Dr Nina Ferreira

Serviço – quando pensamos nessa palavra, rapidamente nos vem uma ideia de trabalho, esforço… até mesmo um certo sofrimento, não é?!
De fato, uma das definições formais de serviço é: exercício e desempenho de qualquer atividade.
Há outra definição possível: ação de dar de si algo em forma de trabalho.
Dar de si. Que conceito profundo. Quando servimos, estamos utilizando recursos próprios – energia, tempo de vida, ideias, criatividade, sentimentos, movimentos – para produzir algo e entregar ao mundo.
Servir tem esse quê de fazer pelo outro, sair de si em nome de outra pessoa ou de uma causa. É um ato que nos demanda generosidade, olhar para fora com interesse de entender como podemos ajudar.
Vamos para o outro lado dessa história – quando somos servidos por alguém, qual é a sensação? Para mim, parece tão bom: cuidado, atenção, consideração, afeto, respeito… Muitos sentimentos positivos me inundam quando alguém faz algo para me auxiliar.
Assim, podemos pensar que servir é um ato nobre, porque brotam dele diversas sensações que nos dão felicidade e esperança na humanidade e na vida.
Será que nós atentamos, no nosso dia a dia, para essa nossa função de servir aos outros? Será que entendemos o impacto positivo grandioso que podemos gerar com pequenos ou grandes atos de serviço?
Um sorriso, uma oferta de um café, uma pergunta: “Como posso te ajudar?”… Um momento de escuta cuidadosa, um pouco mais de paciência com aquela pessoa que está em um dia ruim…
Oportunidades de servir não faltam. Óbvio que queremos ser servidos, cuidados e que possamos perceber quando isso acontecer – que possamos notar para saborear esses presentes que recebemos! No entanto, não há como a conta fechar se nós, cada um de nós, não se dispuser a servir também.
O plano de melhoria geral do convívio social é esse: vamos caminhar pela vida buscando chances de bem servir? O mínimo que conseguirmos já ajudará a alguém… E esse alguém poderá passar o gesto para frente…
Ser útil é um bom sentido para atribuirmos à nossa vida. Não precisa ser o tempo todo, nem para todo mundo; não é para ser percebido como um peso ou uma obrigação. Servir como uma escolha de bem viver, de melhor viver…
Então… vamos servir?!
Dra. Nina Ferreira (@psiquiatrialeve) é médica psiquiatra, especialista em terapia do esquema, neurociências e neuropsicologia. Escreve a convite do Blog do Mílton Jung.
