Conte Sua História de São Paulo: aprendi com a arquitetura desta cidade única

Nicolau Sérgio Egornoff Zecchinel

Ouvinte da CBN

Portal na Praça Patriarca
Portal do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, Praça Patriarca Foto: Marcelo Kuttner

Nasci na rua Morro Agudo, no bairro de Sumarezinho, em 1959 — realmente, a rua era bem íngreme. Sou um ítalo-russo-brasileiro. Meu pai era italiano e minha mãe russa. Aos quatro anos, mudei para  a Cayowaá quando comecei a frequentar a escola primária para aprender a falar português. Até então, só falava russo.

Meu avô era pintor artístico: criava e pintava os painéis e cenários para os programas da antiga TV TUPI, Canal 4. Muitas vezes o acompanhei no trabalho, e era fascinante. Alguns croquis guardo até hoje.

Aos sete anos, fui estudar no Colégio Dante Alighieri. Quando não vinha de ônibus do Dante, pegava o transporte bem debaixo do MASP, que ainda estava em construção. Andava pelo parque do Trianon, e atravessava a ponte sobre a Alameda Santos. Era muito legal ! 

Nas férias, minha mãe, às vezes, me levava ao trabalho dela, na praça João Mendes, em uma farmácia homeopata, Dra. Helena. Eu adorava comer coxinha na padaria ao lado. Na praça Patriarca, gostava da Copenhagen, do empório Casa Godinho e da Casa São Nicolau. Virando na São Bento, havia uma lanchonete que servia calabresa de Bragança, uma delícia!

Assim comecei a conhecer São Paulo, uma cidade fantástica!

Aos 12 anos, fui morar no internato do colégio São Vladimir e estudar no São Francisco Xavier, no Ipiranga. Oportunidade para conhecer o Museu da Independência e o Museu dos Bichos — como eu chamava o Museu de Zoologia da USP. Também adorava jogar futebol de salão na quadra que ficava nos bombeiros da avenida Nazaré, que está lá até hoje.

Voltei para o Sumaré aos 16 anos e comecei a treinar natação no SESC da rua Doutor Vila Nova. Depois fui para o  Palmeiras, onde passei minha adolescência frequentando o clube.

Nesta mesma época, comecei a trabalhar numa banca de jornal, na esquina da Cayowaá com a Heitor Penteado, depois fui para o Banco Itaú, na Boa Vista.

Me formei em arquitetura na Faculdade Braz Cubas, em 1986. Trabalhei na Tok Stok e hoje tenho meu próprio escritório de arquitetura, WNEZ Arquitetura.

Moro no bairro de Interlagos, casei, tenho duas filhas e uma esposa maravilhosa que me dão muita alegria.

A cidade cresceu muito, os problemas também, mas continua sendo uma cidade única.

Ouça o Conte Sua História de São Paulo

Nicolau Sergio Egornoff Zecchinel é personagem do Conte Sua História de São Paulo. A sonorização é do Cláudio Antonio. Escreva seu texto agora e envie para contesuahistoria@cbn.com.br. Ouça outros capítulos da nossa cidade no meu blog miltonjung.com.br ou no podcast do Conte Sua História de São Paulo.

Sua Marca Vai Ser Um Sucesso: queijos e vinhos brasileiros conquistam espaço e reconhecimento

Foto de Ray Piedra

Os vinhos e queijos brasileiros vêm ampliando seu prestígio e disputando espaço com marcas tradicionais de outros países. Entre o gole para se aprofundar no sabor e o degustar das lascas cortadas sobre a tábua, Jaime Troiano e Cecília Russo foram inspirados a falar das mudanças feitas pelos produtores nacionais, no Sua Marca Vai Ser Um Sucesso, do Jornal da CBN.

Jaime Troiano lembrou que, até pouco tempo, também via com ressalvas os vinhos nacionais, mas reconhece que essa percepção mudou: “De marcas nacionais que eram associadas ao garrafão, passaram a valorizar a especialidade, a uva e o terroir. Ou seja, colocaram o foco naquilo que gera valor perceptual”. Ele destacou investimentos em rótulos, embalagens e experiências de visitação, como ocorre em regiões consagradas da França e da Itália. Citou ainda um marco recente: o rótulo Casa Tés 2022 foi o único brasileiro selecionado para o World’s Best Sommeliers’ Selection 2025, no Reino Unido.

