Trólebus completa 61 anos sem poluir e sob ameaça

 

No dia 22 de abril, o trólebus comemora 61 anos no Brasil e o “Ponto de ônibus” apresentará três reportagens relatando a trajetória deste modelo de transporte de passageiros, no Brasil, ilustradas com imagens históricas. Conte você também sua experiência com o trólebus.

TRÓLEBUS ACLIMAÇÃO 1949

Por Adamo Bazani

Em 61 anos de Brasil, evoluiu muito, cresceu, mudou de visual várias vezes, ficou mais bonito e mais forte. E, levando em consideração a idade, podemos dizer que ficou, também “prá frentex”. Mesmo assim, o trólebus não recebe o valor que merece e foi rejeitado em vários lugares.

As primeiras operações comerciais deste ônibus 100% não-poluente foram em São Paulo, no dia 22 de abril, de 1949. A CMTC inaugurava a linha Aclimação / Praça João Mendes, de 7,2 km de extensão, em substituição a linha 19 dos bondes da antiga Light, empresa que teve os bens assumidos pela companhia municipal entre 1946 e 1947.

Apesar de os primeiros trólebus terem sido importados dois anos antes do início de sua operação, a ideia de implantar um sistema de ônibus elétrico (já consagrado na Europa e Estados Unidos) na cidade de São Paulo é anterior a esta época. Em 1939, a Comissão Municipal de Transportes Coletivos entregou a Prefeitura parecer favorável à adoção de ônibus elétricos na cidade. Neste mesmo ano, foi iniciado o estudo para a implantação da primeira linha, justamente servindo o bairro da Aclimação.

Mas as coisas andavam lentas demais no poder público municipal. O transporte na cidade estava completamente desorganizado. As empresas de ônibus disputavam regiões de alta demanda e melhor infra-estrutura, e as demais eram abandonadas pelos prestadores de serviço. A Ligth, que operava os bondes na Capital, depois dos sustos das Guerras Mundiais, perdeu o interesse neste modelo de transporte. Ficou no sistema até o fim do segundo grande conflito obrigada por força da lei, já que os bondes se tornaram essenciais com a crise sem precedente no fornecimento de petróleo.

A visão de vários administradores públicos em todo o mundo se voltava para os ônibus elétricos. Mas quem assumiria este sistema? Quem investiria na implantação de redes aéreas e novos veículos, importados e mais caros ?

Os empresários que tinham passado por muitas dificuldades para manter suas operações devido ao encarecimento do combustível e das peças no período da Segunda Guerra não se arriscariam num investimento tão alto.

Assim, pode-se afirmar que o trólebus no Brasil teve sua implantação e manutenção ligadas ao investimento público. E foi justamente a recém-criada empresa pública de São Paulo, a CMTC – Companhia Municipal de Transportes Coletivos – que assumiu o investimento para colocar o Brasil na rota dos ônibus elétricos.
Para operar a primeira linha, foram importados 30 veículos com as seguintes configurações:

–  06 unidades de chassi Pulman Standard, carroceria da mesma marca e sistema elétrico Westinghouse norte-americanos,.
– 20 unidades de chassi War La France, carroceria Wayne e sistema elétrico Westinghouse, também dos Estados Unidos e
– 04 unidades de chassi English Associated Equipament Company, carroceria da mesma marca e sistema elétrico BUT – British United Traction, da Inglaterra.

A chegada do trólebus nas cidades brasileiras

FOTO 2 Desembarque de trolebus norte americano para Belo Horizonte

O sistema de ônibus elétrico, apesar de alguns problemas de implantação, agradava os administradores públicos. Os veículos eram mais modernos, confortáveis, econômicos e, apesar de na época não ser tão forte a consciência ambiental, o fato de não poluírem e de emitirem bem menos ruído também pesava favoravelmente em relação aos trólebus.

Dez anos depois, em 1959, a rede de São Paulo que era de pouco mais de 7km de extensão já chegava a 31,9 km, servidos por quatro linhas.

Outras cidades brasileiras também aderiam ao “novo” sistema de transportes. Novo para nós, mas para a Europa e Estados Unidos já com décadas de existência. No ano de 1953, Belo Horizonte adquire quatro veículos elétricos e começa a operar seu primeiro serviço de trólebus. Meses depois foi a cidade fluminense de Niterói que aderiu ao sistema. Uma curiosidade é que os 45 ônibus elétricos franceses tinham sido importados para Petrópolis, também no Rio, mas por questões financeiras e administrativas, a cidade sequer implantou o sistema.

