Por Abigail Costa
Responda de primeira:
– Você já sentiu inveja de alguém?
– Ódio do chefe?
-Ciúmes do namorado?
Se a resposta for negativa, não se preocupe. Um dia você sentirá pelo menos um de uma dúzia desses sentimentos “pequenos”.
Pensando lá trás, quando carregava meu filho de poucos meses no colo, e no bate papo entre nós (no qual só eu falava):
-De quem é esse bebê? É só da mamãe, não é?
O pobrezinho deveria pensar: Que mulher egoísta! E o cara que saiu pra trabalhar? Também não sou do papai?
Mais tarde a bronca em cima do mesmo menino, agora não mais um bebê:
-Divide com o amiguinho! Que coisa feia….. e por aí vai.
Quando a gente, bem mais crescida, esbarra numa situação que envolve sentimentos não declarados do bem, ficamos “oh !”. Como o ser humano pode ser assim ?
Enquanto falava com o meu bebê, apesar do tom de brincadeira, o querer só pra mim estava desenhado. O que eu não sabia era que isso seria passado adiante, como sempre acontece.
Declaradamente, outro dia um amigo disse com todas as palavras que teve inveja de mim. Quem estava perto ou soube do acontecido corou. Eu compreendi. Que fique registrado, não tenho pretensões de seguir carreira religiosa.
Apenas entendi o sentimento de alguém que gostaria de ter tido o que eu tenho. De não ter investido na felicidade como uma moeda de troca, mas como uma grata previdência, antes e depois da aposentadoria.
Meu caro, já fui muito mais egoísta. Inveja, não, sempre senti vergonha dela.
Agora, ciúmes, será que tem na medida certa?
Por hora vou driblando o meu.
Abigail Costa é jornalista e sem esconder seus sentimentos (ou quase) escreve às quintas-feiras no Blog do Mílton Jung