Cecília Russo apontou que o movimento é semelhante no setor de queijos artesanais: “A gente come o sabor do queijo, mas a experiência começa com os olhos”. Ela ressaltou marcas que investiram em apresentação, pontos de venda qualificados e posicionamento, criando um espaço entre o queijo artesanal e o industrial. Casos como o queijo Cuesta, da Pardinho, que conquistou medalhas na França e nos Estados Unidos, reforçam o avanço do setor.

A marca do Sua Marca

Bons produtos, aliados a estratégias de marketing consistentes e à intenção clara de elevar padrões, podem transformar mercados — mesmo os mais competitivos. Que o sucesso de queijos e vinhos brasileiros inspire outros setores a buscar o mesmo caminho.

Ouça o Sua Marca Vai Ser Um Sucesso

O Sua Marca Vai Ser Um Sucesso vai ao ar aos sábados, logo após às 7h50 da manhã, no Jornal da CBN. A apresentação é de Jaime Troiano e Cecília Russo.

Conte Sua História de São Paulo: os paradoxos da metrópole

Por Paulo Bregantin

Ouvinte da CBN

Montanhas, vales e planícies. Assim era um amontoado de terra e um punhado de pessoas que há 470 anos começaram a escrever uma história boa, ruim, interessante, diferente. As montanhas transformaram-se em arranha céus, os vales tornaram-se formigueiros de casas e comércios, as planícies em estradas, as avenidas e ruas cortando cada centímetro de uma terra que atrai felicidade e ganância, paz e tormento, tranquilidade e insegurança. Paradoxo de uma metrópole.

As pessoas, mestiças em sua maioria, não tiveram medo dos desafios, descobriram que a terra da pequena cidadezinha poderia ser as bênçãos de Deus para suas vidas e, com esse objetivo, várias outras pessoas desembarcaram naquela que seria a maior cidade da América Latina e uma das maiores do mundo.

Tudo aconteceu tão de repente que não dá para entender, pois a metrópole invadiu o mundo, fincou seus alicerces no meio da humanidade, implantou seu telhado por entre as plantações que existiam na época. O mundo nunca mais foi o mesmo, os transportes mudaram. Antes carro de boi, depois trens, ônibus, táxis, metrôs, lotações. As fazendas deram lugar aos condomínios, outra parte transformaram-se em fábricas, da noite para o dia transformaram-se em shoppings.

As pessoas simples e pacatas que passeavam pelas ruas da metrópole se enredando entre os bondes com seus chapéus. Hoje, piercing no nariz, cabelos vermelhos, roupas curtas, longas. Assim uma metrópole se transforma. Quem pode impedir o crescimento de São Paulo? Quem é louco para dizer que eladeve parar de crescer?

Os paradoxos de uma metrópole são algo sagaz e encantador. Observamos o bairro do Morumbi com suas mansões e prédios, rodeados por favelas de madeira e papelão. Os carros importados se confundem com os catadores de latas e seus carrinhos. O verde do Trianon com o cimento dos arranhas céus da Paulista. O cemitério da Vila Nova Cachoeirinha, muro áamuro com a maternidade Cachoeirinha. O maior índice de doentes com o maior hospital da América Latina. O maior número de carros por metro quadrado e o maior trânsito de todo o Brasil. Um mundo de policiais e uma multidão de ladrões. Quem entende?

O amor a São Paulo nasce a cada manhã, pois com chuva ou sol ,a cidade se parece com as ondas do mar. Nunca se sabe o que a “maré poderá trazer”. O coração bate forte quando se enxerga a marginal lotada, e o alívio é rápido quando o fluxo se esvai. O corre-corre do centro é adrenalina pura, mata alguns e outros ficam milhões de reais muito mais ricos.