Campos, no Rio de Janeiro, inaugura, em 1957, o sistema com nove trólebus que já tinham sido usados de Niterói. Em 1958, Araraquara, no Interior Paulista, criava a CTA – Companhia de Troleibus de Araraquara, empresa de economia mista para implantar o sistema na cidade.

Recife investe pesado na implantação dos trólebus. Em 1960, logo de cara, compra 65 veículos Marmom Herrington, com tração Westinghouse, norte-americana.

Cinqüenta trólebus Fiat/Alfa Romeo/Marelli começaram a atender a população de Salvador, no ano de 1959.

No ano de 1962, Rio de Janeiro adere aos trólebus. Mas a entrada da cidade neste tipo de serviço foi marcada por dificuldades e fatos inusitados. A começar por um acidente quando os veículos italianos Fiat/Alfa Romeo/General Eletric eram desembarcados no Porto. Em lotes diferentes, a cidade havia adquirido 200 veículos, mas um deles caiu no mar, não podendo ser resgatado. Portanto, o Rio ficaria com 199 carros. Se não bastasse isso, por falta de pagamento de taxas 164 ficaram retidos no Porto ao relento por mais de um ano. Muitos se deterioraram e tiveram de ser restaurados.

Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, começou a operar ônibus elétricos em 1963, com nove veículos. Em agosto desse ano, Santos apresenta aos usuários cinco trólebus italianos, então operados pela SMTC – Secretaria Municipal de Transportes Coletivos. Pouco tempo depois, pelo sucesso inicial do serviço, a cidade do litoral sul paulista já tinha 50 carros e 76 km de rede aérea.

Fortaleza teve seu primeiro serviço de trólebus implantado em 1967, com nove carros já de fabricação nacional Massari/Villares.

Bem mais tarde, em 1980, era criada a Transerp – Empresa De Transporte Urbano de Ribeirão Preto S.A., de economia mista. O início das operações de ônibus elétricos ocorreu em 1982.

Rio Claro, interior paulista, também inaugura serviços de trólebus, em 1986, com 10 veículos comprados da CMTC. Dois anos depois, em 1988, entra em operação o sistema considerado mais moderno e eficiente do País, os trólebus entre São Mateus (zona Leste de São Paulo) e Jabaquara (zona Sul), via Santo André, São Bernardo do Campo e Diadema, inicialmente sob responsabilidade do governo do Estado de São Paulo. O diferencial do serviço é que ele opera desde o início em corredor segregado com pavimento especial de concreto e recebe constantes investimentos em renovação de veículos e manutenção da rede fornecedora de energia.

Primeiro modelo de trolebus utilizado em Araraquara, no Interior Paulista.

A indústria nacional assume o trólebus

Com esta introdução sobre o início dos principais serviços de trólebus, é possível perceber que, diferentemente do que ocorre hoje, as administrações públicas se interessaram e se viam satisfeitas com os ônibus elétricos, principalmente entre os anos de 1950 e 1960, quando ocorreu a maior parte das inaugurações.

Havia mercado para trólebus. Mas todos eram importados e com uma política mais nacionalista os custos de aquisição destes veículos tornariam um grande desafio para quem quisesse implantar um serviço de ônibus elétrico.

Já estava mais do que na hora da indústria nacional entrar neste filão.

E isso ocorreu em 1958 e de maneira gradual. Gradual porque enquanto a indústria de trólebus nacional ainda produzia alguns veículos, as importações continuavam. Não houve uma substituição imediata. Além disso, as primeiras unidades nacionais usavam tecnologia e muitos componentes estrangeiros.
Foi assim com o primeiro trólebus montado no Brasil. A carroceria e plataforma foram feitas pela Grassi.

Vale ressaltar um fato curioso que, a Grassi foi a primeira indústria nacional a produzir em série carrocerias de ônibus convencionais, ainda de madeira. Ela fez um ônibus para a Hospedaria dos Imigrantes em 1910 e nos anos de 1920 faria os primeiros veículos em linha.

A pioneira dos ônibus no Brasil também saiu na frente na produção de trólebus. No entanto, a empresa teve de incorporar tecnologia internacional e produziu o conjunto carroceria/plataforma sob licença da americana Marmon Herrington. Os equipamentos de tração e funcionamento elétrico foram fabricados pela Villares, sob licença comercial da Westinghouse e o coletor de energia da rede foi produzido pela Ohio-Bras.

