Por que o paulistano quer deixar a cidade ?

 

A relação do paulistano com a cidade é conflitante. Reclamamos das barreiras urbanas que atravancam nosso caminho todos os dias, mas somos os responsáveis por muitas delas que aí estão. O mesmo que critica o excesso de lixo, não o seleciona. O que reclama do ar poluído, tira a árvore da frente de casa. O que xinga o pedestre que atravessa fora da faixa, a invade sem perdão. Vivemos a falar das muitas oportunidades que a cidade nos oferece, mas
praguejamos o fato de morarmos aqui quando as coisas não andam.

No início da semana, o Movimento Nossa São Paulo apresentou pesquisa encomendada pelo Ibope na qual constatou-se que 56% dos moradores da capital disseram ter vontade de ir embora. Para entender esta relação e sensação, o CBN São Paulo convidou dois especialistas em comportamento humano: Vivivane Lima, doutora em história social e professora da PUC-SP, e Gustavo Venturi, sociólogo e professor da USP.

Ouça aqui a conversa com os professores e depois dê a sua opinião

8 comentários sobre “Por que o paulistano quer deixar a cidade ?

  1. Ola Milton

    Sou nascido na cidade de São Paulo, mais precisamente na Maternidade de São Paulo situada na rua Frei Caneca.
    Ainda recém nascido fui morar no ainda considerado rural Bairro da Vila Olimpia, Zona sul da cidade.
    Casei-me continuei morando neste bairro, depois de crescido, adulto, formado ou deformado, face as “minhas profissões”, que são arquitetura e design e depois aviação tive oportunidade de conhecer o Brasil do Oiapoque a Chui literalmente, todos estados, cidades, interioranas e praianas.
    No final da década de sessenta, quando então iniciei como estagiário atuando no segmento de arquitetura e design de interiores, numa grande e tradicional fabricante de moveis para cozinhas, instalada na Avenida Paulista, hoje localizada na Av Faria Lima. notava que a cidade já estava iniciando sua deterioração, vendo prédios e mais prédios sendo construídos nos Jardins, Itaim Bibi, Moema principalmente.
    Por incível que pareça, ainda em 1968 era possível adminirar a pomposa e linda arquitetura dos casarões construídos pelos barões do café.
    Muitos destes casarões foram demolidos e poucos insistiam em ficar em pé.
    Infelizmente, de forma voraz, devido a grande expeculação imobiliária formada por lobbys criados entre incorporadoras, imobiliárias, políticos, muitos casarões da realmente cartão postal Avenida Paulista, ao contrario do que vemos atualmente, começaram a ser demolidos juntamente com os paradisíacos e extremamente bem cuidados jardins, para darem lugar a os novos prédios comerciais e residenciais que começavam a aparecer em toda Avenida Paulista, atualmente ainda considerada por muitos de forma equivocada como cartão postal da cidade de São Paulo.
    Na minha sincera e modesta opinião, a avenida Paulista foi um dia realmente considerada como cartão postal de São Paulo, hoje não e mais o cartão postal, que triste realidade, e eu não gosto de ser enganado pela publicidade sonhadora e enganosa, pois o que vemos atualmente é somente concreto, janelas de vidro e asfalto, tirando o parque Trianom com a mata Atlântica milagrosamente preservada e o MASP.
    Apartir daí então, deu-se o boom imobiliário e a expeculação imobiliária foi atingindo também outros bairros “considerados nobres” bairros me chamou a atenção que algo de ruim para a população dasqueles bairros e tempos estava para acontecer com a cidade de São Paulo em curto espaço de tempo.
    Como conseqüência, A periferia por outro lado também foi se desenvolvendo de forma totalmente desorndenada, alienada, de qualuqer jeito.
    A devastação destes bairros e depois de outros para dar lugar a predios, shooppings center, a incontrolável verticalização, o vertiginoso adensamento populacional, causado pelos novos predios que estavam sendo freneticamente construídos a todo custo, e por incrível de forma assustadora ainda estão sendo construídos, sendo necessário para a locomoção das populações destes bairros que fossem e ainda estão sendo construidas novas avenidas, ruas tiveram que ser alargadas a Iguatemi e Faria lima Por exemplo, rios foram sendo transformados em avenidas sobre os seus leitos,.Responsabilizar a quem aqui neste texto que escrevo não vai ao caso e sim, dar uma luz sobre o porque São Paulo chegou a onde chegou, ao caos sem volta, ao inferno, de acordo com entrevistas constantes nesta materia.
    E assim diante do caos em que o paulistano, migrantes vivem em São Paulo, uma cidade que acabou se tornando totalmente sem qualidade, segurança de vida sobre vários aspectos, Muitos paulistano e os não paulistanos que vivem em São Paulo, diante da recém pesquisa feita, preferem sair da cidade, para outras cidades ou localidades, em busca de qualidade de vida, lazer natural, não ter que permanecer em São Paulo confinados em suas casas, elevadores, shoppings centers, nos seus automóveis com janelas escurecidads com medo de serem vistos por bandidos, ladrões, e outros, em ônibus, trens, metro apinhados de gente, em pequenas vilas e bairros distantes na esquecida periferia paulistana, em minúsculos apErtamentos, como únicas opções para quem tem condições poder desfrutar da caríssima noite paulistana, também confinados, trancafiados, em cinemas, restaurantes, teatros.
    O paulistano, até para poder ver o carnaval que deixou de existir em clubes, salões de festas existentes na cidade de São Paulo de outrora, acabou ficando também confinado no Sambódromo do Anhembi e quem quiser assistir o carnaval terá que desenbolsar uma bela quantia