O amor a São Paulo transforma as pessoas de corações frios em labareda. Com a agitação do dia a dia não existe mau tempo. Toda hora é hora de uma cervejinha ou happy hour no bar da esquina. O coração fica quente de qualquer jeito. Eita terra boa que tudo dá.

São Paulo é assim. Uma metrópole sem fim. Cresce e cresce; desenvolve e desenvolve. Nunca para, nunca fica muda. Sempre em movimento, falante e altiva. São Paulo é maravilha. Pulsam corações de milhões de apaixonados a cada metro dessa que é nossa metrópole. 

Ouça o Conte Sua História de São Paulo

Paulo Bregantin é personagem do Conte Sua História de São Paulo. A sonorização é do Cláudio Antonio. Escreva seu texto agora e envie para contesuahistoria@cbn.com.br. Para ouvir outros capítulos da nossa cidade, visite o meu blog miltonjung.com.br ou o podcast do Conte Sua História de São Paulo

Porto Alegre de joelhos: a oportunidade de renascer surge nas margens do Guaíba

O dilúvio de 2024 em Porto Alegre, em foto de Ricardo Stuckert/PR EBC

A casa do Menino Deus foi esvaziada. Minha gente se mudou preventivamente para um lugar mais seguro, diante do alerta de enchente. O Guaíba, esse espaço d’água que chamamos de rio, mas é um lago, fica a dois quilômetros de distância. Está bem mais próximo, há três dias, retomando suas margens originais frente ao volume excessivo de água que recebeu dos rios que correm do interior do estado. Ainda há possibilidade de chuva forte e falência total do sistema de bombeamento, o que poderia tornar ainda pior o cenário atual.

As raras e boas notícias desta manhã de terça-feira são de que a ameaça de enchente na Saldanha Marinho, rua em que nasci e vivi, diminuiu. É provável que seja preservada desta desgraça que assola o Rio Grande do Sul desde a semana passada. Algo sem precedentes, mas previsível. A incapacidade de escutarmos os sinais da natureza impede, contudo, ações preventivas, nos leva a desdenhar dos riscos e desperdiçar dinheiro em obras e projetos urbanísticos desconectados da realidade ambiental que geramos ao longo dos anos.

Guri de calça curta, correndo pelos corredores da casa da Saldanha, ouvia meus pais falarem do dilúvio de 1941, que levou a cidade a se reinventar e criar uma rede de proteção com muros e diques. Por incrível que possa parecer, foi o que amenizou a tragédia atual. Sim, chega a ser irônico: a Porto Alegre do século 21 foi salva por uma tecnologia dos anos de 1960. 


Nos últimos anos, estava admirado com a maneira como a cidade havia se voltado para o Guaíba. A orla foi recuperada, com a criação de parques e áreas de lazer. Desde o cais, no centro antigo, até a região do estaleiro, no início da zona sul, a população retomou o espaço de convívio com o seu rio. Nas visitas à cidade, fazia questão de passar por essa região e, orgulhosamente, apreciar o mais lindo pôr do sol que já conheci. 

Hoje, a cidade está de joelhos para o seu rio. Alguns bairros estão embaixo d’água, outros tiveram de ser evacuados, falta energia e água potável para a maior parte da população. Ainda não se tem ideia da dimensão dos estragos e quanto tempo Porto Alegre precisará para se reerguer. A esperança, e eu me recuso a falência da esperança, é que a coincidência deste desastre com o calendário eleitoral, leve partidos, políticos e eleitores a priorizarem projetos urbanístico que reinventem a cidade.

Temos de aprender com essa tragédia. É preciso cobrar dos candidatos uma revisão do planejamento urbano para garantir que novas construções e reestruturações de áreas sejam realizadas com a resiliência climática em mente, incluindo o aumento da área verde e a redução da impermeabilização do solo.

Será necessário, ainda, investimento nas tecnologias mais avançadas de barreiras e diques; expansão das áreas úmidas naturais próximas ao rio; implementação de sistemas de drenagem urbana sustentáveis; desenvolvimento de um sistema de alerta precoce com sensores e tecnologia de dados para monitorar os níveis de água e prever enchentes; e a criação de grupos comunitários de resposta a emergências para fortalecer a proteção local e a capacidade de resposta coletiva. 

