Por Carlos Magno Gibrail
O italiano Domenico Di Masi é um sociólogo que tem se dedicado ao estudo do trabalho como elemento vital à sociedade e ao indivíduo.
Em matéria publicada na Folha de sexta-feira pela jornalista Fernanda Mena encontramos informações e conceitos que espelham a sua obra e o resultado da recente visita ao Brasil.
Di Masi considera que o trabalho é vida e vida é trabalho, e sugere a redução da jornada de trabalho para compensar o crescimento da tecnologia e manter o desenvolvimento econômico das nações.
Um tanto revolucionária a solução que toma corpo na exemplificação da concentração atual de renda. Registra que as 85 pessoas mais ricas do mundo, dentre estes, 12 brasileiros, têm a riqueza equivalente a 3,5 bilhões de pessoas. As mais ricas podem comprar algumas Ferraris, mas seu consumo não vai gerar a compra de calças, vestidos e sapatos. O consumo cai e a produção cai junto.
Quanto ao Brasil!
O Brasil tem o 7º PIB do mundo na frente da Itália e da Inglaterra, está em 3º lugar em acesso à internet, atrás apenas dos EUA e da Suécia, possui a 5ª produção industrial, e a taxa de desemprego brasileira é 1/3 da italiana e a metade da norte americana.
Ciente destes dados, dignos de país de 1º mundo, Domenico Di Masi foi ao consciente de 11 intelectuais brasileiros para saber das perspectivas nacionais até o ano 2025.
O resultado, mostra o sociólogo italiano, crítico em relação aos nossos intelectuais e, também, quanto ao pessimismo da população: aos intelectuais atribui uma atitude de terceiro mundo e à população, o complexo de vira-lata.
Se não ouvimos o brasileiro Nelson, será que vamos ouvir o italiano Domenico?
Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Mílton Jung, às quartas-feiras.