A apresentação do primeiro trólebus montado no Brasil foi digna de um veículo diferente e revolucionário em comparação aos ônibus convencionais. A “viagem histórica” de lançamento foi feita no Rio de Janeiro, onde estava instalada a Villares. Com um gerador acoplado, o trólebus, trafegou por parte da Rodovia Presidente Dutra, contando com a presença do então presidente Juscelino Kubitschek. Logo após a “festa”, o trólebus veio para São Paulo prestar serviços pela CMTC.

O modelo agradou as operadoras brasileiras pelo desempenho e qualidade. O Grassi/Villares marcou o início da primeira geração dos trólebus no Brasil.

A Companhia de Troleibus Araraquara CTA, entre 1959 e 1961 adquiriu oito unidades do modelo. Em 1961, a CMTC comprava mais 9 Grassi/Villares.

O interesse pelo modelo por parte das operadoras fez com que outros fabricantes nacionais se atentassem para este mercado.

Em 1962, a Caio – Companhia Americana Industrial de Ônibus – lançava um protótipo, também com equipamento e tração Villares. Vinte unidades foram compradas pela CTU _ Companhia de Transportes Urbanos, de Recife, e uma pela CTA de Araraquara.

Mas uma evolução na indústria nacional de trólebus ocorreria no ano seguinte, em 1963. A Massari começa a produzir ônibus elétricos, mas com um diferencial: monoblocos, veículos cujo chassi e carroceria formavam um mesmo conjunto. Além do design ser considerado inovador para época, novas soluções de conforto e segurança foram adotadas, como a suspensão do tipo mista, com bolsões de ar e molas atuando de forma conjunta. O equipamento era produzido pela Villares. O modelo Massari foi tão bem aceito pelas operadoras, que nesta ocasião, se tornava líder no mercado, com veículos vendidos para Belo Horizonte, Porto Alegre, Araraquara, Fortaleza e São Paulo.

A importância da CMTC na manutenção do trólebus

Trolebus Grassi, o primeiro nacional, em 1958, feito sob licença dos Estados Unidos.

O trólebus no Brasil teve sua consolidação atrelada ao investimento público. E aí a situação era um pouco delicada, principalmente pela visão imediatista de algumas administrações. Era um veículo mais caro (ainda é, mas na época a diferença para um ônibus convencional era maior ainda). Além disso, a manutenção dos veículos, muitos com peças importadas, e das redes exigiam recursos maiores. Na segunda metade dos anos de 1960, muitas cidades desativaram ou reduziram significativamente suas redes. O poder público, em muitas ocasiões, achava caro manter e comprar trólebus, mesmo com todas as vantagens que ele oferecia, como emissão zero de poluentes, pouco ruído e mais conforto.

A demanda de passageiros em algumas regiões crescia muito rapidamente e, como solução imediata, as administrações preferiam oferecer dois ou três ônibus pelo mesmo preço a oferecer um trólebus. Isso sem contar a influência da indústria automobilística que estava em expansão e queria mercado com uma oferta maior de ônibus convencionais e dos empresários que queriam expandir seus negócios com investimentos menores.

Para se ter ideia deste fenômeno, acompanhe as cidades que desativaram seus sistemas nesta época: Campos e Niterói, no Rio de Janeiro, em 1967, Salvador em 1968, Belo Horizonte e Porto Alegre, em 1969, Rio de Janeiro, em 1971, Fortaleza, em 1972.

A situação atingiu em cheio a indústria nacional de trólebus. As operadoras públicas que se prestavam ainda a operar trólebus tiveram de achar soluções. A importação não era viável devido às restrições tributárias impostas pela política de incentivo à indústria automobilística nacional.

Algumas empresas operadoras optaram por reformar suas frotas, o que era possível devido ao maior tempo de vida útil que um trólebus possui. Em especial, a CMTC de São Paulo passou a fabricar seus próprios trólebus.

Certamente, a companhia municipal foi uma das maiores produtoras de ônibus elétricos do País e isso significou o desenvolvimento de pesquisa, modelos e inovações que tornariam o trólebus viável. Assim como a consolidação do trólebus no Brasil deveu-se ao investimento público, foi a CMTC que permitiu sua permanência no mercado, não fosse a companhia a situação deste tipo de transporte estar bem mais complicada.

