Como combater a violência na escola

Reproduzo aqui o post publicado no dia 11.03 quando entrevistamos a promotora Vera Lucia cayaba de Toleto sobre caminhos para se combater a violência na escola. O tema volta a pauta com a depredação da Escola Estadual Professor Antônio Firmino de Proença, na Mooca, na zona leste da capital:

Reduzir em até 40% o número de atos infracionais dentro das 230 escolas da rede pública municipal e estadual, em São Bernardo, região metropolitana de São Paulo, é a meta de uma força-tarefa organizada pelo Ministério Público Estadual, através da Promotoria da Infância e Juventude. Em pouco mais de um ano de trabalho, teria havido uma queda de até 20% nas ocorrências, segundo a promotora Vera Lucia Acayaba de Toledo.

Lesões corporais, agressões entre alunos, contra professores e de professores, roubos e furtos, e consumo de drogas, são algumas das questões que deixaram de ser vistas apenas como caso de polícia e passaram a ser encaminhadas para um grupo multidisciplinar que se formou na cidade.

Para entender a boa experiência de São Bernardo ouça a entrevista com a promotora da Infância e Juventude Vera Lucia Acayaba de Toledo. Vale a pena !

15 comentários sobre “Como combater a violência na escola

  1. Porta de escolas:supermercado do tóxico.

    (*)Nelson Valente

    Há muitos anos que se denuncia a existência de um supermercado do tóxico na porta das nossas escolas. Baleiros de aparência inocente, muitas vezes, não passam de terríveis traficantes, induzindo os jovens ao vício de triste conseqüência. De uma feita, numa importante escola da zona sul de São Paulo, de cuja direção eu fazia parte, recebi a denúncia de que determinado aluno do ensino médio saía sistematicamente às quintas-feiras, por volta das 10 horas, pretextando doença. Voltava para a porta da escola, em torno de 12 horas, para cumprir o seu triste papel de “avião”, trazendo a mercadoria para os seus clientes. É claro que ele foi expulso. Quantos casos desses não estarão acontecendo diariamente em nossos estabelecimentos de ensino? Os pais precisam ser alertados de que devem acompanhar de perto as atividades dos filhos adolescentes. A liberdade excessiva pode conduzir a descaminhos perigosos e até fatais. Existe uma lei antitóxico. Por ela é possível condenar o uso de substância entorpecente ou que determine dependência física ou química. Há medidas de prevenção e repressão ao tráfico ilícito, mas nada substitui a ação de pais e professores, no esclarecimento a respeito do que há de nefasto no uso de tais substâncias. Nas grandes cidades brasileiras, vidas são sacrificadas por balas perdidas, o tráfico tornou-se uma atividade quase oficial, tamanha a estrutura hoje existente do que se convencionou chamar de crime organizado. Armas são roubadas para coonestar uma ação que se estende de forma tentacular. Qual a solução para esse quadro dramático? O exercício pleno da autoridade, que se tem omitido de forma lamentável, e uma ampla campanha de esclarecimento nas escolas. De outra forma, estaremos caminhando para o sacrifício de toda uma geração.

