Dos seriados de TV que assisto, o protagonizado pelo Doutor Gregory House é o meu preferido. O médico sarcástico e ranzinza interpretado por Hugh Laurie é genial. Tem olhar astuto, língua ferina, beira o insensível e, ao mesmo tempo, é adorável. Não sou capaz, porém, de suportar os horários impostos pelas emissoras de televisão que o transmite para o Brasil, a Universal e a Record. Por isso, saco da prateleira das lojas sempre que surge um novo DVD da série ou recorro aos serviços que permitem baixar os episódios na internet.
Foi assistindo a uma cena em que House conversava com seu amigo (ou ex) James Wilson, o ator Robert Sean Leonard, no restaurante do Princeton-Plainsboro Teaching Hospital que me dei conta de uma diferença incrível entre os médicos, enfermeiros e estudantes que trabalham no seriado e os que encontro todas as semanas, na hora do almoço, seja no bairro de Santa Cecília, próximo da Santa Casa, seja na Vila Mariana, bairro que tem forte concentração de clinicas, escola de medicina e hospitais, em São Paulo.
Ao contrário dos meus colegas de mesa, no fictício hospital de Princeton, o pessoal da área médica não costuma usar jaleco na hora da refeição. Aqui em São Paulo, não é preciso muito esforço para cruzarmos com meninas – algumas bem bonitinhas – e rapazotes felizes desfilando com o uniforme que não é branco por acaso. A cor está lá para mostrar a pureza, a limpeza tão necessária para reduzir o nível de infecções hospitalares.
Os agentes de saúde daqui parecem mais preocupados em revelar sua condição profissional. Alguns chegam ao exagero de usar o estetoscópio despretensiosamente pendurado no pescoço. Lembram-me o personagem humorístico de Chico Anysio, o Bozó, que andava com o crachá da TV Globo à mostra.
Faço aqui a comparação porque pretendo discutir no CBN São Paulo desta quinta-feira se este comportamento é permitido nas escolas de medicina e hospitais que abrigam residentes. Se o uso do uniforme branco fora das instalações não pode se transformar em foco de infecção colocando em risco a saúde dos pacientes.
Fico a imaginar o que diria o meu médico preferido, Dr House, diante de um comportamento como esse.
Mílton Jung 
Olhe, Milton há 19 anos faço tratamento ortopedico no HC e sempre fiquei me perguntando:porq medicos e enfermeiros vivem com esse jaleco pra cima e pra baixo fora do hospital???????Afinal pra que serve o jaleco mesmo?se é para evitar contaminação para os doentes porq eles saem e transitam nas ruas com o jaleco?vejo pessoas que trabalham em hospitais ou clinicas e levam o jaleco pendurado…olhe sempre estranhei essa postura dos profissinais da saude.Que bom que vc levantou esse assunto, pois nunca ouvi nenhuma emissora falar disso!Esses jalecos não deveriam estar esterelizados?
Parabens!
Na Rua Marquês de Itu, ao lado da Santa Casa, um restaurante ostenta uma grande placa na porta que diz algo como: “Atenção, profissionais da saúde: ao entrar, guarde seu jaleco numa sacola” – e oferece, abaixo, sacolas de plástico. Não que essa seja a melhor opção – afinal, além do dano à saúde dos pacientes do hospital, os médicos e estudantes estariam, ainda, na contramão da substituição dos odiosos saquinhos plásticos por outros, retornáveis. Mas nem isso eles fazem. Tanto na fila dos que pegam comida quanto os sentados às mesas, todos de jaleco. Desde restaurantes mais caros, como esse, até o gorduroso boteco da esquina…
eu abomino o uso de jaleco, muitos medicos recem formados so querem mostrar que sao medicos e usam para outros verem, principalmente os formando em fisiot.Conheco varios, mas pior que usar jaleco e ver quase que sempre medicos se embebedarem inclusive jovens medicos porque isso se prestaram juramento e ainda dao esse mal exemplo,,HA SOBRE O JALECO , BASTARIA USAREM UM CRACHA JA RESOLVERIA. SENAO, PESSOAS VAO SE AFASTAR QDO, ELES SENTAREM AO LADO E ISSO CONSTRANGE A TODOS, UM CRACHA FACILITARIA PARA TODOS NOS CASO PRECISASSEMOS DELES EM UM CASO DE URGENCIA E ISSO AI ,,MILTON…
Menos pior qdo o jaleco é branco, tenho constantemente encontrado “profissionais” com uns jalecos que dá dó… E o pior… Sou profissional de saúde e tenho encontrado “colegas” que adoram esquecer de lavar seus jalecos e usa-los durante a semana inteira, alegando não ter tempo de trocá-los diariamente….