O período da CMTC como fabricante de trólebus compreendeu os anos de 1963 a 1969. A produção atingia 144 unidades, número invejável para qualquer indústria especializada, inclusive internacional. Com kits de carroceria da Metropolitana, do Rio de Janeiro, a CMTC criou seu padrão próprio de modelo. Convertia veículos diesel para elétricos, encarroçava trólebus mais antigos, e fazia veículos novos. As produções nas oficinas da CMTC, com mão de obra própria, não só representou a manutenção do sistema em São Paulo e no País, como uma boa oportunidade de negócios para fabricantes nacionais de chassis e sistemas de tração. Assim, não só para os passageiros, mas a atuação da CMTC, foi boa também para as indústrias. A empresa fez parcerias e usou equipamentos, tanto de chassi como de tração, da Westram, Villares, Siemens, GM, FNM e Scania.

Mesmo após seu período de produção, a CMTC continuava com as conversões de ônibus. Em 1971, por exemplo, transformou em trólebus, um veículo de chassi Magirus Deutz, carroceria Striulli, usando sistema de tração da Villares.

Veículos usados de outros sistemas desativados também eram adquiridos pela CMTC, o que mostra que, além de contribuir para um melhor transporte para o passageiro, para a manutenção do sistema no País, para o mercado da indústria nacional, a Companhia Municipal de São Paulo auxiliou muitas administrações que deixaram de operar trólebus a não saírem no prejuízo total. Em 1972, foram adquiridos nove modelos Massari Villares do sistema de Fortaleza, que havia sido paralisado.

Adamo Bazani é jornalista da CBN e busólogo, e registra a história do transporte de ônibus no Blog do Mílton Jung

12 comentários sobre “Trólebus completa 61 anos sem poluir e sob ameaça

  1. Olá Milton tudo bem?novamente lhe parabenizo pela excelente matéria sobre a história de um dos melhores sistemas de Transporte não poluentes da cidade de SP,pena que a politica brasileira não valoriza esse transporte,e as empresas de onibus infelizmente só querem saber de colocar onibus sem nenhum tipo de conforto e espaço,e com isso só aumenta o numero de carros nas ruas e a poluição piora a cada dia,e quem acaba pagando por isso tudo é nós usuários,se é que os nossos pulmões não são de ferro.

  2. Amigo Milton Jung

    Percebo que os anos estão passando e a SPTrans não está nem aí para a população na questão de transportes limpos, eles não passam da fase experiência de novas tecnologias.

    O Trolebus é uma tecnologia aprovada tanto pela própria CMTC atual SPTrans, quanto pela população.
    Se é uma tecnologia já aprovada então porque não investir mais?? Existem alternativas que podem transformar o trolebus viável, o problema é que o pessoal do Respira São Paulo nunca foi ouvido como deveria de ser, pois o Respira São Paulo prova que o trolebus é viavel através de seus estudos que não são de palpiteiros, mas são de especialistas e de gente que já trabalhou e conhece bem o trolebus, e vários pesquizadores. Vemos pelo mundo que o trolebus tem investimentos que São Paulo deveria ter e tem, mas prefere gastar R$ 90 milhões de reais por km num monotrilho do que gastar R$ 1 milhão de reais por km em rede de trolebus ou entaõ gastar uma verba em recuperação na rede de trolebus, visto que se hoje abandonam o trolebus, com certeza abandonarão o monotrilho pois o custo de manutenção de um monotrilho é 3 vezes mais do que a manutenção de um trolebus, e o pior de tudo um corredor funcional de trolebus bi articulado, leva o mesmo tanto de passageiros do monotrilho, deixamos claro uma coisa, não somos contra o monotrilho, somos a favor desde que se some as tecnologias. Aplique se em novas tecnologias de transporte desde que não abandone o que já existe que é o trolebus, mesmo com a rede sucateada vale a pena investir e recuperar esta rede existente e expandir nos corredores de ônibus que hoje poluem a frente dos comércios e as residencias por onde passam estes ônibus.
    Ninguém quer corredor de ônibus em frente em suas casas, mas se for com trolebus creio que a aceitação será outra, o problema é que a SPTrans não ouve e se ouve faz de conta que não é com ela, este é o maior problema da SPTrans.
    O Sr.Secretário Alexandre de Morais nunca recebeu o Respira São Paulo para ouvir o que o Respira tem a falar e apresentar soluções é muito triste isso, a única pessoa que nos recebeu para falar conosco foi o ex Presidente da SPTrans o Ulrich Hoffman, depois disso, nunca mais foi nos dada a oportunidade de apresentarmos soluções. Mas graças a Deus, vc MILTON JUNG e ao ADAMO BAZANI são as ÚNICAS pessoas que estão nos dando VOZ a esta antiga reivindicação pois desde o final de 2003 estamos querendo ser ouvidos.

