui aprovada, comecei o curso, na época ele funcionava no Ginásio do Ibirapuera e eu desisti depois de 2 meses, mas como eu sempre fui atleta lá em Santos, passei a competir em Atletismo pelo Club Atlético Paulistano.
Como eu já era funcionária da Secretaria da Segurança Pública, eu pedi transferência para a antiga DST, que era Diretoria de Serviço de Trânsito e funcionava ali no Ibirapuera, perto do ginásio onde eu tinha aula.
Bom, eu saía do serviço às 18 horas, tomava o ônibus Bola Branca, descia na Avenida Nove de Julho e, pela Rua Estados Unidos chegava ao Paulistano, para treinar até às 21 horas. Depois do treino tomava banho, comia alguma coisa e findo o treino pegava o ônibus elétrico ali na Rua Augusta, que era super famosa, e descia no ponto final, lá na Praça da República, atrás do Colégio Caetano de Campos.
Aí já eram mais ou menos quase dez horas da noite! Atravessava toda a praça para, do outro lado, tomar o ônibus que vinha da Praça Ramos de Azevedo e ia para a Lapa, porque eu morava na Água Branca, ali na Rua Crasso, perto da Praça Cornélia.
Ah, Milton! Que tempinho bom aquele! A gente podia atravessar a praça sem nenhum receio. O perigo eram os playboys da Rua Augusta.
E assim foi passando o meu tempo: trabalhando, treinando, correndo, participando de torneios atléticos. Depois que eu “pendurei as sapatilhas de prego”, eu comecei a pensar sério na vida. Participei de concursos públicos, fui aprovada e acabei permanecendo por São Paulo.
Aqui eu estou há 65 anos…
Mas por que minha homenagem rimada?
Há alguns anos, uma conhecida que veio do Interior do estado e foi muito bem sucedida por aqui, passou a falar mal da cidade, para justificar a mudança de residência que ela queria fazer para o Rio de Janeiro . Fiquei tão triste com a ingratidão dela, que fiz umas rimas enaltecendo a minha admiração por esta cidade.
São essas rimas que eu compartilho com você, com alegria, e formulando votos de continuidade de sucesso para a sua carreira e a de todos os excelentes jornalistas e todas as pessoas que trabalham na CBN, minha companheira de dia e noite, minha companheira querida, a CBN. Um grande abraço a você! Parabéns, viu, por esse programa e para todos que colaboraram e também contaram suas histórias.
A poesia de Laurete Godoy
Parabéns, senhora.
Neste seu aniversário,
Venho aqui, bela senhora,
Trazer os meus cumprimentos
Falar da alegria imensa
Que invade o coração
E toma conta do peito
Misturando com carinho
Respeito e admiração.
Respeito por sua força,
Pelo trabalho incessante
Que ao longo da jornada
Foi a marca registrada
Senhora braços abertos
Qual enormes avenidas
Recebendo e acolhendo
Toda essa gente sofrida
Velhos, jovens ou crianças
Olhos cheios de esperança
Mãos postas em devoção,
Pedindo trabalho e pão.
Senhora nome de santo,
Senhora das mil etnias
Senhora das mil alegrias
Dos aeroportos e parques
Sempre repletos de gente,
Nas tardes ensolaradas
Senhora hospitaleira,
Onde a fraternidade
Construiu sua morada.
Venho aqui, velha senhora,
Minha São Paulo querida,
Terra da minha adoção.
Falar deste bem-querer,
Expressar a gratidão
E rogar a Deus que a mantenha
Digna, altiva, honrada
No incessante labor,
Solucionando problemas
Criados por sua grandeza
E que também fazem parte
Da sua rotina e beleza.
Continue sempre assim,
Pulsando com energia
Força e determinação,
Produzindo a bendita seiva
Que alimenta esta Nação.
Senhora nome de santo
São Paulo mil etnias
São Paulo mil alegrias
Minha São Paulo querida
Minha São Paulo bendita
Terra da minha adoção
Que me dá trabalho e pão …
Laurete Godoy é personagem do Conte Sua História de São Paulo. A sonorização é do Cláudio Antonio. Escreva o seu texto e envie para contesuahistoria@cbn.com.br Para ouvir outros capítulos da nossa cidade, vá no podcast do Conte Sua História de São Paulo.
A poesia de Laurete Godoy







