Por Carlos Magno Gibrail
Zélia Cardoso, momentos antes de aprovação do plano econômico COLLOR DE MELO, dirige-se ao presidente e ressalta que a medida irá impactar toda a população. A ponto de matar cidadãos que estarão para efetuar cirurgias e não mais poderão fazê-las, etc..
O presidente reafirma a decisão, o plano não é micro, detalhes não serão levados em conta. Fica estabelecido um saldo bancário único, inadimplência geral e irrestrita pela proa. O resultado todos lembram, excluindo talvez parte da Câmara.
No mesmo país, numa reunião de diretoria, um consultor chama a atenção da gerência de crédito que está comemorando taxa de 0% de inadimplência. “Se continuarmos assim vamos perder clientes para a concorrência”
Para ter taxa zero cortou-se crédito de clientes que poderiam ter sido atendidos.
Vemos hoje uma mudança acentuada dentro dos condomínios, em função das novas regras para os inadimplentes, que num primeiro momento veio reordenar a relação dos condôminos. Entretanto observamos um crescer de autoritarismo e cerceamento aos moradores. Começa a ser cogitada a proibição do uso das dependências comuns e inclusive do elevador.
Estes excessos iniciam a criação de embaraços jurídicos e sociais.
No sistema bancário e no comércio os lobbies respectivos conseguiram uma informação BBB. Significa que o cidadão que tiver qualquer restrição fica automaticamente impossibilitado de pertencer ao sistema. A informação on line e geral cria uma transparência absoluta, que em princípio previne o atendimento ao mal pagador. Entretanto a falta de crédito leva a impossibilidade de o devedor socorrer-se do sistema para cobrir a dívida existente. Ignora-se o processo natural de cura, que é usar como antídoto o elemento causador do mal. Para sanar é usar o crédito em doses diferentes daquela que originou a anomalia. É assim na ciência natural com as bactérias e com o veneno da cobra.
E como uma pessoa que ficou inadimplente por ter perdido seu emprego, por exemplo, pode recuperar o seu status de bom pagador? Quitando a dívida, é claro. Mas para isso, deverá obviamente arrumar outro emprego. Certo? Para bancos, empresas financeiras e afins, errado. Pois eles não contratam quem está nas listas de pendências financeiras (leia-se Serasa, SNPC, Associações Comerciais).
E como essa pessoa pode proteger o seu patrimônio que restou? Fazendo seguro, certo? Para seguradoras, errado. Elas não fazem seguro para quem está nas listas de inadimplentes, mesmo que estes paguem à vista. É como se um devedor fosse à padaria e ao pedir meia dúzia de pãezinhos pagos a vista e o padeiro dissesse: para você eu não vendo, pois você tem pendência financeira.
Sorte destes que as padarias ainda não alçaram o mundo das bancadas do Congresso. De 1997 a 2001 funcionou o Cadastro Positivo com o intuito de beneficiar o consumidor adimplente. Não se teve notícia que benefícios de ordem financeira tivessem sido dados. Apenas que uma juíza determinou que fosse avisado pelo Serasa através de carta registrada, o que encarecia o sistema e acarretou o fim.
Michel Temer prioriza a votação do Cadastro Positivo de Consumidores para os próximos dias. Cobrado por Fabio Barbosa, presidente da FEBRABAN, que sinaliza a diminuição da inadimplência e conseqüente queda das taxas de juros.
A PRO TESTE – Associação de consumidores protesta: “A regulamentação de um cadastro de bons pagadores levaria a uma situação discriminatória e, além disso, os bancos já possuem ferramentas necessárias para distinguir os consumidores, como os cadastros negativos. Na prática, funcionará como mais um funil pelo qual passarão ainda menos consumidores”.
É provável que estejamos na mesma situação dos impostos, que os reduzindo teríamos mais adimplentes, ou dos encargos trabalhistas, que se diminuídos os empregos aumentariam, cuja prova recente é a dos estagiários.
A Ciência Econômica ensina que melhor que maximizar é otimizar.Entre buscar extremos e limites, é mais sábio encontrar o equilíbrio. Para homens e máquinas, animais e plantas.
Carlos Magno Gibrail é doutor em marketing de moda e toda quarta-feira paga sua dívida com seus leitores aqui no blog, com juros e correção monetária.

