Dez Por Cento Mais: Daniel Soares fala sobre o valor do vínculo humano na prevenção do suicídio

“Ferramentas fazem, humanos curam.”
Daniel Soares, psicólogo

Setembro nos convida a encarar um tema duro sem perder de vista aquilo que sustenta a vida: sentido, diálogo e presença. Em uma conversa que percorre do consultório às relações cotidianas, o psicólogo e professor Daniel Soares defende que a prevenção começa quando alguém é visto, ouvido e acolhido; e não substituído por respostas automáticas. Esse foi o assunto da entrevista no programa Dez Por Cento Mais, apresentado por Abigail Costa, no YouTube, inspirado no Setembro Amarelo, uma campanha brasileira de prevenção ao suicídio, iniciada em 2015.

Vínculo, não algoritmo

Para Daniel, falar de prevenção é, antes de tudo, falar de sentido. Ele recorre à logoterapia para lembrar que é possível “dizer sim à vida, apesar de tudo” e “quem tem um porquê enfrenta quase qualquer como”. Considerando o crescimento de pessoas que têm buscado nos chatbots de Inteligência Artificial ajuda psicológica para soluções de problemas relacionados à saúde mental, ele faz um alerta: “Máquinas não sentem”, e a IApode ajudar com informações, mas não substitui a relação que cura”. O ponto central, resume, está no encontro entre pessoas: “Ferramentas fazem, humanos curam”.

A tecnologia, observa, oferece um “pseudo-relacionamento” que reforça o que o usuário já traz, sem continuidade afetiva: “A IA responde; quem acompanha, se preocupa e permanece é o humano”. Por isso, ele insiste no papel de pais e responsáveis no uso de ferramentas: acompanhamento, limites e, principalmente, conversa.

Como conversar com quem sofre

No dia a dia, o primeiro passo é reconhecer a dor do outro. “Não negue nem minimize o sofrimento”, diz Daniel. Evite atalhos como o “pensa positivo”. Em vez disso, ofereça presença: “Posso te ouvir? Estou aqui com você”. A validação, sem julgamentos, abre espaço para que a pessoa busque ajuda e se reconecte com motivos para viver.

Ele também chama atenção para o envelhecimento e a solidão. Mensagens curtas não substituem um encontro: “Presença, olho no olho, abraço e rotina compartilhada protegem”. Reativar pertencimentos — família, vizinhança, grupos, projetos — ajuda a restituir sentido e continuidade às histórias que cada um carrega.

Ao final, Daniel deixa uma imagem que atravessa a conversa: “A vida é uma viagem, passagem só de ida”. Cabe a cada um, afirma, levar para essa viagem valores, cuidados e gente por perto — e oferecer ao outro a mesma companhia que gostaríamos de receber.

Busque ajuda agora:

Centro de Valorização da Vida – CVV

O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e voip 24 horas todos os dias.

A ligação para o CVV em parceria com o SUS, por meio do número 188, são gratuitas a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular.

Também é possível acessar www.cvv.org.br para chat, Skype, e-mail e mais informações sobre ligação gratuita.

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O Dez Por Cento Mais traz uma entrevista inédita para você, às quartas-feiras, ao meio-dia, pelo YouTube. Você pode ouvir, também, no Spotify. Aproveite e coloque o canal entre os seus favoritos para receber alertas sempre que um novo conteúdo for publicado.

Dez Por Cento Mais:  José Carlos de Lucca fala sobre viver o presente e dar sentido ao tempo

“A vida só acontece agora.”
José Carlos de Lucca

Oscilar entre memórias que pesam e projeções que angustiam tem um custo: rouba o único tempo disponível, o presente. Esse foi o fio condutor da conversa com o escritor e jurista José Carlos de Lucca, que propôs um exercício prático de presença e responsabilidade individual, tema da entrevista concedida ao Dez Por Cento Mais, apresentado pela jornalista e psicóloga Abigail Costa, no YouTube.

Entre o passado e o futuro

Segundo De Lucca, gastar energia remoendo o que passou e antecipando o que talvez nem aconteça produz um descompasso cotidiano. “Somos um amontoado de passado misturado com um amontoado de futuro”, afirma. O resultado, diz ele, é previsível: “O excesso de passado gera, em regra geral, muita depressão”, enquanto mirar demais o amanhã alimenta ansiedade. A correção de rota começa com um gesto simples: notar quando a mente fugiu e trazê-la de volta. “Se pegou, se observou… dá uma espiadinha no passado, dá uma espiadinha no futuro, mas não fica lá. Volta para aqui.”

Ele recorre a imagens concretas para explicar. Viver grudado no ontem ou no amanhã é como “se movimentar numa cadeira de balanço: você faz força, mas não sai do lugar”. Já o presente pede inteireza: corpo e mente no mesmo lugar. “Viver é participar.”