À medida que as águas recuam, a oportunidade de renascer surge nas margens do Guaíba. As mudanças climáticas são uma realidade incontestável e responder a elas com resiliência e adaptabilidade não é apenas uma escolha, mas uma necessidade urgente.

Conte Sua História de São Paulo: passeio de aniversário da cidade

Iêda Lima

Ouvinte da CBN

Photo by Guilherme Gonu00e7alves Jaques on Pexels.com

Êh, São Paulo!

Foram doze anos muito intensos. Nos primeiros, muita correria. Já nem seria necessária uma agenda tão apertada; mas, o convite a superar novos desafios era tentador.

A recompensa veio com as amizades que fui conquistando. Umas, mais sólidas, me acompanharam com frequência e intimidade, fazendo-se presentes nos meus passeios de exploração cultural, gastronômica e ambiental dessa quatrocentona, que tem meu ritmo; e nas viagens mais longas, que serviram de teste e cola das nossas relações. 

Levarei saudades dos nossos encontros na casa de um de nós ou em restaurantes honestos em qualidade e preço, onde passávamos horas jogando conversa fora; o respeito mútuo e ao vinho que acompanhava nosso papo estimulava a troca de ideias, sem confundi-las com as pessoas que as defendiam, consolidando nossa amizade. 

Perdi a conta dos sítios onde também deixamos nossas pegadas: Sala São Paulo, Teatro Municipal, Casa das Rosas, Museus de Arte de São Paulo, do Ipiranga, da Imagem e do Som, da Língua Portuguesa e da Casa Brasileira, MASP, Pinacoteca, Japan House. Os parques Ibirapuera (“meu” Ibira), Villa Lobos e Água Branca. 

Ah aqueles cafezinhos no CCBB, na Bolsa de Valores, no Pateo do Colégio e na Casa Mathilde, no centro histórico da cidade; ou na Livraria Cultura da Paulista, Reserva Cultural, Instituto Moreira Sales!

Guardarei para sempre os passeios no dia do aniversário da cidade, 25 de Janeiro. Saía de casa com uma mochila e um bom calçado de caminhada, para explorar o centro histórico com amigos, com olhar fotográfico para cada marca deixada pelos que por lá passaram antes de nós. O ponto de partida era, sempre, o da fundação da cidade: o Pateo do Colégio. 

Nesse dia especial, sob proteção policial reforçada, até os bancos e coretos da Praça da Luz e da República ficavam seguros para uma parada de contemplação e fotos. 

A beleza dos prédios históricos e da cidade limpa para a festa contracenava com a feiura da chocante quantidade de moradores de rua e pedintes. Com a consciência tranquila de que nossa parte estava sendo feita, seguíamos no passeio. 

Descíamos pelo calçadão listrado da Rua General Carneiro, em busca de um pastel de bacalhau com cerveja bem geladinha no Mercadão (Mercado Municipal). Depois, subíamos a escada rolante que só os paulistanos conhecem, evitando a íngreme e lotada Ladeira Porto Geral, para tomar um café com pastel de Belém, na Doceria Mathilde.

Próximo passo era apreciar a cidade de cima do Edifício Martinelle e seguir pela Rua São Bento e Vale do Anhagabaú até oTheatro Municipal; de lá, seguir para tomar mais um café no SESC 24 de Maio, após um click em frente à Galeria do Rock. 

Depois, um passeio na Praça da República e uma chegada no Bar e Lanches Estadão, para repor as energias com um sanduíche de pernil e um chopp, após dar uma passadinha pela Biblioteca Mário de Andrade.  

Refeitos, seguíamos até o Parque Jardim da Luz, pela Av. Ipiranga, algo impensável pra mim, em dias normais. Incrível a beleza daquele parque, visto por dentro! 