    Como disse em um dos meus cometarios recentemente e volto a dizer

    São Paulo caótica em estado terminal

    Acabou se tornando uma cidade sem historia e sem memória

    Eu sou um dos paulistanos que “preferiu mudar de cidade”, inclusive por ordem medica, para uma outra cidade, esta por em quanto ainda existe bom senso, não existe a ganância de políticos, lobbys entre incoporadoras, promessas de sonhos fantasiosos, a incautos.

    Vou a São Paulo somente em casos de extrema necessidade e “para matar um pouco a saudade de amigos que ainda moram por lá, da minha São Paulo que tanto amo, nasci, fui criado e agora me dá uma sensação profunda de tristesa, depressão, nó na garganta, como ficou a minha querida São Paulo, abandonada, acabada, caótica, sem qualidade de vida, esquecida pelas principais autoridades, pelo próprio povo que não tem um pingo de educação.

    Quanto ao lixo jogado no chão pela poppulação este é um outro assumto

    Ou seja:

    Falta de educação e respeito para com todos cidadãos paulistanos.

    É comum os vermos nos ônibus que circulam pela cidade, lixeiras estrategiamente posicionadas mas mesmo com a existência de lixeiras em ruas também,tem gente que não tem um pingo de educação, berço e jogam toda a sorte de lixo no chão.

    Uma questão cultural e eu não me iludo com promessas eleitoreiras de politicos, seja de qualquer partido for que um dia São Paulo poderá retornar as suas rarizes e desta forma a população voltará pelo menos em parter viver com mais dignidade

    Grande Abraço
    Armando Italo

  2. Vim para Sampa em 1980, morava no Paltanal de Porto Murtinho em Matogrosso do Sul. Apesar de todos os problemas que a cidade apresenta creio que essa vontade de ir embora é apenas da boca pra fora. Falar que 56% dos paulistanos num universo de x de entrevistados querem ir embora da cidade eu até concordo, mas dizer que 56% dos moradores da cidade querem ir embora de Sampa já é demais.

  3. Nasci e me criei em São Paulo,mas quando saio de casa sinto o mesmo nó na garganta que o Armado sente,além de tudo que ele sitou muito fico triste com tanta miséria e pobreza que vejo uns com tanto e outros sem nada jogados nas sargetas e o aspecto da cidade e de sujeira miséria uma grande selva de pedra que não generalizando mas também com alguns moradores inrracionais incluindo nossos politícos sou uma paulistana que não vejo a hora de migrar para outro lugar a onde eu e minha família possa respirar em fim viver com qualidade de vida .

