Direto da Cidade do Cabo
A vuvuzela toca mais baixo desde a desclassificação prematura da África do Sul. O som que marca esta Copa caía um tom a cada mau resultado da seleção local e, hoje, passou a soar desafinada com a vitória de pirro contra França.
O técnico Carlos Alberto Parreira não conseguiu fazer com que o time nacional brilhasse a ponto de se encontrar algo tão destacado em seu 11 quanto o som da corneta que se espalhou pelo mundo através das transmissões de televisão. Provavelmente poucos lembrarão, daqui um ano, o nome dos titulares da África do Sul, mas o som da vuvuzela será difícil esquecer.
A medida que os sul-africanos se afastavam da possibilidade de alcançar as oitavas-de-final, aumentava também a campanha contra as vuvuzelas. Não que uma coisa tivesse a ver com a outra. Aparentemente, uma coincidência.
Bares e restaurantes em Waterfront decidiram restringir o uso das cornetas em seu interior para não afastar a freguesia. Em lugar de cartazes solicitando para que se evitasse fumar em local fechado (estes praticamente não existem e o uso do cigarro depende do bom senso do cliente), nos últimos dias surgiram alertas para que as pessoas não soprassem vuvuzelas no local
Assim que conversei sobre o assunto com o gerente de um dos mais movimentados restaurantes do WaterFront, área turística da Cidade do Cabo, o som da corneta soou alto em uma mesa no fundo. Era um turista com pinturas mexicanas no rosto marcando o início de Grécia e Argentina, na televisão. O próprio gerente foi até a mesa e, com um sorriso entre dentes, mostrou o cartaz que pedia: “Please, refrain from blowing vuvuzelas in this store”. Ok, sinalizou o torcedor já com um pedaço de pizza na boca.
Acabar com a vuvuzela é derrubar uma tradição de quase dez anos nos estádios sul-africanos, portanto a intenção é torná-la amigável, evitando os exageros. Soprá-la dentro de aviões está proibido por determinação do governo, dá prisão e processo. E as empresas aéreas foram recomendadas a permitir que estas sejam despachadas em malas no bagageiro.
A prefeitura de Cidade do Cabo, em outro golpe na ‘cornetagem’, mandou a Hyundai calar a super-vuvuzela de 37 metros que tocava a cada gol do alto de um viaduto que está em processo de demolição, no centro. O som, acionado através de um botão, estaria causando transtorno no trânsito – e na vizinhança, também, imagino. A patrocinadora quer convencer a administração municipal a ceder nas partidas finais da Copa.
Fora da África, já há manifestações para impedir a importação da ideia para outros esportes. No Torneio de tênis de Wimbledon, já foram feitos alertas para a inconveniência da vuvuzela no entorno das quadras de grama do All England Club, em Londres, assim como os organizadores da Regata Henry Royal, que terão provas a partir de 30 de junho.
No fim de semana, promoção do Florida Marlins distribuiu 15 mil vuvuzelas batizadas de “air horn” (estaria certo se traduzisse por “corno de ar” ? Ok, minha professora de inglês iria corrigir para “buzina de ar”), ação que causou protestos de blogueiros e reclamações em sites especializados. O correspondente do Bleacher Report, Mike MacConell, questiona o fato de que beisebol e vuvuzelas são um choque de cultura. E pergunta: será que a relações públicas do Marlins acredita que os demais torcedores aceitarão ficar no estádio enquanto 15 mil fãs assopram estas cornetas ?
Apesar das reclamações, prepare-se porque esta praga vai se espalhar pelos estádios brasileiros assim que a temporada for reiniciada. Fabricantes chineses estão prontos para encher o mercado com as cornetas que tem origem no chifre de um antílope, o kudu, que servia para convocar os moradores de aldeias para reuniões. Isto me lembra o berrante feito de chifre de boi usado para chamar o gado, no Brasil.
O que você faria se um torcedor estivesse ao seu lado assoprando a vuvuzela durante um jogo de futebol do seu time ?


Acredito que é bem provável a propagação pelos estádios brasileiros.
Mais um empecilho para se ir aos jogos de futebol.
Em tempos idos o Palmeiras apareceu com uma banda, que tinha instrumentos de sopro. Até que chegou ao limite e a banda foi eliminada. Era insuportável.
olá Milton
a pior coisa que possa exisitir durante uma competição é o excesso de barulho.
Descontra os atletas, atrapalha.
Nas competições de tenis se por acaso a torcida começar a fazer baruçho em demasia, todos são advertidos.
Nos campeonatos judo dos meus tempos era terminantemente proibido qualquer tipo de manifestação mais calorosa, barulho.
Atualmente o judo não ser mais o que era o barulho feito pela
plateia é infernal!
Espero que um dia o judo, o respeito a esta arte marcial retorne um dia.
Agora imaginem o que sentem os jogadores de futebol tendo que jogar durante uma importante competição a exemplo da copa do mundo com milhares dessas pragas que são as vuvuzelas ressonando em seus ouvidos.
Concentrarção como?
Deveria ser terminantemente proibido o ingresso de torcedores com vuvuzelas durante qualquer tipo de competição.
Abraços e bom frio ai Sr Milton Jung
Armando Italo
Nao sei como que os vidros dos apartamentos ao fundo estão inteiros ainda! Imagina o barulho que essa Vuvuzela deve fazer! rssss
As vuvuzelas são legais, o problema é que o pessoal lá na áfrica do sul é muito sem noção e fica fazendo barulho sem parar.
O “certo” seria se assoprassem em determinados momentos do jogo. Após o gol, antes de uma cobrança de um pênalti pelo adversário, ou quando determinado jogador pegasse na bola e assim por diante. Mas o tempo todo aquele barulhão, realmente não dá….