Mundo Corporativo: Marcelo Godoy, da Volvo, prevê que o carro do futuro será um celular com rodas

Registro da gravação no YouTube do Mundo Corporativo com Marcelo Godoy

“Hoje o tempo de decisão tem que ser muito mais rápido. O tempo de decisão, de implementação e de execução. Essa agilidade é o grande diferencial.” – Marcelo Godoy

Marcelo Godoy, Volvo Car Brasil

A transformação da indústria automobilística nunca foi tão acelerada. Com mudanças tecnológicas constantes, exigências ambientais crescentes e um consumidor cada vez mais conectado, as montadoras precisam reinventar seus processos, produtos e estratégias. No Brasil, esse cenário exige não apenas inovação, mas uma nova forma de liderar. Esse foi o tema da conversa com Marcelo Godoy, presidente da Volvo Car Brasil e da Associação Brasileira de Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa), no programa Mundo Corporativo.

A nova dinâmica da indústria automobilística

A digitalização e a eletrificação dos veículos não apenas alteram os produtos, mas também o perfil dos profissionais que atuam no setor. “Se antes era preciso ter uma formação técnica muito específica, hoje você precisa entender de todos os processos e tomar decisões rapidamente”, afirma Godoy. Ele destaca que os ciclos de desenvolvimento de veículos, que antes levavam até seis anos, hoje precisam ser concluídos em menos da metade desse tempo.

Esse ritmo acelerado também impõe novos desafios para as montadoras. “O carro do futuro será um celular sobre rodas”, diz Godoy, ressaltando a crescente integração entre tecnologia e automóveis. Para ele, essa revolução não se limita apenas ao produto final, mas também às expectativas dos consumidores, que já estão habituados a dispositivos tecnológicos cada vez mais intuitivos e conectados.

A liderança no novo cenário

Para liderar nesse ambiente de constantes transformações, Marcelo Godoy defende uma gestão baseada na diversidade de opiniões e na tomada de decisões ágeis. “Indiferentemente do cargo, todo mundo tem a sua opinião. Algumas coisas vão ser aceitas, outras não. Mas se, de cada dez casos, um input de uma pessoa mais nova fizer a diferença, isso já vale muito”, explica.

Godoy enfatiza que sua estratégia de gestão envolve a formação de equipes multidisciplinares, onde a hierarquia cede espaço para a troca de ideias. “Quando tenho um assunto crítico, monto um time de trabalho que pode incluir diretores, gerentes e até estagiários. Essa mistura de experiências gera soluções mais inovadoras.”

Ele também ressalta que um dos grandes desafios da indústria automobilística é garantir que os times estejam alinhados ao propósito da empresa, especialmente em meio a transformações tão rápidas. “Se você acredita na sua estratégia, pode passar um mês sem resultado, o segundo mês sem resultado, mas uma hora ele virá. Porque as decisões certas levam tempo para se refletirem nos números.”

O impacto da eletrificação

A Volvo tem apostado fortemente na eletrificação de sua frota e na criação de uma infraestrutura de carregamento para popularizar os veículos elétricos. A empresa já investiu R$ 70 milhões na instalação de carregadores rápidos em diversos pontos do país. “Quando decidimos instalar mil carregadores, optamos por disponibilizá-los para todos os carros elétricos, não apenas para os da Volvo. Queremos educar e criar esse mercado”, afirma Godoy.

Essa estratégia também envolveu a adoção de uma nova política de cobrança pelo uso dos carregadores por veículos de outras marcas. “No dia em que anunciamos a cobrança para clientes não-Volvo, nossas redes sociais foram invadidas de mensagens de apoio. Os clientes entenderam que estamos investindo na infraestrutura para beneficiar quem confia na nossa marca.”

Para além da eletrificação, a Volvo tem adotado outras iniciativas de sustentabilidade, como a redução da pegada de carbono e a implementação de materiais recicláveis em seus veículos. “O EX30, nosso mais recente lançamento, tem a menor pegada de carbono da história da Volvo, com diversos itens reciclados e recicláveis.”

Ouça o Mundo Corporativo

O Mundo Corporativo pode ser assistido, ao vivo, às quartas-feiras, 11 horas da manhã, pelo canal da CBN no YouTube. O programa vai ao ar aos sábados, no Jornal da CBN, e aos domingos, às 10 da noite, em horário alternativo. Você pode ouvir, também, em podcast e no Spotify.