O ego e o agora

De Lucca sustenta que a mente, guiada pelo ego, resiste à quietude do instante. “O ego precisa se autoafirmar a todo instante” por contraste, conflito ou comparação. No “agora”, muitas vezes não há nada de extraordinário acontecendo, e justamente por isso surge a fuga. O antídoto é cultivar a atenção ao banal que sustenta a vida: o cheiro do café, a conversa sem pressa, a árvore florida que estava na rota de sempre e nunca foi realmente vista. “Qual é a oportunidade agora? Qual é a alegria agora?”

Finitude sem morbidez

Encarar limites — de uma vida, de uma carreira, de um relacionamento — não é convite ao pessimismo, diz o entrevistado, mas condição para escolhas mais claras. “Tudo aqui é finito, é passageiro… tudo é um sopro.” A pergunta que emerge, citando Mário Sérgio Cortella, é direta: “Se você não existisse, que falta você faria?” A resposta não está no currículo, mas nos vínculos que criamos e na marca que deixamos nos outros.

Na prática, a ética do presente se traduz em rituais simples e consistentes. De Lucca recorda conselhos atribuídos a Chico Xavier: começar cada dia como o primeiro e, se isso não bastar, vivê-lo como se fosse o último. “Viva como se hoje fosse o último dia da sua vida.” E amplia: não ser plateia da própria história. “Nós somos a peça. Nós somos o ator principal. Nós somos o diretor.”

O que fazer com o que nos acontece

Ao falar de fracassos e frustrações, De Lucca recorre ao estoicismo: o foco não é o fato em si, mas o uso que fazemos dele. “Não importa tanto o que nos aconteceu; importa o que vamos fazer com o que nos aconteceu.” Trocar o “por que comigo?” pelo “para que isto?” muda a direção da conversa interna — da vitimização para a transformação.

No fim, fica um critério de avaliação que cabe no cotidiano: ao fim de um encontro, o que cada um levou do outro? Se nada mudou, o tempo foi apenas gasto, não vivido. “Dar sentido ao tempo é estar de corpo e alma, sentir a vida pulsando dentro de nós.”

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Dez Por Cento Mais: Dr. Fabrício Oliveira discute sexualidade e longevidade sem tabus

Image by Mabel Amber from Pixabay
Image by Mabel Amber from Pixabay

“Desejo não envelhece.” A afirmação do Dr. Fabrício Oliveira poderia ser apenas uma provocação retórica se não viesse sustentada por mais de uma década de trabalho clínico com pessoas idosas e pela escuta atenta a histórias muitas vezes silenciadas dentro de casa. No programa Dez Por Cento Mais, apresentado por Abigail Costa, no YouTube, o psicólogo e gerontologista defendeu com firmeza que envelhecer não significa perder vontade, nem identidade.

A entrevista trata de um tema ainda cercado por preconceitos: a sexualidade na maturidade. “As pessoas confundem sexualidade com ato sexual. Sexualidade é afeto, é toque, é desejo, é companheirismo. E isso não tem prazo de validade”, disse Fabrício, que, desde 2010, atua no universo do envelhecimento com foco no bem-estar emocional, psicológico e relacional dos idosos.

“Eu só atendo idosos”

A decisão de se especializar no público idoso nasceu de um encontro entre a sensibilidade clínica e a demanda reprimida. Tudo começou com um trabalho de conclusão de curso que virou referência acadêmica. Depois, veio uma reportagem de televisão que repercutiu de forma inesperada. “Os idosos começaram a me procurar porque se sentiram representados. Eles diziam: ‘doutor, eu tenho vontade de reencontrar o primeiro amor, mas os meus filhos acham isso uma bobagem’”.

Fabrício entendeu que não bastava escutar. Era preciso acolher, orientar e também educar as famílias. Por isso, passou a oferecer atendimento domiciliar. “O idoso vai muito ao médico. Psicólogo? Só se for alguém que vá até ele. No consultório ele não aparece”, explicou. A visita à casa do paciente, segundo ele, abre espaço não só para a escuta terapêutica, mas também para a reorganização do ambiente doméstico — desde a retirada de tapetes até conversas com os filhos que, sem perceber, reforçam o etarismo.

Miss Longevidade e o protagonismo invisível

Se os consultórios ainda são pouco acessados, as passarelas podem ser caminhos de transformação. Foi assim que surgiu o projeto Miss e Mister Longevidade, idealizado por Fabrício em João Pessoa e já realizado em várias cidades da Paraíba. “A mulher passa o ano pensando no vestido. A neta vai à escola e diz: ‘minha avó é Miss’. Isso muda tudo.”

