Do Dia do Rádio

 

Por Milton Ferretti Jung

 

O Dia do Rádio – 25 de setembro – foi, em São Paulo, muito bem lembrado. Mereceu citações e programas especiais, além de reportagem no Estadão. Segundo ouvi no Jornal da CBN, nessa terça-feira, deu também assunto, para o bate-papo, sempre interessante, entre o âncora do noticiário, o Mílton Jung, com Dan Stulbach, Luiz Gustavo Medina e Zé Godoy, no quadro denominado “Hora de Expediente”. Neste blog, na data da comemoração do Dia do Rádio, o Mílton postou um e-mail enviado a ele por Maria Célia Machado, filha do Doutor Paulo Roberto. Ela fez – e ainda há tempo para que leiam – um resumo da carreira radiofônica desse que foi, décadas atrás, um dos grandes nomes do rádio brasileiro. Dentre os inúmeros programas comandados pelo seu pai, eu – que tenho mais de 50 anos – me lembro de dois que, de alguma forma, ainda na condição de ouvinte, acompanhei na casa paterna: “Obrigado, Doutor” e “Nada além de Dois Minutos”. Fui fã de carteirinha de Paulo Roberto.

 

No “Hora de Expediente”, o quarteto abordou também as transmissões de futebol e o Mílton disse que, no Rio Grande do Sul, como é um estado e, especialmente, uma cidade na qual reinam dois grandes clubes – Grêmio e Inter ou, para ser imparcial, Inter e Grêmio – as rádios usam o sistema duplex ou dúplex, como o leitor preferir pronunciar nome que veio do latim. Se existe quem não saiba, nesse sistema, se os jogos forem simultâneos, os narradores se revezam cada vez que a bola pára numa das partidas ou um interrompe o outro, no caso de ocorrer gol. Ouvintes, que escutavam o bate-papo na CBN, um de Minas, outro de Pernambuco, lembraram que se dá o mesmo nesses dois estados, porque, no primeiro, Cruzeiro e Atlético são tão rivais quanto a dupla Gre-Nal e, no segundo, três equipes rivalizam-se: Sport, Náutico e Santa Cruz.

 

Seja lá como for, com diferenças regionais ou não, porque o Brasil é muito grande e, como “o brasileiro não vive sem rádio”, este veículo segue prestigiado. Isso não impede que eu sinta saudade do rádio que conheci nos velhos tempos: o das novelas, o das boas músicas, dos programas de cunho educativ, das heróicas transmissões de futebol e de grandes coberturas jornalísticas, no país e no exterior. E o ainda mais antigo: o do tempo, por exemplo, do Dr. Paulo Roberto, médico e radialista. Podem me chamar de saudosista que não fico brabo.

 


Milton Ferretti Jung é jornalista, radialista e meu pai. Às quintas-feiras, escreve no Blog do Mílton Jung (o filho dele)

Um comentário sobre “Do Dia do Rádio

  1. É Milton Ferreti Jung, somos saudosistas. Mas se assim o somos, foi ter termos vividos bons momentos ouvindo rádio. Desculpe, no seu caso o Sr. e seus colegas guaíbeiros fizeram os ouvintes saudosistas!

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