Colaboram com o Mundo Corporativo: Carlos Grecco, Rafael Furugen, Débora Gonçalves, Malu Mões e Letícia Valente.

Mundo Corporativo: O motor da Volvo é o capital humano

 

Por mais que se tenha um novo veículo com todos os avanços possíveis e tecnologia a bordo os fabricantes não podem abrir mão do capital humano, sendo necessário investir em uma cultura de excelência no ambiente de trabalho. A ideia é defendida pelo vice-presidente de Recursos Humanos da Volvo do Brasil, Carlos Morassutti, que conta a sua experiência em mais de 20 anos de empresa, nesta entrevista ao Mundo Corporativo, da rádio CBN. O executivo descreve a estratégia desenvolvida pela montadora para ter o engajamento de seus funcionários nas metas propostas e destaca a importância de se entender os colaboradores em todas as suas dimensões, levando em consideração suas necessidades pessoais e familiares. Recentemente, Morassutti lançou o livro “O Lado Humano do Sucesso – como a Volvo do Brasil se tornou uma empresa de classe mundial e uma das melhores do país para trabalhar” (Editora Alaúde), no qual define sucesso da seguinte forma: “Você pode usar qualquer métrica para medir o grau do seu sucesso. Alguns medem pelo tamanho da sua casa ou pelo valor do seu patrimônio. No entanto, a verdadeira medida do seu sucesso não é dada por algo que você possa gastar. É dada pela forma como seu filho o descreve quando conversa com um amigo”.

 

 

O Mundo Corporativo vai ao ar às quartas-feiras, 11 horas, no site da rádio CBN, com participação dos ouvintes-internautas pelo e-mail mundocorporativo@cbn.com.br e pelo twitter @jornaldacbn. O programa é reproduzido aos sábados, no Jornal da CBN. Você pode participar de debates sobre os temas tratados no programa no fórum Mundo Corporativo da CBN, no Linkedin

Ônibus menos poluente faz teste em São Paulo

 

Volvo híbrido paralelo

Apesar de ainda usar diesel, o ônibus híbrido que começa a ser testado semana que vem, em São Paulo, gera metade da poluição dos veículos convencionais. É o que diz o presidente da Volvo Bus Latin American, Luis Carlos Pimenta, apostando na eficiência da tecnologia que combina o motor diesel com o elétrico.

Os dois motores funcionam em paralelo sobre o mesmo eixo de tração. O elétrico é usado para arrancar e acelerar até a velocidade de 25 quilômetros quando, então, o motor a diesel entra em ação. A energia que sustenta o motor elétrico é gerada por ele próprio no momento da frenagem.

Levando em consideração a baixa velocidade com que os ônibus rodam em São Paulo, a tendência é que se use menos diesel do que em cidades como Curitiba, onde está em teste há três semanas. “Se é bom por um lado (economia), é ruim pelo outro (atrasos)”, comentou o executivo da Volvo.

A Volvo começará fabricar estes modelos, no Brasil, em 2012, e os ônibus devem chegar ao mercado com valor 50% maior do que os convencionais. Mesmo assim, Pimenta entende que as empresas terão vantagens a medida que a economia de combustível, um dos maiores pesos no custo da operação, pode chegar a 33%. “Em seis anos, o ônibus se paga”, calculou. Este modelo já roda em cidades como Londres, Luxemburgo e Estocolmo


Ouça a entrevista do presidente da Volvo Bus Latin American, Luis Carlos Pimenta, aio CBN SP

Na conversa, fiquei com a impressão de que ainda estamos distantes de nos livrarmos por completo do uso do diesel. A melhor solução encontrada até agora na fábrica sueca é um motor elétrico combinado com o combustível B-30 – que usa mistura de 70% de diesel e 30% de biodiesel.

Sobre a qualidade do diesel produzido no Brasil, o presidente da Volvo defendeu o uso do padrão europeu nos centros urbanos. Hoje, a Petrobrás põe no mercado o S-50, que tem 50 partículas por milhão de enxofre, enquanto na Europa se consome o S-10, que despeja 80% menos enxofre no ar.

Apesar do S-50 ser um avanço em relação ao que era produzido recentemente no País, Luis Carlos Pimenta disse que “ainda não é a melhor combinação de diesel, podemos chegar até 10 partes e para as capitais isto terá que vir em um futuro próximo”.

