Avalanche Tricolor: da terra dos Portaluppi

 

Atlético PR 1 x 1 Grêmio
Brasileiro – Curitiba PR

 

 

Distante do Brasil, mas próximo dos Portaluppi. Daqui de onde estou, em direção ao norte, pouco mais de 400 quilômetros me separam da região de Verona, onde haveria registros da presença da família Portaluppi, que se dedicaria a função de notário, ainda no século 13. Pouco antes tem Milão, onde nasceu o arquiteto Piero Portaluppi, no finalzinho do século 19, que deixou sua marca em prédios e casarões, tendo ajudado no desenvolvimento urbano com seu talento e conhecimento. Impossível saber no momento em que publico este post se pendurado na árvore genealógica de algum deles estaria seu Francisco, casado com dona Maria, que adotou a cidade de Bento Gonçalves para criar seus 13 filhos, seis mulheres e sete homens, um deles, o único Portaluppi que realmente me interessava no fim da noite de sábado, aqui em Ansedonia.

 

A despeito de toda a riqueza histórica que me cerca na Itália e diante do Mar Tirreno que me acompanha nestas férias, estava antenado mesmo era na possibilidade do filho do Seu Francisco reconstruir em poucos dias a obra retorcida deixada por seu antecessor. Alguns minutos de jogo, assistidos na pequena tela do Ipad, através da minha caixa mágica que copia pela internet as imagens de meu televisor em casa, no Brasil, foram suficientes para perceber que estava exigindo de mais na reeetreia de nosso técnico. Renato já fez muito com a bola nos pés, inclusive aqui na Itália, quando jogou pelo Roma, na temporada de 1988/1989 e teve alguns bons momentos como técnico, a última com o próprio Grêmio, em 2010, mas para colocar o time em ordem precisará de tempo, bem mais do que alguns dias de treino. Não que seja necessário mudar muitos jogadores de lugar, mas terá de encaixá-los nas funções para as quais estão mais bem qualificados. As bolas chutadas por cima do meio de campo, a falta de companheiros mais bem colocados para receber o passe e o aparecimento de jogadores fora de posição revelam um desarranjo na equipe. Além disso, caberá ao nosso Portaluppi mexer com a cabeça e o ânimo de cada um deles para recuperar a alma sugada pela passagem de Luxemburgo.

 

No jogo mal jogado de sábado, que me fez dormir de madrugada, dado o fuso horário, ao menos a satisfação de ver, quase ao final, o lance mais bonito da partida, quando Maxi Rodríguez, há pouco tempo em campo, com precisão e distância, acertou lançamento no pé de Barcos, atacante que já incomodava por não deixar sua marca. A jogada certeira de Maxi e a retomada dos gols de Barcos, quem sabe, abrem esperança para que Renato Portaluppi nos devolva a satisfação de ver o Grêmio em campo. Enquanto isso não ocorre em definitivo, fico por aqui aproveitando as alegrias e prazeres que a terra dos Portaluppi têm a nos proporcionar.