E você sabia que se você não paga uma dívida com o banco ele entra com uma ação judicial contra você e o Juiz determina bloqueio de todas as suas contas e a transferência dos recursos para pagar o banco? E mais, o juiz assim determina SEM NENHUMA AUDIÊNCIA COM O DEVEDOR. Mesmo que você tenha outra determinação judicial como pagamento de pensão alimentícia!!! Para o nosso judiciário, pagar os banqueiros é mais imporante que alimentar os próprios filhos. Pasmem!!!
O caso das seguradoras é um absurdo. E nem a OAB, nem o Procon entrou com ação contra isso. Não há explicação para essa prática, pois não há risco de crédito envolvido em apólice de seguro, afinal se o cliente não paga a apólice é imediatamente cancelada. Será que as seguradoras entendem que devedor é sinônimo de falsário?????? E o pior, quando são elas que devem o Governo salva com o nosso dinheiro!!!
Os bancos fizeram durante anos propaganda de crédito fácil, aliando a imagem de crédito com sucesso e realização. Mas se você não paga por qualquer razão eles bloqueiam as suas contas e tiram tudo que é possível até a quitação da dívida. Se as cia. de cigarro são obrigadas a divulgar os malefícios do cigarro, porque os bancos não são obrigados a divulgar na própria propaganda que se você não pagar ele tomará cada centavo e cada bem seu???
Os bancos mandam tanto nesse país (e nos outros também, diga-se de passagem) que eles fazem o que querem, tiram tudo o que podem de você, fazem a propaganda que querem, cobram os juros que bem entenderem (com spreads planetários) e a imprensa e o governo só abaixam a cabeça porque são grandes anunciantes e grandes financiadores de campanha. São todos vendidos!!!
O negocio pessoal, é começar a fazer como “nos antigamentes”
para fugir da ganância, do poder dos bancos.
GUARDAR O DINHEIRO NO COLCHÃO
Quem manda no Brasil apoiados pelos “homis” la de cima, não preciso dizer quem, são os bancos verdadeiros agiotas “legalizados”, cias de cartões de credito, as multinacionais.
E o resto que se dane!
Tanto é que nem audiencia de conciliação entre credor(bancos) e devedor existe.
Alguma coisa está errado!
Inversão de valores éticos e morais.
Mas estamos no Brasil do futebol, das mulatas gostosas, do Bolsa familia, do carnaval, das baladas, do oba oba.
Isto é uma vergonha!
Seguradoras: Para as seguradoras, a pessoa indimplente entra no grupo de clientes propensos a fraude.
Bancos: Que me desculpem as profissionais do sexo. Mas os bancos agem como prostitutas. Ou seja, o carinho a ser dispensado, depende do tamanho do bolso do cliente e ou enquanto ele estiver cheio.
Bolsa Famlia: Seria de bom grado um estudo sobre um possível BOLSA INADIMPLENTE. Socorre-se os bancos e os consumidores com dificuldades.
André, agradeço sua participação e principalmente este tipo de informação.
Tenho a impressão que na medida em que a classe média e média alta, afetada pela intensificação destas propostas nos condomínios um tanto quanto exacerbadas, possa colocar um foco no incoveniente dos extremismos.
Quanto a vantagem dos Bancos é um pouco mais complicado devido ao poder dos mesmos. Fica ainda maior se considerarmos que os juízes que decidem são cidadãos que não correm os riscos normais de ganho, como os executivos e os empresários.Tem emprego e salário fixo garantidos.
A saida mesmo é a imprensa e a população esclarecida e organizada acionando-a.
Grande abraço
Rosana, este impedimento nunca entendi.
Talvez o Milton Jung possa entrar neste esclarecimento e perguntar para o representante do setor securitário o motivo.
E espero que se for buscar a informação, tenha melhor sorte do que tivemos com o SERASA, que tentamos ouvi-los antes de escrever o artigo de hoje, mas não recebemos atenção.
Obrigado pela participação
Carlos Magno
Souza, muito interessante a sua analogia.
Acontece que os lobbies dos fabricantes de cigarro estão perdendo a força, tal as pancadas recebidas até hoje.
Obrigado pela participação
Carlos Magno
Pedro, é universal. Talvez uma das origens sejam as campanhas politicas e seus patrocinadores.
O poder dos bancos é tanto, que suas defesas através da redação dos contratos de crédito chegam algumas vezes a comicidade.É o tal do documento leonino.
Um fato pontual : se quiser sacar mais de 5mil reais o consumidor tem que avisar um dia antes até ao meio dia.
Sempre beneficiando-os.
Obrigado pela participação
Carlos Magno
Beto, se há um ponto que estou curioso é exatamente este.
Sugeri ao Milton Jung que pergunte a entidade que representa as Seguradoras o por que deste bloqueio.
