Cheguei ao texto do ex-prefeito e ex-governador Jaime Lerner por indicação do ouvinte-internauta Hilton. Faz abordagem interessante sobre a defesa insistente de que devemos investir todas as fichas no metrô como opção para o transporte público. Curitiba, onde a experiência de Lerner foi forjada, é exemplo mundial em transporte público sem uma linha sequer de metrô. Vale a leitura, pois o urbanista traz argumentos importantes para nossa reflexão. O maior impecilho à proposta de Lerner, porém, é a falta de coragem de se tirar espaço dos automóveis nos centros urbanos:
Um dos grandes equívocos na discussão dos problemas das cidades no mundo inteiro é a polarização entre a opção pelo carro ou pelo metrô no enfrentamento dos desafios da mobilidade urbana.
Com o crescimento do número de carros nas ruas, alimenta-se o imaginário popular com a ideia de que a solução seria a ampliação da infraestrutura viária, como viadutos e vias expressas, e o consequente aumento de grandes estacionamentos – subterrâneos ou não, e a adoção de toda a parafernália que acompanha a opção pelo automóvel com as metodologias de engenharia de trânsito.
Para contrabalançar isso, vende-se a ideia de que só o metrô poderia resolver essa confusão fenomenal. E aí aparecem os ‘vendedores’ de sistemas enterrados a abastecer a mente dos prefeitos com essa solução.
Vale a pena prestar atenção no que diz Jaime Lerner.
Até hoje me pergunto o por quê não darmos prioridade aos VLTs – Veículos Leves sobre Trilhos, cuja implantação é infinitamente mais barata do que o metrô, pois não implica na desapropriação de imóveis, remanejamento das redes de infraestrutura, construção de estações… e é tão eficiente quanto.
Pertinente o comentário do Jaime Lerner, mesmo porque eu andei no “ligeirinho” em Curitiba e achei excelente.
Transporte rápido, eficaz, integra bem a cidade. Talvez cada cidade tenha sua peculariedade, más sem dúvida o metrô não pode ser a “salvação da lavoura”.
Acho sim, que devemos estudar caso a caso e decidir pelo VLT ou qualquer nome que seja dado ao transporte de massa com qualidade. O metrô é excelente más tem custo alto para os cidadãos e demora muito na sua construção.
Os carros infelizmente não atendem com igualdade aos cidadãos nas metrópoles e deverão ser a alternativa B.
Fala-se muito no transporte público como a solução para os congestionamentos, uma vez que eles carregam muito mais gente do que um carro com uma só pessoa…
Em Curitiba nota-se essa percepção, e pessoas de todas as classes se utilizam dos meios de transporte públicos.
Agora em São Paulo, me faço sempre uma pergunta:
Como inserir esse pensamento na mente dos paulistanos? Não conheço um único que me diga: prefiro o metrô (ou ônibus) ao carro, afirmando que o transporte é uma porcaria, sendo que muitas vezes nem o conhecem.
Sei que o serviço está muito longe de ser perfeito, mas os ônibus e metrô estão muito melhores do que eram alguns anos atrás…
Não seria melhor uma campanha de conscientização da população antes (ou concomitantemente) com os investimentos em transporte?