Dali, adentrar a Estação da Luz e apreciar, do andar de cima, o sobe e desce de gente e o vai e vem dos trens vermelho e cinza da CPTM; depois tomar mais um cafezinho na Pinacoteca, finalizando o dia pegando a linha azul do Metrô de volta pra casa, com o coração agradecido por aquele dia de sol maravilhoso e o privilégio da liberdade de ir e vir, como pedestre, em boa companhia. 

Êh São Paulo! Você e os amigos que fiz por aí ficaram encrustrados na minha alma como as conchas na rocha! Até breve!

Ouça o Conte Sua História de São Paulo

Iêda Lima é personagem do Conte Sua História de São Paulo. A sonorização é do Cláudio Antonio. Escreva agora o seu texto e envie para contesuahistoria@cbn.com.br. Para ouvir outros capítulos da nossa cidade, visite o meu blog miltonjung.com.br ou o podcast do Conte Sua História de São Paulo.

Mundo Corporativo: a visão de Valter Patriani sobre inovação e cliente

Valter Patriani entrevistado no estúdio da CBN em foto de Priscila Gubiotti

“Então, você veja que a perspectiva do cliente é toda diferente, você precisa ter muita humildade para ouvi-lo, você aprende e transforma esse aprendizado em um bem maior.” 

Valter Patriani, empresário

Em um universo corporativo que exige constante inovação e adaptabilidade, a trajetória de Valter Patriani se destaca por uma visão diferenciada sobre a importância do cliente e da equipe no sucesso empresarial. Fundador da Construtora Patriani, Valter compartilhou, no programa Mundo Corporativo da CBN, ideias valiosas sobre como criar uma empresa vencedora. Este é um relato que vai além da construção de imóveis, adentrando o terreno da construção de relações sólidas com clientes e colaboradores.

O cliente no centro de tudo

Valter Patriani não é um nome estranho ao sucesso. Após uma carreira notável na CVC, uma das maiores operadoras de turismo do país, ele se aventurou no ramo da construção civil com um olhar inovador:

“E a gente vai tentando pegar o nosso cliente e entendendo quais são os momentos da vida dele para fazer imóveis para os diferentes momentos da sua vida, mas precisa ter muita atenção ao cliente, precisa entender de gente,” 

Essa percepção acerca da importância de colocar o cliente no centro das decisões empresariais é um dos pilares de sua estratégia. Fez assim no turismo, quando percebeu que apenas os mais ricos conseguiam viajar de férias, e buscou soluções para permitir que a família dos trabalhadores também aproveitassem os principais destinos do Brasil. Fez na construção civil, ao planejar apartamentos que oferecem funcionalidades e benefícios demandados pelos moradores.

Patriani destaca que ouvir o cliente não é apenas uma parte do processo, mas a essência para a inovação e adaptação. As necessidades e desejos do cliente direcionam desde a concepção dos projetos até as práticas de sustentabilidade e tecnologia empregadas na construção. Placas solares para economia de energia, janelas automatizadas para maior conforto e infraestrutura preparada para carros elétricos são apenas algumas das inovações mencionadas por Patriani, sempre com o foco na experiência do cliente.

Pensa nos detalhes: na janela diante da pia onde se lava pratos ou no nicho para produtos de banho ao lado do chuveiro; se todos os prédios já oferecem gerador de energia nas áreas comuns, o empresário amplia o atendimento a pontos essenciais dentro do apartamento, como a tomada para o celular não descarregar e a que mantém a geladeira funcionando.

Liderança e colaboração: pilares para o sucesso

A visão de Patriani sobre a importância do trabalho em equipe é igualmente reveladora. 

“Tudo nasce dentro da companhia, dentro do time. O que os funcionários de obra estão executando hoje foi pensado a um ano e meio, dois anos antes. E quem é que pensa? O time. Nenhum de nós é melhor do que todos nós juntos”.

Essa filosofia ressalta o valor da colaboração interna e da liderança participativa. Patriani sublinha a importância de conhecer e conversar com os clientes e colaboradores, uma prática que permite uma troca constante de aprendizados e experiências.