    (*) é professor universitário, jornalista e escritor

  2. Não serão futuros adultos analfabetos?

    (*)Nelson Valente

    Quais são os direitos das crianças que, em idade escolar, se encontram fora da escola ? E as outras que, estando na escola, recebem péssimo ensino? As perguntas me foram feitas na Faculdade Cásper Líbero -São Paulo e são pertinentes quando se sabe que o governo inova suas relações com o problema lançado o “Estatuto da Criança e do Adolescente”. Pode ser mais uma prova de boas intenções ( de que o inferno anda cheio), mas pode ser também o início de um projeto ambicioso e inadiável, que fuja ao lugar-comum das campanhas inócuas e demagógicas. O IBGE divulgou relatório sobre a situação da criança, com base em dados de 2006. Há indicadores da tragédia infantil que não devem ser desprezados, como o fato de um terço dos 24 milhões de crianças e jovens entre 10 e 17 anos serem economicamente ativas ( trabalham ou já tiveram intenção de trabalhar) e 22% delas viverem em famílias de somente um salário mínimo. Isso pode explicar de modo claro o abandono prematuro da escola. Aliás, 14% dos 25 milhões de crianças em idade escolar ( 7 a 14 anos) estão fora da escola. De cada 100 que ingressam na primeira série do ensino fundamental, somente 13 chegam ao final do curso. Há um pequeno aumento no índice de escolaridade, mas o número é ridículo diante das comparações que podem ser feitas com países desenvolvidos. Não basta ir à escola. Veja-se o número médio de horas/aula. Nas nações pós-industrializadas, opera-se com a escola de base 8 x 8 , ou seja, cada aluno fica 8 horas por dia na escola, durante 280 dias, num período de 8 anos. Isto em termos de educação básica. Fazendo as contas, dá uma carga horária, no momento do aprendizado, de algo em torno de 17.920 horas ( 280x8x8). O número é comparado com o que ocorre no Brasil: são de 200 dias letivos para 4 horas diárias ( em média) e 8 anos de escolaridade. O total dá 6.400 horas/aula ( 200x4x8). O grevismo, o assembleísmo e o corporativismo sentaram praça nos grandes centros urbanos e o resultado aí está, na falta de cumprimento físico dos calendários escolares, com o consequente rebaixamento dos padrões de ensino. Por tais números pode-se inferir que nossas crianças recebem 1/3 dos conhecimentos que são ministrados nos países desenvolvidos, o que aprofunda uma diferença hoje abismal. Como seremos uma sociedade competitiva ? De que maneira corrigir isso ? O mundo conhece cerca de 30 mil profissões, a quase totalidade proibida a analfabetos ou subalfabetizados, o que hoje corresponde a uma clientela de 44 milhões de brasileiros. Se o analfabeto fala e maneja apenas 2.500/3.000 palavras, como exigir o aumento da sua produtividade? De toda a forma, a raiz do problema encontra-se na educação básica e nas possibilidades de ensinar adequadamente às nossas crianças, em época oportuna. As distorções idade/série são muito grandes entre nós, fruto de um quase abandono dessa fundamental prioridade. Querem um exemplo ? O Brasil tem hoje cerca de 127 mil alunos de pré-escolar com 9 anos de idade e que estão sendo assistidos de modo bastante precário. Não serão futuros adultos analfabetos? Campanhas e projetos espetaculares não resolvem o problema. Sou partidário de uma ênfase na educação básica, para que se estanque a fonte geradora dessa situação deplorável da educação brasileira.

    (*) é professor universitário, jornalista e escritor.

