Exame que “reprovou” professores será desconsiderado

Atendendo decisão judicial, a Secretaria Estadual da Educação não vai levar em consideração o desempenho dos professores temporários no exame aplicado no ano passado. De acordo com o órgão, o critério para atribuição de aulas será o mesmo do ano passado, por tempo de serviço e títulos. A medida tem o objetivo de garantir que as aulas comecem em 16 de fevereiro. A liminar que impede o uso do resultado das provas foi obtida pela Apeoesp, sindicato que reúne os professores da rede pública de ensino.

O desempenho no exame chamou atenção pelo baixo rendimento de grande parcela dos professores a medida que dos  241 mil que participaram da prova 3 mil tiveram nota zero e metade dos que realizaram o teste tiraram menos de cinco. Apenas 111 tiraram 10.

O resultado provocou uma série de mensagens ao CBN São Paulo de professores que estivaram no exame e de pais de alunos da rede pública. Ouça aqui o que disse sobre o tema o comentarista Gilberto Dimenstein, no Mais São Paulo.

Para a Apeoesp, o desempenho dos professores não pode ser avaliado pelo exame, pois alguns sequer teriam participado da prova e aparecem na lista com a nota zero.

10 comentários sobre “Exame que “reprovou” professores será desconsiderado

  1. Boa tarde à equipe da CBN!
    Sou professora, graduada pela Universidade de São Paulo em Letras, concursada da rede Estadual e Municipal há 5 anos e fico extremamente decepcionada ao ler e ouvir comentários negativos atrelados à figura do professor.
    Constato no meu trabalho diário com alunos da periferia de São Paulo, zona leste, o baixo desempenho em avaliações elaboradas pela Secretaria da Educação, fato que revela não a culpabilidade do professor, mas sim de todos os envolvidos em educação (professores, comunidade escolar, direção, secretaria da educação, pais, a sociedade em geral).
    Todo ano “sofro” com a atribuição de aulas na minha escola; sou a mais nova e a menos pontuada por tempo de serviço, por isso, sempre sou a última a escolher as salas com as quais irei trabalhar durante o ano. O que me deixa extremamente indignada é a falta de compromisso de alguns professores e a permissividade da legislação com relação a tais educadores; vários escolhem as aulas e se afastam da escola por “n” motivos, dentro os quais, poderia citar licença médica, afastamento para assumir a coordenação ou a direção de outra ou da mesma escola etc. Portanto, muitos alunos ficam “desamparados” logo no início do ano letivo, sendo que a legislação vigente permite que isso aconteça. Faltam aulas para os professores concursados, pois eles não podem assumir as salas deixadas por colegas em licença, na coordenação etc, mas, o aluno pode ficar sem aulas, esperando que um professor a caráter temporário, muitas vezes, desqualificado ou despreparado assuma a grade escolar.
    Sim, há professores despreparados, mas há também os muito bem preparados, qualificados e que trabalham por amor e não pelo salário, que se desdobram em três períodos, se submetem a uma legislação contraditória na sua aplicação e, mesmo assim, conseguem fazer um ótimo trabalho, mas esses são esquecidos pela mídia; nunca se ouve falar do bom professor… Que pena!!!
    Ele ainda existe! Nós existimos!
    Obrigada,
    Adriana

  2. Ouvi o comentário do Gilberto Dimenstein e considero lamentável a sua falta de visão da realidade do professor. É fácil analisar o cotidiano de um gabinete. Sou professora eventual e prestei o exame, tive uma média alta, acertei mais de 80%, sabe por que? Sou recém formada. A prova da secretaria de educação foi muito parecida com a prova do enade, ou seja: teoria. Estudar as teorias da pedagogia é muito importante, pois nos dão embasamento para atuar na prática, mais a realidade é outra. O Estado não oferece estrutura. Nas escolas onde trabalhei e nas inúmeras em que tive que fazer estágio faltava: mesa para o professor, apagador, giz, material didático para todos os alunos. Na grande maioria as bibliotecas possuem um excelente acervo, mais ficam fechadas por falta de funcionário, nem os professores podem retirar os livros!
    Segurança, isso não existe. Dei aula para uma aluna da 5ª série que já é “aviãozinho”, ou seja trabalha para traficantes. Ela usava drogas dentro da escola, à tarde e olha que em um bairro central. Presenciei o professor com quem estagiava ser ameaçado por um aluno, dentro da classe. São essas as condições que um professor deve ter para trabalhar?
    É fácil cobrar que o professor estude, mais já viram os preços dos livros? E em que hora? Já que por R$ 8,00 a hora aula, imaginem quantas aulas ele tem que dar para sobreviver. Então Milton e Gilberto encerro fazendo o seguinte questionamento, peguem a cartilha de educação que o Estado distribuiu nas escolas, onde obriga que os professores ministrem as aulas naquele formato e me respondam, vocês colocariam seus filhos neste modelo de escola? A culpa não é dos professores atuais, e sim dos professores que educaram os políticos e esqueceram de ensinar cidadania.
    Boa tarde
    Leila

  3. Revolução Educacional já

    Ola amigos!!!