Mais do que promover autoestima, o concurso combate um estigma estrutural: a exclusão social da velhice. “A maior violência contra o idoso no Brasil não é a financeira. É a psicológica”, alertou. E parte dela começa na infância, quando se ouve frases como “cuidado com o velho do saco” ou se vê bruxas velhas como vilãs em contos infantis. Para ele, mudar isso exige uma presença ativa: “O idoso precisa ser protagonista. Quando ele afirma sua identidade, a família pensa duas vezes antes de zombar da idade ou fazer comentários discriminatórios”.

A velhice como escolha de vida

Perguntado sobre o que espera da própria velhice, Fabrício respondeu sem rodeios: “Eu não quero ser um velho cheio de manias. Mania afasta. Eu quero ser o velho legal, que abre a casa para os amigos, que está de boa”. Ele aposta na leveza como estratégia de convivência e qualidade de vida. E reforça: “Envelhecer é natural. O que não é natural é se isolar, deixar de viver, parar de amar”.

Ao fim da conversa, deixa uma sugestão simples, mas poderosa: “Acorde, olhe no espelho e diga: hoje eu envelheci mais um dia. E que bom que estou vivo”. Para ele, aceitar o processo com naturalidade e presença é a chave para viver bem — e melhor — os anos que virão.

Assista ao Dez Por Cento Mais

A entrevista completa está no canal Dez Por Cento Mais, que você assiste no YouTube. Inscreva-se no canal e receba as atualizações sempre que um episódio inédito for ao ar. Você também pode ouvir o programa em podcast, no Spotify. 

Dez Por Cento Mais: José Carlos de Lucca revela o poder da autoaceitação e do amor próprio

Foto de Designecologist

“A autoaceitação é a chave para uma vida plena e equilibrada”. A afirmação é de José Carlos de Lucca, juiz de direito e escritor espírita, no programa “Dez Por Cento Mais”. A frase provocadora serve como um farol para a discussão profunda que se seguiu sobre amor próprio, vulnerabilidade e a busca pela felicidade nas pequenas coisas da vida.

De Lucca argumentou que a dificuldade em se amar e aceitar tem raízes em interpretações religiosas históricas. Ele ressaltou que “durante muito tempo na história das religiões, o autoamor sempre foi visto como um comportamento de egoísmo”. Essa visão contrasta fortemente com a mensagem de amor inclusivo pregada por Jesus, que abrange tanto o amor ao próximo quanto o amor a si mesmo. O escritor enfatizou a importância de revisitar esses ensinamentos para uma compreensão mais holística e compassiva do amor próprio.

A vulnerabilidade e a busca pela felicidade

Outro tópico crucial discutido foi a vulnerabilidade, especialmente em relação aos homens. De Lucca observou que a sociedade muitas vezes impõe uma imagem de força e inquebrantabilidade, o que leva a desafios significativos em admitir fraquezas e buscar ajuda. Ele argumentou que “homem pedir ajuda é difícil”, destacando como essa percepção cultural contribui para uma crise em saúde mental, especialmente entre o público masculino.

De Lucca também abordou a perseguição implacável da perfeição e do sucesso material, ressaltando como isso pode ser prejudicial para a saúde emocional. Ele encorajou os ouvintes a valorizar “as pequenas felicidades da vida”, argumentando que estas trazem um contentamento mais duradouro e genuíno do que as conquistas materiais ou os altos picos de emoção.

Por fim, ele fez um apelo para uma reavaliação dos valores e uma busca mais profunda por significado na vida. Encorajando o público a encontrar caminhos espirituais que ressoem com seus corações, independentemente de crenças religiosas específicas, De Lucca sugeriu que a verdadeira espiritualidade se encontra na conexão com o interior e na humanização das relações e experiências.

Esta entrevista no programa “Dez Por Cento Mais” não foi apenas um diálogo sobre espiritualidade e psicologia, mas também um convite à reflexão sobre como viver uma vida mais autêntica e satisfatória.

Assista ao Dez Por Cento Mais

O Dez Por Cento Mais é apresentado pela psicóloga Simone Domingues e a jornalista Abigail Costa. Toda quarta-feira, às oito da noite, uma entrevista inédita vai ao ar, no YouTube. O programa também pode ser ouvido no Spotify.

Dez Por Cento Mais: Diego Cordeiro e a arte de cultivar relações humanas e bem-estar

Foto de Andrea Piacquadio

No panorama atual, onde a tecnologia acelera o ritmo da vida, um aspecto essencial para a felicidade e o bem-estar social vem sendo sublinhado: a importância das relações humanas. Diego Cordeiro, preparador físico e empreendedor, abordou este tema em sua participação no programa Dez Por Cento Mais.

