Botafogo 3 x 3 Grêmio
Brasileiro – Rio de Janeiro
Indulgência plenária é instrumento santo concedido pelo Papa aos fiéis católicos em situações especiais. Muitas vezes é confundida com perdão dos pecados cometidos, quando é, na verdade, a retirada da pena temporal por eles devida. Portanto, não apaga o erro, mas a conseqüência deste.
Por que estou me imiscuindo na seara religiosa neste espaço dedicado ao esporte ? Perdão, ao futebol. E do Grêmio.
Deixe-me explicar: neste domingo o último do mês de agosto, é data comemorativa na paróquia de Santa Suzana da qual sou participante, e em especial atenção a esta comunidade o Vaticano concedeu a indulgência plenária a todos seus. A missa foi às seis da tarde, em local onde em breve se iniciará a obra para a construção do complexo religioso que, atualmente, conta com centro de educação para mais de 300 crianças.
Foi lá que estive durante o fim da tarde e início da noite deste domingo, enquanto o Grêmio seguia sua via sacra pelos campos brasileiros. Carregando um cruz que parece pesada de mais aos que nos representam hoje, deu sinais de que estava pronto para acabar com esta impressionante marca de nenhuma vitória fora de casa durante todo o Campeonato.
Assim que cheguei em casa e liguei a televisão, uma bola sobrenatural superou o esforço de nosso goleiro e nos impôs uma pena que sequer posso avaliar ser ou não justa, pois nada mais assisti.
Seja como for, ainda assim estamos na luta pois nossas carências não são suficientes para nos afastar dos líderes e de nosso maior objetivo: a Libertadores. Apenas o desafio está maior. A saga, mais difícil.
Poderia consolar os fiéis tricolores dizendo que teremos de passar por este purgatório para alcançarmos o paraíso, mas não quero fazer nova analogia com a religião, pois se concordo em alguma coisa com meu colega Juca Kfouri é que estes dois temas não devem se confundir em campo. Apesar de ter a impressão de que estamos pagando pelos nossos pecados.

Parece que as orações na Paróquia de Santa Suzana deram certo e proporcionaram ao Grêmio o milagre de empatar com o fortíssimo e imbatível Botafogo.
O Botafogo é um dos líderes da tabela, sob o ângulo inverso.
O time da Estrela Solitária é extraordiário: Manga, no gol. Nilton Santos na lateral,. Garrincha como ponta autêntico. Didi, no meio campo ao lado de Gerson. E Heleno de Freitas, Quarentinha, Jairzinho e Amarildo, como goleadores.
Fora o banco, com Alemão (que brilhou na seleção brasileira e no Napoles onde servia o Maradona e o Careca), Paulo César Caju, Marinho Chagas e o Túlio.
Não dá para ganhar de um timaço desse, que tem um general Severiano, como patrono. Empatar, como ocorreu, é como vencer, por milagre.
Mas, um dia tudo vai mudar e o Botafogo entrará em campo com um time medíocre. Como mostra a minha bola de cristal, que projeta 2009:
Botafogo
Castillo; Alessandro, Wellington, Juninho e Thiaguinho; Leandro Guerreiro, Michael (Jônatas) e Lucio Flávio; Reinaldo (Renato), Victor Simões (Ricardinho) e André Lima.
Técnico: Estevam Soares.
Aí, tudo será diferente para o Grêmio, o do Sul e não o Barueri (oitavo na tabela, com 33 pontos e apenas quatro para entrar na disputa pela Libertadores).
Concetta Rompi-coglione, uma caneta falante.