Assista ao Mundo Corporativo

O Mundo Corporativo pode ser assistido, ao vivo, às quartas-feiras, 11 horas da manhã pelo canal da CBN no YouTube. O programa vai ao ar aos sábados, no Jornal da CBN e aos domingos, às 10 da noite, em horário alternativo. Você pode ouvir, também, em podcast. Colaboram com o Mundo Corporativo: Carlos Grecco, Rafael Furugen, Débora Gonçalves, Priscila Gubiotti e Letícia Valente.

Mundo Corporativo: se você não se reinventa todo dia, você morre, diz Janyck Daudet, do Club Med

CEO do Club Med em entrevista ao Mundo Corporativo Foto de Priscila Gubiotti

“Hoje em dia, não é mais ‘management top down’. São eles embaixo que mandam. A gente ouve muito eles. Mas a exemplaridade é essencial neste tipo de trabalho”.

Janick Doudet, CEO Club Med na América do Sul

Freundlichkeit,, gentillesse ou kindness. Seja em qual for a língua, gentileza deve fazer parte do vocabulário dos funcionários que atuam nos 26 países em que existem unidades do Club Med. Os integrantes da equipe dos resorts, não por acaso, são chamados G.O — Gentis Organizadores. Para Janyck Daudet, CEO do Club Med para a América do Sul, entrevistado no Mundo Corporativo, da CBN, exercitar a gentileza é essencial para que se ofereça a melhor experiência possível aos clientes.

“(gentileza) é importante e faz parte dos valores do Club. Como todas as empresas, o Club Med tem vários valores: responsabilidade, pioneirismo, etc, etc, etc e gentileza. Porque no final, nosso cliente quer passar férias inesquecíveis”. 

No Brasil, Janyck está à frente das operações de três resorts: em Rio das Pedras (RJ), Trancoso (BA) e Mogi das Cruzes (SP). No ano que vem, será entregue uma quarta unidade, em Gramado, na serra do Rio Grande do Sul. A convivência harmônica e produtiva entre colaboradores de cerca de 25 nacionalidades diferentes é um dos desafios do executivo. Ele enfatiza a importância de criar um ambiente de trabalho que respeite e celebre essa diversidade cultural, criando uma “família” corporativa unida não por laços sanguíneos, mas por valores compartilhados e objetivos comuns.

“A noção de respeito para mim é muito importante. Quando você dirige uma empresa, você tem de respeitar a cultura de cada um e estar sempre ouvindo as pessoas.” 

Inovação constante: a chave para o futuro

Num mundo em constante transformação, onde a inteligência artificial e a globalização redesenham os contornos do mercado de trabalho e do lazer, Janyck traz luz sobre como liderar com sucesso em um setor tão dinâmico como o turismo. Em um trecho impactante de sua fala, este francês de nascença, que está na empresa há 40 anos e no Brasil, desde 1996, sem jamais perder o sotaque de origem alerta:

“Se você não se reinventa todo dia, você vai morrer, porque o mundo já passa muito rapidamente e a inteligência artificial, hoje, faz com que a coisa acelere ainda mais. Então, você tem de se reinventar todos os dias”. 

Essa necessidade de inovação constante é particularmente crítica no turismo, um setor altamente competitivo e afetado por mudanças rápidas em tecnologia e comportamento do consumidor. A pandemia do COVID-19, por exemplo, foi um lembrete brutal da fragilidade do mercado; apenas aqueles prontos para adaptar-se e inovar poderiam esperar sobreviver e prosperar. Para Janick, adaptar-se é mais do que uma estratégia; é uma filosofia de vida que ele instila em sua equipe, garantindo que o Club Med continue a ser um líder no setor de turismo global.

Ouça o Mundo Corporativo

O Mundo Corporativo pode ser assistido, ao vivo, às quartas-feiras, 11 horas da manhã pelo canal da CBN no YouTube. O programa vai ao ar aos sábados, no Jornal da CBN e aos domingos, às 10 da noite, em horário alternativo. Você pode ouvir, também, em podcast. Colaboram com o Mundo Corporativo: Carlos Grecco, Rafael Furugen, Débora Gonçalves e Letícia Valente.