Cordeiro começou sua jornada como estagiário na Bodytech em 2005, alimentado por um sonho intrínseco à educação física e ao desejo de atender pessoas. Ao longo de quase duas décadas, ele testemunhou e contribuiu para a evolução da empresa, que cresceu de cinco para cem academias. Sua trajetória é um testemunho da importância de perseguir sonhos e aproveitar oportunidades.

A Importância da Saúde Física e Mental

Na entrevista com Abigail Costa e Simone Domingues, Cordeiro abordou a importância da saúde física e mental, ressaltando o papel vital da atividade física no bem-estar geral. Ele enfatiza que cuidar do corpo é tão crucial quanto cuidar da mente, uma filosofia que ele pratica e encoraja nos espaços que gerencia, destacando que na Bodytech o foco vai além do exercício físico.

O sucesso da Bodytech, segundo Cordeiro, deve-se a uma estratégia centrada no cliente, que oferece instalações de alta qualidade e experiências personalizadas. Esta abordagem transformou a Bodytech em uma das principais redes de academias do país, com atendimento diferenciado e foco no cliente.

Impacto Além da Carreira Profissional

Cordeiro se destaca não apenas por sua carreira na Bodytech, mas também pelo seu papel ativo em iniciativas sociais e na promoção do bem-estar físico e mental. Sua trajetória, marcada pela determinação e inovação, revela ideias valiosas sobre crescimento profissional e impacto social.

Ele falou sobre a construção de chalés na Bahia, um projeto pessoal que surgiu da paixão compartilhada com sua esposa pela região. Este empreendimento representa a realização de um sonho e ilustra a importância do equilíbrio entre trabalho e lazer.

Fora do âmbito profissional, Cordeiro lidera o “Projeto Remar São Paulo”, uma iniciativa social que fornece alimentos e necessidades básicas aos desabrigados, refletindo sua crença na responsabilidade social e na importância de contribuir para a comunidade.

Dica Dez Por Cento Mais: Paciência e Cuidado nas Relações

Cordeiro reforçou a necessidade de paciência e cuidado nas interações humanas, essenciais para construir relações saudáveis e felizes. Ele encoraja as pessoas a dedicarem tempo e energia nas relações humanas, considerando isso essencial para a resiliência e o bem-estar em tempos de mudança:

“Preste atenção nas pessoas. Invista seu tempo observando o comportamento das pessoas. Sem julgamento. Em um mundo cada vez mais tecnológico, eu venho percebendo que as pessoas estão mais impacientes, estão cada vez mais intolerantes. Tenha paciência. Tenha cuidado porque a gente precisa dessas relações. Gaste energia nessas relações porque são elas que vão te ajudar a superar os momentos de altos e baixos”.

Assista ao programa Dez Por Cento Mais

O Dez Por Cento Mais tem uma entrevista inédita toda quarta-feira, às oito da noite, ao vivo. Você pode participar com perguntas em tempo real e tirar suas dúvidas com os nossos entrevistados. O programa também pode ser ouvido em podcast, no Spotify. Assine (de graça) o Dez Por Cento Mais, no YouTube e no Spotify e nos ajude a levar mais à frente o conhecimento e as inspirações apresentadas por nossos convidados.

Dez Por Cento Mais: a Importância da emoção na gestão do tempo

Foto de Giallo no Pexels

As escolhas pessoais e o custo de abrir mão de outras atividades são mais significativos na gestão do tempo do que a simples organização de tarefas. A opinião é de Daniel Portilho, estrategista de desenvolvimento educacional, em entrevista ao programa Dez Por Cento Mais, no YouTube. Ele enfatizou a relevância da emoção na gestão do tempo e na produtividade. 

Portilho, com mais de 14 anos de experiência, abordou o tema complexo da relação entre cultura, crenças e o modo como as pessoas encaram o tempo e a produtividade, destacando que estas são muito mais influenciadas por aspectos emocionais do que lógicos. Ele criticou a noção convencional de sucesso e felicidade, questionando se os objetivos impostos culturalmente realmente refletem as aspirações individuais. Para ele é importante equilibrar atividades e não se concentrar apenas em ser mais produtivo.  

Uma técnica para gerenciar o tempo

Na entrevista, Portilho compartilhou a técnica do “R.A.D.A.R.”, uma ferramenta pessoal para gerenciar seu tempo, dividindo atividades em categorias: Rotina, Atividades Estratégicas, Desenvolvimento do Time, Autodesenvolvimento e Relacionamento. Esse método oferece uma visão equilibrada da vida e do trabalho, permitindo uma melhor organização e priorização.

Reconhecendo os desafios da gestão do tempo na era digital, ele enfatizou a necessidade de discernimento na utilização da tecnologia e inteligência artificial para auxiliar na organização pessoal e profissional, evitando distrações e focando no que é genuinamente importante. 

