APAS e prefeitura lançam campanha contra sacola plástica

 

Pouco disposta a por em prática a lei que proíbe o uso de sacolas plásticas na cidade de São Paulo, derrubada na Justiça pelo sindicato da indústria do plástico, a prefeitura decidiu abraçar a causa da associação dos supermercados. Poderia ter recorrido, usado de sua estrutura jurídica, mas em lugar de lei, decidiu-se por campanha de conscientização.

Na época em que anunciamos a parceria entre APAS e prefeitura, assessores de comunicação do secretário do Verde Eduardo Jorge negaram que houvesse qualquer acordo. Agora, porém, é oficial: no dia 15 de dezembro, às 11 e meia da manhã, na Praça Victor Civita – Museu Aberto da Sustentabilidade, o prefeito Kassab e os supermercadistas da capital participarão de ato público para lançar a campanha Vamos Tirar o Planeta do Sufoco que incentiva o cidadão a usar nas compras sacolas retornáveis.

Apesar de os cerca de 1200 supermercados estarem se adaptando às mudanças – muitos já oferecem alternativas para as sacolas descartáveis -, a campanha começará mesmo no dia 25 de janeiro, aniversário de São Paulo, e vai se espalhar por cidades do interior do Estado. Em Jundiai, onde projeto piloto foi realizado, reduziu-se em até 95% o uso das sacolas descartáveis, as que ainda embalam as compras são feitas de material biodegradável – que não são a melhor solução, mas têm menor impacto do que as que usamos atualmente.

Em BH, sete em cada 10 já abandonaram sacola plástica

 

As sacolas plásticas estão saindo aos poucos da vida dos mineiros, uma mudança de hábito provocada pela lei que proibiu o uso deste material no comércio de Belo Horizonte, em vigor há um mês. De cada dez moradores da capital, sete não usam mais as sacolinhas para levar as compras para casa, de acordo com a prefeitura.

Puxando o traça e fazendo as contas, deixaram de ser usados 13,5 milhões de sacolinhas e de ser jogado no meio ambiente 60 toneladas de plástico. Por outro lado, alguns funcionários perderam o emprego e uma parcela da produção da indústria do setor está parada.

Hoje, somente 15% dos consumidores estão levando para casa as sacolas de plástico, nos supermercados. Estas são feitas de amido do milho ou recicladas e custam R$ 0,19 cada uma. Os demais usam sacolas retornáveis , carrinhos de feira ou caixa de papelão.

A lei em vigor na cidade de Belo Horizonte havia sido apresentada em 2008 quando foi aprovada e sancionada pela prefeitura, mas jamais regulamentada. O prefeito Márcio Lacerda resolveu por ordem na casa – ou no lixo -, assinou dois decretos, um proibindo o uso da sacola plástica comum e o outro permitindo o uso das recicladas e oxiobiodegradáveis por até 120 dias.

Os fabricantes protestam contra a medida e alegam que tiveram de demitir funcionários devido a queda de 30% da produção provocada pela entrada em vigor da lei.

É importante verificar como os mineiros estão se comportando a medida que foi a primeira capital a adotar esta medida por lei. Na cidade de São Paulo a proibição se inicia em janeiro de 2012, tempo durante o qual o mercado terá de se adaptar.

A restrição às sacolas plásticas deve aumentar ainda mais, pois a proibição está em discussão na Assembleia Legislativa de São Paulo com o projeto de lei 226/201, de autoria da deputada Célia Leão (PSDB). O tema está agora nas comissões de Constituição e Justiça e de Meio Ambiente devendo ser realizadas, em breve, audiências públicas. Se for aprovado, o uso dessas sacolas estará probido nas 645 cidades paulistanas.

Rosângela Giembinsky, do Movimento Voto Consciente, chama atenção para a importância da presença do cidadão no debate: “Por ser projeto de grande abrangência com consequência de curto e longo prazos, o cidadão tem de dar sua contribuição. Vale o debate pois existem vários lados com interesse, as empresas que fabricam as sacolas, os supermercados que deixam de ter as despesas, o meio ambiente e o cidadão”