Avalanche Tricolor: uma jogada que conta uma história

 

Sport 1 x 3 Grêmio
Brasileiro – Ilha do Retiro/Recife

 

 

Estava estatelado no chão, parecia abatido, sem força para reação. Foi humilde para se levantar sem lamentar, não esboçou qualquer reação nos olhos, parecia estar apenas cumprindo sua missão. Teve personalidade para erguer a cabeça, acreditar na sua capacidade, apostar em seu talento e enxergar no horizonte um espaço para brilhar. O lance que resultou no primeiro gol do Grêmio na importante vitória desta noite é praticamente a transcrição da história de Anderson Pico, nosso ala esquerdo que depois de todas as adversidades impostas por ele próprio encontrou no Olímpico, sua primeira casa, o ambiente que necessitava para rever sua carreira. Pediu para ficar, prometeu melhorar, entrou em campo e nunca mais deixou o time. Hoje, fez um gol segundos após escorregar no gramado da Ilha do Retiro e cair. Parecia perdido. Parecia, mas não estava. Ficou em pé, dominou a bola e viu, entre os zagueiros e o goleiro adversários, o espaço para dar inicio a mais uma conquista neste Campeonato Brasileiro. Não me refiro aos três pontos – estes buscamos todos os jogos -, mas a vice-liderança, uma posição que estamos galdando a cada rodada, para a qual nos preparamos para assumir na hora certa, sem precipitação. Faltam dez pontos para superar o líder e ficarmos com o título. A maior parte não acredita que sejamos capazes, considera o resultado final favas contadas. Muitos gremistas devem pensar da mesma maneira, principalmente quando viram que o time enfrantaria esta batalha contra os desesperados da Ilha com um elenco de reservas, pelas ausências de Gilberto Silva, Fernando, Zé Roberto, Elano e Marcelo Moreno. Devem ter preferido assistir às agruras de Max e o bem tramado enredo da novela Avenida Brasil. Azar deles todos, incrédulos. Perderam Anderson Pico, Naldo, Léo Gago, Marquinhos, Marco Antônio e o serelepe Leandro. Um dia serão todos, assim como eu, fiéis à Imortalidade.