Por Abigail Costa
Aos 18 anos é permitido se trancar no quarto e chorar um amor não correspondido. É até angelical perder horas, dias, pensando no castelo desmoronado, no príncipe que disse não.
A mãe preocupada batendo na porta, dizendo que a falta do almoço vai lhe deixar doente, quando você já se sente com a enfermidade do amor não correspondido.
A gente lê sobre isso. A gente escuta sobre isso. Se tem exemplo da mesma situação. E aí como começou, passa. Vai embora. A moça encontra outros amores.
Mas quando se trancar no quarto vem perto dos 40 anos. O choro compulsivo prestes bem perto do meio século de vida. Aí pesa, mais do que a rejeição. Do você não serve para mim. Tem o peso da idade.
Não é porque você estava velha para esses momentos adolescentes … É que você não pode mais perder tempo com eles.
Pode parecer rude, mas no correr da vida, um dia trancada no quarto vai lhe fazer falta. Não uma falta que será sentida bem mais tarde. É amanhã mesmo. Serão horas mal-aproveitadas que lhe farão falta.
Sem contar que nessa tristeza toda entram as rugas, mais cruéis do que nunca. Vincos profundos na pele para te lembrar sempre daquele momento trancafiada em problemas que já deveriam fazer parte da rotina. Afinal, você passou por eles há vinte e pouco anos.
Pior do que o sofrimento é não ter aprendido com as ocasiões anteriores.
O tempo não te permite errar, pelos simples motivo que ele é sábio.
Ele sabe que num determinado ponto da vida é preciso aproveitar tudo.
Abigail Costa é jornalista, escreve toda quinta-feira aqui no blog e transcreve os conselhos que durante toda sua vida foram responsáveis pela conquista de novos amigos.