Avalanche Tricolor: no esporte eletrônico, os motivos para sorrir nesta segunda-feira

 

Caxias 2×1 Grêmio
Gaúcho – Caixas do Sul

 

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Muita gente acordou de ressaca nesta segunda-feira. Lá na redação, teve colega que mal dormiu na noite passada pois esticou o domingo até a madrugada para assistir ao Super Bowl e a incrível virada do Patriots sob o comando de Tom Brady. Depois de amargar uma surra no primeiro e em boa parte do segundo tempo, com um placar que chegou a 28 a 3 para o Falcons, o time do “Giselo” – referência a esposa, gaúcha por sinal – empatou no tempo normal e venceu por 34 a 28 em inédita prorrogação na final da NFL, a liga de futebol americano. Lembrou o nosso Imortal.

 

Lá no Rio Grande do Sul, imagino, que além da noite mal dormida boa parte dos torcedores do futebol acordou de cabeça inchada, afinal a dupla Grenal se estropiou contra os times do interior. Verdade que alguns perderam o sono já no sábado, pois a derrota os deixou beirando a Segunda Divisão (do Campeonato Gaúcho, registre-se). Nada que vá durar muito tempo, como diziam no ano passado. Lembra?

 

De minha parte, não temos muito a reclamar. Apesar do tropeço na Serra, a vitória da estreia nos mantém entre os quatro primeiros, nesta segunda rodada Claro que esperávamos um pouco mais do time que começou batendo um bolão no Gaúcho, repetindo o desempenho que nos deu o título da Copa do Brasil, no ano passado. Ao mesmo tempo, se puxarmos da memória, vamos perceber que também no ano passado os jogos fora de casa eram de tirar o sono.

 

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Não sei quanto a Renato, mas eu gostei de ver que Miller entrou no finalzinho da partida e marcou um gol, pois ratifica o que tenho lido na imprensa e nos textos em redes sociais publicados por jornalistas que acompanham os treinos de início de temporada: o atacante venezuelano está em franca recuperação e tem tido performances mais próximas daquelas que o levaram a ser contratado, em 2016.

 

Assisti ao jogo do Grêmio de revesgueio, pois quando cheguei em casa tínhamos acabado de levar o primeiro gol, em cobrança de pênalti. Não que eu tivesse fazendo pouco caso da partida pelo Gaúcho – já registrei na primeira Avalanche deste ano a saudade que estava do estadual e em especial do título deste campeonato.

 

Acontece que há três semanas, e isso vai se repetir ao longo da temporada, minhas atenções estão voltadas também para outro tipo de esporte que a maioria de vocês – os caros e raros leitores desta Avalanche – deve torcer o nariz: o esporte eletrônico. Recentemente falei sobre o tema aqui no blog, pois meu filho mais novo assumiu o comando técnico de uma das principais equipes de League of Legends – Lol, no cenário nacional, e tem partidas disputadas sábados ou domingos.

 

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Ontem, experimentei torcer no local dos jogos, um gigantesco estúdio na zona Oeste de São Paulo, de onde são feitas as transmissões que podem ser assistidas na SportTV e nos canais de internet. Fiquei impressionado com a estrutura montada para que as imagens cheguem com qualidade aos telespectadores e internautas. Incrível também é a “infra” à disposição das equipes formadas por cinco atletas, treinador, estrategista, psicólogo e outros quetais típicos das organizações esportivas. A tecnologia é bastante sofisticada para que o esporte possa ser praticado de forma qualificada e atenda as expectativas da audiência. E a impressão que tive é que os organizadores, no caso a Riot Games Brasil, conseguem oferecer essa experiência aos fãs do Lol.

 

Tecnologia à parte, quando a bola começa a rolar na tela, ou melhor, quando os campeões começam a percorrer o mapa a ser conquistado, a pressão sobre os atletas, a necessidade de estratégias bem construídas e a apreensão do torcedor se equivalem a de outros esportes.

 

Imagine, então, a emoção do pai-torcedor. Sofri como nunca, mesmo ainda titubeando em algumas regras do Lol. Incomodei-me com os comentaristas nas críticas ao meu time, mesmo que feitas com justiça. Torci os dedos para que o ataque adversário falhasse. E comemorei os abates, torres e dragões conquistados. Ao fim e ao cabo, festejei a primeira vitória da Keyd Stars, por 2 a 0, sobre a Operation Kino, no CBlol2017 – o circuito nacional. Especialmente a última da série, que lembrou muito o estilo Imortal do Tricolor, com uma recuperação incrível quando muitos já teriam entregado os pontos.