Percebo de outro lado que os cartões de crédito começam a invadir todas as praias.
Há alguns tipoos de pagamento que se faz quase que exclusivamente por cartão de crédito. E isto também é tendencia mundial.
Beto, grato pela participação e grande abraço
Carlos Magno
Prezado Armando Italo, para guardar no colchão o seu dinheiro, não se esqueça que tem que avisar um dia antes e antes do meio dia, para retirá-lo do Banco.
A saida é a questão da corda esticada. As vantagens são tantas, as exigências são tamanhas que a corda vai estourar. Ou seja os consumidores encontrarão outras alternativas ou com a diminuição dos mercados os Bancos possam reavaliar normas.
Obrigado pela presença e grande abraço
Carlos Magno
Não esqueça de mencionar a máfia do cartão. Hoje você não consegue se hospedar em muitos hotéis ou alugar um carro se não tiver um cartão de crédito. Como não uso cartão por pagar tuda à vista, não consegui alugar um carro mesmo dizendo que pagava em dinheiro, adiantado. Inacreditável!!!
Carlos, essa informação obtive de securitários: Uma pessoa com dívidas, fatalmente não pagará os encargos de seu automóvel, e portanto, pode cair em tentação, dar perda total ou fim em seu automóvel, para receber o valor segurado. A seguradora paga pela tabela FIPE, valor bem maior que receberia de uma revendedora que, cobraria em dobro a absorvição dos encargos devidos.
Qualquer que seja a solução para a questão, é fundamental pensarmos como sugere Stephen Kanitz em seu artigo “Você está Despedido!”:
Se a crise for maior que as reservas, aí não terá jeito, a não ser apertar o cinto, sem esquecer aquela memorável lição: na hora de reduzir custos, os seres humanos vêm em último lugar.
Joel é realmente inacreditável.
Galbraith tinha razão quando previu o mundo na mão de grandes corporações.
Esta questão dos hotéis é enorme problema, pois o consumidor no exterior e sem cartão de crédito fica com pesadas restrições.
Grato pela participação
Carlos Magno
* abosorção (risos)
Beto , então é o mesmo que considerar o inadimplente um marginal, um bandido. Ou não?
Punindo por um possivel delito?
Neste raciocinio quem já foi preso jamais deveria ser libertado, pois seria um potencial criminoso. Ou não?
Beto esta questão acredito que teria que ser levantada aos autores da norma.
É rara, pois pune possivel intenção futura.
Abraço
Carlos Magno
O Beto absorção é mesmo para mudar a palavra
Carlos Magno
Carlos, concordo com vc e, espero ansioso pela reportagem.
Julio ,esta frase do Kanitz é realmente muito boa pois retrata grande parte da filosofia das empresas não focadas nos consumidores e menos ainda nos recursos humanos próprios.
Obrigado pela participação
Carlos Magno
As seguradoras deviam ser punidas. O CADE, Procon, etc… entram com ação contra inúmeras Empresas quando estes entendem que estão lesando o consumidor. Eles até obrigaram o McDonald´s a vender os brinquedos separadamente do McLanche Feliz, mas são INCAPAZES de agir contra Empresas do sistema financeiro.
O problema começa no Legislativo, passa pelo executivo e acaba no judiciário. Infelizmente estão todos comprados e sujeitos aos bancos e seguradoras. Queria ver se os bancos fizessem com os políticos devedores (leia-se principalmente Caixa Econômica e Banco do Brasil no caso dos políticos) o que fazem (todos os bancos públicos e privados) com os inadimplentes “normais”. Queria ver juiz tendo suas contas bloqueadas por um colega!!!
Gostaria que vocês pegassem uma declaração de um juiz sobre bloqueio de contas e bens sem audiência, pois isso é um fato jurídico verídico. E quero ver tamém o que as seguradoras dirão sobre não fazer seguro (mesmo sem ter risco de crédito) para pessoas com restrição de crédito. abs
Fiquei desempregado por um ano e por isso não consegui pagar alguns empréstimos. Sobrevivi e consegui depois de muita luta um emprego. Sempre trabalhei em banco e não pude voltar porque eles não contratam quem tem restrição de crédito (grande antagonismo). Quando me ligavam para me cobrar, pedia emprego e dizia que poderiam ir descontando do meu salário. Riram da minha cara. Empréstimos com taxas de juros de 3%am passaram a 14%am porque não paguei. E EU QUE SOU BANDIDO???