Na entrevista, Janick Doudet também falou sobre o momento do turismo brasileiro, as barreiras para o crescimento do setor no Brasil, a sustentabilidade nos negócios, os novos projetos da empresa e o seu desenvolvimento na carreira:

Conte Sua História de São Paulo: diálogos que nascem no Trianon e passeiam pela Paulista

Wagner Nobrega Gimenez

Ouvinte da CBN

Foto do perfil no Instagram de @poemesenmachine

Tarde de domingo. Caminho sozinho. Faz muito frio. 

Vou até um evento do ‘Poèmes en Machine’ no Trianon. As conversas dos passantes com os artistas geram poemas datilografados na hora. “Não somos capitalistas. Escrevemos e não cobramos!”, falam com orgulho os poetas. 

Ouço a senhora nordestina: “Nossa, nunca ninguém fez uma poesia para mim. O que eu fazia antes de me aposentar? Era costureira em uma fábrica de guarda-chuvas, lá na Penha, onde moro.” 

Saio do parque. Na Paulista, por acaso cruzo com um gaúcho conhecido. Muito alto, com cara de alemão. Está com uma garota. Baixa. Ele fala, gesticula, enquanto anda. Não consigo ouvir o que  diz. 

Na banquinha, peço bolo de bacalhau e um suco. O recolhedor de latas reclama com o outro, seu concorrente: “Vamos combinar: eu não atrapalho a sua vida e você não se mete comigo, tá bom?” 

Um rapaz, nervoso, para o outro: “agora acabou tudo, ela está grávida.” 

Sigo. As garotas lésbicas em grupo alertam: “atenção, gente, vamos tirar uma self nossa!” 

O rapaz moreno, alto, no megafone sobre o palanque de sindicato: ”… então, a solução agora é a convocação de novas eleições para Presidente. Temos aqui um abaixo-assinado…”.

Pessoas estão paradas ouvindo uma banda tocar “Light My Fire”. É da década de 1960. Recordo meus 13 anos quando namorava com a Veridiana. Uma vez, no cine Universo nos beijamos. Qual era mesmo o filme? Não lembro mais. 

O som agora é outro:  “Camon baby light my fire…”.

Cruzo a avenida. Ouço ciclistas, skatistas, caminhantes, passantes, casais hetero e homo, crianças encapotadas, passeadores com cachorros, pessoas das mais variadas. A Paulista é uma festa urbana! Mas está na hora voltar. E é o som do metrô que me acompanha até em casa, no Belenzinho.

Ouça o Conte Sua História de São Paulo

Wagner Nobrega Gimenez é personagem do Conte Sua História de São Paulo. Esta história é inspirada no texto que ele enviou para contesuahistoria@cbn.com.br . A sonorização é do Daniel Mesquita. Venha participar você também e ouça outros capítulos da nossa cidade no meu blog miltonjung.com.br ou no podcast do Conte Sua História de São Paulo.

O povo da Antártica que se cuide

Na confusa forma de falar e pensar, especialmente quando é exigido dele o improviso —- e como improvisa?!? —-, o presidente Jair Bolsonaro fez uma convocação em favor do turismo no Brasil  que incluiu entre os nossos dotes a Antártica:

“Conheça o Brasil por dentro e por fora. A verdade acima de tudo. Amazônia, Antártica …” —- disse enquanto divulgava um canal de viagens. 

Essa extensão territorial que só cabe nas afirmações do presidente motivou uma série de brincadeiras na internet, que costuma não perdoar. Porém, contaminado por este cenário conspiratório que inclui de tentativa de invasão das nossas florestas por forças estrangeiras a vírus produzido em laboratórios chineses, fiquei preocupado com o improviso de Bolsonaro. 

Teria sido um ato falho? Destes em que o nosso inconsciente fala mais alto e revela desejos íntimos?

Diante de outros atos (também falhos) do presidente, não me surpreenderia em saber que sua Casa Civil —- aquela que faz coisas escondidas do presidente —- estaria, em parceria com seu Ministério das Relações Exteriores e Ministério da Defesa, planejando ocupação da Antártica pelo Brasil. Não seria o primeiro. 

