
Daniel Piza conheci quando editava o Leitura Dinâmica, programa dominical da Rede TV ! – isto foi na época em que o lema da televisão era “uma TV de qualidade para você”. O papel dele era comentar a cobertura das revistas jornalísticas, publicadas no fim de semana, o que, certamente, lhe provocou alguns adversário na Veja, Isto É e Época. Só não os ganhou na Carta porque esta ainda circulava a cada 15 dias. A juventude não lhe impediu de cumprir com perfeição esta tarefa que poucos se atreveriam realizar. No programa, fazia, também, comentário sobre o fato marcante da semana.
Já conhecia os textos e opiniões de Daniel Piza na Gazeta Mercantil, onde ensinou muita gente grande a editar caderno de cultura. A televisão, porém, me deu oportunidade de descobrir as qualidades dele no futebol, tema por muitos considerado mundano para ser tratado por gente letrada. A saída dele do Leitura Dinâmica, já na época em que a “qualidade” havia sido deixada de lado no lema da emissora, sinalizava para mim as mudanças que o programa sofreria mais a frente.
Tê-lo no círculo de amigos foi dos maiores legados daquela época. Sem contar que, desde aquele tempo, passei a explorar o conhecimento esportivo do Daniel no CBN SP como convidado. Anos depois, sempre em busca de comentaristas esportivos diferenciados, a CBN o contratou para integrar a nossa equipe. O resto da história você, ouvinte-internauta, se não conhece ainda, basta sintonizar as jornadas esportivas da rádio.
Não vou falar sobre o conhecimento apurado do Piza, a qualidade da crítica cultural que faz, a facilidade com que analisa leituras complexas e outros quetais. Quero apenas convidá-lo a ler a Sinopse de hoje, coluna dominical que Daniel Piza mantém no Estadão. Em uma país no qual a maioria das pessoas é incapaz de fazer comentários isentos de coloração partidária, em que ou você é azul e amarelo ou você é vermelho, Daniel soube expressar o pensamento daqueles que não se contentam com esta limitada aquarela política em que vivemos.
O primeiro parágrafo do texto batizado “Meu país à esquerda ou à direita” está aí em baixo, o restante você encontra no Estadão” http://www.estadao.com.br
Um jovem leitor me fez a pergunta clássica, se me considero de direita ou de esquerda. Bem, se ser de esquerda é ser marxista, socialista ou de algum modo anticapitalista, e simpatizar com figuras como Hugo Chávez e Fidel Castro, seguramente não sou. E se ser de direita é pregar o Estado “mínimo”, o mercado 100% livre, e apoiar a guerra de Bush no Iraque e defender uma moral religiosa como a se viu no debate sobre a ortotanásia de Terri Schiavo, também estou longe de ser. Da mesma forma, acho que ser de centro não é ser direita envergonhada (como diz a esquerda) ou esquerda disfarçada (como diz a direita); não é ficar em cima do muro, coisa de oportunistas ou medrosos. É justamente ter consciência de que a realidade exige mais. Só quem tem um mundo muito pequeno pode reduzi-lo a Bush x Chávez.
Milton peça autorização a Patricia Madeira, para que você possa colocar uma foto dela em seu blog