    O sistema de ensino preciso e deve ser modificado. Não adianta provinha(pela qual sou favorável), mas como o estado de sao paulo mantém quase 200 mil professores temporários!!! Isto é um absurdo!!!
    O estado deveria fazer um concurso para resolver este problema. Premiar os melhores. Excluír os piores. Aumentar os salários para atrair melhores profissionais. Melhorar as condições de trabalho.(não dá pra trabalhar com giz e apagador em pleno século XXI). Reduzir os números de incentivada. Esta é a grande mudança.

  4. Sou professor temporário do Estado e fiquei indignado com o cancelamento da prova realizada em dezembro do ano passado. Sou bacharel e licenciado em Química e também tecnólogo em Construção Civil e prestei o exame de química e física. Nas duas diciplinas acertei 84 % das questões (eram 25 acertei 21). A minha nota foi relativamente alta porque eu sabia que a minha única chance de conseguir uma boa classificação na lista para atribuição seria acertar o maior número de questões, tendo em vista que comecei a ministrar aulas no ano pasado e a minha pontuação é muito baixa. Sendo assim, estudei todo o conteúdo das disciplinas por mais de um mês, deixando de lado o lazer junto da minha família nas minhas horas de folga. A minha classificação para participar da atribuição antes da liminar da APEOESP era 21º lugar. Agora eu fui para o 822º lugar e com certeza não vou conseguir ter aula atribuída em nenhuma das duas disciplinas. Eu gostaria que o pessoal da APEOESP fosse entrevistado para explicar quem foi beneficiado com esta liminar. Eu não fui e com certeza os alunos também não. Na minha opinião os únicos que se beneficiaram com esta liminar foram aqueles professores que tiraram uma nota vergonhosa. Esses professores devem ser os únicos que estão (infelizmente) comemorando, como se você pudesse comemorar uma nota baixa. Em apenas um ano como professor no estado fiquei extremamente decepcionado com a situação de desorganização das escolas, com o despreparo de diretores, coordenadores pedagógicos e professores. Esta avaliação foi feita apenas com os professores temporários mas a situação de despreparo também é visível nos professores efetivos. Eu vi professores da área de exatas que não sabem o mínimo que se espera de um bom profissional. O cancelamento desta prova valorizará a incompetência dos profissionais, indo na contramão do mercado de trabalho. Como você consegue não desanimar, quando pessoas que foram muito pior que você na avaliação ficam na sua frente apenas porque ministram aulas há mais tempo? Não seria a valorização e a premiação da incompetência? Além do que eu já citei, há também as péssimas condições de trabalho relatadas na opinião das colegas Adriana Costa e Leila Dutra. Por favor, tente entrevistar o pessoal da APEOESP e solicite que eles expliquem essa situação pois, sinceramente, não sei qual foi o intuito deles com essa liminar e quem efetivamente saiu ganhando.