    Muito obrigado por este espaço
    Abraços
    Marcos Galesi
    Respira São Paulo

  3. O trolebus apareceu na hora certa, no lugar certo, mas acredito que foi aplicado de uma maneira errada. Acho que foi um erro a substituição de bondes por trólebus. Em países onde a mobilidade urbanda é levada a sério, os bondes e os trólebus atuam em harmonia, e não um anulando o outro…

    Mas aqui não é de se supreender administrações públicas, incentivarem a retirada dos trólebus no corredor da 9 da Julho/Santo Amaro onde seriam perfeitos para a operação, e criarem uma linha que vai do nada ao lugar nenhum como a 2290/41.

    Antigamente o trólebus teve grande apoio do poder público, como lemos acima, hoje ele é leiloado a preço de banana…

    Parabens pela Materia Adamo…

  4. Parabéns ao Adamo Bazani pelo belíssimo texto e ao Mílton Jung´por ter aberto esse espaço. É super importante mostrarmos para toda a população as qualidades do trólebus, um veículo 100% ecológico, obtendo isso ao não emitir nenhum poluente para se locomover. Todos sabemos os problemas que o sistema trólebus sofre em São Paulo (quase todos eles referentes à má conservação da rede aérea).
    Vamos nos esforçar ao máximo para manter o sistema trólebus, e que muitos outros aniversários do sistema possam ocorrer com o mesmo ainda em funcionamento (e melhor ainda se isso ocorrer com o sistema em franca expansão)!

  5. Ótima matéria, sobre a história destes excelentes veículos que são os Trólebus. Espero que com essa nova tecnologia de corrente alternada, haja uma nova evolução para esse modal, com expansão das redes em São Paulo e em outras cidades também.

  6. Eis um ótimo texto que, ao passo que resgata a memória do trólebus no Brasil, ressalta, mais uma vez, suas qualidades inquestionáveis e até hoje, exclusivas! Obrigado, Milton e Ádamo, por essas séries de reportagem e pelo espaço neste blog que foi cedido a favor da luta por esse sistema eficiente, limpo e moderno! Almejo esperanças de que alguém de alto escalão da prefeitura ou da SPTrans veja essas reportagens e pense bem antes de colocar ônibus diesel nas linhas de trólebus ou pior, baixar veículos plenamente operacionais. A cidade, os nossos pulmões e ouvidos agradecem.

  7. Um abusrdo o que a prefeitura de Sao Paulo faz com os trolebus, em tempos de poluição do ar, aquecimento global, os trolebus deveriam ter o seu espaço garantido e ainda mais, serem ampliados, já que eles não poluem nada.

  8. Parabens Ádamo!! Que excelente matéria!!! infelizmente os trólebus aqui em São Paulo nao são levados a sério!! Tivemos um grande sistema, mas tudo foi desmontado graças a ingerencia der certos administradores!!! Sem contar que, assim como o Renato disse, os trólebus foram retirados justamante dos locais onde operavam ebm, e deixados em locais onde tem que competir como os carros!!!

  9. O sistema Trólebus é muito importante pra nossa cidade, poderiam (o governo) investir pesado no sistema zero poluentes , principalmente hoje em dia q a indústria nacional dá conta na produção de Trólebus ,seria interessante a CMTC novamente ,pelo menos com ela os Trólebus eram levados a sério,já com essa sptrans … prefiro nem dizer a respeito dela. Grande matéria Adamo e Milton Jung .

