Avalanche Tricolor: Por estes nossos feitos

 

Avaí 0 x 3 Grêmio
Brasileiro – Florianópolis (SC)

Bandeira do RS e do Grêmio

É momento de comemorar. Desfilar orgulhoso por nossos feitos. Andar pelas ruas – seja na capital, Porto Alegre, seja nas cidades do interior, seja onde você estiver – com a cabeça erguida de quem nunca desistiu mesmo quando a derrota parecia definitiva, de quem sempre viveu na busca da vitória.

O Rio Grande do Sul vai parar. E está decretado feriado. para que se possa fazer festa para todos os lados.

Calma lá, caro e raro leitor. Não me considere um alucinado pelos parágrafos que abrem este post.

Você deve achar que é deslumbramento demais para apenas uma vitória gremista. Bem verdade que esta não é uma vitória simples. O Grêmio goleou na casa do adversário. E que goleada !

Uma vitória que se iniciou nas mãos de Vítor em dois momentos que poderiam ser decisivos no primeiro tempo. Que passou pelo desarme (e armação, também) de dois volantes que tomaram conta do jogo, Rochemback e Adílson – mais uma vez Adílson foi grande em campo. Que teve a qualidade do passe de Douglas para fazer diferença. E que se completou no talento e oportunismo de nossos atacantes, em especial Jonas.

Vá ver o primeiro gol dele, o drible que deu em seus marcadores, a maneira como deixou um deles caído no chão, o olhar voltado para o gol e o chute certeiro. No segundo, valeu o desejo de ser goleador. Deslocou-se para receber dentro da área e mesmo marcado abriu espaço para chegar a artilharia do Campeonato Brasileiro.

Foi muito bom, também, ver André Lima raspar a bola de cabeça em direção ao gol, em meio a uma montoeira de marcadores, depois de ser lançado lá da intermediária, ao velho estilo gremista. Quem sabe nosso atacante não desencanta !

Apesar de todos estes feitos e minha alegria em fechar este domingo respirando aliviado ao olhar a tabela de classificação, as palavras que marcam a abertura deste post se referem a outro momento significativo para quem nasceu no Rio Grande do Sul.

É que amanhã, dia 20 de setembro, é o Dia do Gaúcho, quando se realiza desfile para lembrar as batalhas da Revolução Farroupilha, das mais extensas rebeliões que o País já teve. Uma guerra que não tinha na sua origem o caráter separatista mas, sem dúvida, uma indignação contra injustiças do poder central.

Sendo assim, parabéns a todos os gaúchos – em especial aos gaúchos gremistas.

Avalanche Tricolor: Cor e coração

 

Avai 4 (3) x 5 (2) Grêmio
Copa do Brasil – Florianópolis (SC)
Camisa Branca

Uma camisa branca com alguns riscos azuis cruzando na horizontal. Muitas marcas de empresas poluindo o ambiente e competindo com o emblema tricolor. De frente da TV, com a câmera à distância, dava para desconfiar que não era o Grêmio em campo, no estádio da Ressacada, em Florianópolis. Foram necessários 45 minutos, ou melhor, foi necessário começar o 2º tempo para ver que aquele time alvo tinha brio, tinha coração.

Houve um gol de Jonas na conclusão de uma bola que parecia não querer entrar, que amorteceu no seu peito e estufou a rede. Houve até mesmo um gol de falta de Fábio Rochemback em um chute que vazou a barreira e só foi contido quando a bola estava presa no ‘fundo do poço’ – como tenho saudade de ouvir esta expressão. Nem um nem outro, porém, foram suficientemente significativos para que eu tivesse identificado o meu Grêmio naquele time que vestia branco.

Foi o carrinho de William Magrão impedindo que o adversário partisse de seu campo, comemorado com os punhos cerrados. Foi uma despachada de bola pela lateral evitando o cruzamento perigoso, festejado por Rodrigo com um soco no ar. Foram chutes sem direção, mas com a intenção de salvar uma história na Copa do Brasil. Foi a classificação com o goleiro fazendo milagres, três volantes em campo, um só atacante na frente e o placar no limite. Foi tudo isso que me deu a certeza de que ali estava o time pelo qual torço. E sofro.

E como sofro.

Avalanche Tricolor: Um time se constrói

 


Grêmio 4 x 1 Inter SM
Gaúcho – Olímpico Monumental

Foram 13 finalizações, quatro gols marcados, somente dois chutes contra e apenas cinco minutos para decidir o jogo e se habilitar a primeira final da temporada, domingo que vem, quando estará em disputa o 1º turno do Campeonato Gaúcho. Estes são os números que resumem a história de mais uma vitória do Imortal Tricolor diante de sua torcida e embaixo de um insuportável calor que fez o time impor ritmo despretensioso no segundo tempo.

Mesmo assim haverá críticas ao fato de, em mais uma partida, termos tomado um gol, o décimo-quarto em 11 disputadas neste ano. Lembrarão que em praticamente todas o time saiu em desvantagem(e virou o placar na maioria, mas isto não parece ser levado em consideração). E, claro, alguém colocará em dúvida a capacidade do técnico Silas comandar o Grêmio (até concordo que ainda terá que mostrar muito mais até convencer a todos).

No jogo dos números se esquece de olhar a alma de uma equipe, o movimento de seus jogadores, o esforço medido de acordo com a necessidade de cada momento e o olhar cúmplice de colegas que estão juntos há pouco mais de um mês. Não aparece o carrinho para buscar a bola que escorrega pela lateral, a dividida com o adversário que arrisca a própria integridade física para não perder a jogada e coloca em risco a sequência no campeonato ou a troca de passe qualificada, com velocidade e para frente.

Foram nessas cenas que apareceram isoladas nos 90 e poucos minutos da partida – a maioria jamais será reprisada na transmissão da televisão – que a história de um time se constrói. E foram elas que me chamaram atenção nesta noite infernal (34º) no estádio Olímpico em que os torcedores cantaram e aplaudiram quase o tempo todo, pois identificaram – assim como eu – que algo de muito bom está para acontecer neste ano.

Os gols de Rafael Marques, Borges (11 em 11 jogos), Fábio Rochemback e Hugo apenas ilustraram o que o Grêmio fez em campo, serviram para abrir os olhos de quem comenta com o preconceito e a desconfiança – estes sentimentos que, historicamente, encaramos e somos obrigados a superar a todo momento.

Domingo que vem – pouco me interessa quem será o adversário – estaremos em campo mais uma vez para mostrar que há um amadurecimento e estamos a caminho de um grande conquista. Que pode ocorrer daqui uma semana ou no decorrer do ano, mas que irá ocorrer. Temos um time.