A moda 2011 em retrospectiva

 

 

Por Dora Estevam

Das declarações desastradas aos incríveis casamentos, a moda fez parte das conversas entre amigos, e inimigos, também, neste 2011. Ou seja, foi notícia, e algumas das mais importantes deste ano separei para vocês neste artigo:
 
Quem não se recorda do discurso retórico antissemita de John Galliano, em um bar de Paris. Negado por ele, inicialmente, mas comprovado em vídeo que fez “sucesso” na internet, foi o que bastou para a indústria da moda demiti-lo, imediatamente, depois de 14 anos na Christian Dior. Apesar de grandes nomes terem diso indicados para a substituí-lo, a Dior vai entrar 2012 procurando um estilista à altura da marca (e de Galliano). Relembre o caso nas imagens da The Sun.

 


 
A musa da música se tornou a musa da moda. Em março, Lady Gaga fez um ensaio para a grife Thierry Mugler, este que foi apenas o começo. Colunista das revistas Vogue e Bazaar; espaço na Barneys New York; livro publicado com imagens inéditas de turnê; fotos ao lado do cantor Tony Bennett sem roupas para a Vanity Fair – aliás, o segundo ensaio para a revista. Sem contar as músicas, o sucesso extraordinário das músicas. Imagine o que será 2012 para ela.
 

  
O casamento real também foi notícia, e como. O vestido usado por Kate Middleton virou peça de exposição e foi visto por mais de 600 mil pessoas. A estilista Sarah Burton, da grife Alexander McQueen, considerou o modelo clássico, simples e elegante. Depois do casamento, Burton se tornou uma das estilistas mais famosas do mundo. A escolha de Kate foi um tributo tanto para a moda britânica quanto para McQueen, que havia morrido no ano anterior.
 

O casamento da modelo Kate Moss também rendeu muitas páginas. Com três dias de duração, o “Mosstock”, como a festa foi apelidada em um brincadeira com o nome dela e o do festival de música de Woodstock, foi literalmente um show. Todo fotografado por Mário Testino, o casamento virou editorial da Vogue setembro. E como Moss sempre gera polêmica usou um vestido trabalhado por Galliano, que já enfrentava o protesto por antissemitismo.
 

 
A modelo brasileira Lea T, descoberta pelo amigo e estilista Riccardo Tisci, da grife francesa Givenchy, ganhou fama internacional. Transexual, bonita e bem educada, a história dela chamou a atenção do público e de quem entende de moda. No Brasil, sua vida ganhou ainda mais um ingrediente por ser filha do ex-jogador da seleção brasileira de futebol Toninho Cerezo. Lea voltou para o Brasil e desfilou para o estilista Alexandre Herchcovitch.
 

   
Este ano falou-se muito em “It”. Elas viraram mania entre as meninas e tudo começou com Elle Fanning. Depois do sucesso em “Um Lugar Qualquer”, quando interpretou a filha de um astro de cinema, em 2010, a menina se destacou em um curta para grife americana Rodarte, obra do fotógrafo Todd Cole, logo no início de 2011, e marcou presença na campanha de Marc by Marc Jacobs. Com apenas13 anos, Elle Fanning já está na estrada há bastante tempo e parece que vai muito mais longe ainda. É a queridinha de Hollywood. Dá uma olhada neste especial de TV para você relembrar a carreira da menina.
 


 
Ah ! Não posso esquecer da briguinha judicial entre o famoso estilista de sapatos Christian Louboutin e a YSL. Na coleção Cruise YSL 2011 foram criados quatro estilos de sapatos com fundo vermelho, uma marca de Louboutin, e isto bastou para que ele tentasse interromper a produção. A justiça não se sensibilizou com a reclamação do estilista e decidiu que o vermelho na sola do sapato não é privilégio de ninguém.  Como tudo na vida há o que se comemorar e o que chorar, na indústria da moda não poderia ser diferente. A notícia virou motivo de muita risada.

Dora Estevam é jornalista e escreve sobre moda e estilo de vida, no Blog do Mílton Jung.

De retrospectivas a perspectivas

 

Por Carlos Magno Gibrail

Retrospectiva 2009

Os últimos dias do ano são os de menor audiência nos meios de comunicação.

É por que não há interesse das pessoas? Ou por que os assuntos apresentados não são desejados?
Efeito Tostines reverso (vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?), porém decifrável, pois manter hábitos e sistemas do passado, como repetir programas e fazer retrospectivas de notícias, é no mínimo desconsiderar o presente. E, não testar o futuro.

Segundo a BBC o diário inglês “Financial Time” constituiu um painel de jornalistas para efetivar previsões sobre o ano novo, 2010. Ao invés de gastar espaço com noticias e fatos passados, que estão á mão de leitores, ouvintes e telespectadores através da contemporânea internet.

Cada um respondendo pela sua respectiva área fez a previsão – política, econômica, esportiva, etc. Nada mau um dia de economista para jornalistas.

Os jornalistas britânicos do “Financial Time” previram, do campeão da Copa do Mundo de futebol até o próximo presidente do Brasil.

E, por que não seguir o raciocínio Freakonomics (o economista Steven Levitt e o jornalista Stephen Dubner, descobriram que nos Estados Unidos as piscinas matam mais crianças do que os revólveres, a legalização do aborto diminuiu a criminalização em New York, porque os homens-bomba devem fazer seguro de vida, ou porque o preço do sexo oral caiu tanto nos últimos anos), e indagar se os veículos de comunicação não estão deixando de atender uma demanda potencial pela oferta de produtos?

Se existem mais pessoas de férias não há mais tempo para leitura de jornais e revistas, para ouvir programas de rádio ou para assistir a televisão?

Vale a pena investigar e analisar. Mas, jornais e revistas com conteúdo reduzido e amanhecido, rádios e TVs acionadas pelo terceiro escalão e reprisando programas e entrevistas, não servem como base de estudo.

Um dia de economista para renomados jornalistas prevendo 2010 nas suas respectivas áreas de especialização seria no mínimo divertido, atraente e de interesse para cada uma das matérias em que atuam e certamente para os consumidores – leitores, telespectadores, ouvintes e internautas. Sem considerar a torcida posterior para acompanhar o alcance do acerto ou do erro. Dependendo da aposta.

Eu pagaria para ver. E você?

Carlos Magno Gibrail é doutor em marketing de moda e escreve às quartas no Blog do Mílton Jung. E deve aos seus leitores as previsões para 2010.