Avalanche Tricolor: Palmas para ele !

 

Grêmio 2 x 0 Atlético – GO
Brasileiro – Olímpico Monumental

Adílson sobe e evita mais um ataque, como sempre (Foto: Gremio.Net)

Adílson sobe e evita mais um ataque, como sempre (Foto: Gremio.Net)

Douglas fez um golaço e descubro que foi o primeiro. Borges escapou com velocidade e bateu seco para marcar o seu e vejo que é apenas o terceiro. Os dois, porém, terão sua imagem reproduzida nesta noite e amanhã em todos os programas de esporte. Afinal, o gol é alma do negócio. E quem o faz tem méritos.

Longe de mim reduzir a importância dos dois gols marcados em mais uma vitória que nos empurra à frente neste campeonato e confirma a previsão de que a retomada se iniciou e vamos para apenas quando a vaga da Libertadores estiver garantida. Dedico, porém, esta Avalanche a um jogador que poucos lembrarão de entrevistar no vestiário e, amanhã, talvez sequer apareça no compacto dos melhores lances (melhores para quem, Cara Pálida?).

Adílson tem apenas 23 anos de idade. E uma personalidade surpreendente. É volante, posição para qual muitos torcem o nariz e, hoje, foi o único de ofício a segurar a onda no nosso meio de campo. Chegou a vestir a 5 em lugar da tradicional 11 que sempre me faz lembrar de meu ídolo do passado, Loivo – mas isto era na época em que o número cabia ao ponteiro esquerdo.

E com a 5, Adílson parece que ficou ainda mais poderoso na função. Pura impressão, claro. Pois ele sempre mantém a mesma forma de jogar. É sério, dá o bote na hora certa, interrompe o ataque adversário (quando não o contra-ataque), fala pouco, atua sem espalhafato e sai jogando bem. É um sinal de tranquilidade.

Logo que chegou aos profissionais, em 2007, sofreu lesões que o afastaram de boa parte da temporada. Voltou em 2008, fez boas partidas como de costume, mas não se firmou. Foi em 2009 que ganhou posição de titular, apesar de às vezes ser sacado do time, como ocorreu neste ano. Discreto, seu estilo não muda quando vai para o banco. E quando deixa a reserva parece que nunca havia saído de campo.

Hoje, a torcida reconheceu parte do mérito deste volante de estilo moderno que não é apenas mais uma promessa do time de guris. No segundo tempo, depois de ter contido, outra vez, a jogada adversária, partiu para o ataque com a cabeça em pé e a bola bem dominada. Passou por um marcador e a entregou para que um colega brilhasse mais adiante. Os torcedores o aplaudiram e gritaram seu nome. Adílson voltou para marcar.

Ele sabe seu papel. E eu sei admirá-lo por isso.

5 comentários sobre “Avalanche Tricolor: Palmas para ele !

  1. O Adilson fez um partidaço. É um grande marcador, parece que tem 3 pulmões, tem bom drible e alguma dificuldade no passe, mas nada que comprometa.

    Mas o melhor é que é um cara que não desperta atenção de ninguém. Tenho a impressão que esse jogador ficará anos no Tricolor. Se identificando cada vez mais com a camisa do Grêmio e se tornando o jogador que é cada vez mais raro no futebol: jogador-torcedor.

  2. Finalmente apareceu gente capaz de saudar o futebol de Adílson: você,Mílton,e os torcedores que gritaram o nome dele depois da jogada em que o volante deixou um atacante “pifado”,prontinho para marcar gol. Para mim,Adílson ten cadeira cativa no time do Grêmio,

  3. Merecida homenagem pro meu primo distante e conterrâneo de Bom Principio. Foi o carregador de piano. E lembro sempre, o único gaúcho no time.
    Abs Milton!

    • Marcelo,

      Família de bom costado, sem dúvida. E o reconhecimento do futebol do Adílson talvez esteja na linha daquela conversa que já tivemos neste espaço sobre a pouca valorização dos jogadores da base. Quantos Adílson se perderam nesta caminhada.

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