Morador de rua faz teatro em São Paulo

“O que é cidade de origem pra quem não tem mais para onde ir ?”

“O que é cidade de origem pra quem não tem mais para onde ir ?”, pergunta o escritor Sebastião Nicomedes que extrapolou o estigma de sem-teto que sempre lhe foi reservado fazendo arte, literatura e teatro. Ele é o autor do monólogo “O Homem Sem País” que estreia semana que vem em duas apresentações para professores e alunos da Uninove (na sede da Barra Funda, dia 25; e na de Santo Amaro, dia 26).

Em junho, Sebastião almeja ocupar apenas com moradores de rua a plateia diante do palco que será construído no Parque da Juventude, em São Paulo. Cartazes serão distribuídos em abrigos, repúblicas, albergues, casas de convivência e nas praças para mobilizar o que ele batiza de “atores principais”.

Nesta semana, foi destaque, também, na revista Época em reportagem assinada pela jornalista Eliana Brum:

Tião Nicomedes é escritor. E, por ser um homem sem teto fixo, inventou-se para ele o título de escritor de rua. Porque toda identidade dele se dá no lado de fora das portas, numa vivência entre aqueles que não apenas são destituídos de casa, como perderam os laços com família, emprego, contas a pagar, refeições com horários, finais de semana de lazer, tudo aquilo que constitui a identidade do homem inserido na sociedade, o homem bem ajustado. Tião estreia na próxima segunda-feira, num circuito de universidades e espaços alternativos, um monólogo que nomeou de “O homem sem país”. Logo abaixo, no cartaz do espetáculo, feito por ele em computadores de lan houses do centro, ele diz: “O que é cidade de origem pra quem não tem mais para onde ir?”.

É profunda a indagação de Tião Nicomedes. Perguntei a ele de onde veio essa pergunta. Tião responde que fica incomodado com programas para moradores de rua, assim como discursos de autoridades, que defendem a necessidade de devolver os sem-teto ao lugar de onde vieram. Mas, diz Tião, como voltar se não há mais nada lá?

Leia a reportagem acessando aqui

Um comentário sobre “Morador de rua faz teatro em São Paulo

  1. sempre a mesma historia
    discursos e mais discursos das nossas autoridades, feitos dentro dos seus palacios blindados.
    quanta gente a exemplo deste morador de rua com um Q.I que pode passar dos 180, e a sociedade não dá o menor valor, pelo simples fato de poder incomodar muitos com a sua capacidade, sabedoria e filosofia.
    muitos foram parar nas ruas por culpa da propria sociedade, de um sistema falido e falho, por causa de serem invejados por serem competentes e capazes de realizar aquilo a que se propoem e sabem fazer.
    muitos sábios, filósofos das ruas, não possuem o tal do dipRoma mas sabem o que fazem e melhor ainda apesar das suas terriveis provações neste planeta, sabem ensinar “aos mais abastados materialmente” o que é realmente a vida sem identidade, sem pátria, sem nada, a não ser a coragem que possuem, a fé em Deus ou em outro ser superior.
    Muitos não creem, mas o sofrimento hirônicamente faz um ser humano evoluir sobre vários aspectos

    armando italo

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