Dai fico me perguntando, até quando o termo “trabalho na área” da saúde” se aplica a esse caso…. afinal “saúde” de quem?
CAMPANHA DO USO CONSCIENTE DO AVENTAL
http://cucacoletiva.googlepages.com/home
O avental (=jaleco, ou bata) é uma peça imprescindível para os profissionais da saúde, pesquisadores e técnicos que trabalham com organismos potencialmente patogênicos. No entanto, muitas vezes o avental é usado de modo incorreto.
Esta campanha tem como objetivo conscientizar profissionais a usar o avental no ambiente adequado.
bom dia a todos, isso é mutio relativo, para os novos medicos, andar por ai com esse jaleco branco é questão de status, para um medico com mais experiencia e que não tem tempo, é questão de praticidade, sou estudande universitario, curso gastronomia numa faculdade perto da radio, na rua das palmeiras, sou formado no nivel tecnico na mesma area, o que nos aprendemos co-relação as bacterias nos faz ter uma visão extremamente critica, esse ato de andar com o jaledo branco para cima e para baixo é extremamente perigoso pois aumenta o risco de varias contaminaçoes e doenças. Pensando como os medicos, ir se alimentar com o tal jaleco, muitas vezes nem é notado, pois o mesmo não é visto como uniforme, mas sim uma peça simples de roupa, cai na rotina do individuo e ele nem percebe que esta usando.
muito obrigado.
Eu tb adoro esta série.
Por falar em jalecos, o pior é qdo você está em um restaurante e chega um médico com o jaleco sujo de sangue…
Curioso mesmo é que só médicos andam com jaleco na rua. Dentistas, enfermeiros, farmacêuticos e ACDs não usam.
Questão de praticidade? É.. acho que deve ser mais prático para aparecer. Pra dizer pra todo mundo “sou médico”.
Tenho 2 tios médicos que nunca vi usando jaleco (já que nunca fui paciente deles) e sou filho de um dentista e de uma enfermeira, que também só vejo usando jaleco DENTRO do ambiente de trabalho. Para eles é mais prático deixar o jaleco na sala do que carregar por aí, correr o risco de sujá-lo, correr o risco de esquecer no carro etc.
Mas acima de tudo, não o tiram da sala por questão de profilaxia.
O jaleco já é um absurdo e o uso do estetoscópio pendurado no pescoço??? No meio da rua, na poluição e depois dentro do restaurante????
O CRM deveria observar isso com mais rigor.
Adorei o post. Estou produzindo uma matéria sobre o uso indevido do jaleco pelos profissionais da saúde e seria de grande importância um depoimento seu. Se puder entrar em contato para uma rápida entrevista ficaria muito feliz. Os profissionais da área com quem conversei, todos, admitem o erro de circularem por aí com o equipamento de trabalho mas estão muito mais preocupados com a advertência que podem levar do hospital do que com o verdadeiro problema que é a possibilidade de transmitir doenças ou provocar alguma infecção. Tenho fotos excelentes tiradas em uma lanchonete na porta de alguns hospitais particulares de um setor de clínicas aqui em Brasília. A turma do jaleco se esbanjando em gordurosos salgadinhos, tomando um café e fumando enquanto se exibem dentro de seus higiênicos jalecos. Ainda não sei se existe alguma legislação a respeito desse problema, mas as fontes que consultei disseram-me que é mais uma atitude ética do que uma regra de segurança.Dizem que na verdade é para mostrar asseio que alguns hospitais impedem que seus médicos saiam utilizando seus jalecos. Por que não existe nenhuma lei ou regra que determine a utilização correta como segurança para os que estão dentro e fora do hospital?Por que motivo isso ainda é apenas uma contra-indicação se envolve a vida de terceiros?Gostaria muito de ouvir e poder publicar sua opinião.
Olá, Natália
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