  10. Parabéns mais uma vez ao Mílton Jung à sua excelente matéria sobre os trólebus do Brasil e ao espaço dado a esta modalidade tão relegada no Brasil.
    A CTU-Recife também foi uma empresa guerreira e ousada, graças a ela, podemos dizer, sem contar com o curto período de sistema do Rio de Janeiro mais sim contando por longevidade, Recife possuiu o segundo maior sistema de trólebus do Brasil com 18 linhas chegando 100Km de rede e uma frota que chegou a 144 trólebus cuja a maioria foram importadas, 65 trólebus TC59 último lote da Marmon-Herrington, mais 50 de Belo Horizonte e os nacionais, como os 3 e nunca 12 trólebus Ciferal. Empresa que manteve por 41 anos uma frota fabricada em 1959 e que foi reformando-a pelas décadas e que em 2011 faria 50 anos de trólebus Recifense caso não fosse a incompetência administrativa da Prefeitura do Recife o qual não teve peito, garra, vontade, determinação e coragem de fazer valer o contrato e termos a renovação e o sistema vivo até hoje. Hoje, não sobrou um único trólebus sequer pra contar a história aos nossos descendentes de que um dia possuímos um transporte 100% limpo, que foi símbolo da cidade, históricos, um patrimônio dos pernambucanos, ninguém se interessou em tombar ao menos um e guardar num museu e hoje poucos se lembram, mas quando lembram, lembram com carinho apesar da grande idade da frota e seus problemas decorrentes disso.
    A cidade e o transporte melhoraram com o fim do sistema trólebus? Não! Impossível, hoje no lugar temos famigerados ônibus diesel, barulhentos, fumegantes, que dão trancos, são altos nos degraus, sem ar numa cidade quentíssima e acessibilidade precária para cadeirantes através de elevadores que não são bem manipulados.
    O Recife perdeu um sistema graças à incompetência da prefeitura na administração de João Paulo – PT que agora será candidato a dep. federal e ao empresário da atual CRT e Rod. Metropolitana que ficaram no lugar da CTU-Recife descumprindo o contrato de renovação e ganhando sem nenhum ônus 20 anos de concessão, até hoje, desde o ano 2000 a única com concessão na cidade. Só enxergam o seu bolso e seu próprio bem-estar sem dar a mínima para o povo. Até quando seremos submetidos ao que os empresários gananciosos querem nos empurrar e aos políticos incompetentes que só se preocupam em se manter no poder e com seu bolso? Enquanto isso perdurar continuaremos sofrendo com o péssimo transporte em nossas cidades.
    Hoje há projetos de corredores moderníssimos, elevados, projetados pelo Jaime Lerner, mas este senhor deve desconhecer a tecnologia trólebus e deveria ser apresentado urgentemente, pois planeja os corredores para serem usados por uma tecnologia atrasada e poluente que vai de encontro à mobilidade que o mundo exige hoje, o barato custará caro e o imediatismo será cobrado mais tarde, sempre é e já está sendo cobrado, onde passavam um transporte 100% limpo e silencioso hoje passa fumaça, desconforto, barulho, por fim, paus-de-arara encarroçados, ou menos, lixo sobre rodas. Sou do Recife – PE entusiasta pelos trólebus desde a mais tenra idade com muito orgulho, obrigado pelo espaço.

  11. Muito pertinentes os comentários de todos os participantes, aos quais eu agradeço. Me chamou a atençao o relato de José Martins da Silva Júmiro que, apesar de citarmos na matéria, traz mais detalhes sobre o sistema, infelizmente nâo mais existente, de Recife. Pena que a história se repetiu como em outras cidades: falta de interesse público e pressão de grupos econômicos fizeram com que um modo de transporte tão tecnologicamente correto, além de ser mais confortável e seguro, fosse simplesmente abandonado. E o abandono foi acompanhado de descaso, pois, os trólebus representam uma fase da história da evolução dos transportes no Brasil, e sequer um exemplar foi preservado. A impressão que tenho, não estou criticando ou afirmando, é que quando não deixam nem um exemplar preservado em museu, a atitude é proposital paea se “apagar os trólebus” da memória da sociedade, Pois vendo um veúcuylo antigo, mas que é duradouro, em boas condições, mesmo que num museu, a poppulação poderia perguntar “Por que ônibus assim, só que mais modernos, não circulam mais em minha cidade?”. Mudança da concepção urbana e nos serviços de transportes passa por cultura e conhecer o passado dos trolebus pode ajudar em muito essa mudança. Nosso objetivo com essas matérias não é fazer apologia a determinado meio de transporte em detrimento de outros, mas mostrar que há soluções, muitas antigas, que agora modernizadas, podem conciliar os interesses por melhor mobilidade e qualidade ambiental.
    Abraços, Adamo Bazani

  12. Bela reportagem, para um planeta em que o meio ambiente pede socorro, um sistema de transporte que não polua é sempre bem vindo em grandes cidades como São Paulo. Torço para que o trólebus volte com força a nossa cidade, o nosso pulmão agradece.

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