Por Carlos Magno Gibrail
O futebol, esta grande paixão nacional, parece bem com a moral da fábula “O velho, o menino e o burro” que demonstra a impossibilidade de se contentar a todos. Fato que seria comemorado por Nelson Rodrigues: a unanimidade é burra.
O presidente Lula assinou na sexta-feira 13, três medidas que fazem parte do plano de ações para a Copa do Mundo de 2014. Entre elas, o projeto de lei que criminaliza os atos de violência dos torcedores e das torcidas organizadas, tanto nos estádios e arredores quanto no trajeto para as partidas. Assinou, também, um decreto que amplia as exigências técnicas para funcionamento dos estádios e um termo de cooperação técnica para monitorar o acesso de torcedores. Os projetos serão encaminhados ao Congresso e Lula já pediu urgência na aprovação.
“O ministro e as carteirinhas” Juca Kfouri; “Stalinismo no futebol” Fernando Rodrigues; “Todos fichados” Folha; são algumas das manchetes desfavoráveis.
Embora reclamado há muito pela mídia geral e especializada, pela autoridade geral e policial, pela população em geral e esportiva, o combate a violência é uma unanimidade em termos de apelos para o seu controle. Afinal só de mortes são mais de sete por ano, além de inúmeras ocorrências policiais. De torcedores e de policiais.
Mas há acusações políticas eleitorais. “Dentro do projeto da Folha de São Paulo de contribuir para a eleição de José Serra, em 2010, vale tudo. A coluna do Fernando Rodrigues, neste sábado, é um bom exemplo disso. O Projeto de Lei, que modifica o Estatuto do Torcedor foi escolhido para ser o alvo das críticas”. Casa do Torcedor.
O Clube dos Treze declarou ontem que apóia em princípio as medidas e está disposto a discutir as carteirinhas, pois acredita que o cadastramento possa ser feito sem elas.
“De vez em quando a PM também faz coisas que não deve, passa dos limites, agride sem necessidade. Como seremos penalizados, eles [policiais militares que cometerem abusos] também tem que ser”. Presidente da Força Jovem do Santos Futebol Clube, Pedro Luiz Ribeiro Hansen.
“Violência gera violência. Às vezes, têm só dois elementos brigando numa arquibancada, a polícia chega agredindo geral e a coisa se espalha”. Presidente da torcida rubro negra Jovem Fla, do Flamengo, Leonardo Sansão.
O projeto de lei anunciado pelo governo define formalmente as torcidas organizadas como pessoas jurídicas de direito privado, que podem responder civilmente pelos danos causados por qualquer um de seus associados no local da competição, nas imediações ou no trajeto de ida ao jogo e de volta da partida.
O mérito da questão é criminalizar algo que é crime em seu sentido real e figurado. Agressões de torcedores e policiais e o impedimento do maior espetáculo da terra que é o futebol ao vivo, aos cidadãos verdadeiros, são efetivamente um crime.
Carlos Magno Gibrail é doutor em marketing de moda e toda quarta está aqui no blog na torcida para que um dia estádio de futebol seja como sala de espetáculo. E desta Organizada eu faço parte.
Veja mais fotos de Regia Sofia, no Flickr.

Ola Carlos
A que ponto chegamos!
Antes o futebol, era somente esporte alegria, paixão.
Hoje o que vemos é somente guerra entre torcidas uniformizadas, atletas precocementes arrebentados por causa do excesso de treinamentos e de jogos, muito dinheiro rolando no meio, jovens atletas de origem simples da periferia totalmente despreparados emocionalmente.
Política, concorrência perniciosa, interesses excusos entre times e dirigentes.
O que acontece com o ser humano que a cada dia inverte valores éticos, morais, desportivos, espirituais, conceitos?
Prefiro assistir o futebol pel TV.
Estádios jamais.
Abraços
Armando Italo.
Penso que, para oferecer uma festa em nossas casas, a familia deve estar bem harmonicamente, financeiramente, socialmente e em muitos outros detalhes.
Copa do mundo, é a maior festa do butebol. A nossa casa está preparada para dar uma festa?
abraços
Ao invés do governo ficar se preocupando e gastando bilhões de reais com Copa do mundo, jogos olimpicos, panamericano e outros eventos semelhantes, antes deveria investir na saude, educação, transporte publico, qualidade de vida, no judiciário.
Estes ítens estão uma verdadeira vergonha nacional.
Só vemos pessoas morrer nas filas do SUS, INSS, falta salas de aulas, professores, medicamentos, milhões de processos a serem julgados, leis obsoletas, somos transportados que nem gado, nas grandes cidades os cidadãos são sufocados, dai a perda de qualidade de vida etc.
Desculpa ter desviado um pouco do tema Carlos.
Armando, o futebol ao vivo e no estádio é muito diferente daquele visto pela TV. E tenho a impressão que ficará cada vez mais cara e dificil a presença no campo até que se reverta esta situação.
Vamos torcer para que se mude tudo isso.
Abraço
Carlos Magno .
Beto, você tem razão.
Precisamos entretanto vigiar estes gastos . Acredito no apelo de marketing para o pais.
