Sob o sol de Toscana


(desculpe-me pelo lugar comum, mas que lugar …)

Caros,

Nove dias sem telefone celular, cinco sem acesso a internet. Televisão, jornal e rádio também estão distantes. Ontem, pela primeira vez, as primeiras páginas dos diários italianos apareceram em uma pequena loja perto daqui. E a boa manchete foi a libertação de Betancourt.

Descobre-se que é possível viver assim pelo menos durante algum tempo. Mesmo que pequeno.

De tudo, a maior falta é não compartilhar com amigos e parentes que estão distante estes dias de férias na beira da praia de Ansedonia, com barraca quase em frente a velha e conservada casa que Puccini viveu parte de seu talento, na região de Toscana. Se ele sonhasse que alguém com tão poucos dotes musicais estaria pisando nessa areia.

Foi preciso viajar um pouco mais adiante, para Orbetello, e procurar um Café com computador, onde estou sentado agora enquanto alguns marmanjos gastam suas moedas no caça-niquel encostado na parede de trás, para dividir com você estes dias. Nesta pequena cidade que consigo enxergar do alto do morro de Ansedonia, na casa onde estou hospedado, o convite para as comemorações dos 150 anos de Puccini está em todas as portas.

Tenho pouco tempo neste computador. O acesso é por minuto. E a conexão é lenta. Também não tenho muito que escrever. Estou mais interessado em saber. E, por isso, navego pelas páginas dos portais e leio os comentários (alguns ouvintes-internautas ainda me oferecem esta oportunidade) aqui no blog. Aproveito para programar a postagem do texto da Maria Lucia Solla que você poderá ler no domingo. E ver que o Carlos Magno segue fazendo sucesso com sua coluna às quartas. A Cátia me enviou várias imagens destes últimos dias, em São Paulo, mas a falta de acesso me impediu de “blogá-los”. Peço a ela que continue a insistir. Quem sabe, amanhã ou domingo, consigo outro sinal de internet mais próximo. Nem que seja para me deparar com mais uma vitória do Grêmio, no Campeonato Brasileiro.

O pessoal do caça-níquel comemora uma boa rodada.

Está na hora de eu desconectar.

Pego a mochila e volto correndo a Ansedonia, onde o pôr-do-sol é tentador.

Até breve,

Mílton Jung

7 comentários sobre “Sob o sol de Toscana

  1. E a gente aqui… Trabalhando, trânsito, políticos, enfim, aqui na terra ainda tão jogando futebol, tem muito samba, muito show de rock roll…, vai por ai afora. Boas notícias deste lado do oceano.
    Mas, dá dando a impressão de desculpa porque o Grêmio vai perder domingo e não vai ter avalanche.
    Ai vamos ler “não tinha internet, coisa e tal…”

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