 

Assim, mesmo de ressaca pelo Super Bowl e de cabeça inchada pelo Gaúcho, encontrei ótimos motivos para sorrir, nesta segunda-feira.

Aos Patriots, o Super Bowl e a Tom Brady, Gisele Bündchen

 

Por Gregório Costa
Enviado especial do blog

 

Patriots

 

Amarrar as chuteiras, arrumar as caneleiras, ajeitar-se nas ombreiras e pintar logo embaixo dos olhos para se preparar para os sessenta minutos mais importantes enfrentados por um jogador de futebol … futebol americano, claro! Foi por esse ritual que os 92 jogadores do New England Patriots e do Seattle Seahawks passaram antes de entrar no campo do University of Phoenix Stadium para disputar o Super Bowl XLIX (49), ontem, dia primeiro de fevereiro. Para a maioria dos brasileiros isso seria apenas outro jogo de um futebol esquisito que os americanos inventaram, pois estavam cansados de perder do nosso futebol de verdade. Para aqueles que realmente entendem: é o mundial do futebol americano, apesar de apenas incluir times dos Estados Unidos. Um evento que cobra US$ 4milhões para que um comercial passe durante as paradas do jogo, e tem um show de intervalo semelhante a abertura olímpica.

 

Este ano, os Patriots e seu jogador principal, Tom Brady, ou marido da Gisele Bündchen, talvez seja mais familiar intitulá-lo assim, estavam rodeados de um “escândalo”: o “Deflate-Gate”, o time foi acusado de murchar algumas das bolas (se é que podem ser chamadas assim com aquele formato) em um dos jogos dos play-offs, semanas antes da grande decisão. Bola murcha facilitaria a pegada. O fato foi coberto por inúmeras emissoras de televisão e outros veículos de comunicação por muitos dias, com direito a break news e todo tipo de análise e estatística que os americanos adoram. Quem dera o principal problema noticiado em São Paulo fosse falta de ar dentro de bolas, e não falta de água dentro das casas. Apesar de tudo, o marido da Gisele entrou em campo focado para enfrentar o Seattle Seahawks e sua defesa, a melhor da temporada.

 

Até para um iniciante era possível distinguir a maneira de ambos os times jogarem, quando no ataque os Patriots usavam passes curtos para chegar a marca do touchdown, enquanto o Seahawks honrou seu nome (hawk=águia) e ganhou jardas com passes longos que tomavam os ceús, sem deixar de usar seu running back Marshawn “Beast Mode” Lynch para furar a defesa, sempre que possível. A primeira metade do jogo não deixou pistas de um favorito, terminando empatada, 14 a 14, placar humilde já que um touchdown vale, efetivamente, 6 pontos.

 

Um curto show de Katy Perry no intervalo, que não chegou aos pés do espetáculo que Beyoncé deu dois anos antes no Super Bowl, foi o que antecedeu os 30 minutos finais que decidiriam o dono da taça.

 

Os Seahawks abriram uma vantagem de 10 pontos logo no terceiro quarto e a maneira como a defesa se movimentava não dava muito espaço para o avanço dos Patriots. Foram os passes do marido da Gisele sempre achando um alvo livre que deixou a diferença do placar menor, até os Patriots tomarem a liderança: estava 28 a 24 com dois minutos restantes. Longe de ser um jogo decidido, o ataque dos Seahawks era a última chance de mostrarem por que mereciam a vitória. Cena digna de filme: uma jarda (menos de 1 metro), a bola da endzone, a defesa era apertada, mas nada que Lynch não pudesse tomar conta. Ele é famoso por levar a bola junto com mais dois ou três defensores: “A Besta” era como os comentaristas se referiam a ele. Mas para a surpresa de todos, a bola não foi para o running back, foi um passe curto, que caiu nas mãos do cornerback dos Patriots, Malcolm Butler – um herói de 24 anos que sequer havia sido recrutado no draft (a maior seleção de jogadores que os times da NFL participam). Faltando 20 segundos no cronômetro, Butler interceptou o passe e garantiu o Super Bowl para os Patriots.

 

O time de Tom Brady venceu pela quarta vez o Super Bowl; e ele voltou feliz aos braços de Gisele.

 

Qualquer informação correta deste texto dou crédito ao guia do iniciante da NFL que pode ser acessado neste link