Os sacos plásticos usados no comércio, em boa parte do País, tem sido alvo de críticas pelo forte impacto ambiental que provocam. O material levaria cerca de 100 anos para se degradar, e nos lixões e aterros sanitários dificultam a decomposição de produtos orgânicos e biodegradáveis, além de causarem acidentes ecológicos quando jogados nos rios.
Um das opções para a substituição deste material é a utilização de sacos produzidos com componentes oxiobiodegradáveis que se decompõem com maior rapidez no meio ambiente. A cidade de Guarulhos, segundo maior do Estado de São Paulo, desde o início do ano tem lei que obriga o comércio a trocar os sacos plásticos comuns por sacos oxiobiodegradáveis.
A medida foi anunciada pelo prefeito Sebastião Almeida (PT), em entrevista ao CBN SP, como um avanço na questão ambiental. Ele explicou que os supermercados já estão se adaptando a lei, apesar de terem um prazo para realizar a substituição do material.
Apesar de festejado pelo prefeito de Guarulhos, a troca do plástico comum pelo oxiobiodegradável é criticada por ambientalistas. O pesquisador do IPAM, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, e comentarista da CBN, Osvaldo Stella, diz que a mudança é paliativa, pois a única diferença é o ganho de alguns anos na decomposição do material. Ele sugere que o comércio passe a oferecer sacolas de pano ou de papel para acondicionar os produtos. Na entrevista, Stella também faz sugestões aos ouvintes-internautas que costumam usar estes sacos plásticos para embalar o lixo caseiro.
Ouça a entrevista de Osvaldo Stella, do IPAN, no CBN SP
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“Fabricantes reagem na batalha do saco plástico”
A questão do lixo é muito interessante. Alguns entendidos no assunto dizem que se um aterro sanitário se “esgotar” é só fazer outro. Também dizem que sacolas de plástico não são o maior problema do lixo; que na grande São Paulo o problema são as indústrias com lixo tóxico que polue águas subterrâneas, fonte de água razoavelmente confiável para consumo. Mais especificamente com relação às sacolas de plástico oxibiodegradável, diz-se que no seu processo de fabricação elas poluem mais do que plástico comum.
Bem, a questão é a seguinte, então, para mim:
1. Por que não se fala na redução de lixo (ponto)? Por que não se fala que “produzimos” MUITO lixo jogando fora produtos, coisas afins que poderiam ser reutilizadas e que nem deveriam ter sido adquiridas?
2. Por que não brigamos (ao invés de criar “a polêmica da sacola de lixo” – ai que saco!) para que o lixo tóxico não polua a água subterrânea; para que os postos de gasolina não poluam o entorno com o estoque errado de seu combustível???
3. Por que só poucos condomínios e municípios se organizam para reciclar o lixo e aproveitar as comunidades de catadores que além de tudo dão emprego a famílias carentes?
Não vamos perder o foco! A luta por práticas sustentáveis é diária, é de sempre.