Facebook: fenômeno social e comercial

 

Por Carlos Magno Gibrail

 

 

O Facebook é o sucesso definitivo desta geração de mídia social pois traz na bagagem cardápio completo. Rompe com o que tínhamos antes. A principal inovação é a chance que dá aos 750 milhões de usuários para criarem páginas totalmente personalizadas. Tanto para funções sociais como para atividades comerciais. Qualquer um pode produzir fotos, filmes e artigos com interesses artísticos ou de vendas e divulgar. Para os amigos e/ou para o mundo. É a customização absoluta.

 

Esta vocação de ruptura que originou a sua criação quando Mark Zuckerberg, para sacramentar a briga com a namorada a expôs no site de Harvard, seguiu em frente. Eduardo Saverin, segunda vítima, brasileiro, estudante de economia e colega de Mark, estudante de computação, viveram em Harvard a experiência inicial do The Facebook. A participação de Saverin era de 25% na recém-criada empresa e enquanto o brasileiro buscava investidores Mark procurava aumentar usuários, e instigado por instintos não recomendáveis deixou Eduardo com 0,3% de ações. Que foram recuperadas através da justiça americana, arbitrando ao primeiro investidor do Facebook 5% de participação.

 

De 4 de fevereiro de 2004 até hoje, quando o IPO do “Feice” poderá impulsioná-lo ao valor otimista de 100 bilhões de dólares, tornando Zuckerberg o nono mais rico do mundo com 28,8 bilhões, atrás de Eike Batista, o oitavo, e Saverin com agradáveis 5 bilhões, milhares de internautas “feicianos” já tem usufruído da rede através do f-commerce, construindo lojas da mais variadas especialidades.

 

E como para comprovar que a customização é uma atualização do passado ressurge a venda direta, agora através de cômodas operações virtuais. Não há mais os riscos de cães bravos ou de clientes agressivos. Em julho, o site Compra Fácil recrutou colaboradores para redes sociais e espera dobrar os 15 mil de hoje para 35 mil até o fim do ano. O Magazine Luiza desde agosto disponibilizou para parentes de funcionários montarem lojas para venda de seus produtos através do “feice”. A partir de janeiro, começou a recrutar internautas em geral e ampliou também ao Orkut o programa “Magazine Você”.

 

Marcas de prestígio começam a entrar no fcommerce, utilizando o “feice” para recrutar pessoas com grandes quantidades de amigos. Richards, Enoteca Fasano, Reserva, Cantão e Hope são uma realidade. Empresas menores se associam a grupos como o formado pela agência WVTodoz que conta hoje com 1700 lojas e, para espanto de alguns, a maioria são de moda. Quem disse que não se pode vender moda pela internet?

 

Quem sabe o “feice” não rompe definitivamente também esta barreira?

 

O Facebook deve estar dando tratos à imaginação dos prestigiados autores de Marketing de Guerra, Al Ries e Jack Trout, que até então atestavam a vantagem do pioneirismo. “O primeiro a chegar normalmente mantêm a vantagem competitiva que lhe dá o topo. Seja sempre pioneiro.” O fenômeno “feice” permite acrescentar que se o último fizer melhor poderá predominar e suplantar o primeiro.

 

Carlos Magno Gibrail é doutor em marketing de moda e escreve às quartas no Blog do Mílton Jung

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