Um desastre com vista para a Guarapiranga

 

Guarapiranga, a represa

A represa de Guarapiranga é dos principais mananciais do estado de São Paulo e responsável pelo abastecimento de 3,8 milhões de pessoas. Uma área de beleza cobiçada que foi tomada de construções irregulares nas últimas décadas. Calcula-se que a população que vive no seu entorno chegue a 800 mil pessoas, ocupação que cresceu em 40% entre os anos de 1991 e 2000.

Houve uma série de medidas para coibir estas invasões, a partir de regras municipais como o Plando Diretor Estratégico e estaduais, porém um decreto do prefeito Gilberto Kassab (DEM) volta ameaçar a região. O texto publicado no Diário Oficial permite a construção de habitação popular em Zonas de Preservação Permanente desde que haja liberação da prefeitura. De acordo com informação levantada pelo jornal O Estado de São Paulo o objetivo do governo municipal é facilitar a construção de prédios populares nas áreas próximas das represas de Guarapiranga e Billings, onde ocorre processo de reurbanização de 64 favelas.

O promotor de Justiça do Meio Ambiente da Capital José Eduardo Lutti disse no CBN SP que vai abrir inquérito para investigar o caso pois considerou a medida “um desastre administrativo”. Ele comentou que a prefeitura é incompetente para administrar o problema das invasões e, por isso, adota ações como esta que causará prejuízos ambientais ainda maiores na região.

Ouça a entrevista do promotor de Justiça do Meio Ambiente da Capital José Eduardo Lutti ao CBN SP e do especialista em direito ambiental Virgilio Alcides de Farias, do Movimento em Defesa da Vida da Região do Grande ABC

A prefeitura de São Paulo foi convidada a falar sobre o tema, mas não se pronunciou.

9 comentários sobre “Um desastre com vista para a Guarapiranga

  1. Sou frequentador da represa de guarapiranga quase todo final de semana, pratico windsurf nos clubes que la existem, acredito que a preservação da mesma deva ser feita a qualquer custo, pois é um lugar muito bonito e oferece inumeras atrações para a população.

  2. é, estrago feito!
    – primeiro corrigir o que ainda é possível
    – aí disciplinar áreas ocupadas indevidamente
    – COM CERTEZA FISCALIZAR DIFERENCIADAMENTE PARA MAIOR ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTOS.
    – COLETA DE LIXO TEM QUE SER DIFERENCIADA, PARA MELHOR; COBRANÇA DOS MORADORES IDEM.

    Certamente que a Prefeitura
    – não pode liberar mais nada, nem sequer aumentos individuais de área construída.
    – TEM QUE REMOVER E REPOSICINAR NOUTRO LUGAR AS FAVELAS.

  3. Realmente Milton e colegas blogueiros

    Comprovadamente a atual prefeitura da cidade de São Paulo só tem em mente a construção de predios e mais predios, não importa onde.
    Não vai demorar a atual administração vai mandar aterrar as represas do guarapiranga e Billings para construir condominios verticais, estação de trem, metro, aeroporto, estadios para a copa de 2014, shoppings centers.
    Para que a água das represas do guarapiranga e da billings?
    Como afirmou o Sr CAssab em entrevista ao Milton Jung num passado não muito distante, sobre o porque atualmente são construidos predios e mais predios em qualquer lugar onde podera caber mais um.

    “As pessoas estão se casando e precisam de um lugar para morar.”

    Em quanto a população fica se debatendo para dar um jeito nos baiirros que foram criados nas margens das referidas represas, ficalizar para que outros bairros não sejam desenvolvidos, exatamente na contramão a atual gestão paulistana, agora resolve de forma absurda e assustadora liberar a construção de predios justamente onde não deve, perto dos mananciais.

    Piada?

  4. É o decreto 51.674, de 30/7/10, e foi publicado no Diário Oficial da Cidade no dia 31.
    Inacreditável! Há um problema gravíssimo, que é a ocupação das áreas de manancial. É preciso remover a população dali. A “solução” que a prefeitura dá é legalizar a ocupação?
    Se quer fazer prédios populares, por que não faz em outros lugares?
    É o comprometimento da prefeitura de Sampa com a saúde do cidadão e o futuro da cidade.
    Abraços,
    Grilo D

  5. Erguer empreendimentos populares na região de mananciais é a maneira mais fácil de começar a resolver o problema da habitação.
    Indiscutivelmente será uma catástrofe ambiental, mas parece que a ciência e a política andam cada vez mais afastadas uma da outra.
    É óbvio que é uma solução na contra-mão por tudo aquilo que se tem acreditado em termos ambientais.
    Uma política habitacional voltada para o futuro, seria urbanizar as favelas já existentes, desapropriar aquelas que estão em áreas de risco ou proteção ambiental e construir bairros populares periféricos.
    Mas como já sabemos, nossos dirigentes não se preocupam com o correto, e sim com o lucrativo ou eleitoreiro e de preferência ambos.

  6. Caros Colegas,

    O que vamos fazer com esses politicos mau carater, que só pensam no poder do dinheiro e ostentar as suas mordomias? Esse decreto, é igual o do novo codigo florestal, feito exterminador do futuro Aldo Rabelo com aval do exterminadora do futuro Katia Abreu. Agora nós temos o exterminador de manancias Gilberto Kassab. Por isso, que temos que fazer valer o nosso voto, temos que dar a respostas a esses mau carater nas urnas.
    Hoje a natureza ficou mais triste.

    Abr,

    JS.

  7. Eu sou morador na região da Guarapiranga e venho percebendo nos últimos meses um crescimento desenfreado por aqui. Todo o mês surge meia dúzia de construções novas, e muitas das quais sem respeitar as restrições de construção. Mais uma vez os políticos optam por soluções fáceis e de consequências desastrosas, afinal desmatar é mais fácil que re-ocupar o centro, por exemplo. Caro Gibrail em São Paulo o único partido coerente é o PCC: Partido do Cimento e do Concreto.Ou será que seria MCC: Máfia do Cimento e do Concreto…

  8. Enquanto isso, no Canadá, nos lagos de onde as cidades retiram a água para o consumo, as pessoas sequer tem permissão para chegarem às margens. Há barreiras que impedem a passagem. Construir uma casa? Isso não é problema. É impossível.

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