Camiseta regata: no Habib’s ou no avião é um problemão

 

Por Carlos Magno Gibrail

Camiseta regata nem para Jesus voar

 

Segunda-feira, no programa do Mílton Jung, o comentário reprisado de Arnaldo Jabor referiu-se aos percalços das viagens aéreas da atualidade. Muito diferente dos áureos tempos da Varig, quando se viajava de trajes sociais clássicos, enquanto os espaços nos aviões eram civilizados, e os passageiros também assim se comportavam. Não bastasse a ineficiência aeroportuária e o incômodo de abrigar o corpo de 1,92m no exíguo espaço das modernas aeronaves, Jabor enfatizou ainda a inconveniência de passageiros com regatas e chinelos.

 

Pouco depois de ouvir o sensato discurso verifico que um dos assuntos mais acessados na internet naquela manhã é a condenação da Justiça Paulista a uma franquia do Habib’s. Por ter colocado para fora da loja um casal cujo cidadão vestia camiseta regata e chinelo.
Na verdade, a camiseta regata que une os fatos apontados, não é a grande vilã destes episódios. Habib’s e as companhias aéreas são as responsáveis, respectivamente, tanto pela inabilidade do gerente que expulsou o casal, quanto pela falta de competência em ordenar a acomodação e a educação dos passageiros.

 

Há evidências que nos momentos de mudanças, como o que vivemos de liberalidade da moda de um lado, e da ascensão de classes de outro, aparecem exageros, normalmente por falta de orientação diante da novidade. No caso do uso de trajes mais despojados como o da regata, é necessário educar. Com educação. É preciso reverter sem subverter. Adequar é o caminho para a elegância.

 


Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos, e escreve às quartas-feiras, no Blog do Mílton Jung