Dica Dez Por Cento Mais

Ao final da entrevista, Daniel Portilho deixou uma dica valiosa ao público: 

“O meu conselho é vai com medo mesmo. Vença o medo que é a forma que você vai acostumar. Não tem outra possibilidade. Não tem uma ferramenta ou um conteúdo que você vai ler que vai te dar uma paz e vai falar: agora, eu me sinto seguro! E de fato busque se conhecer:  autoconhecimento pessoal. Quando eu comecei a entender o que era importante para mim, abri mão de outras coisas, sabendo que eu sou ser humano e não a máquina, ficou tão mais leve”. 

Assista ao Dez Por Cento Mais 

O programa Dez Por Cento Mais é apresentado por Abigail Costa e Simone Domingues. Toda quarta-feira, às oito da noite, você assiste à uma entrevista inédita, no YouTube. Veja a seguir, o vídeo completo da entrevista com Daniel Portilho:

Dez Por Cento Mais: compreendendo os conflitos conjugais

Foto de Alex Green

O número de divórcios ultrapassou a marca de um milhão, em junho de 2023, refletindo uma tendência preocupante de separações conjugais. O psicólogo Juliemerson Garcia, em entrevista ao programa Dez Por Cento Mais, enfatizou que muitos casais não se separam porque deixaram de se amar, mas sim porque deixaram de se entender. A falta de entendimento mútuo leva, em muitos casos, ao caminho mais fácil, que é a separação. 

Especialista em conflitos conjugais, Juliemerson também mencionou a influência da cultura familiar na formação dos conflitos. Cada pessoa traz consigo sua história de vida, crenças, valores e regras aprendidas em sua família de origem. Quando esses aspectos não são compreendidos e discutidos de forma clara no relacionamento, os conflitos tendem a surgir com o tempo. 

A influência na criação dos filhos

Na entrevista a Abigail Costa e Simone Domingues, o psicólogo fez uma observação interessante sobre como a diferença na criação de filhas e filhos pode prejudicar os relacionamentos. Ele destacou que, muitas vezes, as mães tendem a catapultar suas filhas, incentivando-as a buscar autonomia e independência desde cedo. Enquanto isso, com os filhos, as mães costumam adotar um papel de acolhimento constante. Essa diferença na criação pode levar a desequilíbrios nas relações futuras, com os homens buscando o acolhimento constante das parceiras. 

Outro ponto abordado foi a divisão de tarefas domésticas. As mulheres têm enfrentado desafios relacionados à sobrecarga de trabalho, tanto no mercado profissional quanto nas responsabilidades domésticas. Muitas vezes, a falta de colaboração por parte dos parceiros gera conflitos, deixando as mulheres com a sensação de estarem sobrecarregadas mentalmente e fisicamente. 

Invista na qualidade da comunicação

A má gestão financeira também foi apontada como uma causa comum de conflitos nos relacionamentos. A falta de diálogo sobre questões financeiras, aliada à falta de cooperação na administração das finanças, pode levar a desentendimentos significativos.

A falta de comunicação tem se mostrado um dos fatores mais relevantes na origem dos conflitos conjugais, como evidenciado por Juliemerson. Ele destacou a importância da comunicação eficaz entre casais e como a ausência dessa habilidade pode levar a desentendimentos e problemas nos relacionamentos.

O psicólogo apontou que a comunicação assertiva é uma habilidade que muitas vezes precisa ser desenvolvida ao longo do tempo. Garcia enfatizou que ser assertivo envolve a capacidade de expressar pensamentos, sentimentos e preocupações de maneira clara e empática, em vez de responder com monossílabos ou silêncio quando confrontados com um problema.

“A assertividade não é uma habilidade inata, mas algo que precisamos desenvolver. É a capacidade de comunicar aos outros com empatia o que estamos pensando e sentindo”

Evite o jogo de adivinhação

Um dos principais obstáculos à comunicação eficaz é a tendência de muitas pessoas em tentar adivinhar o que seus parceiros estão pensando, em vez de realmente expressar seus próprios sentimentos e preocupações. A leitura da mente  é uma armadilha comum que pode levar a mal-entendidos e conflitos.

É importante que casais reconheçam a necessidade de aprimorar suas habilidades de comunicação, desenvolvendo a capacidade de se expressar de maneira clara, empática e oportuna. À medida que a comunicação melhora, os casais têm a oportunidade de fortalecer seus relacionamentos e enfrentar os desafios juntos, construindo uma base sólida para um futuro mais harmonioso. Afinal, como enfatizou Julie Emerson Garcia, a comunicação é a chave para uma relação saudável e feliz.