Carlos/Beto,
Temos que levar em consideração que há pessoas e pessoas, meu sogro trabalha com seguros e já viu inúmeros casos que a pessoa faz de tudo para receber o seguro.
Infelizmente, por causa de uns, tantos pagam.
E estou dizendo isso não porque concordo com a atitude das seguradoras, mas talvez pensando como gestor desse negócio, em que não temos como mensurar a índole de uma pessoa…talvez vocês possam me esclarecer se as seguradoras fazem isso com quem tem o bem quitado ou apenas com quem tem o bem financiado?
Abçs
Paulo, tenho filho em idade de 5 anos e por isso já levantei a questão da propaganda destinada a esta faixa etária. Sou contra e felizmente já há lei que a proíbe.
Por que não se acompanha o setor financeiro da mesma maneira?. Endosso sua pergunta.
Abraço
Carlos Magno
Agib, executivos e empresários correm riscos profissionais que o pessoal da área juridica publica não tem. O emprego e consequentemente o ganho está garantido.
É como um casal pedir orientação sexual para padres católicos, castos e solteiros. Experiência zero.
Abraço
Carlos Magno
Pontes, o fato é ilegal.Merece investigação. Ou não?
Abraço
Carlos Magno
Questionador, acredito pelas informações informais que tenho constatado, os juízes tem admitido apenas taxas viáveis e reprovado as exorbitantes.
Abraço
Carlos Magno
Fabio, este é o risco ou um dos riscos do negócio de seguro.
O que não existe similar é no raciocínio futuro de antecipar o crime.
Repito o exemplo acima, neste linha de julgamento teriamos que manter presos todos os presos, pois potencialmente no futuro corrers-se-á riscos .
A fraude possível é inerente ao negócio e punir um perfil de segurado é fora de lógica.
Não conheço nenhum caso que se compare a este, porque é a expressão máxima da intolerãncia.
Aguardemos a explicação do setor.
Obrigado pela participação e abraço
Carlos Magno
Fabio, o que sei é que: Um amigo bem próximo, teve filhos gêmeos e, se encheu de dívidias. Ficou com uma pendência bancária (cheque especial) e ao tentar renovar o seguro, o corretor lhe informou a recusa, pois, o banco havia informado a Cia sobre tal pendência. Detalhe: ele ainda não estava na lista de protestos e Serasa. Por outro lado, o corretor lhe deu a opção de fazer em outra Cia. um pouco mais cara, mas que, tinha tolerância de valor. Ou seja, Algumas Cias tem um limite de valor indimplente para aceitação.
Sejamos justos: No meu caso pessoal, minha renovação foi contestada tb, por dívidas em banco. Só que, ao justificar e apresentar documentos provando que, eu estava contestanto a cobrança, meu seguro foi renovado.
Quanto se ha diferença em bens quitados ou não, não sei lhe responder. Vamos esperar que o Milton nos esclareça isso, com o possível debate sobre o assunto na CBN.
Bons negócios
Abraços
Fabio e Beto,se o bem estiver quitado ou não, acredito que não faz diferença no raciocínio.
A intenção é não correr risco no caso do seguro, inerente ao próprio negócio.
Se o carro estiver alienado o pagamento vai para o financiador, se estiver quitado vai para o segurado.
Em todo caso, aguardamos anciosamente a entrevista. Se houver.
Nesta circunstancia um CHAT seria fantástico
Abraço
Carlos Magno
Carlos e Beto,
Concordo com suas palavras, é o risco do negócio…e acredito que por ser um risco, a seguradora pode não renovar o seguro, ou simplesmente como fizeram com o Beto, achar que o risco seria maior e oferecer uma Cia que o aceita e claro, cobra mais caro…
A discussão seria interessante,pois acho que as cias de seguro deveriam realizar análises criteriosas do segurado como o fazem em casos de sinistro e não apenas digitar os dados no sistema e aguardar a aprovação (como é feito em muitos casos)…
Carlos, mas o bem quitado faz diferença, pois há seguros que cobrem apenas o valor de tabela do carro (exclui os juros, que a pessoa terá que arcar),outras seguram 110%, ou seja, o risco em bens financiados aumenta…por isso acredito que a recusa é maior…vamos aguardar um maior detalhamento do assunto..
Abçs a todos!
Fabio, a questão que vejo é que o risco eventual só ocorrerá se o segurado for desonesto, ou bandido. De inadimplente a desonesto ou bandido há uma diferença enorme.
Aguardemos a entrevista e as explicações das seguradoras.
Obrigado pela participação
Carlos Magno