São Paulo ganha grafite apagado por engano

Grafite em São Paulo

Foi entregue neste fim de semana o grafite que havia sido apagado por uma empresa contratada pela prefeitura, próximo da ligação leste-oeste, na região da 23 de Maio, em São Paulo. Originalmente o trabalho havia sido feito pelos grafiteiros Otávio e Gustavo Pandolfo – conhecidos internacionalmente como Os Gêmeos -, Nina, Nunca, Herbert e Vithce, em 2002. A empresa de manutenção passou por lá e não entendeu que ali havia arte aplicada e passou o pincel por cima, apagando o grafite.

Há duas semanas, trabalhando 12 horas por dia, os Gêmeos ao lado de Nina e Nunca, mais Zefix e Finok, todos grafiteiros da cidade, retomaram o espaço. A inaguração foi acompanhada pelo colaborador do blog, o estudante de jornalismo Marcos Paulo Dias que registrou as imagens.

3 comentários sobre “São Paulo ganha grafite apagado por engano

  1. Inacreditável! Picharam a parede novamente? Até quando seremos obrigados a aceitar que “grafite” é arte? Até quando teremos que conviver com esses desenhos malfeitos por toda parte? Espero que em breve outra empresa se confunda e traga o branco e a limpeza de volta às ruas, pelo menos nesse trecho.

  2. Eduardo, concordo plenamente com você. Eu gosto de arte: compro os quadros que me agradam, visito museus e galerias e até gosto de alguns grafites. Mas o grafite não me dá escolha: ou eu o vejo, ou eu o vejo, me entende? Se o grafiteiro reivindica a tal “liberdade de expressão”, eu também gostaria de reivindicar o meu direito a não ver uma obra de arte, caso não o deseje.

  3. Parabenizo os artistas por trazer à tão degradada Sampa um pouquinho de arte, gratuita, acessível a todos. A arte marginal, que é expressão essencial da cultura popular, pode substituir “o branco e a limpeza”, também conhecido como “cinza”, que traça “desenhos malfeitos por toda parte”. Antes uma obra de arte, da qual podemos gostar ou não, que um muro imenso sem vida, representando apenas a infelicidade e a agressividade que insiste em dominar a Paulicéia, que “não me dá escolha: ou eu o vejo, ou eu o vejo”. Tomara que nunca domine também a idéia de que só possamos ver o que alguns aprovam, senão “eu também gostaria de reivindicar o meu direito a não ver” casas, prédios e assim por diante.
    Que a arte domine. Não só a que pode ser comprada ou visitada em museus e galerias, mas a que vem do povo e vai para o povo.
    Abraços,
    Grilo D

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