Nina Ferreira

Mal chegamos no mundo, já temos uma queda: a casa quentinha no útero da mãe dá lugar a um espaço barulhento, meio quente e meio frio, cheio de luz que irrita olhos que antes não precisavam fazer o esforço de ver…
Tudo parece fluir bem, mas uma hora a gente cai. Uma discussão no casamento, um problema no trabalho, uma dívida financeira… Um exame médico que dá um resultado suspeito, um acontecimento não planejado que muda o rumo do futuro…
Cair é inevitável.
Não, não quer dizer que temos que gostar. Aliás, ninguém “tem que” nada.
Essa constatação serve pra nos trazer pra realidade da vida e, a partir dela, decidir como viver.
O que fazer com os momentos de queda?
Dá pra chorar, gritar, se esconder.
Dá pra tirar um tempo pra pensar.
Dá pra fechar os olhos e se imaginar mudando de planeta.
Só quero que se lembre que não está sozinho.
Só quero que, nessas horas, olhe para os lados e perceba: mais cedo ou mais tarde, você verá todos que conhece caírem (e, por aí, quem você não conhece também estará indo ao chão).
Só quero que você sinta que, apesar das quedas, há momentos em que estamos em pé, caminhando, podendo apreciar o vento fresco no rosto, a luz do Sol, as belezas do mundo.
É… uma hora a gente cai.
E, ainda bem, outras horas a gente está em pé e podendo saborear momentos felizes.
Te desejo esperança na sua capacidade de se erguer, de se reerguer e de seguir em frente!
A Dra. Nina Ferreira (@psiquiatrialeve) é médica psiquiatra, especialista em terapia do esquema, neurociências e neuropsicologia. Escreve a convite do Blog do Mílton Jung.