  3. Pedagogia do medo!

    (*)Nelson Valente

    Tivemos época em que, para punir alunos faltosos, não bastavam palavras. O castigo corporal vinha de forma de palmatória ou até mesmo. Como aconteceu no meu período de escola, ajoelhar no milho. Ficar no canto da sala durante um certo tempo era das punições mais brandas. Com o avanço da psicologia e da psicanálise, que são relativamente recentes, valorizou-se o uso da palavra. Os professores e os pais mais esclarecidos repreendem os alunos e filhos faltosos com este instrumento poderoso e insubstituível de comunicação, que é a palavra. Uma frase dita na hora certa pode valer muito mais do que os castigos, que provocam ira, o que é contraproducente no processo educacional. Quem tem paciência para pesquisar sabe disso. Agora, em Portugal, mais precisamente em Leiria, parece que a escola se fixou na pré-história. Preocupadas com o barulho excessivo das crianças, as professoras passaram a usar fita durex na boca dos bagunceiros. Fez bagunça, não tem conversa: a mestra lacra a boca do infeliz por um certo tempo. E o que é pior: mandou que as crianças passassem a trazer de casa o rolinho de durex, para punir igualmente os pais, estes vítimas do prejuízo financeiro. Segundo uma coordenadora da escola ( nível pré-escolar, portanto crianças de menos de sete anos) o método foi aperfeiçoado no próprio estabelecimento do ensino. Depois de algumas reuniões com os seus especialistas, chegou-se à conclusão que tapar a boca é muito melhor do que bater, como se faz em outras escolas do país. Naturalmente, trata-se de uma triste e ultrapassada opção, que provocou a revolta dos pais, hoje protestando energicamente contra a violência. Há escolas no Brasil que ainda adotam essa forma obscura de educar. Professores que perdem a paciência com os seus alunos e os agridem, violentando o que se entende por processo educacional. Em minha opinião, trata-se de um caso de polícia, pura e simplesmente. Quando a escola brasileira era risonha e franca – e não foi há tanto tempo assim – os castigos corporais eram constantes. Ficar de joelhos sobre o milho ou feijão, para expiar alguma culpa, tornou-se comum, ao lado da palmatória. As diretoras à moda antiga dividiam com as professoras esse estranho prazer de agredir alunos rebeldes ou indisciplinados. Não estamos convencidos de que seja essa a melhor forma de educar. Agora, no entanto, parece que há uma crise na ciência do comportamento nas escolas brasileiras – chegam notícias de uma violência inaudita contra professores em sala de aula ou fora dela, sobretudo as de ensino médio. A agressão física cedeu espaço ao trabalho de convencimento verbal do educador em relação aos seus alunos. Chegou o momento de compreender que é preciso dar tratamento de choque à nossa educação, não apenas para resolver a violência em sala de aula entre alunos e professores a que fiz referência, mas, de um modo geral, resolver o problema do analfabetismo no país e melhorar as condições de ensino, do ponto de vista qualitativo e quantitativo, para professores e alunos.

    (*) é professor universitário, jornalista e escritor

  4. Sociedade dos Poetas Mortos

    (*) Nelson Valente

    A escola está preocupada em ensinar, e não em fazer o aluno aprender a pensar. A chegada do professor Keating ao internato mexeu com as estruturas da instituição, baseada nos princípios da tradição-honra-disciplina-excelência. Embora ex-aluno da Welton School, Keating professava um estilo dito revolucionário, nas suas aulas de literatura inglesa e no relacionamento proposto aos seus discípulos. O resultado é fácil de imaginar. Esta é a trama central do filme Sociedade dos Poetas Mortos, dirigido por Peter Weir, e que foi um dos premiados com o Oscar da Academia de Cinema de Hollywood. As cenas se passam em 1959 e colocam em evidência os conflitos entre o conservadorismo expresso pela direção exercida pelo anglicano Nolan e o jovem mestre, que entra na sala de aula assoviando a 1812, para espanto dos seus engravatados alunos. Logo depois, manda arrancar as folhas de Introdução à Poesia, de Pritchard , sob a alegação de que era um texto superado. Keating, interpretado pelo excelente Robin Willians, permite que os seus alunos subam nas mesas, joga futebol, com eles, incentiva Neil a ser ator, contrariando o pai autoritário, que o retira da escola, ameaçando-o com uma academia militar:- Você não tem nada que pensar, deixe que o faça por você ! Pressionado e angustiado, Neil se suicida, com o revólver do pai.Foi uma das cenas mais fortes desse filme de altíssima qualidade. Questiona-se até onde deve ir a autoridade paterna, chocando-se com a vocação do filho, este amparado pelo professor compreensivo e amigo. Após o suicídio , a família de Neil processa a escola, responsabilizando-a pelo desvio do jovem adolescente.E é claro que a culpa recai sobre Keating, para quem a verdadeira educação é a que induz o indivíduo a escolher o que gosta, o que está dentro de si, e não o que lhe é imposto. Por isso mesmo, faz da legenda latina carpe diem (aproveite o dia) o seu lema permanente. Quando preciso, as aulas eram dadas no pátio da escola, com forte sensibilização do aluno para o objeto do estudo, sem passar pela teorização. Histórias sobre educação e métodos pedagógicos, em geral, produzem trabalhos de pouco apelo popular. Não foi o que aconteceu com Dead Poets Society. O seu sucesso internacional mostra, acima e tudo, um incrível interesse pelas relações entre autoritarismo e liberdade, pais e filhos, colegas entre si. Aliás, o filho focaliza, em fortes contornos, a figura do dedo-duro Cameron, um lourinho subserviente, que criticava o professor querido da turma, pelos seus excessos de liberalidade. Foi ele que contou à diretoria o que se passava em classe. Keating é expulso de Welton , Nolan retoma as suas aulas e o faz dentro do estilo conservador de sempre. Quando Keating entra na sala para apanhar os seus pertences, numa cena valorizada pela música de Maurice Jarre, alguns dos alunos, mais chegados reagem à sua saída. Sobem à mesa, num gesto de solidariedade, enquanto Keating se comove, chegando às lágrimas. O diretor esbraveja, protesta, mas a atitude dos jovens é mais forte – e é o que fica da mensagem embutida nesta obra-prima do cinema contemporâneo. O professor e imortal da Academia Brasileira de Letras, Arnaldo Niskier, diz : – É um filme que deve ser visto e discutido pelos educadores brasileiros, aos quais se recomenda atenção para o que ele representa em termos de educação moderna.