Mercado de ônibus 8×2 cada vez maior

 

Depois da pioneira Scania e da Mercedes Benz, agora é a vez da Volvo apostar no mercado de chassis destinados a veículos de grande porte, como os Double Decker

8 X2 VOLVO

Por Adamo Bazani

A Volvo Buses Latin América apresentou há pouco mais de uma semana sua versão 8X2, de 4 eixos, inédita da montadora sueca no mercado sul-americano. A aposta da empresa é atender com os produtos brasileiros toda a América do Sul, em especial Argentina, Chile e Peru, que, de acordo com a assessoria de imprensa da Volvo, serão os países que devem dar os impulsos iniciais para as vendas. A expectativa da Volvo é que em toda a região sejam vendidas até o fim deste ano aproximadamente 300 unidades do chassi.

O mercado brasileiro deve ficar mais aquecido a partir do próximo ano, neste segmento. E são várias as razões.

A concessão de linhas rodoviárias prevista para 2011/2012, que já deveria ter ocorrido no ano passado; o crescimento do setor de fretamento eventual de turismo e traslados de alta categoria; e grandes eventos esportivos como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, devem proporcionar crescimento nos serviços de transportes diferenciados de turistas. O chassi na configuração 8X2 atende exatamente esta demanda de serviços e passageiros: linhas regulares de longa distância e turismo de luxo.

Este mercado transformou-se num dos focos estratégicos das montadoras de ônibus no Brasil. Desde os anos 2000, a Scania já produz os chassis 8X2, compatíveis para veículos de dois andares ou Low Drive, configuração que permite que o salão dos passageiros fique num nível superior ao do motorista, com o veículo tendo altura aproximada de um Double Decker (2 andares). Em maio deste ano, foi a Mercedes Benz que apresentou seu O 500 RSDD, 8X2, com a opção de um produto mais barato, de 360 cv, e o de maior rendimento, de 420 cv.

A aposta da Volvo, no entanto, é no requinte e tecnologia.

O B12R 8X2 possui computador de bordo para diagnóstico, que oferece em tempo real 50 informações da transmissão, motor, freios, suspensão e luzes externas. O freio motor é mais potente e a transmissão é pro caixa I-Shift, que dispensa o pedal de embreagem. Os módulos eletrônicos são integrados, o que diminuiu o número de fios elétricos.

A assessoria de imprensa da Volvo divulgou em nota a opinião de seus executivos.

“A Volvo tem grande tradição em veículos rodoviários. O B12R 8×2 é mais uma solução avançada da marca para o segmento de turismo, trazendo o que há de melhor em tecnologia”, disse Luis Carlos Pimenta, presidente da Volvo Bus Latin America. O novo veículo tem uma configuração que atende as exigências de carga legal nos limites impostos pela legislação que rege o transporte rodoviário de passageiros no Brasil. “E reúne toda a nossa experiência em transporte e performance de veículos na área rodoviária”, completa José Luis Gonçalves, gerente de ônibus rodoviários da Volvo Bus Latin America. Como o próprio nome define, o B12R 8×2 tem 8 pontos de apoio e dois de tração. Neste novo chassi Volvo, os dois primeiros eixos são direcionais, condição que facilita a maneira de dirigir e manobrar do ônibus.
 
“Os novos B12R na versão 8×2 vêm com a mesma tecnologia lançada em 2007 pela Volvo Bus Latin America no modelo 6×2 – caixa I-shift, freio a disco com EBS, freio motor VEB de 390 cavalos e ainda ESP, controle eletrônico de estabilidade”, afirma Gilcarlo Prosdócimo, engenheiro de vendas da Volvo Bus Latin America. “Sem falar na alta tecnologia de chassi, que permite ao novo B12R 8×2 ter 500 quilos a menos que os chassis apresentados pela concorrência”.

Em relação aos concorrentes, o ônibus pesa ½ ton. a menos. “Isso é possível por conta de uma nova tecnologia em aço que posteriormente será estendida aos demais veículos Volvo”, ilustra Gilcarlo Prosdócimo, engenheiro de vendas da Volvo Bus.

Adamo Bazani é jornalista da rádio CBN e busólogo. Escreve no Blog do Mílton Jung