Revolução digital vai ocupar espaço dos shopping centers

 

Por Carlos Magno Gibrail

 

I Love Mall

 

Um endereço eletrônico que poderá ter um milhão de lojas, e outro em 3D a olho nu. A partir deste mês.

 

Não é pouca coisa! E não é mesmo, pois há quinze anos, no auge da primeira bolha da internet, os movimentos comerciais atraídos pela nova tecnologia caminhavam em desconexão. Lojistas acostumados a se instalarem em ruas especializadas ou em shopping centers abriram unidades virtuais solo no mundo virtual. O setor de moda e acessórios, que apresenta grande volume, desacreditava totalmente na compra pela imagem. Enquanto os shoppings, formato físico ideal para replicar no espaço virtual, não deram a mínima para essa possibilidade. E, ainda não dão. Melhor para o “CNDL Shopping” e o “I Love Mall”. Respectivamente, criações da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas e da PRA Negócios e Participações, de Antonio Mesquita e Ricardo Abdo.

 

A força do “CNDL Shopping” começa no potencial de atração aos lojistas, pois reúne 1,3 milhão de associados, que podem ingressar pagando R$ 3.990,00 pelo ponto e R$189,00 de mensalidade. As compras serão dirigidas às lojas mais próximas ao CDL local, que são 1480 no total. Ou, em qualquer cidade escolhida pelo cliente, que poderá fazer busca pelo tipo de produto, pelo preço, pelo mais vendido, etc. O consumidor pagará uma única conta e depois de receber a mercadoria; enquanto o lojista será creditado automaticamente sem nenhum ônus. A tecnologia é Flexy e a operação comercial financeira é Koin, que se responsabiliza pelos pagamentos.

 

No “I Love Mall” encontraremos inicialmente 400 lojas em 3D, com predominância ao setor de moda e acessórios, mas com novidades como o Dom Mercatto, que é o Mercado Municipal de São Paulo com todos os seus produtos à mão. As compras (parceladas em 12 vezes) serão centralizadas em um único sistema que poderá ser cartão, boleto ou depósito bancário cujo valor será repassado aos lojistas pelo PayPal. O custo de ocupação será definido dentro da possibilidade do segmento e da empresa especifica.

 

Os shopping centers físicos que poderiam ganhar a guerra, agora terão que enfrentar uma revolução.

 

Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Milton Jung, às quartas-feiras.

A revolução nas estradas começa na escola

 


Por Milton Ferretti Jung

 

Em Porto Alegre, de onde escrevo esta coluna, ano após ano, de maneira indefectível, no dia 20 de setembro, a Guerra dos Farrapos ou, se preferirem, a Revolução Farroupilha, é lembrada pelos rio-grandenses. Uso a palavra lembrada porque não entendo que revoluções ou guerras mereçam ser comemoradas. A Farroupilha estendeu-se de 20 de setembro de 1835 a 1º de março de 1845. Gaúchos de todo o estado reúnem-se durante o mês de setembro inteirinho no Parque da Harmonia. Desta vez, os que vieram acampar na capital, encontraram um parque com vias asfaltadas e livres, portanto, do barral que tinham de enfrentar, eis que sempre chove muito por aqui nesta época do ano.

 

No dia 20, o desfile dos piquetes na Avenida Edvaldo Pereira Paiva é o ponto alto do tradicional evento. Trata-se de um feriado estadual. Feriados desse e de outros tipos – nacionais, estaduais ou municipais – especialmente se caem em quintas ou sextas-feiras, são mais propícios à ocorrência de acidentes, eis que, ao contrário dos fins de semana normais, aumentam consideravelmente o fluxo de veículos nas rodovias. Às vésperas desses dias, a mídia costuma divulgar recomendações aos motoristas, visando a que não corram, tomem cuidado com as ultrapassagens e não consumam bebidas alcoólicas antes de dirigir, além de outros tipos de cuidados.
Como sempre,porém,nem todos dão a devida atenção aos avisos. Aqui no Rio Grande do Sul, o feriadão do dia 20, deixou saldo de 20 mortos nas estradas gaúchas. Em 2012, 18 perderam a vida nessa data. Não bastassem os acidentes fatais, o número de embriagados ao volante também é assustador: 115 foram flagrados, no Viagem Segura, dirigindo sob efeito de álcool. Desses, 67 foram conduzidos a delegacias porque se negaram a se submeter ao bafômetro.

 

Sempre que escrevo sobre o assunto, lembro que tem de ser obrigatória matéria versando acerca desse tema, já no curso primário, de maneira que as próprias crianças adquiram condições de influenciar os seus pais a respeitarem as leis do trânsito.

 


Milton Ferretti Jung é jornalista, radialista e meu pai. Às quintas-feiras, escreve no Blog do Mílton Jung (o filho dele)

Conte Sua História de São Paulo: Da revolução à boiada

 

Carlos Laporta

No Conte Sua História de São Paulo, o depoimento de Carlos Laporta, paulistano, neto de italianos, nascido na Barra Funda, em 1919. Na conversa com os entrevistadores do Museu da Pessoa, seu Laporta mostrou muita disposição para lembrar os momentos que marcaram sua infância. Em 91 anos de vida, ele foi espectador e protagonista de diversões e revoluções – histórias que começaram na Vila Pompeia, em 1924. As revoluções de 30 e 32, seu Laporta assistiu nas ruas da Barra Funda. No depoimento, ele também lembra brincadeiras e fatos engraçados

Ouça as histórias de Carlos Laporta, sonorizadas por Cláudio Antônio

Você tambem pode participar do Conte Sua História de São Paulo. Agende uma entrevista pelo telefone 2144-7150 ou no site do Museu da Pessoa.

De mim mesma

Por Maria Lucia Solla

Ciclicamente preciso parar e olhar fixamente para mim mesma. Preciso saber que revolução é essa que não me dá sossego. Encaro mesmo. Sem pudor. E ainda fico surpresa, depois de tanta vida, tanto estudo e tanta reflexão. O ser que mora em mim é um poço de surpresas. Por isso quase não assisto à televisão.

A surpresa brota quando caem as fichas. A gente  ouve o tlim tlim e se arrepia com o contato do metal gelado no sangue quente. Outras vezes, as fichas caem fervendo e põem em ebulição o sangue que andava morno, mas não deixa de causar surpresa.

Tenho tido cada vez mais dificuldade de fazer suposições. Consigo dizer se gosto ou não gosto, mas usar os conceitos velhos e carcomidos que perambulam por nossas bocas e mentes e saem pulando, sem nossa permissão, não quero. Não quero mais. Mesmo que vá com eles a minha eloquência.

Quero ver tudo e todos, com olhar limpo e zerado a cada dia. Quero me desvencilhar de conceito que não têm nada a ver comigo hoje  e que eu repito por puro macaquismo. Quero me virar do avesso de novo e de novo, para me arejar inteira,

Mesmo que isso me emudeça. Quero terminar a construção da ponte que liga, para sempre, a mente ao coração.

E você?

Pense nisso, ou não, e até a semana que vem.

Ouça o texto na voz da autora clicando AQUI

Maria Lucia Solla é terapeuta e professora de língua estrangeira. Todo domingo está aqui no blog.