    (*) é professor universitário, jornalista e escritor

  5. O Brasil não tem uma Pedagogia !

    (*) Nelson Valente

    O Brasil não tem uma Pedagogia. Tem várias, sobrepostas, muitas vezes sem conexão umas com as outras. A história da Pedagogia brasileira é uma espécie de colagem de modelos importados, que resulta em um quadro sem sequência bem definida.
    Não existe uma pedagogia “pura”, ou seja” sem influência de outras pedagogias ou do contexto social em que se desenvolve.
    Última moda é o Construtivismo, que nem é método pedagógico, mas sim um conjunto de teorias psicológicas sobre as estratégias utilizadas pelo ser humano para construir o seu conhecimento.

    O QUE É CONSTRUTIVISMO?

    Mais do que uma Pedagogia, é uma teoria psicológica que busca explicar como se modificam as estratégias de conhecimento do indivíduo no decorrer de sua vida.
    Surgiu a partir do trabalho do pesquisador suíço JEAN PIAGET (1896-1980), que mostrou que o ser humano é ativo na construção de seu conhecimento (daí o termo construtivismo) e não uma “massa disforme”, que é moldada pelo professor.
    No Brasil essa teoria é também muito influenciada pela argentina EMÍLIA FERREIRO (que estudou como as crianças constróem o conhecimento da leitura e escrita) e do russo L.S.VYGOTSKY (que ressalta a influência dos outros e da cultura no processo de construção do conhecimento). Essas teorias mais recentes costumam ser agrupadas sob a denominação Construtivismo pós-piagetiano.
    Derruba a noção clássica do erro, pois demonstra que a criança formula hipóteses sobre o objeto de conhecimento e vai “ajustando” essas hipóteses durante a aprendizagem – e portanto, o erro é inerente a esse processo. No Brasil, o termo é muitas vezes usado de forma incorreta.

    PEDAGOGIA TRADICIONAL

    É uma proposta de educação centrada no professor, cuja função se define com a de vigiar e aconselhar os alunos, corrigir e ensinar a matéria.

    Metodologia
    Conteúdos expostos de forma oral e, em seqüência pré-determinada e fixa.
    Enfatiza-se a necessidade de exercícios repetidos para garantir a memorização dos conteúdos. (Grande) Aprendizagem de grande quantidade de conteúdos. O qual é chamado de “enciclopedismo”.

    Professor
    Autoridade máxima, o guia do processo educativo, que organiza os conteúdos e as estratégias de ensino. Na sala de aula, tende a ficar de frente, falando para alunos sentados em filas.

    PEDAGOGIA RENOVADA

    Surge no final do século na Europa e nos EUA, em oposição à pedagogia tradicional. No Brasil estabelece-se a partir da década de 1920 e principalmente, de 30. Apesar de envolver várias correntes, a chamada Escola Nova se caracteriza por colocar o Aluno no centro da atividade escolar (e não o professor, nem o conteúdo).

