Avalanche Tricolor: gol de guerreiro, de torcedores guerreiros

 

Grêmio 1 x 0 Ponte Preta
Brasileiro – Olímpico Monumental

 

 

Futebol é como uma batalha, para vencer o adversário é preciso conquistar terreno. Na luta pela ocupação de espaço, vencem não apenas os mais valentes ou durões, mas os persistentes. É preciso explorar o talento e usar as melhores estratégias para se sobrepor ao inimigo. Foi esta conjução que levou o Grêmio a conquista dos três pontos neste início de noite de sábado. A cobrança de escanteio de Zé Roberto foi o traço de talento que faltou em quase toda a partida, em especial nos cruzamentos que eram feitos de um lado ou de outro. Mas para que aquela bola alcaçasse seu destino antes precisava ser desviada por alguém. Foi quando entrou em cena o desbravador André Lima, a quem falta muito daquilo que o futebol técnico exige, mas que jamais poderá ser acusado por desistir de lutar. Estava em desvantagem dentro da pequena área, fato que não o impediu de se jogar em direção a bola que havia sido caprichosamente enviada a ele. Com a determinação que se espera de um lutador, tomou o pequeno espaço que havia entre o goleiro e o zagueiro adversários. Os dois estão até agora reclamando de uma falta que jamais existiu. Não entenderam que eram apenas vítimas do espírito guerreiro que André leva para campo sempre que é sacado do banco para tarefas quase impossíveis. O atacante, ciente de suas limitações, abre veias e coração para incorporar o desejo dos torcedores que das arquibancadas (ou diante da televisão) têm apenas o grito e a fé como armas. Foram estes torcedores que fizeram o Grêmio ser melhor quando tinha um a menos em campo, aliás foram eles que deram o carrinho que causou a expulsão de Julio César (e o aplaudiram por isso), pois sabiam que era a única forma de salvar o Grêmio, depois da injustiça cometida pelo árbitro que não marcou falta em Elano. Assim como foram estes torcedores que empurraram aquela bola de André Lima para dentro do gol, aos 45 minutos do segundo tempo. Uma torcida que ainda pode nos levar muito longe. E aí daqueles que duvidarem.

10 comentários sobre “Avalanche Tricolor: gol de guerreiro, de torcedores guerreiros

  1. Amigos leitores,olhem bem,na foto acima do texto da Avalamche Tricolor,
    para a expressão fisionômica de André Lima. Quem não viu o jogo no campo ou na televisão perdeu um dos momentos mágicos que só o futebol é capaz de proporcionar e com o qual são brindados aqueles que,sendo jogadores ou torcedores,acreditam na vitória por mais difícil que ela possa parecer e lutam por ela até o último instante. Muito obrigado, André Lima.

    • Ricardo,

      Gol de Loivo contra o Flamengo marcou o início da trajetória do Gol-gol-gol. Foi lá que tudo começou, graças a bola que teimava em não se definir ao bater no travessão, na grama e, somente depois, na rede – ou seria no fundo poço, para fazer jus ao autor do jargão. E Loivo foi também um ídolo para mim. Já falei dele nesta Avalanche e falarei em breve. Ainda ontem quando vi os jogadores levando crianças de mãos dadas ao gramado, lembrei-e de quando pela primeira vez entrei no gramado do Olímpico de mãos dadas com o Loivo.

  2. Somos sim torcedores guerreiros. Aliás, quem torce para um time de futebol, qualquer que seja este time, é um guerreiro, salve aqueles que no calor e tristeza de uma derrota acabam apedrejando, invadindo e quebrando espaço físico deste time, coisa que faz anos que não acontece pelo lados do Olímpico Munumental (ainda bem!), que merece sim ter um público de 40 mil torcedores em um jogo fraco, mas que nas arquibancadas (e nas poltronas em casa) a torcida nunca deixou de acreditar em um gol salvador deste time Imortal Tricolor. Mas convenhamos, estamos no lucro faz alguns jogos, pois o time não está rendendo aquilo que se espera quando se tem jogadores e treinador de nomes consagrados.
    E parabéns Ricardo pelo privilégio que tens de poder passar em frente ao Estúdio Cristal da Guaíba e ver (além de ouvir) a voz do rádio riograndense.
    E quando foi este jogo no Olímpico em que entras-te em campo como Loivo, Milton? Foi lindo ver ontem bebes entrando no campo nos braços dos jogadores.

    • Gunar,

      Infelizmente, não lembro quando foi a partida que tive este privilégio. Precisaria fazer algum exercício de memória (e Google) para lembrar ao menos o ano. Talvez a “voz riograndense” saiba melhor, pois ele quem me levou ao estádio e me permitiu entrar em campo com o time do coração. E pelas mãos do Coração de Leão.

      Quanto ao desempenho do time, fica clara a dificuldade que temos em algumas posições e a queda de desempenho em alguns setores. O campeonato é longo e exige plantel mais completo.

  3. Caro Wortmann,
    como é agradável descobrir que ainda somos capazes de emocionar ouvintes. Obrigado!

    Milton
    Minha lembrança para datas sempre foi ruim. Talvez o meu colega Boelke consiga esclarecer em que ano Loivo marcou esse gol contra o Flamego.
    Quanto à tua pergunta,tenho apenas uma resposta: faz parte da nossa sina.

  4. Para um time que já se dá satisfeito com 0,5 a zero no placar, o resultado contra a Ponte Preta foi considerado uma goleada. Uma vitória com a cara do Grêmio, construída aos 46 minutos do segundo tempo, em uma jogada de bola parada, após inúmeras insistências. Coube ao “Guerreiro Imortal” a autoria do feito. E também ao passe primoroso de Zé Roberto, atleta do qual o Grêmio não deve se desfazer.

    Se por um lado o título é quase impossível, por outro o principal objetivo da temporada está praticamente alcançado. A vaga na Libertadores veio, mas ainda não estamos satisfeitos. Queremos a vaga direta. Para isso, tenho certeza que o Grêmio buscará o segundo lugar no Brasileiro e fará de tudo para se despedir do Olímpico com um título, e este poderá ser o da Copa Sul-Americana. Novas emoções virão por aí e que venha o São Paulo!

    Abs

    • Bruno,

      O esforço para ganhar a Sul-Americana é interessnte porque o trófeu vai cair bem na nossa nova sala na Arena. Como não nos oferece a vaga direta da Libertadores, talvez tenhamos que, antes, pensar na vice-liderança do Brasileiro. O melhor dos cenários: o vice do Brasileiro e o título da Sul-Americana. Com o Zé Roberto garantido para o ano que vem.

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