O turismo é a maior industria do mundo e uma COPA aqui inevitávelmente gerará divulgação para o Brasil.
A questão é que o setor futebol no mundo todo não é dos mais profissionais, a começar pela longevidade do cargo de presidente da FIFA.
Abraço
Carlos Magno
Armando, acho que se poderia fazer os dois, isto é , a COPA que é importante para o país em termos de Marketing, para desenvolver o turismo e também para agregar valor aos nossos produtos de exportação e, evidentemente a atenção a tudo aquilo que você se referiu.
Melhor seria proibir os gastos com propaganda governamental.
Você tem noção quanto os governos estão gastando para divulgar as suas administrações?
O que não se pode é admitir o que parece ter acontecido no RIO nos Jogos Panamericanos.
E não dá para esquecer a frase do Cesar Maia que beleza é fundamental , quando SP perdeu para o RIO.
Por que não se coloca este tipo de politico nos holofotes cobrando explicações?
Abraço
Carlos Magno
Carlos, concordo com vc que, enventos esportivos internacionais e nacionais como o futebol, traz todos os negocios que vc enfatizou e até mais. Mas, como tudo neste país, a falta de informação gera no cidadão comum, o sentimento de que tudo isso é fictício. Ou seja, a receita é enorme, porém, não vimos este dinheiro ser revertido para melhoria em nossas condições de vida, e nem no próprio esporte.
Olá Carlos!
Acho muito difícil colocar ordem na casa. Eu que tive a oportunidade de ser repórter esportiva por algum tempo (20 anos atrás) posso te dizer que tudo ali é tudo sempre determinado pelos líderes das torcidas. O que eles mandam é regra!
Domingo passado fomos ao Morumbi com as crianças e foi um jogo lindo: torcida única, cheio de crianças e a Independente , assim como a Dragões da Real fazendo um belo espetáculo: cantando, dançando, levantando o time e a torcida. Pena que quando saem do estádio, assumem uma outra postura e se encontrarem torcidas rivais, melhor nem pensar.
Quem sabe um dia teremos a paz e o estádio será apenas palco de um espetáculo entre dois times e duas torcidas que estarão lá apenas para desfrutar e admirar o que há de mais bonito: o futebol arte! Tenho esperanças de que um dia será de novo assim. Que os políticos tenham as mentes iluminadas para encontrar soluções que favoreçam a todos nós que amamos o esporte.
Um abraço
Sandra Tenório
Beto, hoje de manhã no programa do Heródoto se falou sobre os gastos do Senado. São despesas que crescem e sempre em benefício próprio ou corporativo.
Clodovil apresentou um projeto de redução das cadeiras no Congresso, o que é positivo. Vamos aguardar a tramitação.
O gasto mais questionável é o da propaganda dos governos municipais,estaduais e nacionais .
Abraço
Carlos Magno
Sandra, o seu depoimento é bastante rico e exemplar.
O assunto é sério e por isso não concordo que se deva apresentar postura agressiva e contrária ao projeto do governo.
Se houve falta de lobby por parte do ministro dos esportes não creio que seja motivo suficiente para se atirar contra.
A má vontade como por exemplo a da Folha ontem que colocou como titulo da matéria sobre o Clube dos Treze uma chamada que não retratava o próprio texto texto. Como sabemos há muito leitor que fica na manchete.
Acredito que temos que participar, como inclusive nós estamos fazendo agora.
Não tenho dúvida que o espetáculo do futebol nos estádios é insuperável a qualquer transmissão.Hoje é efetivamente o maior show esportivo.
Grande abraço.
Carlos Magno
Carlos, desculpe ter desviado o assunto. Mas, uma coisa ta ligada a outra. Sonhamos um dia ter estádios sem grades separando os torcedores, como na Europa.
abraços
Carteirinhas já temos… afinal o RG também é carteirinha. O que isso, afinal, faria de bom para a segurança nos estádios? A desorganização, a impunidade e a falta de conforto no nosso futebol é o que deve ser tratado, e não uma simples carteirinha. E não podemos esquecer das torcidas organizadas, que são gangues financiadas pelos próprios times. Esses deveriam ser banidos dos estádios. Minha opinião.
Beto, mas a violência lá é grande. Na copa da Alemnha assisti um documentário do SPORTV que houve grande esforço da segurança para que as ocorrências não fossem grandes.
Além das manifestações racistas.
A conclusão é que há necessidade de controle.
Abraço
Carlos Magno
André , as carteirinhas são parte de uma série de medidas que se aplicadas devem dar resultados, como criminalizar os atos agressivos nos estádios e arredores, a caracterização das organizadas como entidades de personalidade juridica sujeitas também a atos que podem ser criminalizados.
Hoje os jornais publicam matéria que informa desaprovação das carteirinhas pelo Ricardo Teixeira e seu aborrecimento pela falta de contato com entidades representativas antes de seu lançamento.
O fato é que o publico honesto e pacato não pode pagar com o afastamento dos estádios.
A Inglaterra parece que começou a resolver o problema.
Em SP resolveu-se a poluição visual, que era também questão dificil.
É preciso agir.
Abraço
Carlos Magno