    Metodologia
    Destaca o princípio da aprendizagem por descoberta e estabelece que essa aprendizagem deve partir do interesse e da atividade de experimentação dos alunos. No extremo, pode moldar toda a atividade da escola em torno da vontade do aluno, e perder de vista o papel de transmissão de conhecimento – o que caracterizou as chamadas “escolas alternativas” no Brasil, nos anos 70 e 80.

    O professor
    É visto como facilitador no processo de busca do conhecimento pelo aluno; organiza e coordena situações de aprendizagem, adaptando suas ações às características individuais dos alunos. Na sala de aula, tende a ficar circulando entre grupos de alunos que trabalham independentemente.

    PEDAGOGIA TECNICISTA

    Proliferou no Brasil nos anos 60 e 70, inspirada nas teorias behavioristas de aprendizagem. A idéia é que, a partir do conhecimento da forma como o ser humano aprende, é possível desenvolver técnicas para o ensino de cada conteúdo. É com esse tipo de pensamento que ganha destaque, por exemplo, o uso de Cartilhas na alfabetização.

    Metodologia
    Envolve o que costuma se denominar “tecnologia programada de ensino”. A aprendizagem de um determinado conteúdo passa por uma seqüência rigidamente pré-programada de atividades oferecidas pelo professor e realizadas mecanicamente pelo aluno.

    O professor
    É um especialista na aplicação de manuais que estabelecem o programa de aprendizagem do aluno. Deve auxiliar os alunos a executarem as tarefas pré-concebidas.

    PEDAGOGIA SOCIAL E POLÍTICA

    É marcada principalmente por preocupações sociais e políticas, de origem marxista. Aparece no Brasil no final da década de 50 e início dos anos 60, relacionada aos movimentos de Educação Popular. Fica suspensa a partir de 1964, pelo regime militar, e é retomada no final dos 70 e início dos 80.
    Metodologia
    Pode-se dividir essa abordagem em “pedagogia libertadora” e “pedagogia crítico-social dos conteúdos”. Na primeira, a atividade escolar pauta-se basicamente em discussões de temas sociais e políticos e de ações possíveis sobre a realidade social imediata. Na segunda, retoma-se a importância dos conteúdos, cujo conhecimento é importante para que os alunos possam interpretar suas experiências de vida e defender seus interesses de classe.

    O professor
    É um coordenador de atividades que organiza e atua conjuntamente com os alunos.

    (*) é professor universitário, jornalista e escritor

  6. Caro Milton:
    com muito prazer, saúdo o excelente programa que você faz. Moro em Curitiba, mas o ouço todos os dias. Sou professora do ensino médio na disciplina de química. Gosto do que faço, mas tem dias que dá vontade de jogar tudo para o ar. Há problemas de gestão (em quantidade e tamanho), mas ocorreu uma mudança nos valores e na formação familiar que nós professores não conseguimos acompanhar. Foram inúmeras as vezes em que ouvi de pais que “não conseguem dar conta do seu filho”. E quem conseguirá?Não sou uma das melhores professoras, mas procuro inovar nas minhas aulas, conversar com os alunos e leituras e cursos não faltam no meu currículo. Criticar o sistema de ensino ou os gestores ou os professores não traz melhoria, precisamos de ação. Abraços, Margarete.

  7. Ola Milton om dia
    Chegamos a um tal ponto de abuso e falta de educação, de civilidade, de respeito por parte dos nossos “dimenor” que
    que precisa ser reivisto com urgência é o ECA Estatuto da criança e adolescente e o nosso codigo penal ultrapassadissimo
    E para jovenzinho, coitadinho adolescente pode tudo!
    Destruir, humilhar, roubar, ferir, matar.
    Graças a impunidade aos “dimenor”
    Se cometem algum delito grave ou não vão para para o /CASA, ex FEBEM e ao atingir 18 anos são soltos com a ficha limpa como se nada tivesse acontecido.
    sem antecedentes
    Ah se a lei aqui no Brasil fosse igual as lei inglesas e americanas
    O brasileiro adora copirar tudo o que acontece nos EUA
    Então porquê não copiamos o que realmente funciona nos referidos países?
    Ja pensou?
    Ai queria ver se os adolescentes teriam a moleza que tem no Brasil que é uma
    vergonha!
    Coitados dos abnegados professores estaduais e das escolas privadas
    Em off
    Sei o que sofrem os nossos professores
    Abraços
    Armando Italo