  5. Em primeiro lugar, gostaria de comentar sobre os comentários.
    Esse Rogério de Melo (que não sei se já é professor ou somente fez o curso superior se ainda não é tomara que não venha a ser, porque pessoa que pretende entrar em qualquer área profissional já quer chegar chegando, falando mal dos professores da rede, desrespeitando-os, querendo atropelá-los… olha só rapaz, eu sou professor titular de cargo (efetivo) mas já fui ACT (hoje OFA), tem professor aí dedicando praticamente sua vida inteira com 20 até 25 anos de serviço público e digo mais, de qualidade……você pensa que simplesmente deve ser assim?! chega com uma provinha e tira essa pessoa de cena sem mais nem menos seu louco……. Se existe muita gente trabalhando em regime especial, admitido pela lei 500, isso acontece porque os governos não criaram os cargos em concurso público. É obvio, digno, legítimo que devemos ter CONCURSO e não essas provinhas malucas que tentam implementar da noite pro dia, e digo mais, considerando o tenpo de magistério que é o tempo de dedicação dessas pessoas para com o serviço público. Alguém acha que algum governo tem direito de fazer o que fazem aqui em SP, os profissionais da educação são expostos a humilhação sistematicamente ano a ano com esse processo de escolha de aulas, já que não são efetivos sabem que podem ficar sem trabalho. Logo com a educação fazem isso com os profissionais…. fica fácil AGREDIR E PISAR no profissional que está lá carregando o piano e fazendo seu trabalho de formiguinha Sr Diemenstain. O que é muito incrível é o fato de pessoas dos meios de comuinição como é este vem rotineiramente e propositadamente tentando jogar toda a culpa pelos problemas educacionais em cima do professor. Gostaria de saber quais deles já lecionaram ou conviveram com alunos e professores de escola pública em uma região carente por um período considerável para poder chegar a emitir pareceres com tanta certeza acerca da realidade escolar? Acho no mínimo mal intencionado um comentarista de meios de comunicação como CBN e Folha de S Paulo chegar toda semana repetindo discurso que vem direto do gabinete da SEE. A pessoa tem coragem de repetir resultado de dados sem o mínimo de cuidado ou análise, as notas zeros eu tenho certeza absoluta de referem-se a professores que não fizeram, ou seja, estiveram ausentes no dia, e ele encheu a boca pra falar e pra apelar para os Deuses, ministério público e etc. Ora faça-me um favor, o sindicato deveria sim representar o senhor no ministério público seu cara de pau. Ninguém vem analisar a forma como trabalha a SEE. Tentam emplacar normas, regras, leis da noite pro dia, decididas no gabinete, sem compromisso com quem está na escola, professores e alunos, apenas políticagem meu caro, no caso da prova, eu mesmo apliquei prova para meus colegas e vi a bagunça que foi, bagunça por conta da forma como foi organizada, ou melhor pela desorganização. Sr Dimenstein não vem a público pra comentar o porque que um maço de provas de uma sala inteira simplesmente sumiu, e esses professores ficaram sem notas mesmo tendo feito, a esses atribuiram nota zero e o Sr Dimenstein tá com toda pompa malhando a categoria.
    Estou indignado já faz tempo com nossa gestão no governo estadual, e esse povo de imprensa sem caráter nem ética.
    q

  6. Ahh outra coisa, nossa SEE (Secretaria de Estado da Esucação) é tão competente fazendo as coisas tão bem, e o Sr Dimenstein com a razão, com sua bravata, que o processo de atribuição de aulas voltou a ser como nos anos anteriores consirando somente o tempo de magistério (pontuação) sem usar os pontos da prova por uma decisão JUDICIAL. Será que a toa?? A pressão da imprensa não influencia no que é de direito e justo. Quando o Sr Dimenstein chegar no cargo que ele quer, nós buscaremos a lei e justiça também.

  7. “Professor Nota Zero”!?!?
    Sr. Gilberto Dimenstein acho sua visão sobre Educação totalmente distorcida, não condiz com a realidade dos professores, acho que está mais que na hora de visitar as escolas , pricipalmente as de periferia como ,Carapicuiba,Guarulhos, Itaquaquecetuba,acompanhar de perto os problemas enfrentados por todos os professores e quem sabe cobrar mais do poder público soluções que facilite nosso trabalho.
    Sou professora titular e acho desagradável esse julgamento feito o tempo todo à todos nós.O fracasso escolar deve-se a muitos fatores oriundos ás questões didáticas.
    Salas de aulas com 40 ou até 45 alunos, pais ausentes, alunos envolvidos com a criminalidade/drogas…Uma verdadeira bomba relógio prestes a explodir!

    Atenciosamente;
    Elisabeth Dantas

  8. Nada justifica o resultado dos professores na prova.

    concordo que as condições de ensino são precárias, falta muita coisa, etc….

    Mas nada disso justifica não saber o conteúdo da matéria que ministra.

    Se o professor quer reclamar das condições, do estado em que a educação se encontra, tudo bem, contanto que faça a sua parte para poder não ser recriminado também.

    se cada um fizer sua parte a coisa anda. Assim que os professores pararem de reclamar e mostrar que do lado deles as coisas estão sendo feitas, duvido que alguém tenha coragem de negar algum tipo de reivindicação!!!!

    leia tudo que já escrevi sobre o assunto em: http://agrj.wordpress.com

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