Grêmio 4 x 1 Inter SM
Gaúcho – Olímpico Monumental
Foram 13 finalizações, quatro gols marcados, somente dois chutes contra e apenas cinco minutos para decidir o jogo e se habilitar a primeira final da temporada, domingo que vem, quando estará em disputa o 1º turno do Campeonato Gaúcho. Estes são os números que resumem a história de mais uma vitória do Imortal Tricolor diante de sua torcida e embaixo de um insuportável calor que fez o time impor ritmo despretensioso no segundo tempo.
Mesmo assim haverá críticas ao fato de, em mais uma partida, termos tomado um gol, o décimo-quarto em 11 disputadas neste ano. Lembrarão que em praticamente todas o time saiu em desvantagem(e virou o placar na maioria, mas isto não parece ser levado em consideração). E, claro, alguém colocará em dúvida a capacidade do técnico Silas comandar o Grêmio (até concordo que ainda terá que mostrar muito mais até convencer a todos).
No jogo dos números se esquece de olhar a alma de uma equipe, o movimento de seus jogadores, o esforço medido de acordo com a necessidade de cada momento e o olhar cúmplice de colegas que estão juntos há pouco mais de um mês. Não aparece o carrinho para buscar a bola que escorrega pela lateral, a dividida com o adversário que arrisca a própria integridade física para não perder a jogada e coloca em risco a sequência no campeonato ou a troca de passe qualificada, com velocidade e para frente.
Foram nessas cenas que apareceram isoladas nos 90 e poucos minutos da partida – a maioria jamais será reprisada na transmissão da televisão – que a história de um time se constrói. E foram elas que me chamaram atenção nesta noite infernal (34º) no estádio Olímpico em que os torcedores cantaram e aplaudiram quase o tempo todo, pois identificaram – assim como eu – que algo de muito bom está para acontecer neste ano.
Os gols de Rafael Marques, Borges (11 em 11 jogos), Fábio Rochemback e Hugo apenas ilustraram o que o Grêmio fez em campo, serviram para abrir os olhos de quem comenta com o preconceito e a desconfiança – estes sentimentos que, historicamente, encaramos e somos obrigados a superar a todo momento.
Domingo que vem – pouco me interessa quem será o adversário – estaremos em campo mais uma vez para mostrar que há um amadurecimento e estamos a caminho de um grande conquista. Que pode ocorrer daqui uma semana ou no decorrer do ano, mas que irá ocorrer. Temos um time.