Dica Dez Por Cento Mais 

Ao fim da entrevista, Juliemerson Garcia destacou a importância de se conhecer a linguagem do amor, ao deixar sua Dica Dez Por Cento Mais:

“Uma coisa fundamental é que os casais, cada vez mais, não importa quanto tempo tenha transcorrido já desde o início dessa relação, procurem compreender a linguagem de amor, como diria Gary Chapman, que um e o outro fala. Existe uma linguagem de amor. Muitas vezes velada, muitas vezes não abordada, não conversada. Se interesse pela pela história de vida do seu cônjuge desde antes de estarem juntos: o que aconteceu? o que você passou? Para entender que em determinado momento, às vezes, um elogio é tão importante para aquele cônjuge, um reconhecimento é tão fundamental, palavras de incentivo são tão fundamentais. Então, conheçam a linguagem de amor um do outro”.

Assista ao Dez Por Cento Mais

O programa Dez Por Cento Mais pode ser assistido, ao vivo, toda quarta-feira, às oito da noite, no YouTube, com apresentação de Abigail Costa e Simone Domingues. A entrevista completa também está disponível em podcast no SPotify:

Dez Por Cento Mais: mindfulness e auto-compaixão são caminhos para uma vida mais plena

Foto de Yan Krukau

Em uma sociedade onde a crítica, comparação e busca incessante pela perfeição frequentemente dominam nossos pensamentos, é fundamental acolher a nós mesmos com gentileza e compreensão, reconhecendo nossas imperfeições como parte essencial de nossa humanidade. Fenícia Andrade, psicanalista, destacou a importância da auto-compaixão em nossa jornada de autoconhecimento e bem-estar no programa Dez Por Cento Mais.

A entrevista conduzida por Abigail Costa e Simone Domingues começou com uma reflexão sobre como a mente humana muitas vezes se torna uma inimiga de nosso próprio crescimento. Fenícia ressaltou que nossa mente pode sabotar nossos esforços quando alimentamos crenças disfuncionais enraizadas em nossas experiências passadas, especialmente da infância, resultando em profecias autorrealizáveis que minam nossa confiança e nos impedem de buscar oportunidades.

O poder transformador do mindfulness

Fenícia também explorou como nossa atenção frequentemente é desviada por estímulos externos e internos, tornando desafiador manter o foco. Durante a entrevista, ela enfatizou a importância de viver o momento presente e como o mindfulness pode aprimorar nossa qualidade de vida. A mente humana muitas vezes se prende a pensamentos sobre o passado ou preocupações com o futuro, resultando em ansiedade e estresse. No entanto, o mindfulness nos permite direcionar nossa atenção para as sensações presentes, proporcionando uma experiência mais rica e equilibrada do mundo ao nosso redor.

Fenícia explicou que o mindfulness envolve a prática de observar nossos pensamentos sem julgá-los, permitindo-nos entender melhor nossos padrões de pensamento e nos afastar de pensamentos negativos ou preocupações desnecessárias. Ela também compartilhou técnicas simples que todos podem incorporar em suas vidas diárias para praticar a atenção plena, como prestar atenção às sensações ao escovar os dentes, tomar banho ou realizar tarefas comuns.

A necessidade de exercitar a auto-compaixão

Um aspecto crucial discutido na entrevista é a Auto-Compaixão. Fenícia comparou a autoestima, muitas vezes baseada em sucessos e realizações, com a auto-compaixão, que se estende ao cuidado e aceitação de nós mesmos em momentos de falha e dificuldade. Ela destacou como a cultura muitas vezes valoriza a modéstia em detrimento da auto-aceitação, especialmente no caso das mulheres, que são frequentemente ensinadas a não se elogiar.

Fenícia ressaltou a importância de reconhecer que somos seres humanos, não perfeitos, e que todos cometemos erros e enfrentamos desafios. A auto-compaixão nos permite abordar essas dificuldades com uma mentalidade de cuidado e compreensão, em vez de autocrítica severa.

Ela sublinhou que a jornada para a autodescoberta e o bem-estar requer a disciplina de reconhecer nossas próprias necessidades e tratar a nós mesmos com a mesma compaixão que estenderíamos a um amigo querido. É uma mensagem poderosa que nos convida a abraçar nossa humanidade e buscar uma vida mais plena através da auto-compaixão.

Dica Dez Por Cento Mais

“Bora ser feliz agora”. Aproveitando o bordão que usa no podcast que apresenta, Fenícia Andrade deixou sua Dica Dez Por Cento Mais. Lembrou que costumamos adiar nossos planos para segunda-feira, para o próximo ano, para quando os filhos crescerem, para quando nos aposentarmos:

“A vida está acontecendo agora, no presente. Então começa a agir. Use qualquer ferramenta. Pode ser as que eu tenho para dar, pode ser entrar na dança, no jazz. Qualquer coisa que tire um pouco desse turbilhão do dia a dia das preocupações e te faça relaxar, dar risada, igual quando a gente tinha 18 anos, que parecia boba alegre. É isso: resgatar essa alma mais livre e leve”.