  8. Tem pai de aluno que dá graças a Deus quando filho vai à escola. Ou seja, é uma forma de transferir o problema para os professores e diretores. O aluno não repete de ano. Estudando ou não ele é aprovado. Par que prestar atenção nas aulas. Os pais nem olham o boletim. Quando teu reunião na escola aparece meia duzia de pais. Agora quando a escola pensa em punir um aluno indiciplinado, aí o Pai vai lá e briga cheio de razão e algumas entidades que defendem a criança e o adolescente ainda ficam contra a escola e professor que deu advertência ao aluno. Ou seja, essas entidades que defendem as crianças e adolescentes deveriam junto com a escola participar mais do dia-adia desses alunos. É muito fácil ficar sentado em sua cadeira, com ar-condicionado, cafezinho, internet e quando acontece uma violência nas escolas, eles vêm com teorias, filosofias e criticas contra o sistema educacional. Chega de blá blá blá. Vamos agir. Também acho que as escolas deveriam ter policiamento fixo na porta das escolas. Mas o Governo vai falar que não tem verba para manter essa segurança fixa nas escolas. Que tal reduzir a regalia dos deputados e vereadores e investir nesse projeto? Policiamento fixo, melhores salários para professores, psicológos fixos nas escolas, e presença de pessoas ligadas a entidades de defesa da criança e do adolescente participando ativamente na vida das escolas auxiliando e trabalhando junto com esses jovens.

  9. Educação que educação? pois se falta o principio que é o amor dos pais pelos seus filhos a falta de enterece pelos filhos depois falam que não consegue educar educar como?se a violência muitas das vezes está em casa como essas crianças e adolecentes respeitarão alguém?È preciso sim como na entrevista dada providencias a serem tomadas mas também ser mais severos com menores infratores pois por saber que para menor as leis são mais brandas ou quase não existem eles se aproveitam não respeitan do professores e autoridades pais nen os cito pois educação começa em casa.

  10. Mas por outro lado………………
    Tem muita escola particular de renome que aboliu o nome e qualificação “do estudante” como aluno que passou a CLIENTE!
    Professor não “manda mais nada”
    quem manda são os “clientes” que pagam uma bela de uma grana “para estudar” e se “deformar”
    Mas em comparação com o que acontece nas escolas estaduais nem o moago Merlim será capaz de fazer uma mágica para dar um jeito nos descalabros que os “dimenores” e os nossos governantes cometem.
    Claro que no tempo do Governador Serra a historia era outroa
    Outros tempos minha gente e que diferença!
    “O pior cego é aquele que não quer ver”
    Mas nós vemos!