  4. Se não aparecer alguem para administrar São Paulo, realmente com brio, personalidade, não for ganancioso, venal, não pertencer a nenhum dos lobbys hoje existentes na cidade de São Paulo, pois são êles que ditam as regras e fazem o que querem e eo que bem entendem, vide incoprporadoras, consturoras, grandes consorcios imobiliarios, derrubar de vez a lei da outorga onerosa, alguem que tenha coragem de um leão feroz para limpar a imundice generalizada que se tornou o centro da cidade, deixar de construir mais shoppings e avenidas ale´m do que ja existem em São Paulo, ficar invfentando grandes avenidas só para favorecer a industria automobilistica e de petroleo que são outros lobbys, voltar as suas totais atenções para a saude publica, transporte publico,coibir que automoveis circulem em determinadas duas e avenidas, e nos seus lugares implantar somente transporte publico com QUALIDADE e não somente com quantidade, despertando o interesse de muitos supostos executivos e emergentes para ir aos seus locais de trabalho utilizando transporte publico, acomodados que para irem ao trabalho a dois, tres, quatro quarteirões apenas de suas casas vão de automovel para ajudar a entupir as ruas, estudar com determinação uma forma humana de retirar os mendigos, e outros infelizes das ruas da cidade, retirar das encostas, lugares de alto riscos residencias construidas ate hoje ninguem explica como estão nestes locais, das margens de rios, represas, obrigar proprietarios e familiares a cuidar e manter edificações historicas do inicio do seculo 20, e não somente multa-los, proibir que se construam predios cada vez mais altos em pequenos quarteirões, ruas, ruelas porque “´sossegado” para o morador, mas o infeliz vizinho destes monstros depois de acabados que se danem com o barulho, transito, confusão gerado antes, durante e depois das obras, resultando em menor adensamento populacional, zonas de calor e poluição, criar espaços a ceu aberto.
    Por exemplo existem terrenos espalhados pela cidade, sendo que estes já estão na mira de grandes construtoras e incoprporadoras, e neles construir,praças, jardins, parques, por sinal a ciade esta carente, voltar aos tempos do carnaval de rua, pois a maioria da população não pode çagar ingressos nosambodromo do anhembi e aqueles que não tem condições ou não quiserem gastar poderão pelo menos sair de suas tocas para se divertirem um pouco, etc ettc
    Ufaaaaaaaaaaa
    Acho que desta forma será possivel a médio prazo melhorar um pouco a qualidade de vida do cidadão paulistano.
    Mas ai pergunto
    E a vontade politica, que apareça alguem que tenha peito para enfrentar os lobbys e politicos que visam somente o ter, o dinheiro, o poder, que são financiados “legalmente” pelos poderosos?
    Então, meus amigos
    Em quanto não acontecer nada disso que mencionei acima, prefiro ficar distante de São Paulo onde pelo menos posso ver e o nascer do sol, do cheiro de mato, de uma vizinhança cortês, educada que não joga lixo no chão, de poder passear ao are livre, sem buzinaço, sem enchentes diariamente, sem barulho de sirenes de dia, de noite de madriugada, sem um terrivel barzinho, ou balada como seu vizinho, sem ter que ficar acordado porque a lei obriga caminhões a descarregarem mercadorias em obras e supermercado durante as madrugadas a dentro.
    Seria um sonho?
    Não basta somente, dar o primeiro passo, ter vontade seguir os principios
    PROPOSIÇÃO, DELIBERAÇÃO, DECISÃO E AÇÃO
    Este ultimo para muitos ficam para beeem depois ou não existem
    Tipo promessas eleitoreiras, me engana que eu gosto.
    Ai sim um dia, tralvez, quem sabe a nossa querida e amada cidade de São Paulo “poderá” pelo menos voltar um pouco do que foi, mesmo com onze milhões de habitantes, mas sera de forma hamoniosa, com qualidadde, sincera.
    Ao contrario do que estamos vivendo ao longo destes ultimos trinta anos.
    Quem Deus nos ajude e tenha piedade do cidadão paulistano.