Assista ao programa Dez Por Cento Mais

O programa Dez Por Cento Mais apresenta uma nova entrevista ao vivo toda quarta-feira, às oito da noite, e pode ser assistido no YouTube. A apresentação é feita pela jornalista Abigail Costa e pela psicóloga Simone Domingues.

Dez Por Cento Mais: os velhos também fazem sexo!

Ilustração da capa do livro “Sexualidade na velhice”

Muitos de nós pensamos no futuro, seja no âmbito profissional seja no pessoal. Mas quantos de nós paramos para refletir sobre como será nossa vida sexual na maturidade? A verdade é que a maioria teme esse tema, visto que vivemos em uma sociedade que hipersexualiza a juventude e frequentemente marginaliza os desejos e necessidades dos mais velhos. A jornalista e escritora Tania Celidonio, por meio de suas pesquisas, derruba tabus e revela uma perspectiva surpreendente e inspiradora sobre a sexualidade na terceira idade. Ela foi entrevistada pelo programa Dez Por Cento Mais, no YouTube.

Tania tem uma longa trajetória no jornalismo, mas foi ao explorar as complexidades da sexualidade na terceira idade que encontrou novas paixões e desafios. Em uma pesquisa ampla, que começou com seu círculo pessoal e se expandiu através das redes sociais, ela coletou cerca de 250 depoimentos sobre o tema. Os relatos, ricos e diversos, revelam uma amplitude de sentimentos, desejos, dúvidas e certezas que muitos preferem esconder por trás de pseudônimos. A pesquisa deu origem ao livro  “Mistérios e aflições da sexualidade na velhice” (Terra Redonda).

O sexo além do desejo físico

Para começar, é preciso entender que a sexualidade não se limita ao desejo físico e ao ato em si. Conforme destacado pela psicóloga Simone Domingues, uma das apresentadoras do programa, a sexualidade envolve intimidade, parceria, entrega e afeto. Essa dimensão profunda e abrangente da sexualidade se torna ainda mais evidente com o passar dos anos, quando a conexão emocional pode se sobrepor ao desejo físico.

Além disso, a pesquisa de Tania revela que muitos idosos sentem alívio ao não ter mais a “obrigação” de desejar constantemente, e conseguem abraçar a intimidade sem o foco exclusivo no ato sexual. Esta é uma revelação esclarecedora para os mais jovens, mostrando que a sexualidade se transforma, mas não desaparece.

Por outro lado, a sociedade ainda carrega muitos preconceitos. Tania citou Simone de Beauvoir, que em 1970 observou que se os idosos demonstrassem os mesmos desejos e sentimentos que os jovens, seriam vistos com desdém ou ridicularizados. Esta percepção parece ainda ressoar em muitas sociedades contemporâneas. No entanto, a questão é: por quê? Por que a sociedade tem padrões tão diferentes para homens e mulheres à medida que envelhecem? 

O preconceito é ainda maior com mulheres

Para as mulheres, o cenário é ainda mais complexo. A menopausa pode trazer consigo uma série de desafios, desde a diminuição do desejo até questões físicas, como ressecamento. Ao contrário dos homens, cujas soluções para disfunção erétil são amplamente discutidas e medicadas, as mulheres enfrentam uma lacuna no tratamento e compreensão de suas necessidades sexuais durante o envelhecimento. 

Talvez o ponto mais revelador de toda a discussão seja o padrão social imposto sobre os idosos, especialmente as mulheres. No universo dos relacionamentos, enquanto homens mais velhos com parceiras mais jovens são muitas vezes vistos como aceitáveis, mulheres mais velhas que expressam atração por homens mais jovens enfrentam julgamentos mais duros. 

O que fica claro na entrevista é que, assim como em qualquer fase da vida, a sexualidade na terceira idade é multifacetada. Não há uma única “maneira correta” de vivenciá-la. O que é essencial é o respeito, a comunicação e a abertura para entender e aceitar as mudanças que ocorrem ao longo do tempo. É preciso desmistificar e normalizar as conversas sobre sexualidade na velhice. Afinal, como bem destacou a jornalista Abigail Costa, “sexualidade é algo tão natural para o ser humano”, e não deveríamos ter vergonha ou medo de discutir, compreender e abraçar essa verdade em todas as fases da vida.