Em 1978, o General Jorge Rafael Videla, ditador, enviou para a Antártica algumas famílias, incluindo uma jovem grávida, de quem nasceu naquele continente um menino, batizado Emílio —- que teria sido a primeira pessoa a nascer na região. A intenção da ditadura argentina era povoar a Antártica e ficar com ao menos um naco do continente, quiçá dominar o todo.

A medida sem sucesso, tresloucada e típica dessa turma, contrariava de forma explícita o Tratado da Antártica, de 1959, assinado pela Argentina e mais 28 países que, no passado, reivindicavam um pedaço de terra (ou de gelo) e depois entraram em acordo, abriram mão de suas pretensões e aceitaram a ideia de que a região deveria ser área livre em nome da exploração científica e em favor da humanidade. 

A propósito: como mostra a história, o ditador argentino em seu sonho conquistador entrou numa fria.

Claro que pode ser apenas ignorância geográfica do presidente ou uma trapalhada provocada por um cérebro preocupado com fantasmas inexistentes (vide os comunistas de plantão) e riscos iminentes (eis aí  a CPI da Covid), mas —- diante de tantos absurdos que já assistimos nos debates internos deste governo —  é sempre bom ficar em alerta. Vai saber o que passa na cabeça de Bolsonaro.

De museu particular a viagens exclusivas, livros sugerem turismo de luxo

 

Por Ricardo Ojeda Marins

 

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Ir ao Louvre é programa da maioria dos turistas que vai a Paris. Só no ano passado, o museu recebeu mais de 7,3 milhões de visitantes. É o mais visitado do mundo. Pense agora na possibilidade de conhecer as obras de arte que fazem parte desse museu de uma maneira bem particular: fora do horário de expediente. Esse é um programa para poucos e privilegiados. Um luxo.

 

E são luxos como esse passeio privado no Louvre que fazem parte das experiências que se destacam em uma série de cinco livros com os melhores destinos do mundo, lançada recentemente na Preview da SP-Arte/2017, o Luxury Travel Book 2017.

 

Além da programação em Paris, você encontrará nos livros produzidos pela PrimeTour, agência de viagens com foco no turismo de luxo, outras atrações incríveis como um exclusivo concerto de piano na Basílica de San Marco, um roteiro de balão sobre os exóticos templos de Myanmar e um show de dança privativo na Tailândia.

 

Entre as atrações sugeridas, você é convidado ainda para um piquenique no topo de uma montanha, o prazer de se hospedar em um quarto em um castelo medieval, uma nova massagem no mais exclusivo spa ou uma rede à sombra em praia particular.

 

São vivências totalmente personalizadas – exatamente o tipo de exclusividade que busca o viajante que movimenta o turismo de luxo no mundo. Jornadas por paisagens únicas. A descoberta de um segredo guardado para poucos. Retiros silenciosos ou viagens de aventura. Acessos privilegiados e vantagens exclusivas. Serviço discreto e ágil. Equipe especializada selecionada. Conforto e entretenimento de alta categoria.

 

No mundo atual, tempo é o nosso bem mais raro. Luxo a ser alcançado por muitos. Hoje o consumidor contemporâneo de alto poder aquisitivo entrega à sua agência de viagens todos os seus desejos, anseios, curiosidades, sonhos…o desafio das agências é cada vez mais não apenas atender, mas entender e encantar esses clientes tão exigentes. O relacionamento com o cliente é fundamental, pois é possível aprofundar-se nos interesses e desejos individuais de cada um e atendê-los de forma personalizada, tornando a viagem perfeita e uma experiência inesquecível.

 

Os livros ajudam nessa tarefa. Estão reunidos em um box e foram segmentados nas categorias Art&Culture, Love, Happiness, Body&Soul e Trend&Cool.

 

Aproveite e sonhe com o seu próximo destino!

 

Ricardo Ojeda Marins é Coach de Vida e Carreira, especialista em Gestão do Luxo pela FAAP, Administrador de Empresas pela FMU-SP e possui MBA em Marketing pela PUC-SP. É também autor do Blog Infinite Luxury e colabora com o Blog do Mílton Jung.