  5. Milton, já falei várias vezes que gostaria de ir embora de São Paulo.
    Procurar um lugar mais tranquilo para viver….mas realmente não me vejo em outro lugar senão aqui..
    Sou paulistana, Nasci na Rua São Jorge…”aquela do timãoêoooooo..Timãoêooooo…rs , tenho 57 anos.
    Amo São Paulo.
    Daqui não saio ..daqui ninguem me tira…….
    Íria

  6. Verdade Carlos
    Tens razão!

    Não basta somente querer mudar de cidade imaginando, se alienandoi, que todos os problemas, sofrimentos, agruras serão sanados do dia para a noite e avida será uma maravilha como num passe de mágica.
    Não é bem assim.
    Essa ação tem e deve ser muito bem analisada.
    Senão o “tiro sairá pela culatra”
    Ou seja:
    Quebra-se a cara literalmente e os resultados poderão ser bem piores do que se o sujeito permanecesse em São Paulo.
    Ai o negocio será retornar noivamente para São Paulo e ficar quieto no seu canto.
    Em outros tempos quando tinha que residir temporariamente em outras cidades do Brasil sentioa muitas saudades da cidade de São Paulo
    Hoje sinceramente, morando em outra cidade, sinto saudades de São Paulo, mas quando ainda era possivel, ate o inicio da década de noventa, viver com um minimo de segurança, qualidade de vida, respeito por parte dos politicos e da propria população que também contribuiu e ainda contribui e muito para a degeneração da ex locomotiva do Brasil
    Lobbys, problemas, enchentes, etc sempre existiram em São Paulo e existem mesmos endo em menor quantidade em outras cidades do mundo, mas não como atualmente caótica, doente, terminal, suja, imunda, abandonada a propria sorte acabou se tornando são paulo e o estado de São Pulo está indo para o mesmo caminho e não ha dinehro que chega.

    Abraços
    Armando Italo

  7. Milton Jung,
    É triste observar como a cidade piorou de 2002 pra cá. Caminho pelas ruas, avenidas, alamedas e bairros periféricos e vejo nos olhares das pessoas o desespero, a falta de esperança e desengano que essa administração municipal e estadual trouxe aos paulistanos e paulistas que acreditaram neles. É claro que eles têm desculpas para tudo, mas os olhos não se enganam, os fatos estão aí para provar. A falta de sensibilidade do Serra e do Kassab é pública e notória. Não adianta querer desvincular o Serra do Kassab porque eles entraram juntos na administração municipal e quando o Serra teve chance de devolver a cidade de São Paulo a um colega do seu partido, ele lavou as mãos e deixou a cidade mergulhar na enchente, alagamentos, desabamentos e mortes. Depois das tragédias, eles aparecerem com "cara de caixão" para apresentarem suas condolências. Aliás, essa é uma atitude muito comum em Serra e Kassab, deixa tudo acontecer para depois aparecer. Como dizia Sartre: "O homem nasce livre, responsável e sem desculpas". Ou seja, aquele que se apóia em desculpas esfarrapadas, é mentiroso, omisso e malandro, o homem sempre tem escolha, seja no terreno lógico ou teológico no cumprimento de suas ações.
    A Folha de SP, tem se esforçado muito para livrar a cara do Serra, porém, não adianta, porque todos sabem que ele atrasou as obras na calha no rio Tietê e fica culpando a chuva. Mas quanto tempo faz que ele tomou posse? Ontem, é que não foi. Ele que fala muito em competência administrativa, tem governado mal. Afinal, os governos anteriores deixaram as coisas bem fáceis para ele, tanto no município, como no estado. E, até agora ele não disse a que veio. Quando o Lula ganhou a presidência, eles disseram que Lula era uma criação do Duda Mendonça, entretanto, coube ao Lula provar que não era.
    O Serra também é uma criação da mídia paulistana, será que ele vai conseguir provar que não é? Acho que não porque até agora ele só deu andamento e (mau) nas obras do governo anterior. Sua ambição o fez trair os paulistanos quando deixou a prefeitura nas mãos do Kassab. Não adianta a revista da folha, aparecer com o resultado dessa pesquisa nebulosa denominada: "satisfação no caos", porque isso é um insulto na visão empírica dos paulistanos.

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