“As reuniões são abertas para organizações da sociedade civil, mas apesar disso ninguém compareceu”. A frase encerrou boletim produzido por Jean Silva, da Web Radio da Câmara Municipal de São Paulo, serviço de informação do legislativo paulistano. Ele se referia a reunião da Mesa Diretora que se realizou na terça-feira, quando entre outros temas a Casa anunciou que estuda a compra de um novo painel eletrônico do Plenário com tecnologia full HD de 51 polegadas. Segundo o informativo oficial não teria havido a presença de nenhum cidadão no encontro além de um grupo restrito de vereadores, todos devidamente nomeados na reportagem. A frase pode ter sido usada de forma casual, incluída sem nenhuma intenção obscura, mas soou como puxão de orelha nas entidades que se comprometem a fiscalizar a ação dos parlamentares. Um indevido puxão de orelha diga-se de passagem. A começar pelo fato de que ninguém tem obrigação de estar assistindo às reuniões do parlamento. Mas, principalmente, porque foi a própria Mesa Diretora que fechou as portas à participação popular, no primeiro semestre do ano. A justificativa é que nos encontros dos integrantes da Mesa estariam sendo discutidos temas referentes a licitações públicas que deveriam ser mantidos em segredo para não causar prejuízos ao processo. Pelo visto, estes assuntos foram superados e, portanto, as reuniões da Mesa voltam a ser abertas e os cidadãos passam a ser bem-vindos, novamente, pelos vereadores. Boa notícia, infelizmente contada de forma provocativa. Desculpe-me, ao menos que soou provocativa, pois a mesma reportagem, por exemplo, esqueceu de informar ao cidadão o nome dos parlamentares que – assim como as organizações da sociedade civil – estiveram ausentes da reunião (talvez nem fosse necessário lembrar, mas os parlamentares, estes sim, têm obrigação de comparecer as atividades da Câmara).
Apenas mais uma referência ao caso: assim como as portas, as transmissões pela internet da reunião da Mesa também podem ser reabertas, isto aumentará a participação de cidadãos. Parece-me que a reunião de terça não foi transmitida. Se eu estiver enganado, por favor me corrija, porque quando erro gosto de pedir desculpas em vez de fazer ameaças.
Mílton Jung 
Sobre as transmissões das reuniões da Mesa Diretora pela internet:
Na legislatura anterior o então presidente Police Neto autorizava as transmissões pela internet e isso facilitou muito o acompanhamento do legislativo pela sociedade civil. Digo isso porque as pessoas trabalham nos horários que o parlamento funciona e isso prejudica o comparecimento da população nessas reuniões.
Porque devemos ir à câmara se podemos ver essas reuniões de nossas casas ou de nossos empregos. Lembrando que quem DEVE decidir aquilo que é melhor para a população, é a própria população! No caso das transmissões -via internet- quem autoriza é APENAS um empregado público, eleito para trabalhar para o patrão que é o POVO, nesse caso o vereador José Américo.
Na minha opinião, o atual presidente demonstrou INCAPACIDADE de gestão ao lidar com essas reuniões abertas e transmitidas de forma online para a população, visto que o presidente anterior tinha capacidade para realizá-las e transmiti-las pela internet sem maiores problemas.
Claro que vai ter sempre alguém que vai dizer: ah! mas do que adianta transmitir uma reunião sendo que outra foi feita antes e combinaram tudo longe das câmeras para depois realizar essa reunião “fake” e para inglês ver. Discordo! Não quero saber quantas reuniões podem ter sido realizadas, inclusive se fosse no bar da esquina, quero SABER daquilo que vão discutir em frente às câmeras e depois colocar aquilo que decidirem no papel, se posicionando e assinando tudo no papel.
Se combinaram ANTES, pouco importa, vai valer aquilo que está escrito e falado e gravado!
Cláudio Vieira (integrante da Rede Adote Um Vereador)
São esses vereadores que decidem se as transmissões devem ser transmitidas via internet ou não:
Composição da Mesa Diretora de 2013
José Américo/PT (presidente)
Marco Aurélio Cunha/PSD (1º vice presidente)
Aurélio Miguel/PR (2º vice presidente)
Claudinho de Sousa/PSDB (1º secretário)
Adilson Amadeu/PTB (2º secretário)
Gilson Barreto/PSDB (1º suplente)
Dalton Silvano/PV (2º suplente)
Rubens Calvo/PMDB (corregedor geral)
Enviei e-mail aos vereadores acima exceto ao presidente por motivos óbvios:
http://www.adoteumvereadorsp.com.br/news/presidente-alega-sigilo-e-ataca-fiscais-de-vereadores/
Resposta do vereador Claudinho de Sousa/PSDB:
E sou a favor, sim.
Resposta do vereador Adilson Amadeu/PTB:
Sigo as decisões da maioria. As deliberações poderiam ser abertas.
Os outros ainda não responderam, vamos aguardar. Também não espero que TODOS respondam pois muitos ficam melindrados com questionamentos da rede Adote Um Vereador.