  11. As cenas de barbárie ocorridas na E.E Antonio Firmino de Proença, no Brás, Bairro quase central da Capital paulista, na última quinta feira dia 14 de maio, chamaram a atenção para as condições de trabalho dos professores no cotidiano das escolas estaduais mergulhadas num ciclo de violência sem fim. Esse fato ganhou notoriedade por se tratar da escola em que estudou o governador José Serra, ele representa apenas a ponta do ice berg, que neste ano já atingiu centenas de escolas em praticamente todas as regiões do Estado de São Paulo, onde todos os dias agressões verbais, ameaças, depredação das instalações e agressões físicas compõem o cenário de horror no qual professores, alunos e funcionários estão inseridos.
    Esses casos são acompanhados de uma agravante, a lei do silêncio imposta por muitos diretores de escolas, que contam com o recurso do assédio moral para “convencer” professores a não denunciarem casos de violência dos quais estes ou seus alunos forem vítimas. O objetivo é passar a impressão de que está tudo bem para não chamar a atenção do governo e ter seu modelo de gestão pretensamente questionado.
    A violência é típica da sociedade capitalista, baseada na exacerbação do individualismo, do egoísmo e da competição sem limites entre os indivíduos, o que para os adeptos da doutrina liberal é o “motor do desenvolvimento da sociedade humana”. Esses princípios estimulam o desprezo pelos semelhantes e ignoram valores como humanismo, solidariedade e o respeito à pessoa humana.
    Essa concepção social ganhou status de naturalidade com o advento do neoliberalismo nas décadas de 1980 e 1990, espraiando-se pelos campos econômico, social e político. Na educação essa política teve origem nas orientações dos organismos internacionais como o Banco Mundial e a UNESCO e o treinamento de tecnocratas nacionais para reproduzir e aplicar esse discurso como política de Estado, com objetivos muitos claros: redução dos parcos investimentos em educação e ataque aos professores através de uma propaganda feroz contra o trabalho docente em todas as suas dimensões.
    Nesse contexto são criados os programas de avaliações da escola e intervenção das avaliações na escola, são incentivados os processos de municipalização do ensino, são propostos cursos técnicos profissionalizantes e a desvalorização das disciplinas da área de ciências humanas. Passou-se a atribuir os fracassos de aprendizagem à didática, como forma de combater e desqualificar as reivindicações por mais investimentos em educação. Nessa visão as verbas disponíveis são mais que suficiente para que seja atingida a excelência em educação, o problema está nos professores que passam a ser responsabilizados pelos fracassos educacionais.
    Com o passar dos anos a inconsistência desse discurso, tem levado os teóricos dessa doutrina a aprofundarem suas críticas aos professores. Atualmente a proposta é avaliar direta e indiretamente os docentes, através da realização de testes anuais e também aplicando testes nos alunos como instrumento de medir a eficiência do trabalho do professor, para afastá-lo da escola e até demiti-lo.
    Essa política tem sido sistematicamente adotada pelas sucessivas gestões da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, a qual chegou ao ponto de criar cartilhas e manuais de como dar aulas, adotar a política de premiação “meritocracia”, chegando ao ponto de afirmar nos meios de comunicação que os profissionais da educação são “incompetentes”.
    Criou-se assim um cenário de desqualificação dos professores e de desvalorização do seu trabalho, fator que combinado com a explosão de pobreza e miséria que atinge a sociedade, as péssimas condições estruturais e pedagógicas em que professores e alunos estão mergulhados e os baixos salários, contribuem para o quadro de violência que atinge a escola pública não é de hoje, mais tem se banalizado atualmente.
    O que mais preocupa são as soluções apontadas. Criar uma força policial especial para as escolas, instalar câmeras em todas as dependências escolares, criar uma força tarefa especial, estabelecer punições severas aos alunos, têm sido algumas das propostas apresentadas. Em nenhuma das propostas do governo aparecem medidas como a redução do número de alunos por sala, aumentar o número de funcionários de apoio, dar condições educacionais dignas aos alunos como mobiliário adequado à idade, banheiros em condições de uso, merenda escolar de qualidade, bibliotecas e infocentros funcionando e, sobretudo garantir canais para que os alunos possam se expressar coletivamente como a organização dos grêmios estudantis livres, com a conseqüente criação de espaços democráticos onde os educandos tenham voz.
    Em relação aos professores, salários dignos, redução da jornada com alunos, redução do número de alunos por turma e condições adequadas de trabalho, são algumas das propostas fundamentais para atenuar esse grave problema que atinge a educação. Nós professores só queremos o direito de desenvolver plenamente o nosso trabalho, garantindo educação de qualidade para os nossos alunos. Sabemos que a aprendizagem exige organização, dedicação e principalmente respeito mútuo entre docentes e discentes. Nesse sentido o melhor remédio para combater a violência é o diálogo entre todos os envolvidos no processo educacional. Para isso é necessária a unidade dos professores, alunos, pais, funcionários e direções escolares, contra a violência das políticas educacionais impostas de forma autoritária pelos governantes.

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