“Não daria para minhas filhas lerem”, diz cartunista

Cartum de Caco GalhardoO autor da HQ que causou mais uma polêmica na educação pública do estado de São Paulo diz que não daria para as filhas dele ler o livro que foi distribuído para os alunos de nove anos. Caco Galhardo é cartunista e um dos 11 convidados da coletânea “Dez na Área, Um na Banheira e Ninguém no Gol”, publicado pela Via Lettera, e recomendada como maerial paradidático nas escola estaduais de acordo com avaliação de uma comissão da Secretaria de Educação.

Com expressões de baixo calão e conotação sexual, a HQ de Galhardo, segundo ele próprio, jamais poderia ser entregue às crianças. A própria editora afirma que a publicação é para adultos e adolescentes. Mas alguma santa alma da tal comissão deve ter lido apenas o prefácio, assinado pelo jogador Tostão, e autorizou a compra de 1.700 livros que agora estão sendo recolhidos.

Ouça a entrevista de Caco Galhardo ao CBN SP

17 comentários sobre ““Não daria para minhas filhas lerem”, diz cartunista

  1. Milton me desculpe o que estou postando por favor
    Mas a ilustração parece que foi feita pelo desenhista Carlos Zefiro a convites.
    “escritor” Dos tempos da brilhantina
    Coisas que só acontece no Brasil.
    Essa é a nossa cuRtura.
    Ademais
    No coments please!

  2. Nossa Senhora …já pensou se tivessem entregue em minha sala ? Como eu ficaria diante dos pais e meus aluninhos ,que são lindos , inocentes ,ficariam pasmos ! Cada uma que nós professores temos que engulir ! Essa caixa viriam para a minha sala : 3ªA…

  3. Milton, como apreciador da nona arte, tenho que defendê-la nesta situação.
    A coletânea pode ser questionada como qualquer outro trabalho artístico com toda a subjetividade de quem a cria e de quem a lê, mas jamais pode ser confundido com pornografia.
    Digo isso porque agora a pouco, na Câmara Legislativa, os Vereadores discutiam como se o livro fosse de pornografia e até mesmo pronunciaram isso.
    Ou seja, eles estão cometendo o mesmo erro de quem selecionou tal livro: não leu e se fez de entendido.
    Ainda pior que isso, hoje a tarde no SP TV o Governador esteve lá dizendo que o livro é um horror – também sem nem saber sobre o que está falando. E, como se não bastasse tudo isso, o livro está classificado como “cartilha sobre educação sexual” no site do SP TV.
    Um absurdo.
    Ninguém se entende.
    É preciso averiguar a situação: dar voz ao cartunista (como vocês fizeram), e ao responsável pela compra, quem selecionou, quanto se gastou comprando esse livro, o que se fará com ele já que foi dinheiro público muito mau gasto.
    Por fim, obrigado por disponibilizar o audio aqui, Milton.
    Até!

  4. Essa é a educação do nosso País. Ninguém leva à sério. Depois ninguém entende porque o jovens às vezes quebram tudo nas escolas. Gilberto Dimestain é o cara mais indicado para selecionar os livros que essas crianças deveriam ler. Dimestain já para Secretaria da Educação.

  5. Fabio,

    É de achômetro que vivemos no Brasil. Criticamos sem buscar informação. Analisamos sem refletir. E cometemos os erros que você descreveu na mensagem.

    Muitos vereadores devem ter feitos suas críticas com base, única e exclusivamente, no que “ouviram” falar.

  6. A pergunta mais importante é: Como é a seleção dos livros didáticos da rede de ensino pública? Quem é o responsável? Quem assinou um documento declarando que leu o livro (dentre outros) e o escolheu por entender ser o mais apropriado aos alunos? Até agora não vi um responsável – só acusadores!!!!

  7. Defenda sim Fabio.
    Defenda porque na escala do “dificultometro”, proibir quadrinhos e’ mais fácil do que ter que ler todo o material que será distribuído na rede publica de educação por aqui. E olha que este não e’ o primeiro, digamos, equivoco que escapa para dentro de livros dida’ticos.

  8. Literatura infanto-juvenil é desprezada pelas autoridades.

    (*) Nelson Valente

    A população escolarizada no Brasil é deficiente, existindo o fato já bastante divulgado de 4 milhões de crianças dos sete aos 14 anos estarem fora das escolas. Para que o país consiga vencer os graves problemas sociais que atravessa, inclusive o da educação, será preciso que se comece na infância a corrigir tais distorções. O incremento do hábito de leitura seria um dos primeiros passos. Os pais devem considerar o livro como um instrumento com que a criança tenha um relacionamento íntimo, no qual vai aprender lições que ajudarão muito na sua formação posterior. Se uma criança não possui o gosto pela leitura na infância, na adolescência ou na fase adulta as coisas se tornarão difíceis. No exterior existem cadeiras de literatura infantil até em nível de pós-graduação. No Brasil, já tivemos nos Institutos de Educação o curso de literatura infantil, mas foi estranhamente desativado. Isso demonstra o quanto a nossa literatura infanto-juvenil é desprezada pelas autoridades. O pré-escolar é o grande momento onde deve haver um estímulo à leitura. Essa relação deve ser bem natural, e de forma lúdica, tanto em casa quanto na escola. Mas temos uma grande preocupação com o que a criança realmente deseja. Afinal, o que ela pensa sobre os títulos que estão à sua disposição? Sendo ela a maior interessada, é justo que se faça um levantamento nacional sobre as aspirações do nosso público infanto-juvenil, isso evitaria o pseudodidatismo que pode ser detectado em muitas obras.

    (*) é professor universitário, jornalista e escritor

  9. Milton,

    48 milhões de brasileiros foram alfabetizados pela Cartilha Caminho Suave no antigo curso primário. Perguntar não ofende: o que o governo fez para homenagear a educadora Paulista, Branca Alves de Lima? NADA ! O governador Serra foi alfabetizado pela Cartilha da educadora em questão, inclusive o secretário estadual de educação. Dizer que vendeu quando ninguém comprou é tão exato declarar que ensinou quando ninguém aprendeu. Abraços

  10. É com esse ZELO (e somos nós que pagamos os honorários dessa comissão e todos os livros recolhidos) que São Paulo cuida da EDUCAÇÃO de seu cidadão.
    Fosse um evento isolado, vá lá.
    Mas já é o segundo nesse ano.
    Cabeça de quem vai cair? Do Caco Galhardo?

  11. Devem ter “analfabetos” tomando conta disso!
    Não é possível que uma coisa dessas aconteça.

    Pior que a culpa não é do analfabeto, ele não pediu para estar no cargo, a culpa é de quem colocou ele lá.
    Mesmo porque ser analfabeto não é defeito.

    O senhor não acha Governador?

  12. Caro Claudio,

    vc tem razão ! Os analfabetos funcionais são aqueles que aprenderam a ler e não lêem. E são mesmos ! Se o governador em entrevistas, diz: – a nível de…aí meu caro, sem comentários.

  13. O que ja ouvi de politicos e muitos “da alta sociedade”, enaltecidos em colunas sociais dizer “que seje” “que esteje”, os preços”é barato”, nóis, ao par de….,
    vossa excelência é um idiota, a princípio, entre outras tantas aberrações,
    Como dizia Estanislau Ponte Preta
    FPAPA – Festival de Besteira que assola o país.
    MEUS OUVIDOS NÃO SÃO PENICOS!!!!!
    FUI

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