Dica Dez Por Cento Mais

Tania Celidônio, convidada por Abigail Costa e Simone Domingues, deixou sua Dica Dez Por Cento Mais: 

“Envelhecer é difícil. Não vai ser fácil para ninguém. Eu acho que se a gente encarar com bom humor, além do realismo que vem junto fica mais fácil. Porque não é fácil segurar essa onda. A minha dica seria essa. E também apostar na diversidade, porque isso que eu falei, o grande barato para mim foi perceber que a sexualidade tem uma diversidade incrível e a gente pode aproveitar mesmo depois de velho”.

Assista à entrevista no YouTube

Um novo episódio do Dez Por Cento Mais pode ser assistido ao vivo todas as quartas-feiras, às oito da noite (horário de Brasília), no YouTube. O programa também está disponível em podcast, no Spotify. A apresentação e produção é da jornalista Abigail Costa e da psicóloga Simone Domingues.

Dez Por Cento Mais: hiperpersonalização é a chave para extrair o melhor desempenho

Foto de Kampus Production

O conceito de hiperpersonalização tem ganhado destaque como chave para maximizar o desempenho humano, seja no esporte seja no mundo corporativo. Jean Schiavinatto, especialista em gestão e performance humana, apresentou essa perspectiva no programa “Dez Por Cento Mais”, apresentado por Abigail Costa e Simone Domingues, no Youtube. Observando a dinâmica entre treinadores e atletas paralímpicos, Schiavinatto percebeu que a abordagem personalizada de treinamento e feedback é essencial para alcançar resultados excepcionais, já que cada atleta, com suas peculiaridades, requer uma estratégia diferente.

A necessidade da psicologia e do autoconhecimento

Entretanto, existe resistência à integração de psicólogos sobretudo nos esportes. Muitos ainda veem a busca de apoio psicológico como sinal de fraqueza. No mundo corporativo, trata-se de reconhecer e acomodar as diferenças individuais dos membros da equipe. A perspectiva de Schiavinatto sugere que, no cenário em rápida evolução de hoje, a hiperpersonalização é mais do que uma tendência; é uma necessidade. Seja no campo de jogo ou na sala de reuniões, a capacidade de se adaptar às necessidades individuais pode ser o diferencial entre o sucesso e o fracasso.

Ao se referir às potencialidades no mundo corporativo, Schiavinatto destaca a importância de identificar e capitalizar as qualidades individuais. Seja como funcionário ou candidato a uma vaga, é vital reconhecer suas habilidades e usá-las para alcançar objetivos profissionais.

A importância do “Life Long Learning”

O conhecimento técnico adquirido durante a graduação ou cursos é renovado frequentemente. Segundo estudos, em média, a cada três ou cinco anos, 100% desse conhecimento técnico é renovado. Essa realidade implica uma necessidade ininterrupta de aprendizado ao longo da vida, onde o estudo constante é vital. Além disso, empresas hoje reconhecem que a formação acadêmica muitas vezes não é suficiente. Por isso, muitas empresas estão investindo em universidades corporativas para capacitar ainda mais seus funcionários.

A valorização das Soft Skills

Em meio a essa evolução do aprendizado, 60% do que faz uma pessoa crescer em uma empresa, seja vertical ou horizontalmente, está ligado às habilidades comportamentais ou soft skills. Isso ressalta a importância do autoconhecimento e autodesenvolvimento. Cursos voltados para inteligência emocional, compreensão do perfil comportamental, entre outros, são essenciais neste processo.

A abordagem dos atletas e profissionais do mundo corporativo em relação ao gerenciamento das emoções também é crucial. A necessidade de reconhecimento da importância da saúde mental, tanto para os atletas quanto para os líderes empresariais, é imperativa. Afinal, são seres humanos em ambos os contextos, e a chave para a maximização da performance está em reconhecer e valorizar essa individualidade. A capacidade de lidar com as emoções, de ter autoconhecimento e de buscar ajuda quando necessário, é fundamental para alcançar a excelência em qualquer área da vida.

Dica Dez Por Cento Mais

Jean Schiavinatto, entre outros títulos, é mestre em Educação e Desenvolvimento Humano pela Unicamp e MBA em Liderança, Inovação e Gestão 4.0 pela PUC. Ao fim do programa, deixou sua Dica Dez Por Cento Mais:

“A minha Dica 10% Mais é assim: pensa na vida de vocês como uma régua. Existem réguas de 30 cm, 50 cm e 100 cm. A gente transforma os centímetros em anos. O mais importante independentemente do tamanho da régua é a hora que você olhar para trás e chegar lá no finalzinho dela, você ter feito a diferença na vida das pessoas com as quais você convive.”

Assista ao Dez Por Cento Mais

Um novo episódio do Dez Por Cento Mais pode ser assistido ao vivo todas as quartas-feiras, às oito da noite (horário de Brasília), no YouTube. O programa também está disponível em podcast, no Spotify. A apresentação e produção é da jornalista Abigail Costa e da psicóloga Simone Domingues.